quarta-feira, 29 de abril de 2009

GOVERNO DE UNIDADE NACIONAL

Os Governos de maioria absoluta, em portugal, são um perigo para a Democracia e ruinosos para a economia.

O português é, por norma, autoritário, chico-esperto, descarado e abusador, no desempenho de funções governativas e quanto mais poder tiver, mais sobressaem esses defeitos.

Este Governo de maioria socialista é o retrato do que se afirma no parágrafo anterior, senão vejamos: não respeita as oposições e adoptou a máxima do eu quero, posso e mando; passa o tempo a anunciar medidas que depois não concretiza mas vai tomando outras avulsas para deitar poeira para os olhos dos portugueses; passa a vida a auto-elogiar-se e para esconder os seus fracassos, repete até à exaustão as medidas governativas mais problemáticas dos anteriores Executivos; aumenta impostos e mais recentemente deu uma forte machadada na justiça para os pobres, ao aumentar brutalmente a taxa de justiça.

Depois, um Governo de maioria, como é arrogante, não aproveita muitas sugestões válidas das oposições que se fossem postas em prática, poderiam ajudar a minorar os problemas do País; não dá qualquer importância ao descontentamento da população e desvaloriza manifestações com mais de cem mil pessoas nas ruas; usa de represálias para com todos aqueles que se atrevam a criticar a sua actuação; por todo o País, patrocina a caça aos melhores empregos para os boys do Partido, exonerando, muitas vezes, gente com muita competência para depois lá colocar verdadeiros aprendizes de curandeiros.

Num Governo de maioria absoluta, perde o País, perdem os Portugueses e apenas o Partido que está no Poder sai a ganhar.

Como de facto os portugueses não têm características que lhes permitam governar o País com maioria, então só há uma solução para resolver este grave problema: um Governo de Unidade Nacional.

Neste Governo de Unidade Nacional, entrariam todas as forças políticas, caso fosse essa a sua vontade, na proporção dos resultados eleitorais alcançados, obrigando-se a indicar os melhores quadros para os lugares que lhe fossem destinados no Governo.
Numa altura em que toda a classe política anda preocupada com a formação do Governo, após as Legislativas, por se adivinhar que não vai haver maioria absoluta, uma solução deste tipo resolveria o problema e traria vantagens para o País, uma vez que os Partidos, por estarem todos representados no Governo, teriam uma actuação muito mais sóbria e responsável.
E de facto, numa conjuntura económica tão difícil, um Governo de Unidade Nacional, seria uma excelente ajuda para ultrapassar uma boa parte dos problemas do País.

domingo, 26 de abril de 2009

Porquê comemorar o 25 de Abril?


Há 35 anos, então com a idade de 24, vivia feliz com a minha família, num País de grandes dimensões, em franca prosperidade e que tinha uma população extremamente reduzida se comparada com os mais de um milhão de quilómetros quadrados.

Quando pela primeira vez ouvi falar do golpe militar do 25.04.74 que pretendia pôr fim ao regime de ditadura instalado em Portugal há mais de quarenta anos, regozijei-me com tal acontecimento e pensei imediatamente que o fim da ditadura poderia dar finalmente aos portugueses a almejada liberdade e um regime democrático que restaurasse a dignidade de um povo cansado de tanto sofrer e promovesse a igualdade entre as pessoas no acesso ao emprego e a salários dignos, à habitação, à educação, à justiça e à saúde.

Pensei também imediatamente que os militares envolvidos no derrube da ditadura, eram homens responsáveis e inteligentes que sabiam o que estavam a fazer e o que queriam para Portugal e que tinham também avaliado com rigor a situação das Colónias portuguesas em África, onde havia grandes interesses de Portugal e onde estavam radicados mais de um milhão de portugueses.

Eu que tinha tomado uma decisão de permanecer naquele grande espaço português em África, que também considerava meu, desde que as autoridades portuguesas acautelassem os interesses de todos quantos lá viviam, depressa me apercebi que tinham abdicado de tal tarefa, quando comecei a constatar que a tropa portuguesa e a polícia era constantemente ridicularizada pelos guerrilheiros dos diferentes Movimentos de Libertação, incapazes de manter a ordem e proteger as populações; por outro lado, os armazéns de armamento eram saqueados, havia frequentes confrontos entre os Movimentos de Libertação, aterrorizando as populações; havia perseguições, fuzilamentos, linchamentos e pilhagens; depois ocorreu a farsa dos Acordos do Alvor que ainda contribuiu para o agravamento da já difícil situação, a capitulação total do Exército Português a um dos Movimentos e o consequente abandono da população portuguesa à sua sorte.

