Foto dos intervenientes no Acordo do Alvor. Para que serviu esta encenação?
IMAGEM RETIRADA DO GOOGLE
DESCOLONIZAR - O golpe militar de 25 de Abril de 1974 assentou o seu sucesso na propaganda anticolonial e na promessa de descolonizar e conceder a independência aos territórios ultramarinos sob administração portuguesa no mais curto espaço de tempo.
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O povo que estava muito mal informado à época, acerca dos territórios portugueses em África, sabendo muito pouco do que por lá se passava, a não ser das mortes acidentais dos militares em comissão de serviço, facilmente embarcou nessa propaganda enganosa e daí até aclamar os "heróis do 25 de Abril", foi um pequeno passo.
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Os portugueses do continente não conheciam a realidade das ex-colónias e não faziam ideia de quantos compatriotas havia nas ex-colónias; acreditavam na propaganda que referia cinco ou seis centenas de milhar; não sabiam qual era a sua importância na economia portuguesa e, consequentemente, o grau de dependência dos seus recursos naturais; uma larga percentagem não imaginava o grau de desenvolvimento de Angola e Moçambique, em muitos aspectos, mais avançado que a própria Metrópole;
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Neste quadro de desconhecimento da realidade das ex-colónias, foi fácil pintar umas mentiras e convencer a lusitana gente dos "horrores" que por lá aconteciam e pô-la a gritar: "nem mais um soldado para as ex-colónias" e "independência já", aniquilando, com esta insensata atitude, a possibilidade de negociar um período de transição que salvaguardasse a vida e os bens dos portugueses que lá pretendessem ficar e dos que optassem por regressar aos seus locais de origem.
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O que a seguir aconteceu, foi uma tragédia sem precedentes em Portugal: o êxodo de mais de um milhão de pessoas expoliadas e em situação de miséria; milhares de pessoas presas, torturadas e mortas, sem culpa formada; militares portugueses que fizeram o jogo do MPLA e permitiram que os seus compatriotas fossem roubados, presos e maltratados na sua presença, traindo os seus deveres sagrados de defender e honrar a Pátria; traição do Governo português de então relativamente aos acordos firmados no Alvor, entre Portugal e os três movimentos de libertação (FNL, UNITA e MPLA), já que tudo fez para entregar o poder a um só partido.
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A Pátria foi envergonhada por governantes e militares e o mundo inteiro gargalhou do ridículo e dos imensos disparates cometidos durante o período revolucionário, os quais traçaram o negro destino dos portugueses até aos nossos dias.
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Por isso, quanto ao primeiro D de descolonização, estamos conversados, um desastre, uma tragédia, uma vergonha sem precedentes que jamais será esquecida por todos quantos viveram esse terrível pesadelo.
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DEMOCRATIZAR - A democratização foi outro objectivo falhado. O regime instaurado em 25 de Abril de 1974 implantou um sistema democrático que discrimina as pessoas em função do seu estatuto social, político, económico ou religioso, não proporcionando a todos os cidadãos as mesmas oportunidades. Teve início, nesta época, a mais descarada forma de protecção dos boys (amigos, amigos dos amigos, familiares e camaradas de partido), bem mais repugnante do que a "cunha" conotada com o antigo regime.
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Uma democratização que se baseou e ainda se baseia numa infinidade de excessos reivindicativos; que tolerou demasiado o desrespeito e a irresponsabilidade; que valorizou demais a incompetência e marginalizou portugueses extraordinários e grandes patriotas que podiam ter dado um enorme contributo para que a democratização pudesse ter alcançado um estádio de realização e satisfação bem mais interessante e, consequentemente, tivesse sido motivo de orgulho para todos os portugueses; excessos que propiciaram o aparecimento e cescimento exponencial de toda a espécie de crimes; excessos que levaram o País à banca rota, ao empobrecimento generalizado dos portugueses e a um grau de insegurança tão dramático que todos os dias provoca situações angustiantes e trágicas nos lares de muitos portugueses.
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Os excessos permitidos ao longo do regime democrático, permitiram uma confrangedora inversão de valores e levaram muitos portugueses a pensar que sem trabalhar também se podia ganhar a vida e que os direitos se sobrepunham aos deveres. Mais: a certa altura, o chic, o engraçado, o moderno, o revolucionário, era usar uma linguagem escabrosa e insolente e quem não alinhasse era considerada persona non grata.
