sexta-feira, 28 de maio de 2010

CONTRA-MÃO

Por Joaquim Letria, 4 de Maio de 2010

SÓCRATES PARECE aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.

De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram.

Ainda estão a despedirem-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.

Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa; andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.

Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos, puseram-nos a dever 120% do PIB.

Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o Estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?!

A LEI 2105

Artigos de Opinião 2010-04-06 12:48

Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês.

Corria o ano de 1960 quando foi publicada no "Diário do Governo" de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar. Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro "Salazar e os milionários", publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo". Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes. E que dizia, em resumo, a Lei 2105? Dizia que ninguém que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública podia ganhar mais do que um Ministro. Claro que muitos empresários andaram logo a espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido devido à redacção do diploma, que permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, "receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros".

A publicação desta lei altamente moralizadora ocorreu no Estado Novo de Salazar, vai dentro de 2 meses fazer 50 anos. Catorze anos depois desta lei "fascista", em 13 de Setembro de 1974 (e seguindo sempre o que nos explica o livro de Pedro Castro), o Governo de Vasco Gonçalves, recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105 e, através do Decreto Lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes ovencimento de um Secretário de Estado.

Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o 446/74, passaram simplesmente os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do que ganhava um Ministro para uma vez e meia do que ganhava um Secretáriode Estado. O Decreto-Lei justificava a correcção pelo facto da redacção pouco precisa da 2105 permitir "interpretações abusivas" permitindo "elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma".

Ao lermos esta legislação hoje, dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do "fascismo" (Lei 2105) ou do "comunismo" (Dec. Lei 446/74). Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias.

Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos. Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso), ganha a monstruosidade de 420.000 euros por mês, um "pouco" mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365.000 mensais.

Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa.

Assim - e seguindo sempre a linha do que foi publicado - conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100.000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200.000. O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250.000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu. Não averiguei quanto irá vencer pela Europa, mas quase aposto que não será tanto como ganhava aqui na santa terra lusitana.

Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens...) da lista dourada que o "Sol" deu à luz há pouco tempo. Curioso é também comparar este valores salariais com os que vemos pagar a personalidades mundiais como o Presidente e o Vice-Presidente dos EUA, os Presidentes da França, da Rússia, e... de Portugal.

Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês. Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446 de Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar: basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar.

Que tristeza!

sábado, 15 de maio de 2010

MORREU O PROF. DR. JOSÉ LUIS SALDANHA SANCHES


O que dizer de homem tão corajoso, íntegro e distinto?

A sua vida fala por si e o seu legado é de tal forma grandioso que não tenho palavras para exprimir o que sinto relativamente à sua incessante luta pela dignificação da vida pública.

Um homem com H grande que nunca se vergou a nenhum dos Poderes instituídos, um verdadeiro campeão contra a corrupção e contra tantos outros desvarios praticados na vida pública portuguesa.

As suas arrojadas intervenções públicas, escritas e faladas, ficam como exemplo e testemunho para todos os portugueses que tenham a coragem de seguir o seu exemplo de enormíssima dignidade de cidadão honrado e impoluto, de antes quebrar que torcer.
Ainda recentemente, sobre o PEC, Saldanha Sanches, escrevia na sua crónica:

“O PEC é a factura que vamos pagar por anos e anos de saque organizado e contínuo dos recursos públicos, por uma vasta quadrilha pluripartidária que vive de comissões, subornos e tráfico de influências. As derrapagens, sempre as derrapagens...”.

E já no leito da morte, Deus ainda lhe deu oportunidade para lançar mais um grito de revolta, naquela que seria a sua última crónica, contra "OS PAPA-REFORMAS", contra aqueles que acumulam reformas mas também contra as Instituições que as concedem, sem qualquer critério ou merecimento, pois muitas delas são usufruídas por "cidadãos bem protegidos pelo sistema, privilegiados e sortudos" que ao todo, não contabilizam mais do que meia dúzia de anos de trabalho, facto que constitui uma afronta para milhões de portugueses que no final de uma vida de trabalho, têm à sua espera uma reforma de miséria, inferior ao ordenado mínimo nacional.

Rendo-me à coragem e verticalidade de um Homem extraordinário que tão prematuramente nos deixou e tanta falta nos faz e presto-lhe a minha mais profunda e sentida homenagem.

Adeus até sempre, SALDANHA SANCHES.

terça-feira, 11 de maio de 2010

BENTO XVI CONQUISTOU O CORAÇÃO DOS PORTUGUESES


Sua Santidade o Papa Bento XVI, desembarcou em Portugal, no Aeroporto de Figo Maduro, cerca das 11 horas do dia 11 de Maio de 2010, para uma visita de três dias, muito preenchida, que culminará no último dia da sua estadia com a deslocação ao Santuário Mariano de Fátima, onde presidirá às cerimónias religiosas do 13 de Maio.

Nos percursos que efectuou para cumprir o programa de visitas, milhares de pessoas saudaram, aplaudiram e gritaram vivas ao Papa, com grande entusiasmo e emoção, o qual correspondeu sorrindo e acenando carinhosamente à multidão.

Na celebração litúrgica que teve lugar no remodelado Terreiro do Paço, estiveram presentes cerca de noventa mil pessoas que esperaram entusiastica e ordeiramente, ao longo de várias horas pela chegada do Papa.

Do mesmo local onde teve lugar a celebração da Santa Missa, partiram outrora os evangelizadores portugueses, em pequenas e frágeis caravelas, para todos os cantos do Mundo, pregando e espalhando a religião cristã e enfrentando perigos e dificuldades terríveis que fizeram de muitos deles mártires e Santos.