Num cenário do salve-se quem puder, a economia depressa rebentou. Não havia comércio, não havia géneros alimentícios e as populações procuravam agora salvar alguns pertences e sair o mais rapidamente do País, por terra, mar ou ar, abandonando todos os bens que conseguiram ao longo de muitos anos de árduo trabalho.

Seguiu-se um gigantesco êxodo para todos os Continentes, em especial para Países de África, Europa e América.

Há relatos impressionantes de pessoas desesperadas e muito corajosas que fugiram, rumo a outros Continentes, em frágeis embarcações de pesca, equiparadas a traineiras; há relatos de caravanas em fuga, atacadas pelos guerrilheiros dos Movimentos de Libertação que para além de saquearem e matarem, levavam também mulheres e crianças como reféns, gerando cenários de grande desespero e horror.

Mas depois de chegar a Portugal, após ter fugido para a África do Sul e ter passado várias semanas nos diversos campos de acolhimento a refugiados, pude constatar a fragilidade do regime recém-criado, com ocupações selvagens, greves, perseguições, saneamentos, nacionalizações, indisciplina nas Forças Armadas e tentativas falhadas de golpes militares como o 11 de Março e o 25 de Novembro, não esquecendo o célebre Verão Quente de 1975 que se caracterizou por uma grande instabilidade e anarquia no Governo, nas Forças Armadas e na Sociedade.

Aqui, no meu País de origem, provei o sabor amargo da discriminação, pelo facto de ter regressado de uma Colónia portuguesa com o rótulo de "retornado" e sofri vexames e injustiças que felizmente ultrapassei sem ter cometido nenhuma loucura.

Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, continuo a ser maltratado pela Justiça, a saúde está cada vez mais inflaccionada, a educação é o que se vê, em constante guerra aberta entre professores e Ministério, o emprego é uma calamidade, da habitação nem se fala e a tão apregoada igualdade de tratamento para todas as pessoas, independentemente do seu estatuto social, económico ou político, não passa de uma longínqua miragem.

Por outro lado, este período de três décadas e meia cavou um fosso ainda maior entre ricos e pobres, eliminando quase por completo as classes médias, sendo visível, a olho nu, um aumento considerável do número de pobres.

Resta recordar nesta evocação de tão importante efeméride que os golpistas do 25 de Abril prometeram ao povo, liberdade, educação, saúde, Justiça, emprego, habitação e como se constata, a dura realidade é bem diferente, continuando por cumprir, em boa medida, tão solenes e revolucionárias promessas.

Pela minha parte, não tenho qualquer dúvida em afirmar que não se cumpriu Abril e que atravessamos um período onde são bem visíveis as fragilidades em que sempre esteve mergulhado este regime democrático e a sua economia.

Foi o regime instalado no 25 de Abril que me impediu de ser feliz em Angola, onde adorava viver e onde tinha granjeado uma situação económica estável, fruto de muito trabalho; foi esse regime que me discriminou no emprego, em Portugal, onde passei por grandes dificuldades e privações; que não me concedeu a reforma com 36 anos de serviço prestado ao Estado, porque alterou as regras quando me faltavam apenas alguns meses para atingir esse tempo; e foi este regime que permitiu uma série de excessos aos mais poderosos, os quais têm impedido o progresso e o bem-estar de todos os portugueses.

Porque hei-de eu comemorar o 25 de Abril?

Ano após ano, ainda não encontrei razões suficientes e sobretudo vontade para me associar às comemorações. A minha atitude é neutra, pelo que o 25 de Abril para mim, é um dia como os outros.
Não sou político e cada vez acredito menos nos homens que fazem vida da política. Mas ainda bem que assim é, porque se tivesse sido, passados 35 anos de promessas por cumprir e de exigências constantes de sacrifícios ao povo, como homem eticamente bem formado que sou, sentir-me-ia um falhado, frustrado e desgostoso com tal situação.
É assim que se sentem todos aqueles políticos que contribuíram para a situação descrita?