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Se no antigo regime a "cunha" era fundamental para se conseguir atingir determinados objectivos, no pós 25 de Abril, a cunha tornou-se ainda mais necessária porque os boys passaram a açambarcar tudo.
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Mas como democratizar um País onde os três poderes nunca actuaram de forma democrática? Imaginem se os poderes Legislativo, Executivo e Judicial funcionassem na perfeição! Que colosso de País seria Portugal! E que grau de democratização se teria atingido!
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DESENVOLVER - O terceiro D de desenvolver foi mais um rotundo fracasso. Portugal depende hoje muitíssimo mais do estrangeiro, de onde importa todo o tipo de bens essenciais, os quais, no antigo regime, eram quase todos excedentários.
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Foi destruída a agricultura, a indústria, abatida uma importante frota pesqueira e as grandes companhias de navegação que tinham ao seu serviço dezenas de barcos de carga de grande tonelagem e de transporte de passageiros, também não escaparam ao abate.
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Portugal foi, desde a idade média, um País de intrépidos marinheiros, excelentes navegadores que descobriram e deram novos mundos ao mundo, levando a todos os cantos do globo a bandeira e o nome de Portugal.
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O antigo regime honrou todas essas gerações de marinheiros, já que o País tinha ao seu serviço uma imensa frota marítima que dava emprego e sustento a muitos milhares de portugueses mas, a exemplo do que aconteceu com muitas outras coisas importantes, foi totalmente aniquilada após o 25 de Abril.
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Agricultores, pescadores e industriais foram pagos pelo regime democrático para não produzir, tendo contribuído tal decisão para o empobrecimento do País e o agravamento substancial da política de preços dos bens essenciais.
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O regime implantado em 25 de Abril de 1974 privilegiou a construção de obras megalómanas, nomeadamente auto-estradas, tendo sido claramente manipulado pelas grandes empresas de construção que viram neste sector a galinha dos ovos de ouro e uma excelente oportunidade de ganhar milhões. Os sucessivos governos pactuaram com os interesses das construtoras porque tratando-se de obras adjudicadas por centenas de milhões, era fácil desviar "luvas" chorudas para os "intermediários", sem qualquer problema, tanto mais que no final da obra havia sempre a possibilidade de invocar acrescentos ou alterações ao traçado inicial e até o agravamento dos preços dos materiais. Não me lembra de nenhuma obra que tivesse sido realizada, nomeadamente auto-estradas que não apresentassem no final dezenas ou centenas de milhões de euros de derrapagem.
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A inutilidade de algumas dessas vias está agora bem visível para quem observe o escasso tráfego que por elas circula. São centenas e centenas de quilómetros de asfalto e betão armado que serviram para proporcionar lucros chorudos às empresas e "luvas" multimilionárias aos "intermediários" e governantes que à época ocupavam os lugares de decisão.
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As velhinhas estradas nacionais, algumas retocadas, outras nem por isso, são a alternativa milagrosa para os portugueses que não têm condições para pagar portagens caríssimas, incompatíveis com o seu nível de vida.
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Metade das auto-estradas que foram construídas chegavam e sobravam para um País com 560 km de comprimento e cerca de 220 km de largura, desde que tivessem sido criteriosa e responsavelmente planeadas, tendo exclusivamente em conta os interesses do povo português.
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A dívida pública portuguesa aumentou exponencialmente com os milhares de milhões gastos escusadamente nas auto-estradas e agora os portugueses estão condenados a pagar, simultâneamente, a dívida e as portagens, sabendo-se que uma boa percentagem nem sequer as utiliza.
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O País podia ter aproveitado as importantes remessas da CEE para se desenvolver a todos os níveis e desperdiçou essa grande oportunidade, essencialmente porque os gananciosos abutres do costume se apoderaram ilicitamente da maior fatia do bolo.
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Por outro lado, gostaria que fossem explicados aos portugueses, os benefícios em termos de desenvolvimento para o País, resultantes da delapidação de seis toneladas de barras de ouro que o antigo regime deixou armazenadas na casa forte do Banco de Portugal. É que das 900 toneladas, já nem 300 lá existem! Para que serviu esse ouro? Para tapar buracos como o do BPN?
