quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O QUE SE PASSA COM A JUSTIÇA?



Correio da Manhã, 5ª feira 27 de Agosto 2009

Almeirim: Todos com ficha criminal por roubo, furto ou tráfico de droga

Ladrões violentos pagos pelo Estado

A viagem sozinho a Fátima corria bem até que, de noite, ‘António’ decidiu parar só para tentar comer qualquer coisa. Voltou com um hamburguer ao carro e, sentado ao volante, mal se distraiu já tinha uma pistola e facas apontadas à cabeça. Acabou sequestrado hora e meia pelos quatro homens que, enquanto roubaram o que puderam do seu multibanco, ainda o espancaram e fecharam-no dentro da mala do carro. A Polícia Judiciária já apanhou três, mas uma juíza libertou-os. E continuam a viver do Rendimento Social de Inserção. De resto, há muito que conciliam os enormes rendimentos no mundo do crime com uma vida recheada de subsídios à custa do Estado – que vai pagando sempre, apesar dos longos registos criminais por roubo, furto e tráfico de droga. Um deles até já cumpriu duas penas de prisão por vários crimes violentos.
Depois de uma juíza do Tribunal de Almeirim ter ontem decidido deixá-los a todos à solta – mesmo com os crimes de roubo, sequestro e incêndio, uma vez que no final da noite até lançaram fogo ao carro da vítima – continuam a viver à custa do Rendimento Social de Inserção.
‘António’, com cerca de 40 anos, não esquece aquela noite de Julho de 2008. Depois de enfiado na mala do seu próprio carro, numa estrada que liga Santarém a Almeirim, passou uma hora e meia de pesadelo. Seguiam dois homens nos bancos da frente e dois atrás – os que o foram espancando com vários socos e pontapés. Isto apesar de já lhes ter dado o código do seu multibanco – com que levantaram 400 euros.
Foi abandonado às 03h00, num descampado no Monte da Vinha, próximo da aldeia da Raposa, em Almeirim, sem carro nem dinheiro – o automóvel foi incendiado no Vale da Pedra, no Cartaxo. Durante um ano, a Secção de Roubos da Polícia Judiciária de Lisboa nunca esqueceu o caso e, na última semana, chegou a três dos sequestradores. O quarto já fugiu para a Suíça. Uma juíza decidiu libertá-los a todos.

SUBSÍDIO DEVE SER TIRADO DEPOIS DA CONDENAÇÃO

Segundo o presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, o subsídio atribuído através do Rendimento Social de Inserção – antigo Rendimento Mínimo – é automaticamente retirado quando a pessoa é julgada e condenada, tendo pena de prisão para cumprir. 'Nesse momento, a pessoa perde o direito de contar para o cálculo do rendimento social atribuído à família, no caso de a ter, claro', explicou ao CM Edmundo Martinho, sublinhando que 'a lei nesse aspecto é bastante clara'. O presidente do ISS salienta o facto de a lei que regula este subsídio permanecer inalterada: 'Não sofreu qualquer alteração porque ao longo dos anos os diferentes governos concordaram com ela'. Além disso, não é por ser cadastrada que a pessoa não tem direito ao subsídio. Perde-o quando comete um crime.

UM FUGIU; TRÊS CONTINUAM COM OS PASSAPORTES

Apesar de o quarto elemento do grupo de sequestradores já ter fugido para a Suíça, a juíza de instrução criminal, em Almeirim, entende que não há perigo de fuga para os outros três cúmplices até ao julgamento – libertou-os com simples termo de identidade e residência, a medida de coacção mais baixa. Isto depois de a vítima, quando a Secção de Roubos da Polícia Judiciária de Lisboa apanhou os três suspeitos, não ter tido dúvidas em reconhecê--los. Garantiu que foram aqueles. Os três sequestradores libertados pela magistrada têm entre 27 e 40 anos e vivem todos na zona de Santarém, perto do local do crime.
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A melhor forma de contribuir para a moralização da Justiça, é fazer a denúncia e divulgação da sua escandalosa actuação e nada melhor do que publicitar as notícias verídicas que saem todos os dias na Imprensa, por todos os meios ao alcance dos cidadãos.
É nesse sentido e com essa intenção que pretendo dar o meu modesto contributo, dando a conhecer esta notícia do Correio da Manhã, aos meus amigos, através do meu blogue.
Eu sei que uma só pessoa não consegue mudar o Mundo mas com o protesto e a manifestação da indignação de milhares de pessoas, é bem provável que os responsáveis deste País, sejam obrigados a reformular o Código Penal que pelos vistos só serve os interesses dos bandidos.
E no futuro, em vez de comentar certos acontecimentos, optarei por publicar as notícias integralmente no blogue para que os meus amigos e todos aqueles que frequentam a blogosfera, tenham oportunidade de conhecer o tipo de Justiça que existe em Portugal.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

