É um espaço onde, como o próprio título do Blogue indica, se pretende emitir opiniões válidas sobre todas as questões relevantes da vida portuguesa e do mundo em geral. Embora sendo opiniões muito próprias, procuraremos ser sempre responsáveis, sensatos e justos nas matérias abordadas, tendo sempre presente o respeito que todas as pessoas e instituições nos merecem.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
GOVERNO DE UNIDADE NACIONAL
domingo, 26 de abril de 2009
Porquê comemorar o 25 de Abril?
Há 35 anos, então com a idade de 24, vivia feliz com a minha família, num País de grandes dimensões, em franca prosperidade e que tinha uma população extremamente reduzida se comparada com os mais de um milhão de quilómetros quadrados.
Quando pela primeira vez ouvi falar do golpe militar do 25.04.74 que pretendia pôr fim ao regime de ditadura instalado em Portugal há mais de quarenta anos, regozijei-me com tal acontecimento e pensei imediatamente que o fim da ditadura poderia dar finalmente aos portugueses a almejada liberdade e um regime democrático que restaurasse a dignidade de um povo cansado de tanto sofrer e promovesse a igualdade entre as pessoas no acesso ao emprego e a salários dignos, à habitação, à educação, à justiça e à saúde.
Pensei também imediatamente que os militares envolvidos no derrube da ditadura, eram homens responsáveis e inteligentes que sabiam o que estavam a fazer e o que queriam para Portugal e que tinham também avaliado com rigor a situação das Colónias portuguesas em África, onde havia grandes interesses de Portugal e onde estavam radicados mais de um milhão de portugueses.
Eu que tinha tomado uma decisão de permanecer naquele grande espaço português em África, que também considerava meu, desde que as autoridades portuguesas acautelassem os interesses de todos quantos lá viviam, depressa me apercebi que tinham abdicado de tal tarefa, quando comecei a constatar que a tropa portuguesa e a polícia era constantemente ridicularizada pelos guerrilheiros dos diferentes Movimentos de Libertação, incapazes de manter a ordem e proteger as populações; por outro lado, os armazéns de armamento eram saqueados, havia frequentes confrontos entre os Movimentos de Libertação, aterrorizando as populações; havia perseguições, fuzilamentos, linchamentos e pilhagens; depois ocorreu a farsa dos Acordos do Alvor que ainda contribuiu para o agravamento da já difícil situação, a capitulação total do Exército Português a um dos Movimentos e o consequente abandono da população portuguesa à sua sorte.
Num cenário do salve-se quem puder, a economia depressa rebentou. Não havia comércio, não havia géneros alimentícios e as populações procuravam agora salvar alguns pertences e sair o mais rapidamente do País, por terra, mar ou ar, abandonando todos os bens que conseguiram ao longo de muitos anos de árduo trabalho.
Há relatos impressionantes de pessoas desesperadas e muito corajosas que fugiram, rumo a outros Continentes, em frágeis embarcações de pesca, equiparadas a traineiras; há relatos de caravanas em fuga, atacadas pelos guerrilheiros dos Movimentos de Libertação que para além de saquearem e matarem, levavam também mulheres e crianças como reféns, gerando cenários de grande desespero e horror.
Mas depois de chegar a Portugal, após ter fugido para a África do Sul e ter passado várias semanas nos diversos campos de acolhimento a refugiados, pude constatar a fragilidade do regime recém-criado, com ocupações selvagens, greves, perseguições, saneamentos, nacionalizações, indisciplina nas Forças Armadas e tentativas falhadas de golpes militares como o 11 de Março e o 25 de Novembro, não esquecendo o célebre Verão Quente de 1975 que se caracterizou por uma grande instabilidade e anarquia no Governo, nas Forças Armadas e na Sociedade.
Aqui, no meu País de origem, provei o sabor amargo da discriminação, pelo facto de ter regressado de uma Colónia portuguesa com o rótulo de "retornado" e sofri vexames e injustiças que felizmente ultrapassei sem ter cometido nenhuma loucura.
Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, continuo a ser maltratado pela Justiça, a saúde está cada vez mais inflaccionada, a educação é o que se vê, em constante guerra aberta entre professores e Ministério, o emprego é uma calamidade, da habitação nem se fala e a tão apregoada igualdade de tratamento para todas as pessoas, independentemente do seu estatuto social, económico ou político, não passa de uma longínqua miragem.
Resta recordar nesta evocação de tão importante efeméride que os golpistas do 25 de Abril prometeram ao povo, liberdade, educação, saúde, Justiça, emprego, habitação e como se constata, a dura realidade é bem diferente, continuando por cumprir, em boa medida, tão solenes e revolucionárias promessas.
Pela minha parte, não tenho qualquer dúvida em afirmar que não se cumpriu Abril e que atravessamos um período onde são bem visíveis as fragilidades em que sempre esteve mergulhado este regime democrático e a sua economia.
SANTANA LOPES é bem melhor nas urnas do que nas sondagens...
terça-feira, 21 de abril de 2009
A PUBLICIDADE À BANCA
Se a publicidade aos Bancos que passa nas diferentes estações de televisão, rádio e imprensa escrita, causasse tanto nojo e indignação a todos os portugueses como me causa a mim, então eu diria, com propriedade que a mesma não inspira qualquer grau de credibilidade e é até contraproducente.
