Ainda há quem pense que no final da vida, após a morte, os bons vão para o Céu e os maus vão para o Inferno.
Eu também assim pensei durante os verdes anos da minha juventude. Hoje, mais velho e com a experiência de quem já completou 70 anos de vida, sei que não é isso que acontece. É aqui na terra que construímos o nosso Céu ou o nosso Inferno. A própria Bíblia diz: "Lembra-te ó homem que és pó e em pó te hás-de tornar".
Aquilo em que acredito, está totalmente contido nesta frase: "cá se fazem, cá se pagam". Quem passa a vida a praticar o mal e a infernizar a vida de outras pessoas, para além de, em muitos casos, ter que prestar contas à justiça, também vive em sofrimento constante, desassossegado, intranquilo, com medo das consequências das suas más acções.
Ao longo da vida, são os nossos actos que determinam o nosso modo de vida. Se realmente procurarmos ser cidadãos exemplares, cientes dos nossos direitos e dos nossos deveres, muito dificilmente arranjaremos problemas insolúveis que nos façam desesperar, apanhar depressões ou até ser acometidos de pensamentos suicidas. Um cidadão exemplar, tem a possibilidade de usufruir de uma vida agradável, harmoniosa e sem sobressaltos de maior.
Pelo contrário, essa vida agradável, harmoniosa e sem sobressaltos de maior, não pode ser usufruída por aqueles que vivem fora da lei, no mundo do crime ou que são possuidores de mau carácter.
Por vezes, temos a sensação de que a vida sorri a essa gente ruim, que tudo lhes corre bem, mas na realidade isso não é verdade. Essa gente que não contribui para que o mundo seja melhor, pode ter muito dinheiro, automóveis, mansões e todo o tipo de mordomias, mas não tem o essencial: tranquilidade de espírito e a sensação diária do dever cumprido para dormir descansada. Mas não há só ricalhaços ruins, que ganharam o dinheiro de forma criminosa, há também seres humanos de todos os estratos sociais que por não cumprirem regras e afrontarem a lei, para além de transformarem a vida num inferno, também têm que prestar contas à justiça.
Pois é, meus amigos, cá se fazem cá se pagam. Quem não dá, não tem direito a receber. Há muito que deixei de acreditar no Pai Natal. Essas coisas são para as criancinhas, enquanto não têm pensamento próprio.