GOVERNO DE UNIDADE NACIONAL

Os Governos de maioria absoluta, em Portugal, são um perigo para a Democracia e ruinosos para a economia.
O português é, por norma, autoritário, chico-esperto, descarado e abusador, no desempenho de funções governativas e quanto mais poder tiver, mais sobressaem esses defeitos.
Este Governo de maioria socialista é o retrato do que se afirma no parágrafo anterior, senão vejamos: não respeita as oposições e adoptou a máxima do eu quero, posso e mando; passa o tempo a anunciar medidas que depois não concretiza mas vai tomando outras avulsas para deitar poeira para os olhos dos portugueses; passa a vida a auto-elogiar-se e para esconder os seus fracassos, repete até à exaustão as medidas governativas mais problemáticas dos anteriores Executivos; aumenta impostos, agrava o desemprego e, mais recentemente, deu uma forte machadada na Justiça para os pobres, ao aumentar brutalmente a taxa.
Depois, um Governo de maioria, como é arrogante, não aproveita muitas sugestões válidas das oposições que se fossem postas em prática, poderiam ajudar a minorar os problemas do País; não dá qualquer importância ao descontentamento da população e desvaloriza manifestações com mais de cem mil pessoas nas ruas; usa de represálias para com todos aqueles que se atrevam a criticar a sua actuação; por todo o País, patrocina a caça aos melhores empregos para os boys do Partido, exonerando, muitas vezes, gente com muita competência para depois lá colocar verdadeiros aprendizes de curandeiros.
Num Governo de maioria absoluta, perde o País, perdem os Portugueses e apenas o Partido que está no Poder sai a ganhar.
Como de facto os portugueses não têm características que lhes permitam governar o País com maioria, então só há uma solução para resolver este grave problema: um Governo de Unidade Nacional.
Neste Governo de Unidade Nacional, entrariam todas as forças políticas, caso fosse essa a sua vontade, na proporção dos resultados eleitorais alcançados, obrigando-se a indicar os melhores quadros para os lugares que lhe fossem destinados no Governo.
Numa altura em que toda a classe política anda preocupada com a formação do Governo, após as Legislativas, por se adivinhar que não vai haver maioria absoluta, uma solução deste tipo resolveria o problema e traria vantagens para o País, uma vez que os Partidos, por estarem todos representados no Governo, teriam uma actuação muito mais sóbria e responsável.
De facto, numa conjuntura económica tão difícil, um Governo de Unidade Nacional, seria uma excelente ajuda para ultrapassar uma boa parte dos problemas do País.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tragédia na Praia MARIA LUISA



Ao longo dos últimos 35 anos, sempre que se proporcionou, desloquei-me ao Algarve, para passar 8 ou 10 dias de férias.

Uma das características das praias do Algarve é que são quase todas constituídas por escarpadas falésias, uma boa parte delas mal protegidas e um perigo constante para os veraneantes que na praia procuram a sua sombra mas também para aqueles que na parte superior se aproximam demasiado, para apreciar a paisagem e o mar.

Em quase todas as praias que frequentei, pude observar o perigo que constituem algumas falésias, mal sinalisadas e mal protegidas, para impedir que os desprendimentos alcancem a praia.

Mas no topo das arribas, o cenário também não é melhor porque os equipamentos colocados ao longo das falésias, para protecção das pessoas, ou está em mau estado de conservação ou já nem sequer existem.

Quem contemplar esta realidade, não pode deixar de pensar que existe um certo desleixo por parte das entidades que têm a seu cargo a responsabilidade de manter estas falésias seguras.

Esta situação causa alguma perplexidade porque as praias são a grande fonte de riqueza do Algarve e, nesse sentido, deviam merecer uma atenção muito especial, desde logo, cuidando das falésias para salvaguarda da integridade física das pessoas, evitando tragédias como a que agora aconteceu, na fatídica manhã de 21 de Agosto, na praia Maria Luisa em Albufeira, cuja derrocada tirou a vida a cinco pessoas e feriu gravemente mais umas quantas.

Invariavelmente, em Portugal, é necessário que aconteça algo de grave para depois se dar atenção às coisas, imitando o ditado que diz: "depois da casa arrombada, trancas na porta". Veja-se o que aconteceu com a ponte de Entre-os-Rios, a história que se repete todos os anos com os fogos e tantos outros acontecimentos trágicos que com um pouco de atenção e prevenção podiam ser evitados.

Enquanto o Estado não privilegiar o bem-estar das pessoas acima de quaisquer outros interesses nacionais, as tragédias vão continuar.

Os governantes têm que ser capazes de se antecipar, de tomar a dianteira, em vez de andarem sempre atrasados, sempre na rectaguarda das tragédias.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

INTERNET - PRODIGIOSA DESCOBERTA




O que a Internet tem de extraordinário e belo, é o facto de nos permitir comunicar de forma impressionantemente rápida e segura, trocando ideias e conceitos sobre qualquer tema, para qualquer parte do Mundo, com pessoas que nunca tivemos o prazer de conhecer, com um àvontade admirável, como se de um conhecido, um amigo ou um familiar se tratasse.

Esta facilidade de comunicação, era completamente impossível no período anterior à revolução informática e essa troca de ideias só acontecia com pessoas do nosso universo de conhecimentos, depois de estudados os seus hábitos e preferências, para não ferir susceptibilidades.

Mas nesse período havia ainda um outro grande problema: a mobilidade. Hoje, entro em contacto, em segundos, com pessoas em todo o Mundo, posso dialogar em tempo real com familiares, amigos, conhecidos ou desconhecidos, confortavelmente sentado em casa, com a ajuda do computador.

No período a que me venho referindo, antes do telemóvel e da Internet, até para falar com o vizinho, desde que não tivesse telefone fixo, tinha que me deslocar e ir ao seu encontro, o mesmo acontecendo quando queria trocar ideias e conviver com os amigos.

Com a Internet, no local onde resido, posso realizar todo o tipo de operações, em qualquer ponto do País e que dantes só podia efectivar deslocando-me pessoalmente ao local.

É de facto espantosa a era da Internet, graças à qual, o Mundo imenso e longínquo se transformou numa pequena aldeia global, em que tudo, mas mesmo tudo, se encontra agora à distância de um clic.

É um feito extraordinário do Ser humano cuja capacidade para chegar mais além e descobrir coisas novas não tem limites, à medida que vai atingindo estádios superiores de inteligência.