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Embora muitas mais coisas negativas houvesse para apontar em variadíssimas áreas, nomeadamente na habitação, saúde e educação, fica claro que o terceiro D de desenvolver foi um fiasco de todo o tamanho e, por isso mesmo, os resultados ao fim de 38 anos de regime democrático não podiam ser piores: Portugal atravessa a maior crise económica de que há memória, o desemprego atingiu números nunca imaginados, as falências das empresas e das famílias acontecem diariamente às dezenas e centenas de milhar de portugueses não têm condições económicas para garantir uma modesta refeição diária (faziam falta os 500.000 € que o ex-primeiro ministro gastou em refeições), já para não falar daqueles que perderam todos os seus bens (penhorados), inclusivé a casa e passaram a viver na via pública, engrossando o número dos sem-abrigo.
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Cada um é livre de opinar e pintar os quadros que entender relativamente ao grau de realização dos três DÊS em apreciação; mas se o fizer com independência, sem demagogias à mistura e se utilizar exclusivamente a verdade e a realidade dos factos, não será possível atribuir-lhes uma nota positiva, sendo que a descolonização foi efectivamente extremamente negativa e trágica, a pior dos 3 dês.
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DEMOCRATIZAR - A democratização foi outro objectivo falhado. O regime instaurado em 25 de Abril de 1974 implantou um sistema democrático que discrimina as pessoas em função do seu estatuto social, político, económico ou religioso, não proporcionando a todos os cidadãos as mesmas oportunidades. Teve início, nesta época, a mais descarada forma de protecção dos boys (amigos, amigos dos amigos, familiares e camaradas de partido), bem mais repugnante do que a "cunha" conotada com o antigo regime.
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Uma democratização que se baseou e ainda se baseia numa infinidade de excessos reivindicativos; que tolerou demasiado o desrespeito e a irresponsabilidade; que valorizou demais a incompetência e marginalizou portugueses extraordinários e grandes patriotas que podiam ter dado um enorme contributo para que a democratização pudesse ter alcançado um estádio de realização e satisfação bem mais interessante e, consequentemente, tivesse sido motivo de orgulho para todos os portugueses; excessos que propiciaram o aparecimento e cescimento exponencial de toda a espécie de crimes; excessos que levaram o País à banca rota, ao empobrecimento generalizado dos portugueses e a um grau de insegurança tão dramático que todos os dias provoca situações angustiantes e trágicas nos lares de muitos portugueses.
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Os excessos permitidos ao longo do regime democrático, permitiram uma confrangedora inversão de valores e levaram muitos portugueses a pensar que sem trabalhar também se podia ganhar a vida e que os direitos se sobrepunham aos deveres. Mais: a certa altura, o chic, o engraçado, o moderno, o revolucionário, era usar uma linguagem escabrosa e insolente e quem não alinhasse era considerada persona non grata.
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Se no antigo regime a "cunha" era fundamental para se conseguir atingir determinados objectivos, no pós 25 de Abril, a cunha tornou-se ainda mais necessária porque os boys passaram a açambarcar tudo.
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Mas como democratizar um País onde os três poderes nunca actuaram de forma democrática? Imaginem se os poderes Legislativo, Executivo e Judicial funcionassem na perfeição! Que colosso de País seria Portugal! E que grau de democratização se teria atingido!
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DESENVOLVER - O terceiro D de desenvolver foi mais um rotundo fracasso. Portugal depende hoje muitíssimo mais do estrangeiro, de onde importa todo o tipo de bens essenciais, os quais, no antigo regime, eram quase todos excedentários.
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Foi destruída a agricultura, a indústria, abatida uma importante frota pesqueira e as grandes companhias de navegação que tinham ao seu serviço dezenas de barcos de carga de grande tonelagem e de transporte de passageiros, também não escaparam ao abate.
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Portugal foi, desde a idade média, um País de intrépidos marinheiros, excelentes navegadores que descobriram e deram novos mundos ao mundo, levando a todos os cantos do globo a bandeira e o nome de Portugal.
