sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EGIPTO - O DITADOR CAIU


O homem que governou ditatorialmente o Egipto durante os últimos 30 anos e que no dia anterior havia declarado solenemente que não se demitia, acabou por resignar menos de 24 horas depois, delegando os poderes no Alto Conselho Militar das Forças Armadas, durante o período de transição e até à realização de eleições livres e democráticas.

O corajoso Povo do Egipto confirmou mais uma vez aquilo que eu sempre soube: nenhum regime, por mais poderoso e despótico que seja, é capaz de vencer um povo quando age unido e determinado, em defesa da verdade, da honra e da dignidade.

O Povo do Egipto cansou-se de um tirano que o oprimiu e privou da liberdade durante 3 décadas e se preparava para lhe oferecer mais 30 anos da mesma coisa, já que tinha tudo preparado para transmitir o poder ao seu filho Gamal.

Não lho permitiu e muito bem, o martirizado povo do Egipto que exige o exílio do Presidente Hosni Murak e dos familiares.

Quando o Povo quer, a sua força é terrível e invencível, comparável a fenómenos da natureza que nos deixam incrédulos e estupefactos com tanto poder e destruição.

O dia 11 de Fevereiro de 2011, passará a ter para os egípcios o mesmo significado que o dia 24 de Abril de 1974 tem para os portugueses.

Mas cuidado! Muito cuidado! Que o Povo egípcio não se deixe manipular por forças políticas que lhe vão prometer o Paraíso mas que na realidade lhe vão dar o inferno.

Que tomem como exemplo o que aconteceu em Portugal: o povo foi instrumentalizado e manipulado pelas forças políticas existentes à data, tendo cometido as mais disparatadas loucuras (há quem lhe chame crimes), tudo em nome da revolução.
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Como resultado dessa fase revolucionária, resultou a delapidação do património, o saque autorizado, o desrespeito pelas instituições e a desobediência aos superiores hierárquicos, a bagunça no ensino, com passagens administrativas, as ocupações selvagens, a ridicularização das forças armadas, as tentativas de tomada do poder pelas forças da extrema esquerda, a perseguição de pessoas com capacidade económica, o esbanjamento de dinheiros públicos, a rebaldaria e o forró dos funcionários públicos, a falta de produtividade e o colapso da economia.
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Foi também neste período revolucionário que foi feita a descolonização e cometida uma das maiores tragédias da história da humanidade, obrigando mais de um milhão de portugueses que viviam e trabalhavam nas Províncias Ultramarinas a fugir apressadamente, com a roupa do corpo, para não sofrer represálias. A grande maioria, embora tenha perdido todos os seus bens, conseguiu escapar com vida mas alguns milhares de portugueses não tiveram a mesma sorte, acabando por ser capturados e mortos sem direito a defesa e sem lhe dizerem de que eram acusados.

A grande preocupação das forças políticas portuguesas, desde o primeiro momento da revolução, foi tentar captar o maior número de adesões e conseguir maior implantação em todo o território nacional para depois, em eleições legislativas ou autárquicas, conquistar também o poder político e dar emprego e guarida aos milhares de seguidores e, simultaneamente, potenciais candidatos a um tacho.

É verdade, a revolução dos cravos foi isto e muito mais e ainda hoje estamos a pagar também os desmandos cometidos nesse período.

A revolução foi desvirtuada. Nunca houve tanto enriquecimento ilícito na história de Portugal nem tanta pouca vergonha e descaramento dos governantes no apropriamento dos dinheiros públicos.

Mas enquanto uns enriquecem com um simples estalar de dedos, em todo o País aumenta todos os dias o número de pessoas que não consegue fazer face às despesas primárias do dia-a-dia.

O Povo está contente?

O Povo gosta do que vê?

Costuma dizer-se e com alguma razão: "cada um tem aquilo que merece".

Viva o Povo do Egipto!!!

SINDICATOS & EMPREGADORES ("PATRÕES")


Há 36 anos que oiço consecutivamente os sindicatos despejar os mais disparatados slogans contra os empregadores, para utilizar a palavra mais correcta e mais estafada, os "patrões".

Patrões, porque são os donos das empresas e aqueles que, em primeiro lugar, têm a responsabilidade de a rentabilizar para pagar taxas e impostos, remunerar mensalmente os seus empregados e garantir o pagamento do subsídio de férias e décimo terceiro mês, bem como outras regalias sociais.

Os "patrões" são o bem mais precioso de um País, o motor e a alavanca de qualquer Nação, já que sem eles não há empresas e, consequentemente, não há produtividade nem empregos. Um País sem "patrões", é um País sem futuro, um deserto árido, sem condições de sobrevivência.