Durante milhões de anos, desde o nosso antepassado mais remoto, o Australopithecus, até ao Homo Erectus que viveu até há 300 mil anos e o Neandertal que se aguentou até à chegada do Ser Humano Moderno, há 40.000 anos atrás, esses antepassados viveram em estado selvagem, sujeitos ao que a natureza lhes oferecia e foram necessários muitos milénios para inventar o fogo, a roda, os utensílios e ferramentas mais rudimentares, mantendo os mesmos hábitos, costumes e comportamentos, sem grandes alterações, durante períodos muito longos.

Mas foram esses pequeníssimos avanços e esses pequeníssimos contributos dos primitivos humanos que permitiram a evolução científica que hoje se verifica. Se o homem hoje tem uma inteligência infinitamente superior, ela foi desenvolvida por etapas, em contínua exercitação, mercê de todos esses contributos.

O homem actual, tem o saber acumulado de todo esse longo percurso da humanidade e, por isso, é extraordinariamente brilhante em todos os campos da ciência, augurando-lhe um futuro de grandes descobertas científicas que vão alterar por completo o seu padrão de vida na Terra, para seu próprio benefício.

Nesse sentido, o homem será capaz de prolongar a longevidade, realizar o teletransporte e revolucionar o actual padrão alimentar porque o planeta está exausto, não tem recursos perpétuos e, por outro lado, essa forma de a humanidade se alimentar, para além de colocar em risco a preservação de todas as espécies vivas, produz uma tão grande quantidade de lixo poluente que a não serem tomadas medidas urgentes, afectará gravemente o Planeta e tornará insuportável a vida das pessoas.

Oxalá o homem não demore muito a decifrar esta encruzilhada, porque poderá já ser tarde, quando finalmente descobrir o caminho certo.

Mas porque me desviei eu do assunto que pretendia veicular quando peguei no tema Internet? Não sei, nem isso é relevante mas de facto a minha intenção foi dizer que já por várias vezes me interroguei acerca da forma como muitos internautas utilizam o espaço internet e o tempo que lhe dedicam, fazendo intervenções que não têm minimamente em conta, o respeito devido pelas pessoas e instituições, demonstrando grande insensatez, irresponsabilidade e sentido de equidade.

Não compreendo como se pode desperdiçar um privilégio tão grande de se poder entrar em contacto permanente com o Mundo e interagir com o que nele se passa, dando válidos contributos. Em vez disso, divertem-se com indecências, ofendendo e atingindo a honra e a dignidade de pessoas de bem.

É de facto uma situação que me causa alguma mágoa, perplexidade e desconforto, com a qual nunca pactuarei em nenhuma circunstância e em nenhum momento.

Admito uma brincadeira inofensiva, sem intenção de ofender a honra e dignidade das pessoas mas não tolero nem suporto quem extravaze para além dessa brincadeira, à margem de parâmetros bem definidos, em que devem estar inseridos todos aqueles que se sentem movidos por um espírito construtivo e respeitador, característico de todas as pessoas de bem.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

REPÚBLICA OU MONARQUIA?


EIS A QUESTÃO



Carlos A Amorim, de quando em vez, adora gerar polémica e, neste caso, foi sem dúvida o que lhe passou pela cabeça. As ideias transmitidas não foram sentidas, quis apenas "provocar" os monárquicos, no sentido de pôr à prova a sua capacidade de reacção. Por esse motivo, não vou deixar de continuar a apreciar as suas qualidades opinativas, tendo sempre presente que ninguém é completamente isento e independente e que cada um, sempre que pode, chega a brasa à sua sardinha.
Quanto à Monarquia, o caminho faz-se caminhando, percorrendo todas as etapas com a máxima dignidade, respeitando tudo e todos e agindo com muita sensibilidade e compreensão, despidos de intuitos vingativos e tiques de arrogância.
Quando se pensa em mudar alguma coisa, só pode ser para melhor, caso contrário é preferível deixar as coisas como estão.
Tal como a mentalidade das pessoas actuais nada tem a ver com a daquelas que viveram ao longo da Monarquia, entre os séc. XII e XX, também a Monarquia que vier a ser instaurada no País, será completamente diferente daquela, sem títulos nobiliárquicos e sem a maioria das regras em que assentava o seu funcionamento porque o progresso e bem-estar da humanidade foi gigantesco e a evolução científica atingiu patamares impensáveis ao longo do último século.
Da Monarquia que reinou entre 1143 e 1910, é imprescindível que se recuperem alguns dos valores arraigados na sociedade monárquica, no campo da ética e da moral e voltar a guindar a HONRA ao bem mais precioso do Homem, como acontecia na época, a qual servia de caução para realizar qualquer negócio ou contrato e por ela, pela honra, se necessário fosse, batiam-se em duelo até à morte. Invocar a honra, jurar pela honra, significava empenhar a palavra e dar a vida por ela.
Esse conceito de honra faz imensa falta na actualidade, já que quase ninguém cumpre o que promete. No tempo dos meus avós, lembro-me perfeitamente, com um vigoroso aperto de mão e um efusivo abraço, selava-se qualquer tipo de negócio ou contrato que depois era cumprido religiosamente até ao fim. Hoje, esses métodos já não vigoram porque as pessoas perderam a vergonha e desbarataram a sua honra, ao ponto de já nem sequer cumprirem os contratos celebrados, com pompa e circunstância, em solenes actos notariais e, por isso mesmo, os Tribunais estão atulhados de processos.
A moralização da sociedade e da vida pública é, no momento, tal como o País se encontra, o grande desafio da Monarquia e a mais significativa intervenção que poderá ser executada de imediato. Criar medidas severas para punir a corrupção, a fraude e todos os crimes que atentem contra a Democracia. A liberdade de cada um termina onde começa a dos outros e, nesse aspecto, o regime republicano demonstrou uma incapacidade confrangedora para salvaguardar a liberdade e a segurança dos cidadãos, basta constatar a imensa quantidade de crimes cometidos diariamente de norte a sul do País e que têm destroçado e arruinado milhares de famílias.
No capítulo da segurança, o País está um caos; mas qual é o estado da economia? E o estado da Justiça? E o estado da Educação? E do emprego? E da saúde?
Há sempre um tempo certo para intervir. A Democracia tem vivido de promessas não cumpridas. Os biliões que entraram no País, provenientes da CEE, para o modernizar e colocar em pé de igualdade com todos os outros, foi completamente desbaratado, desviado para outros fins, nomeadamente para as contas pessoais de um grande número de empresários, políticos e autarcas, situadas em convenientes offshores e os interesses dos pescadores, dos agricultores, dos pequenos e médios empresários, dos reformados, etc., não foram devidamente salvaguardados pelo Estado, criando-se nesses sectores uma situação de grande dificuldade económica e, nalguns casos, de verdadeira pobreza.
O tempo das promessas há muito que terminou e a Democracia não cumpriu os slogans revolucionários de Abril: igualdade, emprego, justiça, habitação, saúde e educação e há ainda chagas muito mal curadas como a Descolonização e o tratamento dado aos militares que durante mais de uma década combateram heroicamente, nas ex-Colónias, em condições muito difíceis e precárias, para defender a integridade territorial de Portugal.
Por tudo isto, há sobejas razões para, cada vez com mais convicção e intensidade, mas de forma correcta e ponderada, questionar o papel do actual regime e avaliar a sua substituição pela Monarquia que oferece melhores garantias de isenção e progresso porque o Monarca não está ligado a nenhum Partido e é educado desde tenra idade com o objectivo de governar e ser Rei; por outro lado, D. Duarte Pio, é uma referência de Homem honrado e de cuja honorabilidade sempre ouvi tecer rasgados elogios.
Nos tempos que correm, esta é uma virtude valiosíssima porque não é fácil encontrar alguém que sirva de arquétipo para ocupar tão distinto cargo e em quem as pessoas acreditem e depositem toda a confiança.