O Papa veio a Portugal na condição de peregrino, rezar a Nossa Senhora de Fátima para que lance as sementes da verdade no coração dos homens para que estes construam um Mundo melhor.

Nesta época de grave crise mundial, a nível económico e de valores humanos, a Igreja também vive dias difíceis porque alguns dos seus membros não resistiram à tentação do pecado e cometeram actos pedófilos vergonhosos. O Santo Padre perante tão hediondos crimes sexuais, actuou com coragem e determinação, exigindo a responsabilização dos culpados e pedindo perdão às vítimas e ao Mundo.

O Papa Bento XVI, sucessor de Pedro e representante de Cristo na Terra, pelo mérito da sua actuação, já conquistou o coração dos católicos portugueses, bem demonstrado na recepção que lhe fizeram neste primeiro dia da sua visita a Portugal e que vão confirmar no Porto e no Santuário de Fátima no dia 13.

As pessoas estão ávidas de verdade, paz, amor e justiça e como estão fartas de lidar com pessoas que não têm carácter e apenas semeiam a mentira, o ódio e a injustiça, acorreram a acolher com entusiasmo e emoção o Santo Padre, para ouvir a sua mensagem de fé e esperança, acreditando que só em comunhão com Deus, é possível encontrar a verdadeira felicidade.

Oxalá as preces do Santo Padre tenham eco no Coração de Maria e Portugal e o Mundo possam encontrar um novo rumo de verdade, paz, amor e justiça.

terça-feira, 4 de maio de 2010

OS ENERGÚMENOS


Os energúmenos são uma espécie de seres humanos, muito parecidos com os primitivos primatas mas cuja ferocidade, animalidade e irracionalidade é mil vezes superior.

Tais animais, vivem em sociedade, disfarçados de pessoas civilizadas e conseguem convencer muita gente incauta que são realmente criaturas bem comportadas.

Normalmente essa espécie de animais actua em grupo porque uma das suas características principais é a cobardia, já que atacam sempre em grande número, pessoas desprevenidas e indefesas, sejam elas homens, mulheres ou crianças.

Essa escumalha da sociedade actua em qualquer local e tudo lhe serve de pretexto; no entanto, são os acontecimentos desportivos que mais atraem tão inqualificável espécie de gente.

No facebook, youtube ou twitter, anunciam grandes batalhas campais, jurando que é desta vez que vão aniquilar o inimigo. Que grandes guerreiros são esses energúmenos!!! E como eles se vangloriam dos seus feitos, praticando os mais nojentos e hediondos crimes, contra pessoas que não se identificam com o seu clube!!!

Neste último Porto/Benfica, houve de tudo porque esses "valentões" estudam todas as possibilidades de causar mossa nas hostes adversárias, ao pormenor e desde o ataque ao autocarro benfiquista até ao arremesso de centenas de bolas de golfe, isqueiros e telemóveis para dentro do recinto de jogo, tudo aconteceu.

Mas o que mais me chocou, foi o assalto e o ataque a uma viatura em que seguiam duas pacatas cidadãs que iam identificadas com o símbolo do Benfica, as quais foram violentamente maltratadas, física e moralmente, tendo sido arrastadas para fora da sua viatura.

Isto é um crime muito grave, um atentado inadmissível contra a liberdade e a democracia e, como tal, devia merecer uma punição compatível com essa gravidade, sempre sujeita ao cumprimento de uma pena de cadeia, o único local onde tais energúmenos deviam estar.

No entanto, todo o mundo sabe perfeitamente que tais arruaceiros fazem o que fazem porque gozam de uma impunidade chocante e vergonhosa. A justiça não funciona e os agentes da autoridade que deviam tomar conta das ocorrências, estão-se nas tintas, porque no fundo, os tais energúmenos também pertencem ao seu clube.

É lamentável que as autoridades, quem de direito, não faça nada para acabar com a actividade criminosa desta espécie de gente, perfeitamente identificada porque se isso acontecesse, muitas pessoas de bem acorreriam aos espectáculos desportivos, levando consigo os seus filhos.

Tal como as coisas estão, não é possível ir aos estádios em segurança porque a qualquer momento, podemos ser vítimas inocentes desses valentões arruaceiros e criminosos.

Estou a escrever esta crónica com intenção de atingir e denunciar todos os energúmenos que existem por esse País fora, sejam eles vermelhos, azuis, verdes, castanhos ou amarelos.

Aceito que haja rivalidade, que uns tantos fiquem satisfeitos quando o adversário perde. Aceito que se digam umas larachas aos adeptos contrários. Aceito que se brinque com os nossos amigos quando a nossa equipa ganha. Não aceito que uns tantos cretinos pratiquem actos tão vergonhosos e criminosos e que depois a justiça não seja capaz de fazer o que lhe compete: JUSTIÇA.

NOTA FINAL: Não compreendo como é possível permitir que em alguns programas desportivos televisionados, tenham assento comentadores tão odientos e rascas que mais não fazem do que incentivar os energúmenos a fazerem cada vez pior, pois têm a desenvergonhada lata de dizer que noutras alturas e noutros locais já viram bem pior.

Essas estações de televisão não se dão conta do mau exemplo que tal espécie de comentadores, facciosos e doentios pelas cores dos seus clubes, sem estatura ética nem moral, estão a dar ao País e ainda por cima pagos?

Depois queixam-se que os programas não conseguem captar o interesse dos telespectadores. Pudera! Com comentadores tão anti-desportistas e com tanta falta de isenção, seria um grande castigo aturá-los um minuto que seja.