SANTANA LOPES é bem melhor nas urnas do que nas sondagens...

Há sondagens para todos os gostos. Se elas são realizadas com profissionalismo e isenção, têm o mérito de se aproximar de uma certa realidade; se as mesmas são feitas para manipular resultados e mostrar realidades que de facto não existem, para favorecer e empurrar alguém para a vitória, então não passam de uma fraude e os técnicos que as realizam, prestam aos leitores e telespectadores um serviço viciado, enganador, com o intuito de beneficiar interesses político/partidários.

Ao escrever o que escrevo, estou a lembrar-me, entre outras, das sondagens feitas para as autárquicas da capital do País em 2001 que sistematicamente davam a vitória, com grande avanço, ao candidato do PS, até à última hora (meia-noite de sexta-feira, 14.12.2001), eclipsando por completo o candidato do PPD/PSD, a quem procuraram sempre desvalorizar, com o intuito de empurrar os eleitores a votar na coligação PS.

Pois bem, todos se lembram do que aconteceu: Pedro Santana Lopes, ignorando os resultados das sondagens e os ataques mesquinhos e venenosos que lhe fizeram, acreditou na vitória e contra tudo e contra todos, venceu o seu adversário, ao sprint, quase em cima da meta, com apenas 856 votos de diferença.

Para quem cantou vitória durante toda a campanha e terminou a mesma com tão gorda margem de 12 a 15 pontos percentuais, o veredicto das urnas foi estrondosamente amargo e decepcionante e constituiu um resultado que deixou, até hoje, politicamente debilitado, destroçado e abalado o candidato do PS.

Quanto ao resultado de Pedro Santana Lopes nas eleições autárquicas de 2001, situo-me no número dos que se deliciaram com o vergonhoso resultado das previsões tendenciosas das sondagens, graças ao forte espírito de resistência dos eleitores, há que dizê-lo, que não se deixaram influenciar pela manipulação e fizeram questão de votar no melhor candidato.

É preciso não esquecer que quatro anos antes, o filme tinha sido repetido na Figueira da Foz e Santana Lopes venceu com 59,88% dos votos.

Está provado que Santana Lopes é um político experiente, honesto, competente, responsável e empreendedor e os seus adversários, como não podem vencê-lo com armas iguais, passam a vida a atacá-lo de forma pouco séria, através de falsidades e calúnias.

Pedro Santana Lopes é um conhecedor profundo dos problemas do País e concretamente das carências da cidade de Lisboa. No mandato que conquistou em 2001, ocorreu um inesperado acontecimento em 2004 que acabou por atrapalhar o seu trabalho na Câmara, tendo sido substituído por Carmona Rodrigues, enquanto ele era nomeado 1º ministro, em substituição de Durão Barroso que tinha sido nomeado para Presidente da Comunidade Económica Europeia.

Esta sucessão, para além de polémica, também não foi pacífica e os seus opositores, roídos de inveja, traçaram desde logo um ardiloso estratagema que consistia na criação diária de casos artificiais para alimentar a imprensa escrita e falada e no empolamento e ampliação de factos absolutamente normais no dia-a-dia da governação, caso fossem praticados pelos seus correligionários.

Neste trem de invejosos contestatários, tomou assento indevido na carruagem VIP, o Supremo Magistrado da Nação, cuja função exige rigor e isenção, vestindo descaradamente a camisola do seu Partido, acabando por dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas, por motivos fúteis, ainda hoje considerados menores e insuficientes para a tomada de tão drástica decisão.

Pedro Santana Lopes que aceitou a sucessão de Durão Barroso por uma questão de patriotismo, no interesse de Portugal e com a melhor das intenções, acabou por ser vítima de uma cilada manhosa que lhe causou graves prejuízos, essencialmente ao nível da sua carreira política e dos quais tem estado a recuperar, apresentando-se de novo às próximas eleições autárquicas, com a serenidade, coragem e determinação que lhe conhecemos, com um único objectivo: ganhar.