O cargo supremo da Nação deve ser ocupado por quem possua uma elevada estatura moral, com um passado exemplar que sirva de referência para todos os cidadãos, monárquicos ou republicanos.

domingo, 16 de agosto de 2009

A ARMA DA CREDIBILIDADE FALHOU



Há um sector importante do PPD/PSD que é responsável pela eleição de Manuela Ferreira Leite (MFL) para líder do Partido, nas últimas eleições directas.

Tratando-se de uma criatura sem queda para a política, com grande dificuldade argumentativa, muito pobre de ideias e com imensos rabos de palha relativos à época em que exerceu cargos governativos, não consigo vislumbrar a razão pela qual esses militantes entregaram nas mãos da antiga Ministra das Finanças o destino do PSD e, ao mesmo tempo, acreditaram na possibilidade de poder vencer Sócrates e ascender ao lugar de Primeira-Ministra de Portugal.
A grande arma de Ferreira Leite era a CREDIBILIDADE e, durante alguns meses, conseguiu transmitir aos portugueses alguma confiança nesse capítulo, garantindo-lhes que com ela no Governo, a moralização da política seria incontornável.

Porém, quando chegou o momento de demonstrar por actos e atitudes aquilo que tinha transmitido por palavras, acabou por utilizar tão poderosa "arma" contra si própria, em vez de atingir os seus adversários.
De facto, Manuela Ferreira Leite, ao elaborar as listas de Deputados à Assembleia da República, cometeu uma série de equívocos que deitaram por terra todo o trabalho desenvolvido na defesa da credibilização da política e da vida pública portuguesa, em geral, aceitando alguns nomes de familiares do seu círculo de amigos e aprovando outros que estão pronunciados para responder em julgamento, logo a seguir às eleições legislativas.
Com esta actuação, não há CREDIBILIDADE que resista e Manuela Ferreira Leite, por ingenuidade ou por incompetência, acabou por hipotecar uma boa parte do capital de confiança que até então havia conquistado junto dos portugueses.
Se as coisas antes já estavam difíceis, agora ficaram muito mais complicadas, o que é uma pena, porque a vitória estava ao alcance de uma campanha sem erros.
A minha esperança é que os eleitores desiludidos e descontentes com a actuação de MFL, optem por votar no CDS/PP, cujo líder tem feito um óptimo trabalho, de forma a que os votos não transitem para as forças de esquerda.
Costuma dizer-se que cada um tem aquilo que merece e na verdade, o PPD/PSD, ao eleger quem elegeu, tem aquilo que merece e escolheu.

sábado, 15 de agosto de 2009

O REGIME DOS EQUÍVOCOS

Há tantos criminosos perigosos à solta, uns porque não são localizados e presos pelas autoridades e outros porque são libertados pelos próprios Juízes que acho incrível e escandaloso que seja constituído arguido um cidadão pró-Manarquia que protagonizou uma simples brincadeira, sem causar danos a ninguém e se identificou perante as autoridades.
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Na madrugada de 10 de Agosto de 2009, alguns elementos do blogue 31 da Armada, levaram a cabo uma acção política, na histórica varanda da Câmara Municipal de Lisboa, retirando do mastro a bandeira da cidade e hasteando em seu lugar a bandeira da Monarquia.
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Toda esta acção foi devidamente filmada e o vídeo pode ser consultado no referido blogue. Foi uma acção tranquila e pacífica e só teve êxito porque efectivamente não há segurança na capital mas tão pouco, em qualquer ponto do País.

