terça-feira, 12 de dezembro de 2017

RARÍSSIMAS (ASSOCIAÇÃO) - MAIS UM PÉSSIMO EXEMPLO DE COMO PRESIDIR A UMA INSTITUIÇÃO DE CARÁCTAR SOCIAL

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Pelo que tenho lido e ouvido nestes últimos dias sobre o desempenho da Presidente da Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras (Raríssimas), estamos perante mais um caso de abuso de poder, prepotência, administração danosa e uso indevido dos dinheiros da Instituição. 

Pelos vistos, esta senhora fazia o que lhe dava na real gana com os recursos financeiros da Associação, os quais, em boa parte, são oriundos de gestos de solidariedade, donativos e subsídios do Estado e, portanto, também dos contribuintes, em geral.

Seria lógico que as despesas efectuadas pela presidente da Raríssimas fossem devidamente escrutinadas pelos seus Órgãos Sociais competentes e, desde logo e em primeiro lugar, pelos membros da Direcção que não deviam pactuar com gastos supérfluos e descontextualizados da  acção interventiva da Associação.

Mas não funcionando capazmente a Direcção, por medo ou subserviência, então essas irregularidades cometidas pela presidente da Raríssimas, deviam ter sido apuradas e denunciadas, tanto pela Assembleia Geral como pelo Conselho Fiscal e, pelos vistos, nenhum destes Órgãos detectou qualquer irregularidade!

Na verdade, tanto nesta como noutras Instituições do género, os Órgãos Sociais de fiscalização não funcionam, limitando-se os seus membros a colocar a assinatura nos documentos que os membros da Direcção lhes dão para assinar. Normalmente, esses lugares nos Órgãos Sociais são preenchidos por gente importante, governantes no activo ou ex-governantes, banqueiros, catedráticos, deputados, etc., etc., etc. E o problema dessa gente, é que para além de não honrarem o compromisso que assumiram, ainda dificultam a tarefa na hora de descobrir a verdade, porque não querem ver o seu nome associado às irregularidades de pessoas sem carácter e totalmente desprovidas de ética e moral, a quem facilitaram essa acção negativa e sensurável.

Mas pelos vistos, na Raríssimas, os problemas não eram só com a Presidente mas também ao nível da prestação de serviços, segundo queixas que já haviam sido apresentadas mas que só agora se ficaram a conhecer. Vejamos o que diz esta Senhora:

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Dinis, o filho de Rita Sequeira, sofre da síndrome de Prader-Willi, uma doença genética rara que faz com que as pessoas tenham sempre apetite. Quando soube do diagnóstico do filho, Rita recorreu à associação Raríssimas mas hoje, arrepende-se. A auxiliar de saúde contou a sua experiência à SÁBADO, na primeira pessoa.
"A Raríssimas não me ajuda, nunca ajudou. Telefonei quando soube o diagnóstico do Dinis, em 2014. Lá explicaram-me a doença de uma forma geral. Disseram que me podiam enviar uns guias orientadores, para que eu soubesse como se age. Depois propuseram-me uma consulta na Casa dos Marcos, na Moita.

Lá obrigaram-me a fazer-me sócia para conseguir preços mais vantajosos, mas que acabaram por ser quase iguais aos do sector privado. As sessões eram vendidas em pacotes. Cada pacote de dez custava cerca de €275. Os preços eram talvez menos €2, €1. Paguei €25 no dia em que me fiz sócia.
Eu não sentia diferenças no Dinis com a terapia. Sei que com a doença do Dinis não é possível ter grandes mudanças, mas devia haver um apaziguamento depois das sessões. Cada uma na Casa dos Marcos durava menos de 60 minutos. 

Eu assisti a uma ou duas sessões e não era espectacular. O serviço da Casa dos Marcos não era melhor que o do privado. Achei primeiro que eram uma benesse, mas apercebi-me de que me estavam a mandar areia para os olhos.
Têm uma sala de snoezelen [terapia multisensorial para diminuir níveis de ansiedade e tensão], que é uma coisa de outro mundo: há uma piscina de bolas, música ambiente de acordo com os doentes, um colchão sensorial e outro de água, uma parede de luzes rítmicas para os miúdos descontraírem. Quando os funcionários viam que eu estava a ficar irritada com eles, levavam o Dinis à sala de snoezelen. Mas quando ele mais precisava, isso não acontecia.
Deixámos de ir há dois anos, quando mudei de horário. Na escola onde o Dinis está tem acesso às sessões comparticipadas pela Segurança Social. Está a ser acompanhado no hospital da Estefânia, e no hospital de Santa Maria.
Basta entrar na Casa dos Marcos para perceber a ostentação. A casa de banho é de luxo, o chão é todo de mármore polido, de uma opulência absurda. A sala de fisioterapia tem equipamentos topo de gama. Os tectos da casa são altíssimos, lá dentro estão sofás de designer. Trabalhei num atelier de arquitectura, aprendi a reparar nestas coisas. E quem não tem dinheiro para pagar o chão de mármore, não pode ir lá.

Uma das pessoas que fundou a Raríssimas é mãe de uma boa amiga minha. Quando a associação foi fundada, sentiu esperança. Hoje ela não pode ouvir falar dessa senhora [Paula Brito e Costa]. O que ela me disse foi: 'Rita, eu deixei de levar lá a minha filha quando percebi que só queriam o meu dinheiro. Era uma cliente, não uma utente.'
Gostava que daqui a pouco tempo a Paula Brito e Costa fosse impedida de entrar na Raríssimas, de tocar em crianças. Ou ser presa. E quero que a Raríssimas se reerga com um comportamento normal de responsabilidade social, para ajudar. Devia mudar-se toda a direcção. Todos foram coniventes."  