Com o inquilino que se encontra nos Paços do Concelho desde Agosto de 2007, na sequência de um golpe habilidoso de assalto ao poder, Lisboa não tem nada a ganhar, antes pelo contrário. Nesse sentido, o melhor que lhe pode acontecer, é Santana Lopes ganhar as próximas eleições autárquicas para continuar o excelente trabalho realizado, mesmo com todos os entraves e condicionalismos com que os opositores o presentearam constantemente.

Por tudo isto, os malabaristas, os charlatões, os vendedores de falsas ilusões e os maus profissionais que se dedicam à fabricação de sondagens enganadoras que se cuidem, porque com Pedro Santana Lopes não se safam.

Ainda a campanha não começou e já há sondagens com a preocupação de descredebilizar o candidato do PPD/PSD, apontando Costa como o melhor candidato, o mais honesto e o mais competente. Os jornais e as televisões também já correram a tomar o seu lugar nessa procissão da pouca vergonha e do descaramento, promovendo o Costa em detrimento do Santana, repetindo o que fizeram em 2001.

Como de facto a imprensa não aprendeu com tamanha lição de irresponsabilidade e humilhação, é necessário que Santana Lopes volte a ganhar a Câmara de Lisboa, para mostrar de vez a essa corja de falsos profissionais que a manipulação dos eleitores já foi chão que deu uvas.

E depois, quando um candidato consegue triunfar, enfrentando e lutando contra tantos adversários, a vitória é muito mais saborosa e reconfortante, ficando ainda a satisfação pelo facto de os eleitores saberem reconhecer perfeitamente de que lado está a verdade, não dando qualquer importância às atoardas difamatórias da imprensa escrita e falada.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A PUBLICIDADE À BANCA


Se a publicidade aos Bancos que passa nas diferentes estações de televisão, rádio e imprensa escrita, causasse tanto nojo e indignação a todos os portugueses como me causa a mim, então eu diria, com propriedade que a mesma não inspira qualquer grau de credibilidade e é até contraproducente.
Vender gato por lebre, foi táctica em que os Bancos apostaram e utilizaram até ao descalabro financeiro que ocorreu durante o ano de 2008, devido à prática de negócios de alto risco e muitas vezes fraudulentos que puseram na miséria milhares e milhares de aforradores que nunca lhes passou pela cabeça que o Banco a quem confiaram as suas economias pudesse actuar de forma tão irresponsável e criminosa.
Como poderá um aforrador voltar a ter confiança em instituições que desgraçaram as suas vidas e que se entregavam a práticas de compadrio, corrupção, negócios fraudulentos e desfalques em proveito próprio, familiares e amigos?
Como pode um aforrador acreditar na publicidade dessas instituições, sem esboçar um sorriso irónico e proferir um palavrão?
Ninguém poderá ficar indiferente ao que se passou na Banca e tenho a certeza que, no futuro, os portugueses irão ser muito mais desconfiados, rigorosos e exigentes no seu relacionamento com as instituições bancárias, não lhes entregando as suas economias e os seus negócios de forma tão cega, passando a dar também menos importância à sua publicidade enganosa.
Depois dos escândalos financeiros protagonizados pela Banca, ficará a certeza de que a relação com os clientes nunca mais será como dantes e, consequentemente, a publicidade jamais terá o mesmo impacto porque quem apregoa uma coisa e faz outra, não merece qualquer tipo de credibilidade e respeito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

UM CASO INTRIGANTE...

Depois de constatar que Pedroso perdeu todos os processos que intentou por difamação contra aqueles que o acusaram de abusos sexuais e de ter lido extratos das sentenças proferidas, fico com a sensação de que algo de errado se passou relativamente ao processo que incriminou o deputado Socialista.

Já li, vi e ouvi tanta coisa sobre o possível envolvimento do deputado socialista na prática de abusos sexuais de menores da Casa Pia que, para ser honesto comigo próprio, o tratamento que lhe foi dado pela Justiça, não corresponde à informação que tem sido difundida na imprensa escrita e falada, à análise que fiz e às ilacções que retirei.

Nenhum Juiz até hoje ilibou completamente Paulo Pedroso e não foi condenado porque nas sentenças proferidas se afirma que não foi prestada prova suficiente.