A imprensa de hoje anuncia que foi constituido arguido um dos elementos que participou na acção e até já se fala em julgamento.

Agindo à boa maneira portuguesa, as autoridades são muito céleres e expeditas com tudo o que é acessório mas extraordinariamente desinteressadas, lentas e ineficazes com tudo o que é essencial na Justiça.

A Justiça entretem-se e diverte-se com coisinhas, ninharias que não ofendem nem causam danos a ninguém e fecha os olhos e deixa passar impunemente crimes violentos que ocorrem todos os dias bem como fraudes e saques gigantescos na Administração Pública e em muitas outras Instituições privadas que delapidam o erário público e o País e obrigam os portugueses a suportar pesados encargos em impostos.

As autoridades devem preocupar-se em perseguir, prender, julgar e condenar todos os criminosos, dedicando uma atenção muito especial ao crime organizado, cujos gangs actuam de norte a sul de Portugal, durante anos, sem que nada lhes aconteça.

Deixem-se de brincadeiras, basta identificar os autores e saber da sua boca qual o significado da sua acção que aliás já foi abundantemente explicada e noticiada no blogue do grupo. Não confundam actos não-violentos e de natureza política com assaltos à mão armada; não confundam cidadãos pacíficos, ordeiros e civilizados com perigosos criminosos.

E depois, a Bandeira da Monarquia, não sendo o símbolo utilizado oficialmente desde 5 de Outubro de 1910, não deixa de ser uma das muitas bandeiras portuguesas que representaram Portugal ao longo de séculos e que ainda hoje é exposta e hasteada em muitas Instituições, ao lado da Bandeira da República, em ocasiões especiais.

De que crimes vão acusar os membros do Blogue 31 da Armada? Roubo? Invasão de propriedade alheia? Danos causados à República? Maus-tratos à bandeira da CML? Ultraje? Traição?

Tudo o que foi feito está documentado em vídeo e até a bandeira da CML fizeram questão de entregar, devidamente tratada na lavandaria. Se a Justiça continuar a desperdiçar tempo com este caso, quando existem tantos milhares de processos nos Tribunais, há vários anos, para investigar e julgar, tal actuação representa uma grande falta de respeito para com todos os cidadãos portugueses que cumprem a Lei e reclamam justiça.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

NÃO HÁ BELA SEM SENÃO

No melhor pano cai a nódoa. Este ditado, embora muito antigo, está sempre actual. Ninguém está isento de cometer gafes ou erros, por mais brilhante que seja o seu percurso académico e a sua carreira profissional.

Confesso que cultivei uma certa simpatia por Carlos Abreu Amorim e desde há anos que aprecio as suas intervenções políticas e leio com regularidade os seus artigos de opinião que a maioria das vezes coincidem com a minha maneira de pensar.

Desta vez, porém, discordo totalmente com o conteúdo do postal publicado na última página da edição do Correio da Manhã de 12.08.2009, com o título "Heresias - Azul Eufémia", por ser ofensivo e atentatório dos direitos de uma parte dos cidadãos portugueses que se revêem na Monarquia e gostariam de a ver restaurada em Portugal.

Prefiro pensar que foi um momento menos bom de Carlos Amorim pois poderia ter aproveitado esta soberana ocasião, não para "malhar" nos simpatizantes monárquicos, que nada fizeram para o merecer mas para denunciar a forma como tem sido maltratada a monarquia e a memória de todos aqueles que a serviram, pelos democratas de Abril.

Lembrar que no centenário do assassinato do Rei e do filho herdeiro, os partidos políticos não foram capazes de fazer aprovar na Assembleia da República, um simples voto de pesar e, por outro lado, a Constituição Portuguesa não permite o referendo para avaliar a vontade do Povo.

Mas vejamos o que escreveu Carlos Abreu Amorim:

Um grupo de moços da direita bem-comportada tem um blogue que luta desesperadamente por audiências. A rapaziada diz-se monárquica, o que, em Portugal, não tem qualquer significação especial para além de uma mescla entre um vago saudosismo pindérico com um esforço de ostentação onomático. No fundo, a maioria dos ‘nossos’ monárquicos não passa de patéticos candidatos a aristocratas.

A malta desse blogue quis dar nas vistas e urdiu uma façanha tipo ‘Verde Eufémia’: invadiu a varanda da Câmara de Lisboa e substituiu a bandeira da cidade pela do seu culto, filmando tudo (claro está!).

O que fica desta pantominada? Para além da publicidade grátis aos próprios, temos, ainda, de lhes agradecer a
elucidação acerca do que valem os actuais adeptos indígenas da monarquia.


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Um grupo de moços da direita bem-comportada? Conotar alguém que se revê na Monarquia e que levou a cabo uma acção política em sua honra com a direita bem-comportada é, no mínimo, um atrevimento insensato, na medida em que não conhecendo a ideologia das pessoas, não se pode partir do princípio que sendo monárquico, é de direita. Esta conotação é abusiva porque no universo dos cidadãos monárquicos existem todas as ideologias e não podem os autores da acção na Câmara Municipal de Lisboa ser identificados como sendo de direita, a não ser que Carlos Abreu Amorim os conheça pessoalmente.

Vago saudosismo pindérico? Acha mesmo? Depois de 16 anos de revolução republicana, em permanente guerra civil, 48 anos de ditadura e 34 anos de democracia falhada por incompetência dos políticos e governantes, ainda acha que é saudosismo de mau gosto, piroso, parolo?