AFINAL, SEGUNDO ENTENDI DAS PALAVRAS DE RITA SEQUEIRA, A RARÍSSIMAS TAMBÉM SE COBRAVA BEM PELOS SERVIÇOS QUE PRESTAVA!!! ENTÃO, APOIAVA SOCIALMENTE OU FAZIA NEGÓCIO? HÁ MUITA COISA A EXPLICAR...

sábado, 9 de dezembro de 2017

ESPÍRITO DE NATAL

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Por tradição, a quadra natalícia é portadora de uma magia contagiante que inunda de amor a maioria dos corações humanos e preenche de boas intenções o seu espírito, tornando-os mais sensíveis e solidários perante os problemas dos outros.

É um período muito especial em que o ESPÍRITO DE NATAL está presente em cada ser humano, como que por milagre e, tal transformação, pode observar-se diariamente, à vista desarmada, no brilho do olhar, na doçura do sorriso, na meiguice e simpatia das palavras e até na bondade e espontaneidade das boas acções.

Se o verdadeiro espírito de Natal permanecesse no coração dos homens ao longo de todo o ano, o Mundo seria substancialmente melhor e acima de tudo, o seu espírito solidário jamais permitiria tanta miséria humana. 

Neste Natal, para além daqueles pedidos obrigatórios que sempre faço, de muita saúde para mim, familiares, amigos e todas as pessoas em geral e que renovo todos os anos, queria pedir ao Pai Natal que "tocasse" o coração dos homens e eliminasse dele todo o tipo de crueldade; ódios, invejas e vinganças, por forma a acabar com as guerras e com o sofrimento de uma boa parte da humanidade.

Ao Criador, encarnando o Pai Natal ou o Menino Jesus, nada é impossível. Como homem de fé, acredito num Mundo melhor e acredito também que os homens serão capazes de o construir,  quando finalmente chegarem à conclusão que ninguém pode ser feliz à custa da infelicidade dos outros.

FELIZ NATAL PARA TODOS!

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

BASILEIA/BENFICA 5-0 e BENFICA/BASILEIA 0-2 (7-0)!!!

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O Benfica não foi capaz de aproveitar o último jogo da fase de grupos da Champions para limpar a imagem e mostrar ao mundo do futebol que a equipa vale muito mais do que aquilo que demonstrou nos 5 jogos anteriores, onde também contou com alguns lances infelizes e até más decisões da arbitragem.
 
Na verdade, este último jogo da Champions, em Lisboa, no estádio da Luz, contra a equipa do Basileia que havia ganho na Suíça por 5-0, a derrota mais pesada desta fase de grupos, veio comprovar que o Benfica se cotou como a equipa mais fraca do grupo mas também do universo das 32 equipas que participaram na frase de grupos.
 
É demasiado confrangedor verificar que a equipa do Basileia veio a Lisboa jogar para ganhar a partida e, dessa maneira, garantir a sua presença nos oitavos de final, independentemente do resultado que o CSK possa alcançar em Inglaterra contra o Manchester United e que ao intervalo estava empatada a zero.
 
Durante toda a primeira parte, o Benfica não conseguiu superiorizar-se ao seu adversário e sofreu o primeiro golo aos 5 minutos de jogo, com a defesa a meter água por todos os lados e toda a equipa a dar, de facto, uma muito má imagem. Na segunda parte o figurino não se alterou e o Basileia aproveitou para marcar o segundo golo, colocando-se confortavelmente na posição de vencedor.
 
Pena que o Benfica não tenha conseguido uma vitória no seu último jogo mas na verdade, a equipa não mostrou argumentos para a poder alcançar. O Benfica é uma equipa sem chama, apática, muito pouco guerreira. Esta sua incompreensível forma de estar em campo, facilita a vida dos adversários que não têm que se esforçar muito para construir resultados positivos.
 
Como avaliar esta participação do Benfica na Liga dos Campeões? Bem... ela foi tão má, tão má que só pode ser classificada de VER-GO-NHO-SA!!!

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O PRÓXIMO CLÁSSICO SERÁ ENCARNADO OU AZUL?

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Será o Benfica capaz de alcançar um resultado positivo, na próxima sexta-feira, no Dragão? Bem, a resposta é uma incógnita absoluta, dada a irregularidade exibicional da equipa encarnada, tanto nas competições europeias como nas competições internas.

Curiosamente, na última jornada, contrariando, de alguma forma, as suas anteriores exibições, o Benfica produziu uma boa exibição contra o Vitória de Setúbal e construiu a maior goleada desta época e brindou a equipa sadina com seis golos sem resposta.

A questão é: terá sido esta exibição benfiquista fruto de uma melhoria substancial do futebol jogado pela equipa ou resultante de uma fraca actuação do Vitória de Setúbal?

Na verdade, notou-se que a equipa jogou com mais intensidade, mais acertiva no passe e esteve mais pressionante sobre o adversário, pressão essa que muito dificultou a organização atacante do Vitória que quase não existiu.

Ao contrário, o Futebol Clube do Porto, o adversário do Benfica no clássico da próxima sexta-feira, cedeu um empate a um golo frente à aguerrida equipa de Vila das Aves, treinada por Lito Vidigal, mercê de uma exibição menos conseguida, tal como Sérgio Conceição reconheceu no final do encontro.

Então, é o Benfica que está a subir de forma e o Futebol Clube do Porto a baixar ou tudo isto são contingências do futebol em que por vezes há equipas bafejadas pela sorte e outras pelo azar?

Seja como for, na próxima sexta-feira eremos oportunidade de tirar a limpo qual das duas equipas estará em melhor momento de forma. Veremos se a exibição do Benfica contra o Vitória de Setúbal é fruto de uma subida de forma e se vai reflectir no clássico, ganhando ou empatando ou, se pelo contrário, tudo continua na mesma e o Futebol Clube do Porto não terá dificuldade em vencer o jogo e alargar para 6 pontos a vantagem na tabela classificativa.

A expectativa para a próxima jornada, é saber se o Benfica é capaz de alcançar uma vitória e igualar o Porto na classificação e, nesse caso, caso o Sporting vença o Belenenses, alcançaria a liderança.