Mas vamos lá a ver se eu compreendo: Diz-se que houve erro grosseiro na prisão preventiva decretada pelo Juiz Rui Teixeira a Paulo Pedroso e baseado nesse erro grosseiro, o seu advogado Celso Cruzeiro, moveu uma acção contra o Estado, exigindo uma indemnização de 600 mil euros, acção que veio a ganhar, sendo-lhe no entanto concedida, apenas com uma indemnização de 100 mil euros.

Porém, o que me intriga, é o facto de um erro tão grosseiro, causar agora tantas dúvidas nos juízes que julgaram os processos que Paulo Pedroso moveu por difamação contra os que o acusaram, sendo absolvidos e, ao mesmo tempo, afirmado nas sentenças que os relatos dos jovens são credíveis.

Então em que é que ficamos? Os jovens para a absolvição de Pedroso, mentiram e agora os mesmos jovens, ao ser julgados por difamação por Pedroso, são ilibados? Isto quer dizer que os jovens falaram verdade e que Paulo Pedroso é culpado? Ou será que uma coisa pode ser verdade e mentira ao mesmo tempo?

Num processo de pedofilia em que está em causa um destacado dirigente do Partido Socialista, Deputado e ex-Secretário de Estado da Segurança Social, o Juiz Rui Teixeira seria assim tão ingénuo ou desleixado, capaz de cometer um erro grosseiro ao decretar a prisão preventiva de Paulo Pedroso, se não tivesse provas suficientes do seu envolvimento nos abusos sexuais dos menores da Casa Pia?

Francamente, num caso destes, é-me muito difícil acreditar que o Juiz Rui Teixeira não tivesse razões objectivas para proceder como procedeu.

Será que neste caso, o poder político não se sobrepôs ao poder judicial?

Ao verificar que Paulo Pedroso não ganhou nenhum dos processos que intentou contra quem o acusou, creio que qualquer português terá legitimidade para questionar a Justiça acerca do tratamento que lhe foi dispensado.