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O antigo regime honrou todas essas gerações de marinheiros, já que o País tinha ao seu serviço uma imensa frota marítima que dava emprego e sustento a muitos milhares de portugueses mas, a exemplo do que aconteceu com muitas outras coisas importantes, foi totalmente aniquilada após o 25 de Abril.
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Agricultores, pescadores e industriais foram pagos pelo regime democrático para não produzir, tendo contribuído tal decisão para o empobrecimento do País e o agravamento substancial da política de preços dos bens essenciais.
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O regime implantado em 25 de Abril de 1974 privilegiou a construção de obras megalómanas, nomeadamente auto-estradas, tendo sido claramente manipulado pelas grandes empresas de construção que viram neste sector a galinha dos ovos de ouro e uma excelente oportunidade de ganhar milhões. Os sucessivos governos pactuaram com os interesses das construtoras porque tratando-se de obras adjudicadas por centenas de milhões, era fácil desviar "luvas" chorudas para os "intermediários", sem qualquer problema, tanto mais que no final da obra havia sempre a possibilidade de invocar acrescentos ou alterações ao traçado inicial e até o agravamento dos preços dos materiais. Não me lembra de nenhuma obra que tivesse sido realizada, nomeadamente auto-estradas que não apresentassem no final dezenas ou centenas de milhões de euros de derrapagem.
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A inutilidade de algumas dessas vias está agora bem visível para quem observe o escasso tráfego que por elas circula. São centenas e centenas de quilómetros de asfalto e betão armado que serviram para proporcionar lucros chorudos às empresas e "luvas" multimilionárias aos "intermediários" e governantes que à época ocupavam os lugares de decisão.
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As velhinhas estradas nacionais, algumas retocadas, outras nem por isso, são a alternativa milagrosa para os portugueses que não têm condições para pagar portagens caríssimas, incompatíveis com o seu nível de vida.
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Metade das auto-estradas que foram construídas chegavam e sobravam para um País com 560 km de comprimento e cerca de 220 km de largura, desde que tivessem sido criteriosa e responsavelmente planeadas, tendo exclusivamente em conta os interesses do povo português.
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A dívida pública portuguesa aumentou exponencialmente com os milhares de milhões gastos escusadamente nas auto-estradas e agora os portugueses estão condenados a pagar, simultâneamente, a dívida e as portagens, sabendo-se que uma boa percentagem nem sequer as utiliza.
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O País podia ter aproveitado as importantes remessas da CEE para se desenvolver a todos os níveis e desperdiçou essa grande oportunidade, essencialmente porque os gananciosos abutres do costume se apoderaram ilicitamente da maior fatia do bolo.
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Por outro lado, gostaria que fossem explicados aos portugueses, os benefícios em termos de desenvolvimento para o País, resultantes da delapidação de seis toneladas de barras de ouro que o antigo regime deixou armazenadas na casa forte do Banco de Portugal. É que das 900 toneladas, já nem 300 lá existem! Para que serviu esse ouro? Para tapar buracos como o do BPN?
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Embora muitas mais coisas negativas houvesse para apontar em variadíssimas áreas, nomeadamente na habitação, saúde e educação, fica claro que o terceiro D de desenvolver foi um fiasco de todo o tamanho e, por isso mesmo, os resultados ao fim de 38 anos de regime democrático não podiam ser piores: Portugal atravessa a maior crise económica de que há memória, o desemprego atingiu números nunca imaginados, as falências das empresas e das famílias acontecem diariamente às dezenas e centenas de milhar de portugueses não têm condições económicas para garantir uma modesta refeição diária (faziam falta os 500.000 € que o ex-primeiro ministro gastou em refeições), já para não falar daqueles que perderam todos os seus bens (penhorados), inclusivé a casa e passaram a viver na via pública, engrossando o número dos sem-abrigo.
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Cada um é livre de opinar e pintar os quadros que entender relativamente ao grau de realização dos três DÊS em apreciação; mas se o fizer com independência, sem demagogias à mistura e se utilizar exclusivamente a verdade e a realidade dos factos, não será possível atribuir-lhes uma nota positiva, sendo que a descolonização foi efectivamente extremamente negativa e trágica, a pior dos 3 dês.