Vamos esperar para ver e desejar que o clássico seja um grande jogo de futebol, sem casos e no final que ganhe o melhor.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

CSKA / BENFICA - RESULTADO E EXIBIÇÃO MAIS QUE PREVISÍVEIS!!!


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Poderíamos, sem qualquer dificuldade, escrever antecipadamente a crónica deste 5º jogo da Liga dos Campeões entre o CSKA Moscovo e o Sport Lisboa e Benfica, tal é a previsibilidade da actuação da equipa encarnada!

Sabíamos antecipadamente que o Benfica não iria ter argumentos para impor uma derrota à equipa adversária, na medida em que, esta época, o seu futebol é demasiado pobre para poder ter alguma possibilidade de êxito e é por isso mesmo que no final do 5º jogo, o Benfica soma 5 derrotas, 12 golos sofridos e apenas 1 golo marcado, tendo como adversários, pelo menos duas equipas de igual valia, o CSKA e o Basileia, com os quais não conseguiu somar um único ponto! É obra! Fica a faltar o jogo com o Basileia em Lisboa e, sinceramente, face ao futebolzinho apresentado até ao momento, quer na Primeira Liga, quer na Liga dos Campeões, não nos surpreenderá se a equipa Suíça vier a Portugal alcançar mais uma vitória. É preciso lembrar que no jogo da primeira mão, os encarnados foram copiosamente cilindrados por 5-0!

Creio que neste momento, das 32 equipas que constituem os 8 grupos de apuramento para os oitavos de final, apenas uma equipa tem pior registo que o Benfica, com 0 pontos, 15 golos sofridos e 0 golos marcados. Trata-se do Anderlecht, do grupo B, que tem como adversários PSG, Bayern e Celtic de Glasgow.

Temos visto alguns jogos do Benfica via TV e Internet e na verdade tem sido uma grande desilusão. Temos visto exibições decepcionantes de uma equipa desorientada, intranquila e pouco agressiva. O futebol é demasiado pausado, com muita pouca pressão sobre o adversário, demasiados passes errados, fraquíssima no um para um e quase nunca leva a melhor nos ressaltos e lances divididos. Por outro lado, a equipa do Benfica tem-se revelado uma autêntica nulidade nas jogadas de ataque em que normalmente perde a bola infantilmente e, sinceramente, não existe uma equipa mecanizada com jogadas estudadas e ao primeiro toque. É tudo muito forçado, aos repelões, sem cérebro e sem objectividade.

Neste cenário, não admira que o campeão em título do futebol português se encontre classificado no 3º lugar da Primeira Liga, a 5 pontos do rival FCP e tenha protagonizado uma tão medíocre e vergonhosa presença na Liga dos Campeões Europeus.

Rui Vitória soma mais um recorde negativo: depois da derrota mais volumosa na história da Taça e Liga dos Campeões (5-0), soma agora 5 derrotas em 5 jogos e vê a equipa sofrer 12 golos e apenas um golo marcado! É uma participação humilhante e desprestigiante!

A Nação benfiquista não compreende como é que uma equipa tetracampeã está a protagonizar uma época tão decepcionante! Há culpados para este insucesso e seria bom para o Clube que os dirigentes reconhecessem isso e rectificassem rapidamente o que está mal.

De resto, quando falta apenas uma jornada para se completar esta fase de grupos, dar os parabéns ao Futebol Clube do Porto que mantém intacta a esperança de chegar aos oitavos de final da Champions e também ao Sporting que nesta jornada, ao derrotar o Olimpiakos por 3-1, assegurou o 3º lugar no grupo e a passagem à Liga Europa. Os dois rivais do Benfica tiveram um comportamento muito meritório na fase de grupos, com exibições de grande nível e a conquista de 2 vitórias e um empate que lhes renderam 7 pontos. No caso do Sporting, dificilmente poderá alcançar os oitavos de final mas no que diz respeito ao FCP, isso está ao seu alcance, basta que vença o Mónaco na última jornada, no Dragão.


terça-feira, 21 de novembro de 2017

AGÊNCIA EUROPEIA DO MEDICAMENTO - RIVALIDADES POLÍTICAS PREJUDICARAM A CANDIDATURA PORTUGUESA

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Numa primeira apreciação, o governo tinha decidido, e bem, candidatar Lisboa à Agência Europeia do Medicamento, actualmente sediada em Londres, onde deixará de operar a partir de 2019, na sequência do Brexit.

Portugal é um País pequeno e de reduzida influência política no contexto europeu. Logo, qualquer candidatura europeia protagonizada por Portugal tem que ser suficientemente forte, quase a roçar a excelência, para ter alguma probabilidade de êxito.

Lisboa, era sem dúvida, uma excelente candidatura, porque goza actualmente de grande prestígio e notoriedade a nível mundial e cumpria a maioria dos requisitos técnicos nessa corrida à EMA, em que participavam mais 18 cidades europeias.

Porém, devido a lutas políticas partidárias de que Portugal nunca sai beneficiado, o governo deixou cair a proposta inicial, acabando por aceitar e concordar com a candidatura do Porto. Infelizmente, os políticos colocam sistematicamente os seus interesses pessoais à frente dos interesses do País e, neste caso, mais uma vez aconteceu. Lisboa reunia melhores condições para lutar pela vitória e se a alcançasse, era Portugal no seu todo que ficaria a ganhar.

O ditado é simples e muito antigo: "A UNIÃO FAZ A FORÇA". Pois em Portugal assiste-se constantemente à desunião das forças políticas com influência na governação, prejudicando gravemente os interesses do País e da sua população.

Quando será que os agentes políticos tomarão consciência de que os seus actos e atitudes terão que ser sempre tomados em função dos superiores interesses da Nação?

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

PORQUE SÃO AS FORÇAS POLICIAIS VÍTIMAS DE CONSTANTES AGRESSÕES?


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Ultimamente, os casos de agressões às forças policiais têm aumentado exponencialmente e quase todos os dias ouvimos ou lemos notícias sobre essa lamentável realidade. 