domingo, 12 de abril de 2009

A CONDENAÇÃO DE JESUS À MORTE

Há dois mil anos nasceu em Belém, pequena cidade do Sul da Judéia, um Homem bom e justo, a quem foi dado o nome de Jesus de Nazaré.
A sua vida foi inteiramente dedicada aos outros. Foi um filho exemplar e um Mestre na arte de pregar e anunciar o Reino de Deus, apelando à paz, à concórdia e à harmonia entre os homens.
Embora tendo poderes que o distinguiam do comum dos mortais, preferiu viver ao lado dos mais pobres e oprimidos, partilhando com eles, humildemente, as dificuldades do dia-a-dia.
Os relatos sobre a sua existência revelam-nos que nos primeiros anos de vida, trabalhou como carpinteiro, ao lado de seu pai, ajudando na sustentação da família. Depois tornou-se Profeta itinerante e, por fim, Rabino, dando-nos conta também esses relatos que fez imensos milagres e que foi crucificado e morto por volta dos 33 anos de idade.
Em todas as etapas da sua existência, sobressaiu o seu amor a Deus e aos homens, de tal sorte que a sua acção se pode resumir facilmente em três mandamentos: "amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito"; "amar o teu próximo como a ti mesmo" e ainda o seu próprio mandamento, "amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Um Homem que só praticou bons actos e dedicou a sua vida a ajudar os outros, devia merecer a amizade, o carinho e o reconhecimento do mundo que o rodeava, especialmente o seu povo da Judéia e, no entanto, isso não aconteceu.
A História diz-nos que este Homem bom, foi morto através da cruxificação que era uma forma comum de execução romana, aplicada aos criminosos de classes inferiores, normalmente aos escravos.
Mas a forma como Jesus de Nazaré foi acusado e condenado à morte, no final da terceira década da era cristã, há quase dois mil anos, deve merecer na actualidade uma profunda reflexão, sobretudo se verificarmos que então como hoje, a actuação do homem se mantém inalterável. Senão vejamos:
Jesus foi vítima de uma condenação tão injusta quanto cruel: traído pelos seus mais íntimos colaboradores, os apóstolos, que negaram repetidas vezes conhecê-lo; traído pelos sacerdotes Judeus que o acusaram de blasfémia, ao Governador da Galiléia, Herodes Antipas, feridos no seu orgulho e roídos pela inveja, ao constatarem que aquele Homem bom que se intitulava filho de Deus e Rei dos Judeus, punha em causa a sua credibilidade e poder; traído por Pôncio Pilatos, o Governador da Província Romana da Judéia que embora não encontrando razões para o condenar, não teve coragem de tomar a decisão de absolvê-lo porque, de certa forma, temeu a reacção do povo que gritava enfurecido: crucifica-o, crucifica-o; e finalmente, foi traído pelo seu próprio povo, o mesmo que antes o aclamava, o qual preferiu que Pôncio Pilatos soltasse Barrabás, ladrão e assassino, em vez de Jesus de Nazaré.
Pois bem, passados dois mil anos, os Sacerdotes, os Herodes, os Pilatos continuam bem representados nas sociedades actuais, praticando o mesmo tipo de crimes e até o povo em nada mudou pois continua a preferir a absolvição dos "Barrabás" em detrimento dos homens justos, basta relembrar, no que diz respeito à Sociedade Portuguesa, o que se passa com os autarcas que gerem as Câmaras de Felgueiras, Oeiras, Marco de Canavezes, Braga, Gondomar, Guarda e outras que não obstante conhecer os seus desmandos e abusos de poder, os continua a eleger, a defender e a vitoriar, para já não falar da forma habilidosa e fraudulenta como dezenas de processos judiciais, vulgarmente designados "de colarinho branco" são arquivados ou terminam com sentenças ridículas e descredibilizantes para a Justiça, de absolvição parcial ou total dos verdadeiros culpados.
Se o nascimento deste Homem justo, Jesus de Nazaré, ocorresse nos nossos dias, nas mesmas circunstâncias que lhe são atribuídas pela narrativa evangélica e histórica, não tenho quaisquer dúvidas em afirmar que pelas mesmas razões de então, a inveja e o medo de perder poder e protagonismo, os homens fabricariam a mesma sentença.
Enquanto se celebrar a Páscoa da Ressurreição, lembraremos o martírio de Jesus, mas recordaremos também a crueldade, a infâmia e a perversidade dos homens, sem emenda nem arrependimento, praticada ininterruptamente ao longo dos milénios.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

NEM TUDO O QUE PARECE É

DIAS LOUREIRO, pertencia a um grupo restrito de políticos portugueses em quem confiava e mereciam toda a minha credibilidade. Sempre me pareceu uma pessoa ponderada, rigorosa e competente. No exercício das suas funções de Estado, sempre ouvi referências elogiosas ao seu trabalho e como político, tinha como lema a transparência, a tolerância e a moderação.
Tinha sobre Dias Loureiro uma percentagem altíssima de confiança e jamais o associaria ao grupo dos que não olham a meios para alcançar os seus fins.
Pelo que tenho lido e ouvido na imprensa escrita e falada e também da boca do próprio, tenho que reconhecer que aquilo que me parecia, de facto parece não ser.
O Dr. Dias Loureiro já entrou em contradições que não abonam a sua credibilidade e, pelos vistos, há muitos aspectos da sua vida profissional que não são muito fáceis de explicar...
Na minha terra diz-se que até ao lavar dos cestos há sempre vindima e em termos de Justiça diz-se que todo o cidadão se presume inocente enquanto não houver trânsito em julgado da respectiva sentença de condenação.
É claro que os cidadãos também têm o direito de fazer o seu próprio juízo e, neste caso, tenho a certeza, muitos já o fizeram.
Mas que grande tragédia! Todos os dias somos confrontados com mais umas quantas revelações de actos ilícitos e imorais, praticados por pessoas que nos pareciam justas!
Será que entre a classe política não existe um justo?
Com problema idêntico se confrontou Deus cerca de 1900 anos antes de Cristo quando mandou destruir pelo fogo, Sodoma e Gomorra, devido à prática de actos imorais e por não haver um único justo entre a população das duas cidades!
O que está a acontecer neste País é trágico e aterrador! A corrupção atingiu uma dimensão gigantesca e o País está enfermo de doença incurável que impede o progresso e o bem-estar das pessoas.
No caso de Sodoma e Gomorra, para acabar com as imoralidades, Deus cortou o mal pela raiz e arrasou as duas cidades. Neste caso de corrupção generalizada, se não aparecer alguém, uma espécie de Salvador que adopte medidas rígidas e muito penalizadoras para os prevaricadores, temo, que sejam eles próprios, os corruptos, a destruir, não apenas duas cidades mas o País inteiro.
Sobre o Dr. Dias Loureiro, independentemente do que venha a acontecer, já me apercebi de confusões suficientes que bastaram para abalar a minha confiança. E no futuro, graças a este e a outros exemplos decepcionantes, vou ser muito mais rigoroso e restritivo na escolha das pessoas em quem confiarei.