Vender gato por lebre, foi táctica em que os Bancos apostaram e utilizaram até ao descalabro financeiro que ocorreu durante o ano de 2008, devido à prática de negócios de alto risco e muitas vezes fraudulentos que puseram na miséria milhares e milhares de aforradores que nunca lhes passou pela cabeça que o Banco a quem confiaram as suas economias pudesse actuar de forma tão irresponsável e criminosa.
Como poderá um aforrador voltar a ter confiança em instituições que desgraçaram as suas vidas e que se entregavam a práticas de compadrio, corrupção, negócios fraudulentos e desfalques em proveito próprio, familiares e amigos?
Como pode um aforrador acreditar na publicidade dessas instituições, sem esboçar um sorriso irónico e proferir um palavrão?
Ninguém poderá ficar indiferente ao que se passou na Banca e tenho a certeza que, no futuro, os portugueses irão ser muito mais desconfiados, rigorosos e exigentes no seu relacionamento com as instituições bancárias, não lhes entregando as suas economias e os seus negócios de forma tão cega, passando a dar também menos importância à sua publicidade enganosa.
Depois dos escândalos financeiros protagonizados pela Banca, ficará a certeza de que a relação com os clientes nunca mais será como dantes e, consequentemente, a publicidade jamais terá o mesmo impacto porque quem apregoa uma coisa e faz outra, não merece qualquer tipo de credibilidade e respeito.
terça-feira, 14 de abril de 2009
UM CASO INTRIGANTE...
Já li, vi e ouvi tanta coisa sobre o possível envolvimento do deputado socialista na prática de abusos sexuais de menores da Casa Pia que, para ser honesto comigo próprio, o tratamento que lhe foi dado pela Justiça, não corresponde à informação que tem sido difundida na imprensa escrita e falada, à análise que fiz e às ilacções que retirei.
Nenhum Juiz até hoje ilibou completamente Paulo Pedroso e não foi condenado porque nas sentenças proferidas se afirma que não foi prestada prova suficiente.
Mas vamos lá a ver se eu compreendo: Diz-se que houve erro grosseiro na prisão preventiva decretada pelo Juiz Rui Teixeira a Paulo Pedroso e baseado nesse erro grosseiro, o seu advogado Celso Cruzeiro, moveu uma acção contra o Estado, exigindo uma indemnização de 600 mil euros, acção que veio a ganhar, sendo-lhe no entanto concedida, apenas com uma indemnização de 100 mil euros.
Porém, o que me intriga, é o facto de um erro tão grosseiro, causar agora tantas dúvidas nos juízes que julgaram os processos que Paulo Pedroso moveu por difamação contra os que o acusaram, sendo absolvidos e, ao mesmo tempo, afirmado nas sentenças que os relatos dos jovens são credíveis.
Então em que é que ficamos? Os jovens para a absolvição de Pedroso, mentiram e agora os mesmos jovens, ao ser julgados por difamação por Pedroso, são ilibados? Isto quer dizer que os jovens falaram verdade e que Paulo Pedroso é culpado? Ou será que uma coisa pode ser verdade e mentira ao mesmo tempo?
Num processo de pedofilia em que está em causa um destacado dirigente do Partido Socialista, Deputado e ex-Secretário de Estado da Segurança Social, o Juiz Rui Teixeira seria assim tão ingénuo ou desleixado, capaz de cometer um erro grosseiro ao decretar a prisão preventiva de Paulo Pedroso, se não tivesse provas suficientes do seu envolvimento nos abusos sexuais dos menores da Casa Pia?
Francamente, num caso destes, é-me muito difícil acreditar que o Juiz Rui Teixeira não tivesse razões objectivas para proceder como procedeu.
Será que neste caso, o poder político não se sobrepôs ao poder judicial?
Ao verificar que Paulo Pedroso não ganhou nenhum dos processos que intentou contra quem o acusou, creio que qualquer português terá legitimidade para questionar a Justiça acerca do tratamento que lhe foi dispensado.
domingo, 12 de abril de 2009
A CONDENAÇÃO DE JESUS À MORTE
segunda-feira, 6 de abril de 2009
NEM TUDO O QUE PARECE É
POR QUÉ NO TE CALLAS?
domingo, 5 de abril de 2009
A HONRA NÃO TEM PREÇO
O maior entrave à felicidade plena do homem é o próprio homem. Ao hipotecer a sua honra por dá-cá-aquela-palha, transformou-se num ser extremamente vulnerável e ao mesmo tempo execrável, receptivo a todo o tipo de propostas desonestas e criminosas que executa sem pestanejar, a qualquer preço, mesmo sabendo que o que faz é repugnante, indigno e condenável.
Os tempos que vivemos são cada vez mais difíceis para todos quantos ainda conservam intacta a sua honra. Assistimos com frequência à glorificação dos corruptos e trapaceiros e à descredibilização e marginalização dos que resistem heroicamente a todas as tentativas de aliciamento. Vivemos tempos demasiado perigosos e imorais em que a humanidade parece não ter forças nem vontade para lutar pela regeneração da sua honra e dessa maneira evitar, num futuro não muito distante, consequências devastadoras para a espécie humana.
Num mundo maioritariamente habitado por lobos, a sobrevivência dos cordeiros torna-se uma tarefa extremamente difícil. Da mesma forma, num mundo habitado maioritariamente por homens sem honra, cada vez se torna mais difícil a sobrevivência daqueles que se esforçam por preservá-la.