Somos a favor da lei, da justiça e da razão, esteja ela do lado dos agentes policiais ou dos cidadãos mas não aceitamos que cada um faça justiça por suas próprias mãos. Se o polícia agiu de forma inadequada, deve ser objecto de uma queixa ao Comando respectivo e se, pelo contrário, foi o cidadão a infringiu a lei, este deve ser punido de acordo com o estipulado na lei. Polícias e cidadãos têm o dever de se respeitar e nunca por nunca tentar substituir-se aos órgãos judiciais.

Então porque é que chegámos a esta tão grave situação de vermos tantos agentes da autoridade desrespeitados e agredidos, por vezes selvaticamente?

Em minha modesta opinião, por uma razão muito simples: brandura, ineficácia e impunidade da justiça. Na verdade, tem que ser atribuída à justiça uma enorme quota parte de responsabilidade na crescente onda de desrespeito que se tem verificado para com as forças policiais, precisamente porque os Senhores Magistrados que aplicam a justiça têm sistematicamente ilibado e permitido que gozem de vergonhosa impunidade, toda a espécie de perigosos marginais, muitos deles com cadastro e responsáveis pelo cometimento dos mais variados crimes.

Inacreditavelmente, muitos criminosos apanhados pelas forças policiais em flagrante delito e levados a tribunal, são sistematicamente absolvidos e soltos por esses senhores que administram a justiça, ridicularizando, vexando e desautorizando o papel dos agentes envolvidos que depois são também objecto de chacota dos próprios marginais que deviam ter ficado presos mas que o juiz, vamos lá a saber porquê, decidiu perdoar-lhes e permitir que fiquem livres para voltarem a cometer os mesmos ou ainda mais graves crimes.

Algo vai muito mal na justiça à portuguesa. Temos tido conhecimento de muitas decisões que envolvem sentenças em julgamentos que nos deixam perplexos e indignados porque, pela natureza dos crimes, jamais poderíamos imaginar punições tão leves.

Se há polícias que não têm perfil para desempenhar tão nobre profissão que sejam afastados mas no geral, as forças de segurança têm que ser respeitadas e o Estado tem o dever e a obrigação de garantir esse respeito, produzindo legislação adequada para as proteger.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

QUE GRANDE JORNADA DE SOLIDARIEDADE PARA COM AS VÍTIMAS DOS INCÊNDIOS!!!

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Ontem assisti, via televisão, a mais um jogo particular de solidariedade para com as vítimas dos incêndios do Verão e do Outono que atingiram, tragicamente, dezenas de famílias, "roubando-lhes" a vida dos seus entes queridos e todos os bens materiais adquiridos com o fruto do seu trabalho abnegado e esforçado ao longo de uma vida.

Valeram as centenas de milhar de euros provenientes da receita porque o jogo, em si, não prestigiou grandemente a Selecção Portuguesa de Futebol, cujos jogadores que estiveram em campo, embora esforçados, nunca se encontraram como equipa, e, por isso mesmo, realizaram uma pobre exibição com a Selecção dos Estados Unidos da América, cujo resultado terminou milagrosamente empatado a uma bola, graças a um monumental frango do guardião americano.

Todavia, constatei uma vez mais a imensa generosidade do povo português que faz questão de nunca faltar com a sua solidariedade perante as trágicas desgraças que com frequência se verificam em Portugal.

Desta vez, os portugueses, chocados com a dimensão dos fogos e com as suas trágicas consequências, já contribuíram com milhões de euros, em dinheiro e material diverso, dádivas que, pelos vistos, têm sido canalizadas para prestar o indispensável apoio a quem tudo perdeu, substituindo, até ao momento, passados que são mais de 4 meses sobre os incêndios de Julho e mais de 1 mês sobre os de Outubro, o apoio do Estado, cujos membros do Governo falam muito e prometem muito mas, na prática, tudo isso não passa da habitual retórica do blá blá blá, porque aos que sofreram tão graves perdas, o Governo ainda não reparou nada.

Para o Governo não há situações de emergência em que é necessário ajudar imediatamente. Quem sofre e quem precisa, que espere pelas demoradas decisões dos governantes que não conseguem encarnar os problemas dos outros, colocar-se na pele deles e actuar como se deles próprios se tratasse.

Todos os dias oiço queixas e lamentos das vítimas dos incêndios, nos diferentes noticiários informativos sobre a falta de ajuda do Governo, dizendo que apenas têm tido a ajuda das pessoas e de algumas instituições de solidariedade social, a quem muito agradecem.

À falta de melhor, aconselho os governantes portugueses a pôr os olhos nas autoridades galegas e nas medidas que tomaram relativamente às consequências dos incêndios. Que diferença abismal entre as medidas galegas e portuguesas! Além disso, em Portugal, este Governo não faz nada de moto próprio, anda sempre a reboque do que diz o Senhor Presidente da República, que tem sido incansável na denúncia dos problemas e empenhadíssimo na sua resolução, visitando com frequência as gentes dos concelhos atingidos para lhes levar a sua solidariedade e uma palavra de amizade e esperança.

Oxalá que todos os recursos doados pela grande generosidade dos portugueses sejam irrepreensivelmente administrados e totalmente canalizados para ajudar aqueles que foram efectivamente vítimas dos incêndios. Se isso acontecer, muitas dessas pessoas voltarão a refazer as suas vidas e, com o tempo, talvez possam ultrapassar o trauma de terem passado por tão grande tragédia. 

sábado, 11 de novembro de 2017

SERÁ UTOPIA ESTA VISÃO SOBRE O DESPORTO NACIONAL?

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O desporto nacional vive à décadas mergulhado num clima de criminosa promiscuidade, onde tudo é possível e permitido, sendo que os mais prejudicados são precisamente aqueles (poucos) que vão respeitando as normas desportivas e se recusam a pactuar com ilegalidades.

Tem sido no futebol onde mais se tem prevaricado. Os dirigentes não olham a meios para se poderem beneficiar a si próprios e aos seus clubes. Praticam actos à margem dos regulamentos que envergonham o desporto e, como figuras públicas que são, transmitem exemplos miseráveis aos seus concidadãos.