POR QUÉ NO TE CALLAS?

O homem não tem pingo de respeito pelo seu próprio estatuto. Quem foi Secretário-Geral do Partido, Primeiro Ministro, Presidente da República, Deputado Europeu e candidato derrotado às últimas eleições presidenciais, não devia ser protagonista de opiniões públicas tão ridículas, facciosas e desprestigiantes.
Por bastantes anos que ainda viva, não vou esquecer a deselegância com que se referiu a Cavaco Silva durante a campanha eleitoral. Para além de ter recorrido a acusações infundadas e a excessos verbais injustificados, o ancião Mário Soares alertou os portugueses para o perigo que corria a Democracia Portuguesa, caso o candidato da direita, referindo-se a Cavaco, fosse eleito Presidente da República.
Os portugueses, lembra-se, deram-lhe a resposta adequada, contrariando o seu pedido e relegando-o para terceiro lugar, atrás do seu camarada de Partido, Manuel Alegre, de quem parece também não morrer de amores.
Como autor de tal atoarda sobre um homem honrado, competente e patriota devia sentir-se envergonhado e pedir-lhe desculpas públicas por ter proferido tal falsidade.
Os portugueses, ao contrário, sabem bem qual é o grau de honradez, competência e patriotismo do ex-Deputado Europeu, basta pesquisar as polémicas sobre o Colégio Moderno e as mordomias da família Soares, os tempos da ditadura, o exílio, a descolonização e a sua actuação enquanto Primeiro-Ministro e Presidente da República que toda a gente acusa de ter metido o socialismo e muitas outras coisas na gaveta.
Mário Soares, se tivesse tido o bom senso de ser ponderado e isento, podia ficar na História como uma figura pública nacional de grande prestígio, abrangente e consensual para todos os portugueses e não apenas como o fundador do PS e seu defensor a qualquer preço, sem qualquer tipo de razoabilidade, como se tem verificado a cada passo, nas intervenções que faz.
Aos 85 anos, continua a afrontar os adversários políticos e, de uma forma geral, as pessoas de quem não gosta, tomando posições que afectam e prejudicam os interesses de Portugal.
Foi o que aconteceu agora com mais um ataque ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, por quem tem demonstrado não ter qualquer respeito nem simpatia, ao afirmar que "é um rosto do passado, que muda de amigos com facilidade, agora é amigo de Obama e que está ligado à cimeira da vergonha nos Açores".
Mas Mário Soares não se fica por aqui, no dia em que o Partido Popoular Europeu deu o seu apoio oficial à recandidatura do ex-Primeiro-Ministro Português à presidência da Comissão Europeia, afirmou que "Durão Barroso tem um estigma terrível, é que foi ele que preparou e foi o anfitrião da chamada «cimeira da vergonha», que foi a cimeira dos Açores, donde saiu a guerra do Iraque e a guerra do Iraque foi uma linha de partilha, que dividiu o mundo. Se a Europa e o Partido Popular Europeu têm como expoente máximo Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, os “27” não vão conseguir chegar a lado nenhum".
É claro que Mário Soares nunca soube perder, sempre tratou com grande deselegância os seus advérsários e demonstra uma certa inveja e uma grande dor de cotovelo pelo facto de um cargo tão prestigiante da CEE, estar a ser desempenhado por um distinto português que não é socialista.
Provavelmente, gostaria de ser ele próprio a ser proposto para o lugar mas como não é possível, apoiaria com prazer qualquer figura do PS, mesmo que fosse o Dr. Pedroso, por quem diz ter uma "grande admiração".
Para quem tem 85 anos e desempenhou os cargos mais importantes do País mas continua a ter uma visão tão redutora das coisas, é lastimável e confrangedor verificar que os interesses pessoais e os do seu Partido, são colocados acima dos interesses de Portugal.

domingo, 5 de abril de 2009

A HONRA NÃO TEM PREÇO

Há imensas riquezas construídas neste País pela via criminosa da corrupção. Quem é corrupto, não tem honra, não tem carácter e não tem um pingo de dignidade e de vergonha na cara.

