O grande problema é que este homenzinho fez muito mal os seus cálculos ao pensar que a sua Operação Especial conseguia em meia dúzia de dias destroçar o exército adversário, alcançar Kiev e depôr o governo em exercício, tal como tinha feito oito anos antes na Crimeia.
Embora houvesse uma desproporção colossal ao nível das forças de combate terrestres, aéreas e marítimas, os ucranianos conseguiram, num primeiro momento, com o fraco equipamento militar que possuíam, fazer gorar as intenções expansionistas do Kremlin, causando pesadas baixas ao exército russo.
Depois, ao contrário do que aconteceu em 2014, com a invasão da Crimeia, a Europa resolveu colocar-se ao lado da nação ucraniana, fornecendo-lhe todo o tipo de material de guerra, ao mesmo tempo que eram assinados acordos de colaboração para treinar os combatentes das diferentes missões militares.
Simultaneamente, o Ocidente doou à Ucrânia muitos milhares de milhões de euros para poder honrar os seus compromissos de Estado soberano e fazer face à destruição diária das estruturas mais importantes das suas vilas e cidades. Por outro lado, o Ocidente condenou em uníssono a invasão e declarou que iria ajudar a Ucrânia a defender a integridade do seu território durante o tempo que fosse necessário e impedir a Rússia de sair vitoriosa, ao mesmo tempo que aprovou um conjunto alargadíssimo de sanções muito pesadas contra o regime autocrático russo que têm vindo a causar grandes dificuldades e prejuízos à sua economia.
Vladimir Putin iniciou uma guerra que lhe tem corrido muito mal e da qual não sabe como háde sair e o mais certo, é que provavelmente o vai fazer cair em desgraça e acabar morto ou encarcerado numa prisão. Isto porque a Ucrânia tem agora meios para também atingir alvos na Rússia, como aconteceu esta semana em Moscovo.
Até agora, a população russa não sentiu na pele os horrores por que têm passado os ucranianos. A população não tem acesso à verdade sobre a invasão, porque a comunicação social só diz aquilo que convém ao regime. É por isso absolutamente necessário que a Ucrânia continue a atingir alvos importantes na Rússia para que o povo descubra a verdade e tenha a noção exacta da tragédia e do acto monstruoso levado a cabo pelo Presidente russo.
O Ocidente tem que continuar a ajudar a Ucrânia neste pesadíssimo esforço de guerra para que saia vitoriosa do conflito, pois caso isso não venha a acontecer, será uma derrota humilhante para a Europa, Estados Unidos da América e todos os outros Países democráticos que juraram defender a Ucrânia.