Esforço de ostentação onomático? Perdoe-me a correcção mas eu penso que se trata de onomástico (relativo aos nomes próprios). Qual ostentação onomástica? Nenhum monárquico está preocupado com esse tipo de ostentação, o que para mim é preocupante é a escandalosa ostentação de grandes sinais de riqueza, de muita gente, por esse País fora, consequência da má administração da coisa pública, corrupção, fraude, etc., etc. e gozar de um estatuto de impunidade que é vergonhoso, revoltante e muito penalizador para o contribuinte. Isso é que é muito precupante e demonstra bem o estado deplorável em que se encontra a Justiça.

Patéticos candidatos a aristocratas? Nenhum monárquico pensa em privilégios ou títulos de nobreza, uma vez que são verdadeiros democratas, o que se pretende é construir uma sociedade mais fraterna e mais justa, onde todos sejam tratados de forma igual e onde os governos tenham como primeiro objectivo a felicidade da pessoa humana.

Elucidação acerca do que valem os actuais adeptos indígenas da monarquia? Da actuação dos bloguistas "31 da armada" ningém pode ter ficado elucidado acerca do valor dos actuais adeptos da monarquia que tenho a certeza valem muito mais do que o autor do artigo nos quer fazer crer. Pessoalmente, gostei do episódio mas ficaria muito mais satisfeito se em vez de terem hasteado a bandeira monárquica na histórica varanda da Câmara Municipal de Lisboa, tivessem consagrado na Constituição os direitos usurpados à Monarquia.

Depois, querer comparar a actuação do grupo designado "Verde Eufémia" com a dos bloguistas "31 da armada", também não é muito correcta na medida em que os primeiros destruíram um campo de milho, causando prejuízos avultados ao seu legítimo proprietário e os segundos não causaram qualquer dano ou prejuízo à Edilidade. Por outro lado, o segundo é um caso tipicamente político e o primeiro tem a ver com a cultura de transgénicos a que os ecologista se opõem de forma frontal e radical.

Este episódio de hastear a bandeira monárquica na histórica varanda do edifício dos Paços do Concelho, tem o seu quê de simbolismo e fez bem ao ego de muitas centenas de milhar de monárquicos que gostariam de ver consagrada na Constituição da República a possibilidade de realizar um referendo à vontade dos portugueses sobre o modelo de regime que preferem.
Afinal, que raio de democracia é esta que proibe o povo de se exprimir democraticamente sobre a implantação de um outro regime, ao qual se deve a fundação de Portugal, o alargamento das suas fronteiras, a descoberta de novos mundos e a administração do território durante novecentos anos?
Em democracia devem caber todas as tendências políticas, religiosas, culturais, etc. e depois cabe ao Povo escolher, em cada momento e em plena liberdade, a sua vontade.
Os constitucionalistas de Abril, mais papistas que o papa, mancharam a Constituição com algumas normas inconstitucionais, de cariz fascista, sendo uma das maiores nódoas, a proibição do referendo à MONARQUIA.

Afinal, de que têm medo os Republicanos? Se estão assim tão seguros de que a Monarquia morreu no dia 1 de Fevereiro de 1908 com o bárbaro assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe Herdeiro D. Luis Filipe, porque motivo impuseram essa restrição na Constituição?

Uma coisa é certa, o sangue monárquico continua a fervilhar nas veias de muitas centenas de milhar de portugueses e um dia, a sua acção fará com que seja revista a Constituição.Tal não aconteceu ainda nestes 34 anos de regime democrático porque o herdeiro do Trono tem tido um papel pouco activo na consolidação de tais objectivos e os monárquicos também nada fizeram de relevante, até hoje, para alterar tal situação.
D. Duarte Pio de Bragança, herdeiro da Coroa portuguesa, deve desenvolver todos os esforços para que seja consagrado na Constituição o direito de referendar a monarquia e deve assumir um papel mobilizador e unificador de todos os cidadãos monárquicos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

RAUL SOLNADO

O País ficou mais pobre. Raul Solnado deixou-nos fisicamente na manhã de 8 de Agosto de 2009, um pouco antes da hora do almoço e quando faltavam cerca de dois meses para completar 80 anos. Porém, o seu nome e a sua obra perpetuarão para sempre na memória e no coração de todos os portugueses.

Curvo-me respeitosamente perante a memória de tão ilustre português que atingiu em vida, uma dimensão, interdita à grande maioria dos homens e que foi para mim uma extraordinária referência, antes e depois do 25 de Abril de 1974.

Raul Solnado era o símbolo da simplicidade que irradiava pureza e simpatia e tudo quanto fazia, tinha também essa enorme virtude da simplicidade, de fácil compreensão, ao jeito do povo, daquele povo mais humilde e menos instruído.

Ainda criança, recordo como ria perdidamente, até às lágrimas, com o seu humor único, simples, desconcertante e impagável. Num tempo em que os meios audio-visuais não existiam, deliciava-me a ouvi-lo na rádio e através de gravações e discos que comprava logo que eram postos à venda.

Recordo que logo após o 25 de Abril, a maioria dos artistas portugueses enveredaram pela utilização de toda a espécie de palavrões obscenos, como se não fosse posssível continuar a fazer espectáculos de diversão, em liberdade e democracia, sem utilizar todo aquele chorrilho de asneiras.

Raul Solnado foi uma raríssima excepção, resistindo a todos esses excessos, continuando a fazer o seu trabalho e a fazer rir os portugueses sem necessidade de recorrer a esse tipo de vocabulário, respeitando tudo e todos, sem ofender e sem atingir a dignidade das pessoas, como era normal acontecer no pós-25 de Abril.