Por quaisquer "trinta dinheiros", são capazes de vender a alma dos próprios pais, incriminar inocentes, desfalcar empresas e levá-las à falência, lesar o Estado, violar o segredo de justiça, adulterar processos judiciais, prestar falsas declarações, matar, etc. Não há nada que um corrupto não faça por dinheiro.

As Leis que regem a Justiça são confusas, complicadas e de difícil interpretação, precisamente para protegerem essa espécie de gente. Elas são concebidas pelos mesmos agentes que depois tiram o maior proveito delas, interpretando-as e usando-as da forma que melhor lhes convém, no sentido de proporcionar os mais inconcebíveis alibis aos poderosos, àqueles que não têm problemas em pagar grandes somas de dinheiro aos melhores advogados da praça, para que a mentira triunfe sobre a verdade.

A Lei é a mãe da corrupção e de tantos outros crimes hediondos tão em voga na actualidade. A sua permissividade e toda a impunidade que a mesma proporciona, encoraja os fora-da-lei a praticar todo o tipo de actos ilícitos porque sabem que existem mil e uma formas de a contornar, transformando crimes gravíssimos que se fossem objecto de julgamentos e sentenças justas dariam muitos anos de prisão, em absolvições escandalosas ou em alternativa, benevolentes penas suspensas.

No tempo dos meus avós, um contrato verbal entre duas pessoas, selado com um abraço ou um aperto de mão, era para cumprir e tinha um valor e uma garantia que hoje não têm os mais mediáticos contratos, feitos com pompa e circunstância, em papel timbrado e com a assinatura das partes reconhecida pelo Notário.

Os nossos antepassados, ao celebrar os contratos, empenhavam a sua honra, davam a sua honra como caução e os compromissos assumidos tinham que ser cumpridos, mesmo que isso lhes custasse os maiores sacrifícios e privações.

A honra era para os nossos antepassados, o seu bem mais precioso e por ela eram capazes de desafiar quem a pusesse em causa e lutar até à morte.


A HONRA não tem preço e por isso, o homem não a devia vender por nenhum dinheiro do Mundo.

Se todos os homens se pudessem orgulhar de possuir a sua honra intacta, este mundo maravilhoso em que vivemos mas que está transformado num verdadeiro Inferno, seria muito mais parecido com o Paraíso e porventura capaz de proporcionar a todos os homens a possibilidade de alcançar a verdadeira felicidade.

O maior entrave à felicidade plena do homem é o próprio homem. Ao hipotecer a sua honra por dá-cá-aquela-palha, transformou-se num ser extremamente vulnerável e ao mesmo tempo execrável, receptivo a todo o tipo de propostas desonestas e criminosas que executa sem pestanejar, a qualquer preço, mesmo sabendo que o que faz é repugnante, indigno e condenável.

Os tempos que vivemos são cada vez mais difíceis para todos quantos ainda conservam intacta a sua honra. Assistimos com frequência à glorificação dos corruptos e trapaceiros e à descredibilização e marginalização dos que resistem heroicamente a todas as tentativas de aliciamento. Vivemos tempos demasiado perigosos e imorais em que a humanidade parece não ter forças nem vontade para lutar pela regeneração da sua honra e dessa maneira evitar, num futuro não muito distante, consequências devastadoras para a espécie humana.

Num mundo maioritariamente habitado por lobos, a sobrevivência dos cordeiros torna-se uma tarefa extremamente difícil. Da mesma forma, num mundo habitado maioritariamente por homens sem honra, cada vez se torna mais difícil a sobrevivência daqueles que se esforçam por preservá-la.