A gravidade de algumas das infracções cometidas por certos dirigentes, caso fossem devidamente analisadas, daria matéria incriminatória suficiente para irradiar dirigentes e outros agentes desportivos e até para despromover os clubes a que pertencem. No entanto, neste País do faz-de-conta, em que as instâncias desportivas não têm a coragem e a independência necessárias para cortar a direito, nada lhes acontece.

A corrupção na arbitragem, o compadrio, a promiscuidade a todos os níveis, o desrespeito pelos adversários, pelos dirigentes das instituições que regem o desporto  e respectivos regulamentos, tem sido absolutamente escandaloso ao longo de décadas e não há meio de se acabar com essa triste realidade.

Em meu modesto entender, só haveria uma forma de colocar tudo nos eixos: esquecer tudo o que se passou até agora, virar a página e iniciar uma nova era, tomando as seguintes medidas: 
  1. Afastar todos os dirigentes conotados com o passado vergonhoso do nosso desporto nacional e impedir que gente incompetente e sem a idoneidade e independência suficientes se candidate a qualquer cargo desportivo.
  2. Rever os regulamentos disciplinares de forma a agravar substancialmente as actuais penalizações.
  3. Em casos de erros grosseiros dos órgãos disciplinares na aplicação da justiça desportiva, que seja criado um órgão disciplinar independente com poderes para julgar os julgadores e aplicar-lhes penas pesadas.
  4. Os regulamentos disciplinares revistos devem colocar em evidencia, como palavra-chave, o RESPEITO e prever gravíssimas penalizações para os infractores. Em nenhuma circunstância, nesta nova era, se deve permitir a falta de RESPEITO.

Nesta nova era, não haveria mais lugar para condescendências, compadrios e impunidades. Todos os prevaricadores seriam exemplarmente punidos de acordo com o estipulado nos regulamentos, sem olhar ao nome, cargo, estatuto social, económico ou político. 

Com estas medidas, a jagunçada que campeia no nosso desporto nacional e que o cobriu de vergonha, repetidamente, ano após ano, seria rapidamente filtrada e excluída, deixando os seus lugares livres e à disposição daqueles que amam e querem o melhor para o desporto e que nunca se reviram nos métodos mafiosos e antidesportivos que estiveram em  vigor nas últimas décadas.

Sonhar ainda não é proibido. Mas do sonho à realidade, na maior parte dos casos, vão anos-luz de distância e, por isso mesmo, isto que acabei de escrever não passa de uma mera utopia, um daqueles devaneios que de vez em quando assaltam o espírito do autor deste blogue.

domingo, 5 de novembro de 2017

CHUVA ABENÇOADA

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Ao sexto mês de rigorosa seca, eis que chega a tão ansiada chuva! Foram seis meses consecutivos sem chover, com início na Primavera e que se prolongou por todo o Verão e início do Outono. Foram meses difíceis para a agricultura e pecuária mas também fatais para a propagação dos incêndios que lavraram desenfreados por todo o País e que provocaram uma destruição nunca vista e a morte de 110 pessoas. Uma tragédia imensa que emocionou o País e enlutou centenas de famílias, a quem "roubou" a esperança e a alegria de viver.

A água é fonte de vida. Sem ela, este maravilhoso planeta seria estéril. Todos os seres vivos dependem da água.

A natureza é extraordinariamente generosa, põe à disposição da humanidade tudo quanto necessita para sobreviver. Dá-nos a água, esse preciosíssimo líquido de que tanto necessitamos, dá-nos o sol, esse astro maravilhoso  que nos ilumina e nos aquece e dá-nos o ar que respiramos.

Porém, a natureza é imprevisível, não obedece nem às leis nem às regras da humanidade. Não chove quando o homem precisa e quer que chova. Chove quando a natureza cria condições para que isso possa acontecer. Porém, essas condições, podem não ter lugar durante longos períodos.

Como em tudo na vida, é necessário prevenir. Em caso de seca prolongada como agora aconteceu, há que garantir uma reserva de água suficiente para suprir a falta de chuva. Compete ao Estado dotar o País das infraestruturas necessárias para a captação e armazenamento da água da chuva, de forma a que essas reservas possam aguentar e suprir todo o impacto de longos períodos de seca.

A seca de 2017 veio confirmar a carência de barragens e albufeiras, distribuídas com critério de norte a sul do País. A solução está no máximo aproveitamento da água da chuva. Enquanto não forem construídos os reservatórios suficientes, as secas continuarão a atormentar o País e os portugueses.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

SURPRESAS MUITO DESAGRADÁVEIS!!!


Limite de velocidade na Av. Santos e Castro: 50 km/hora!!!


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Anteontem, cerca das 14,40 horas, quando seguia pela Avenida Santos e Castro, no sentido Alta de Lisboa/Segunda Circular, com destino à Rua Marquesa de Alorna em Alvalade, a transportar os meus netos ao cabeleireiro, tive uma surpresa muito desagradável.

Durante alguns segundos, verifiquei pelo espelho retrovisor que um carro de côr escura se mantinha atrás de mim, a cerca de 200 metros de distância. Não desconfiei de nada e continuei a viagem a cerca de 115/120 kms/hora. Quando vou a entrar na última curva antes de chegar ao nó das Calvanas, verifiquei que o tal carro que seguia atrás de mim se aproximou com o "pirilampo" ligado e um dos agentes a fazer sinal para encostar.

O carro descaracterizado, não sei de onde apareceu porque eu não o ultrapassei e se assim foi, uma vez que eu ia a cerca de 120 kms/hora, para me alcançar teve que atingir uma velocidade de mais de 150 kms/hora, sem qualquer tipo de sinalização e, por isso mesmo, também em transgressão. Para fazer o que foi feito, esta patrulha da polícia teria que assinalar "marcha de urgência" desde o início da perseguição mas apenas o fez quando se aproximou da minha viatura.