Raul Solnado foi daqueles Homens que mereceram o 25 de Abril e que mais o souberam respeitar. A sua extraordinária dimensão humana e qualidade artística superior, permitiu-lhe fazer criações humorísticas fascinantes, antes e depois do 25 de Abril, sempre com a mesma postura, em que sobressaía o respeito absoluto pelos outros.

Só um grande Homem e um grande Artista é capaz de conservar durante uma vida esta extraordinária nobreza de carácter, sempre preocupado com o bem-estar dos outros.

RAUL SOLNADO, adorava que o teu tempo terreno pudesse ter prolongamento e pudesses continuar a fazer durante muitos mais anos, aquilo que mais gostavas: fazer os outros felizes. Porém, nestas coisas de morrer, a vontade humana não tem qualquer influência e quando chega a hora da verdade, não há privilegiados.
Sinto que partes feliz porque fizeste em vida tudo quanto desejaste realizar e cumpriste na perfeição os desígnios de Deus.
Agora é tempo de gozares a felicidade eterna, na companhia dos familiares e de tantos amigos e companheiros que partiram antes de ti.
Até sempre.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

INACREDITÁVEL

SEM ELECTRICIDADE, EM PLENO SÉCULO XXI
Li num Jornal diário que Santana da Serra, uma freguesia do concelho de Ourique, foi agora contemplada com luz eléctrica.
Por momentos fiquei incrédulo e perplexo ao verificar que num País com cerca de 561 kms de comprimento e 214 na sua maior largura, ainda existem povoações e populações privadas desse bem público essencial, mas também de saneamento básico (água canalizada, esgotos e arruamentos).
Em face de tal notícia, não pude deixar de pensar: que benefícios tiveram com o 25 de Abril, as pessoas que esperam há 34 anos pela chegada da electricidade e do saneamento básico?
Como é possível que os governantes deste País tenham ignorado e desprezado, durante tantos anos, estes portugueses, obrigando-os a viver em condições miseráveis e desumanas?
Até agora, os habitantes de Santana da Serra, não podiam desfrutar da companhia da televisão, não podiam ter frigorífico nem qualquer outro electrodoméstico, vivendo em condições semelhantes às do início do século XX, isolados e completamente afastados da civilização, como animais, alimentando-se no dia-a-dia à base dos produtos extraídos da terra, com imenso trabalho e sacrifício e sem poderem guardar e conservar um pouco de carne ou peixe para situações de emergência.
Como é possível que ainda haja em Portugal, em pleno século XXI, cidadãos privados de luz eléctrica, água, esgotos e arruamentos?
Uma situação desta natureza, constitui uma imensa vergonha para o País e para os governantes que em 34 anos de democracia, não foram capazes de levar a electricidade a todos os locais onde existem pessoas, proporcionando direitos iguais para todos.
Quando oiço o Governo anunciar obras megalómanas, de necessidade duvidosa que de facto não vêm acrescentar mais bem-estar à grande maioria dos portugueses e que implicam gastos astronómicos de muitos milhares de milhões de euros, interrogo-me como é possível que esse mesmo Governo não seja capaz de acabar com estas situações vergonhosas, intoleráveis e desumanas que impedem as pessoas de usufruir de direitos que são comuns a todos os portugueses e lhes rouba a possibilidade de poderem ter uma vida mais saudável e mais feliz.
Com uns míseros euros, em parceria com as Câmaras que superintendem nesses locais, há muito que o Poder Central teria resolvido o problema. Mas o que se vê e constata ao longo de todos estes anos, é que os Governos se estão burrifando para as pessoas que não têm electricidade ou saneamento básico e vivem em condições miseráveis, o que eles querem é realizar grandes obras, envolvendo muitos milhões pois dessa forma, é muito mais fácil conseguir grandes proveitos e acautelar o futuro, depois de se acabarem os tachos.
Esses Senhores já alguma vez tentaram, por alguns segundos, imaginar-se no lugar daquelas pessoas, em pleno século XXI, sem electricidade e sem saneamento básico, sem poderem usufruir dos benefícios de um frigorífico, de um aparelho de ar condicionado ou de uma televisão?
Não, nunca se imaginaram em tal situação, caso contrário tinham resolvido o problema imediatamente.
Este exemplo de Santana da Serra e de outros idênticos que provavelmente existem ainda por esse País fora, é revelador de como o bem-estar das pessoas não é de facto, infelizmente, o objectivo primeiro dos governantes portugueses e, por isso mesmo, o povo continua, em matéria de direitos, na cauda de todos os Países da CEE.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Candidatos à CML com ideias diversas

Depois de tantas obras e tantos milhões gastos, justifica-se a desactivação do aeroporto da Portela?