Independentemente do ocorrido, estamos a falar de uma via rápida com separador central e três faixas de rodagem em cada sentido. Junto a esta Avenida não há casas de habitação, não há empresas e não existem passadeiras para peões. De um lado fica a fronteira com o aeroporto, com vedação a todo o comprimento e do outro, até ao Eixo Central, ficam terrenos,  ainda a monte.

Esta Avenida não tem qualquer tipo de sinalização, tanto na entrada norte como na entrada sul. Quase todos os dias faço uma ou duas viagens nela e nunca viajei a menos de 80/90 km/hora. Sempre pensei que a velocidade limite fosse, no mínimo, 80 km/hora. Pois bem, fiquei a saber que a velocidade autorizada na Avenida Santos e Castro, é 50 km/hora! Fiquei estupefacto, porque não se trata de uma via dentro da cidade, nem tão pouco causa qualquer perigo às pessoas.

Pois meus amigos, a velocidade que foi registada nem sequer condizia com a velocidade a que eu ia. Eu ainda protestei mas o agente logo me sossegou: Olhe, senhor condutor, tanto faz 115, 120, 130 ou 140 km/hora, porque cometeu uma infracção ao código de estrada "muito grave" quando ultrapassou os 111 km/hora e, nesse sentido, o valor dessa infracção é de 500 euros.

Fiquei sem palavras. Caíram-me os tomates ao chão. Não valia a pena reclamar nem pedir clemência, embora estivesse revoltado com aquele tipo de actuação para caçar multas. Portanto, depois de articular algumas palavras de circunstância, peguei no cartão de crédito e prontifiquei-me a pagar.

Meu Deus, nessa Avenida, no sentido norte/sul, com o carro em ponto morto, é necessário travar para não se ultrapassar os 50 km/hora.

Sinceramente, isto é uma brincadeira de mau gosto mas é também, acima de tudo, o resultado de muita incompetência por parte de quem tem a responsabilidade de apurar as condições e definir os "limites de velocidade".

Já vivi em Países onde as polícias ajudam os cidadãos de bem. Em Portugal, é tudo ao contrário. Para os marginais, Portugal é um paraíso.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PRESIDENTE DA REPÚBLICA INCOMODADO COM A ACTUAÇÃO DO GOVERNO, DIRIGIU-LHE PALAVRAS MUITO DURAS


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Incomodado com a péssima actuação do governo no combate aos incêndios e na prestação de socorro às vítimas dessa enorme tragédia, o Senhor Presidente da República viu-se obrigado a dizer, com muita clareza, aquilo que não foi feito e já devia ter sido realizado.

O Senhor Presidente da República, cansado da retórica do Primeiro-Ministro disse basta e deixou o aviso: ou as coisas melhoram rapidamente ou terá que haver eleições antecipadas.

É sem dúvida alguma um discurso duro, brutal, em que o Senhor Presidente da República exigiu responsabilidades políticas, exigiu um "novo ciclo" e até ameaçou com "todos os seus poderes".

A partir de agora, nada será como antes, entre o Primeiro-Ministro e o Presidente da República. Acabaram-se as cumplicidades. O Presidente da República quis vincar muito bem as diferenças que os separam, mostrando grande inquietação e desagrado sobre a acção do governo, essencialmente no que diz respeito ao combate aos fogos mas também relativamente a outros temas, como por exemplo, o "roubo das armas de Tancos" e tantos outros episódios caricatos em que este governo tem sido fértil.

Fica, para memória futura, o discurso do Senhor Presidente da República:

“O Presidente da República é, antes de mais, uma pessoa. Uma pessoa que reterá para sempre na sua memória imagens como as de Pedrógão. (…) Mais de 100 pessoas mortas em menos de quatro meses em fogos em Portugal. Por muito que a frieza destes tempos cheios de números e chavões políticos, económicos e financeiros nos convidem a minimizar ou banalizar, estes mais de 100 mortos não mais sairão do meu pensamento, como um peso enorme na minha consciência, tal como no meu mandato presidencial.”

“Se falei aos portugueses primeiro como pessoa, foi para tornar bem claro que sempre, e mais ainda em tempos como estes, olhar para os dramas de pessoas de carne e osso com a distância das teorias, dos sistemas ou das estruturas, por muito necessário que possa ser, é passar ao lado do fundamental, na vida como na política. E o fundamental é o que vai na alma de cada uma e de cada um dos portugueses. Mas mais de 100 mortos em menos de quatro meses , sendo um peso na consciência, são igualmente uma interpelação política ao Presidente da República, que foi eleito para servir incondicionalmente os portugueses. Para cumprir e fazer cumprir uma Constituição que quer garantir a confiança e segurança dos cidadãos.”

“Se há realidade que objetivamente ocorreu com estas mortes e estas duas e tão diferentes provações de um verão interminável foi a fragilização de muitos portugueses. Não vale a pena negá-lo. (…) Ficaram fragilizados perante o que lhes pareceu ser a insuficiência de estruturas ou pessoas em face de condições meteorológicas, dimensão e natureza de fogos tão diferentes daquilo a que estavam habituados.”

“Ficaram fragilizados perante leituras de relatórios sobre Pedrógão, em especial a do relatório da Comissão Parlamentar Independente, que acentuam dúvidas, temores, preocupações. Ficaram fragilizados perante nova tragédia, três dias depois da divulgação do relatório e por isso mesmo antes de ações possíveis por ele recomendadas.”

“Ficaram sobretudo fragilizados perante a ideia da impotência da sociedade e dos poderes públicos em face de tamanha confluência de catástrofes. Claro que uma tal fragilidade foi, ou é em muitos casos, excessiva ou injusta, atendendo à extensão das áreas atingidas, à virulência dos fogos e em particular à abnegação, ao heroísmo dos que a pé firme estiveram mobilizados cinco meses seguidos ao serviço da comunidade. Mas o certo é que a fragilidade existiu e existe, e atingiu os poderes públicos. E exige uma resposta rápida e convincente. E agora?”

“O Presidente da República pode e deve dizer que esta é a última oportunidade para levarmos a sério a floresta e a convertermos em prioridade nacional. Com meios para tanto, senão será uma frustração nacional. Se houver margens orçamentais, que se dê prioridade à floresta e à prevenção dos fogos.”

“Deve haver uma convergência alargada, porque os governos passam e é crucial que a prioridade permaneça.”

“O Presidente da República pode e deve dizer novamente que espera do governo que retire todas, mas todas, as consequências da tragédia de Pedrógão, à luz das conclusões dos relatórios, como de resto o governo se comprometeu publicamente a retirar.”

“O Presidente da República pode e deve dizer que nessas decisões não se esqueça daquilo que nos últimos dias confirmou ou ampliou as lições de junho e olhe para estas gentes, para o seu sofrimento, com maior atenção ainda do que aquela que merecem os que têm os poderes de manifestação pública em Lisboa.”

“Pode e deve dizer que abrir um novo ciclo inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo.”

“Pode e deve dizer que, se na Assembleia da República há quem questione a atual capacidade do Governo para realizar estas mudanças, que são indispensáveis e inadiáveis, então que, nos termos da Constituição, esperemos que a mesma Assembleia soberanamente clarifique se quer ou não manter em funções este Governo, condição essencial para, em caso de resposta negativa, se evitar um equívoco, e de resposta positiva, reforçar o mandato para as reformas inadiáveis.”

“Pode e deve dizer que reformar a pensar no médio e longo prazo não significa termos que conviver com novas tragédias até lá chegarmos.”

“Pode e deve dizer que estará atento e exercerá todos os seus poderes para garantir que onde existiu ou existe fragilidade ela terá de deixar de existir.”

“Pode e deve dizer que a melhor, se não única, forma de verdadeiramente pedir desculpa às vítimas de junho e de outubro, e de facto é justificável que se peça desculpa, é por um lado reconhecer com humildade que portugueses houve que não viram os poderes públicos como garante de segurança e de confiança, e por outro lado romper com o que motivou a fragilidade, ou motivou o desalento ou a descrença dos portugueses. Quem não entenda isto — humildade cívica e ruptura com o que não provou ou não convenceu — não entendeu nada do essencial que se passou no nosso país.”

Para mim, como Presidente da República, o mudar de vida neste domínio é um dos testes decisivos ao cumprimento do mandato que assumiu e nele me empenharei totalmente até ao fim desse mandato. Impõem-no milhões de portugueses mas impõem-no sobretudo os mais de 100 portugueses que tanto esperavam da vida no início do verão de 2017 e não chegaram ao dia de hoje.”