Sempre que há eleições legislativas ou autárquicas, reacende-se a discussão em torno do Aeroporto da Portela, mais conhecido por Aeroporto de Lisboa e os políticos emitem as suas opiniões, em obediência à estratégia dos Partidos que representam.
Vem este tema a propósito das ideias que os candidatos do PSD e do PS à presidência da Câmara têm para lisboa. Enquanto Santana Lopes defende a continuação do aeroporto, pela mais valia que representa para a capital, António Costa prefere a sua desactivação, alinhado com as opções do Governo, pretendendo transformar a área libertada em mais um espaço habitacional.
Durante décadas, o aeroporto de Lisboa condicionou a construção nas zonas envolventes e nos enfiamentos das pistas de aterragem e descolagem, não podendo a construção ultrapassar determinadas cotas em altura.
Por outro lado, desde a sua inauguração, em 15 de Outubro de 1942, apenas com uma pista e um terminal, o aeroporto sofreu, nestes quase 67 anos de existência, imensas obras de remodelação e ampliação, que custaram ao Estado milhares de milhões de euros e neste preciso momento, estão a ser realizadas obras de grande envergadura que custam ao erário público cerca de 400 milhões de euros, na requalificação da área comercial existente e ampliação e reestruturação do Terminal 1 e Terminal 2, já a operar.
Desactivar e mandar para a sucata uma infra-estrutura tão valiosa para Lisboa, onde foram investidos milhares de milhões de euros e que pode continuar a ser de grande utilidade para a capital do País, sem qualquer problema, ainda durante décadas, não me parece uma medida acertada tanto mais que o País passa por grandes dificuldades económicas que esta crise mundial veio agravar e que está para durar.
Tendo em atenção o que acima escrevi, é óbvio que me revejo na posição assumida pelo candidato do PSD, Pedro Santana Lopes quanto à solução que preconiza para o aeroporto da Portela, porque ela representa coerência e bom-senso e demonstra que deseja o melhor para Lisboa, mantendo uma infra-estrutura fundamental para a mobilidade das pessoas que queiram entrar ou sair do País.
Creio que são opções desta natureza, coerentes, genuinas e independentes que fazem de Santana Lopes o melhor candidato para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tendo ainda a seu favor o facto de conhecer muito bem os problemas da cidade e da Câmara e a experiência que adquiriu no seu primeiro mandato, a qual lhe permitirá não voltar a cometer determinados erros e dedicar-se exclusivamente ao essencial.
Se o Povo fosse considerado uma peça importante nas grandes opções do Governo, nenhuma decisão seria tomada sem a sua consulta através do referendo mas na verdade, a única coisa que os governantes apreciam no Povo, é o seu voto em tempo de eleições.

domingo, 2 de agosto de 2009

ESTA JUSTIÇA FEDE QUE TRESANDA


Ontem tomei conhecimento que o autarca de Oeiras, Isaltino Morais, foi condenado a sete anos de prisão, com perda de mandato.
Confesso que fiquei satisfeito com esta decisão da Justiça. Desde 2005 que o processo judicial se arrastava e o autarca estava acusado de crimes de corrupção passiva, participação económica em negocio, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de poder.
É claro que estes Senhores autarcas não podem administrar uma Câmara em proveito próprio mas infelizmente é o que tem acontecido de Norte a Sul e de Este a Oeste do País. As maiores fortunas têm sido forjadas no desempenho de cargos autárquicos e os Presidentes são aqueles que têm direito à maior parte do bolo.
Quem estiver interessado em saber a verdade, pergunte por esse País fora, ao cidadão comum, quem eram as pessoas antes de serem Presidentes de Câmara e quem são agora, depois de cumprirem 2, 3, 4, 5, 6 ou 7 mandatos, sempre no mesmo Município e gerido como se de uma coutada do próprio se tratatasse.
As queixas e os boatos ouvem-se em toda a parte mas o Ministério Público nunca esteve interessado em fazer investigações profundas e levá-las até às últimas consequências, levando a julgamento todos os criminosos, independentemente do Partido a que pertençam, do grau académico e do poder económico que possuam.
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Quanto a Isaltino Morais, estamos conversados, a Justiça tarde e a más horas lá conseguiu incriminá-lo por uma ínfima parte dos crimes que cometeu e é bom que pague por eles.

Mas então, por que espera a Justiça para condenar os outros autarcas que cometeram tantos ou mais crimes que o Isaltino e arranjaram fortunas que não têm hipótese de justificar?

Se a Justiça prende uns e deixa outros à solta, então não há justiça e dá azo a que as pessoas façam interpretações pouco abonatórias em seu favor. Misturar Justiça com política, condenar pessoas em função das suas orientações políticas, acabará por causar danos irreparáveis no regime democrático, ainda mais devastadores que a actual crise.

Passados 34 anos sobre a conquista da liberdade e da democracia, em que tanto os revolucionários de Abril como os políticos que se lhe seguiram só têm feito promessas e têm falhado em quase tudo o que prometeram, demonstrando constantemente uma falta de respeito e consideração pelos mais desfavorecidos que por via disso estão a passar as maiores dificuldades e privações desde 25 de Abril de 1974.

O maior cancro da democracia é a Justiça. Praticamente ela só actua com os pobres ou seja: é forte com os fracos e fraca com os fortes.

Até hoje e são volvidos 34 anos, o Povo manteve-se ordeiro e sereno, acatando a actuação da Justiça e respeitando os seus agentes, aqueles que têm a sagrada missão de fazer justiça.

Porém, depois de ao longo dos anos verificar o que se passou com os milhares de processos publicitados na comunicação social, envolvendo grandes grupos económicos, governantes, políticos, autarcas, figuras de relevo da vida pública portuguesa, não esquecendo os casos mais recentes e mediáticos, como o processo Casa Pia, Apito Dourado, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Mesquita Machado, Avelino Ferreira Torres, Elisabete Chaves (considerada líder de uma rede de auxílio à emigração ilegal e inicialmente acusada pelo Ministério Público de cerca de 700 crimes), Banca, etc., creio que é inevitável que o Povo tenha que intervir de forma organizada para acabar com esta imensa vergonha nacional.

Uma das soluções seria proceder à exoneração de todos os agentes da Justiça e começar tudo de novo mas como isso não é possível, o Povo terá que tomar medidas políticas drásticas para que o Poder seja entregue a alguém que nunca o tenha conquistado desde o 25 de Abril e que não tenha nada a ver com o estado deplorável a que chegou a Justiça.

Por mim, aplicava já esta medida nas próximas legislativas.