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

DEMITA-SE, SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO


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Não há palavras suficientemente fortes no dicionário de língua portuguesa para descrever todo o horror que viveram as populações atingidas pelos incêndios do último fim-de-semana. Fiquei surpreendido com a atitude aligeirada do senhor Primeiro-Ministro que num momento de profunda dor e luto nacional, apareceu na televisão com um sorriso nos lábios para falar ao país sobre os incêndios, sobre os quais disse tudo aquilo que lhe interessava dizer para iludir e “sacudir a água do capote” mas nada disse sobre o que os portugueses esperavam, sobretudo os familiares e amigos dos mais de cem mortos, devorados pelo fogo insaciável que lavrou solto e descontrolado, uma vez mais, pelo norte e centro do país, provocando um rasto desolador de destruição e morte.
O Senhor Primeiro-Ministro perdeu uma grande oportunidade de falar ao coração dos portugueses, porque não foi capaz de ser sincero, assumindo a sua quota parte de responsabilidades, na qualidade de chefe do governo e não teve também a coragem e o bom senso de enumerar as muitas coisas que correram mal e, ao mesmo tempo, apontar as causas e os culpados de tão grande tragédia, pedindo humildemente desculpa ao país e às famílias das vítimas.
Depois da catástrofe de Pedrógão, ouvimos o Senhor Primeiro-Ministro dizer: “depois de Pedrógão, nada pode ficar como antes”. Agora nesta ridícula e desapropriada comunicação, refez a frase para dizer: “depois deste ano, nada pode ficar como antes”. O Senhor Primeiro-Ministro é exímio na arte de ir contornando os problemas, à medida que vão aparecendo, através de uma táctica que incide na desvalorização da sua importância.
Em que é que ficamos, Sr. Primeiro-Ministro? Afinal, passados apenas quatro meses, Pedrógão repetiu-se, 41 pessoas foram devoradas pelo fogo, várias aldeias foram tomadas pelas chamas, milhares de hectares de floresta e terrenos de cultivo foram dizimados e reduzidos a cinzas e não morreram mais pessoas porque a Divina Providência se encarregou de as salvar da morte, milagrosamente.
Vi imagens de horror, vi populações à sua sorte, sem qualquer tipo de ajuda, a lutar heroica e corajosamente contra o fogo, na defesa das suas habitações. Vi carros encurralados pelo fogo nas estradas que só por milagre se salvaram. Vi gente desesperada nas aldeias, de mãos atadas, sem comunicações, sem água e sem luz. Vi gente completamente louca gritando, chorando e rezando. Vi quadros tão dolorosos e dramáticos que enlutaram a minha alma, me arrepiaram o corpo e me tiraram a vontade de sorrir e de comer.
Para sentir os efeitos de mais esta grande tragédia, é preciso parar para pensar por alguns momentos e colocarmo-nos no lugar de quem viveu e sentiu na carne a tragédia dos fogos e perdeu os seus entes mais queridos. Devemos avaliar o que é a dor de perder um pai, um irmão, um filho, uma esposa/esposo ou mesmo um amigo ou pessoa conhecida. Da forma ligeira como o Sr. Primeiro-Ministro apareceu na televisão, quer-me parecer que não teve tempo para parar e pensar por uns momentos, quão grande é a tragédia e a dor daquelas pessoas.
O Sr. Primeiro-Ministro anda tão assoberbado a gerir a “Geringonça” que ainda não teve tempo nem coragem para tirar ilacções políticas do descalabro que foi o combate aos incêndios em 2017. Os relatórios apontam para a ineficácia da Protecção Civil e muitas outras falhas, nomeadamente da rede de comunicações. Mas não são só os relatórios que apontam essas graves falhas, também a população portuguesa que assistiu a toda essa incompreensível bagunçada, semana após semana, tem plena consciência de que houve descoordenação e incompetência no combate aos incêndios, nomeadamente atrasos inconcebíveis no imediato ataque à sua nascença e sinalização das estradas que punham em perigo a vida dos automobilistas. Tem que haver responsáveis por não ter sido possível, pelo menos, evitar a perda de vidas humanas. Estamos a falar de mais de uma centena de pessoas que foram vítimas inocentes de fogos que provavelmente não teriam atingido uma tão grande dimensão se tivessem sido detectados e combatidos a tempo.
Oh Sr. Primeiro-Ministro e depois, pergunto: que é feito dos guardas florestais que tão úteis foram enquanto não foram extintos? E por onde andam os vigilantes que instalados em lugares estratégicos enxergavam os focos de incêndio e até os criminosos que os ateavam? Durante séculos,  Portugal possuiu uma área infindável de floresta, preciosa fonte de receita para o País e para as populações rurais. No período democrático foram extintas ou negligenciadas algumas das estruturas que zelavam pela floresta. O resultado está à vista, em quatro décadas toda essa riqueza foi delapidada e agora, por esse País fora apenas vislumbramos uma paisagem morta, desoladora, em que apenas as pedras escaparam e mesmo assim, ficaram negras.
Mas para além disso, Sr. Primeiro-Ministro, porque não existe uma boca-de-incêndio nas aldeias? E porque não foram cortadas as estradas tomadas pelo fogo, impedindo os automobilistas de viajar para a morte? E depois, Sr. Primeiro-ministro, já que não houve capacidade para defender as florestas, porque não foram utilizados os meios disponíveis para defender as habitações e as pessoas? Infelizmente, Sr. Primeiro-Ministro, o amadorismo de gente sem experiência e a desorganização foram tão evidentes que nem uma coisa nem outra foi conseguida.
V. Excia continua a sorrir, fazendo de conta que nada se passou e até diz e repete até à exaustão que “este não é o tempo de demissões, é tempo de soluções”. Que soluções Sr. Primeiro-Ministro, se passados 4 meses sobre o horror de Pedrógão não foi impedida uma nova tragédia? Que soluções, Sr. Primeiro-Ministro, se passados 4 meses, o Estado ainda não prestou o auxílio solenemente prometido às populações de Pedrógão e concelhos limítrofes e, pelos vistos, também não cumpriu o que prometeu relativamente às vítimas dos fogos de há um ano, no Algarve e na Madeira? Que soluções, Sr. Primeiro-Ministro, se perante esta tão grande tragédia nacional, V. Excia continua a assobiar para o lado, recusando-se a assumir responsabilidades e, ao mesmo tempo, a apontar os graves falhanços que se verificaram e, consequentemente os seus culpados?
Senhor Primeiro-Ministro, V. Excia ainda se recorda como chegou ao cargo de Secretário-Geral do Partido Socialista? Lembra-se também, com certeza, como se apoderou da presidência da Câmara Municipal de Lisboa? E, como não há duas sem três, está também lembrado da forma engenhosa e pouco ética  como conquistou o poder e chegou ao cargo de Primeiro-Ministro?
Todos estes factos são reveladores de um tipo de carácter que não olha a meios para alcançar os seus objectivos. Mas Senhor Primeiro-Ministro, quando as ambições e os interesses pessoais se sobrepõem aos sagrados interesses do País e dos seus cidadãos, estamos perante alguém que não serve e não tem condições para desempenhar o importante cargo de Primeiro-Ministro e por isso mesmo, por sua própria iniciativa, deve demitir-se. E se o não fizer, que seja o povo a exigir a sua demissão, manifestando-se de norte a sul do País. São imensas as trapalhadas do seu governo que eu aqui e agora não vou enumerar. Não há memória de tanta trapalhada noutro qualquer governo, a maior parte delas sem a necessária e exigível explicação.
Na vizinha Galiza, por muitíssimo menos, por terem morrido 4 pessoas nos incêndios do fim-de-semana, milhares de pessoas saíram à rua nas principais cidades, nomeadamente, Corunha, Vigo e Ourense, exigindo a demissão do Presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñez Feijóo. Em Portugal é necessário fazer a mesma coisa, exigindo a sua demissão, Senhor Primeiro Ministro, porque tem tentado secundarizar e minimizar a gravidade dos fogos quando na verdade se trata de uma das maiores tragédias de que há memória. É preciso honrar os mortos e acudir rapidamente, sem burocracias, às necessidades dos vivos, reparando e reconstruindo tudo quanto os fogos destruíram.
O Senhor Presidente da República tem andado com o seu governo ao colo, Senhor Primeiro Ministro mas creio que está a ficar farto. A forma como ontem se dirigiu aos portugueses demonstra que não aprova o seu comportamento e procura distanciar-se. Ele já deve ter percebido que se não toma cuidado, poderá ser a próxima vítima do Primeiro-Ministro, tendo em conta a sua capacidade de conseguir aquilo que quer, ainda que por atalhos e atropelando os mais elementares valores da ética e da moral.
 O Senhor Presidente da República é um homem bom, sábio e patriota, um verdadeiro arquétipo dos homens e mulheres deste País. O Senhor Presidente da República tem sido inexcedível na atenção, na esperança, no conforto e no carinho que tem levado a todas as pessoas que foram vítimas dos trágicos incêndios. Os portugueses apreciam as suas qualidades e vêem nele a pessoa certa para o cargo que ocupa. É bom que se acautele, para não vir a ser surpreendido com alguma profunda desilusão que o prejudique e sobretudo para não ficar ligado às más decisões deste governo e do seu Primeiro-Ministro.