Na actual conjuntura, os "patrões" não têm vida fácil. Se antes já se queixavam de não poder suportar a brutalidade dos encargos com que o Estado os esmaga, agora, essa dificuldade aumentou exponencialmente, tornando a sua vida ainda mais difícil, ao ponto de muitos terem aberto falência.

Os trabalhadores merecem ser respeitados e defendidos, dentro de uma lógica justa e racional. Se o trabalhador quer ser compreendido, interessa também que essa compreensão exista relativamente ao "patrão", quando está em causa a manutenção do emprego ou a falência da empresa.

Parece que os sindicatos se esquecem que em Portugal quem proporciona cerca de quatro milhões de empregos, são os "patrões". E os sindicatos quantos empregos proporcionam à população portuguesa?

Parece-me até que a grande maioria dos sindicalistas são, eles próprios, empregados por conta de outrem, conferindo-lhes a lei a possibilidade de desempenharem tais funções por conta e à custa do "patrão". Corrijam-me se estou errado, pode ser que a lei tenha mudado a partir de março de 2006, altura em que me aposentei e nunca mais quis saber de leis.

Conheço sindicalistas há 36 anos a dizer invariavelmente a mesma coisa, estando o País em melhores ou piores condições económicas, como se de uma cassete se tratasse, um pouco à imagem da classe política que nestas três décadas e meia de democracia (espécie de democracia, digo eu), têm feito precisamente a mesma coisa: enganar o povo, repetindo constantemente as mesmas mentiras.

Consta até que alguns sindicalistas têm bons tachos e óptimas mordomias, situação nada condizente com a filosofia que apregoam. Ou seja: "não condiz a bota com a perdigota". "Bem prega Frei Tomás...".

Em minha casa, se só tenho capacidade económica para comer pouco mais que uma sopa por dia e uma verba mensal de 500 euros para administrar, se for além dessas minhas possibilidades, vou endividar-me e criar uma situação descontrolada e insustentável que conduzirá, mais cedo ou mais tarde, à impossibilidade de honrar os meus compromissos, ficando entregue à voragem hipotecária das Instituições credoras.

Nas Empresas, os "patrões" também não podem assumir encargos superiores às receitas, caso contrário, terão que se endividar, pedindo dinheiro emprestado à Banca, situação que vai obrigar a um maior esforço financeiro, muitas vezes impossível de cumprir, só restando como solução, a falência.

A situação é difícil para os dois lados (patrões/empregados) mas é preciso não esquecer que um "patrão" tem um conjunto de responsabilidades perante o trabalhador e perante o Estado que vão muito para além do vencimento que é pago todos os meses.

Combater e contestar os "patrões" reivindicando aumentos e regalias sociais que não é possível concretizar na actual conjuntura, é forçar ao encerramento de muitas mais empresas e fazer engordar o número de desempregados.

É isto que os sindicatos querem?

Na vizinha Espanha foi possível celebrar um acordo social e económico entre Governo, patrões e sindicatos. Este é muito mais que um acordo, é um atestado de credibilidade europeu e mundial, numa altura em que nuestros hermanos andam aflitos e com as calças na mão.

Em Portugal, em que a aflição é ainda maior, já com as calças no fundo das pernas, não seria proveitoso e fundamental celebrar um acordo semelhante?

Abram os olhos, defendam os interesses da maioria dos portugueses e não se subordinem às conveniências de uns poucos.

"As amizades individuais, não devem nunca influenciar ou prejudicar o tratamento equitativo do colectivo" (mcm).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

GREVES & GREVISTAS AGRAVAM SITUAÇÃO


O País está de tanga e não aguenta tanta falta de produtividade. Se a maioria das Empresas, na actual difícil conjuntura económica, não têm capacidade para honrar os compromissos salariais com os seus trabalhadores, é bom de ver que com greves a situação ficará ainda mais negra.

Não compreendo, portanto, o que leva os sindicatos a empurrar os trabalhadores para o suicídio colectivo.

Numa altura em que está iminente a bancarrota, será preferível, julgo eu, lutar e trabalhar por manter a remuneração actual, ainda que insuficiente, do que contribuir para agravar a já difícil situação e provocar o encerramento da Empresa bem como o consequente despedimento de todos os trabalhadores.

Na actual conjuntura, as greves não têm justificação e o cidadão comum tem imensa dificuldade em compreendê-las. Os sindicatos, com estas radicalizações extremas, estão a prestar um mau serviço a Portugal e aos portugueses, já que estão a contribuir para que a economia se degrade cada vez mais.

Em minha humilde opinião, os sindicatos têm grandes culpas no cartório relativamente à situação que se vive porque em devido tempo não foram capazes de detectar e evitar a delapidação que minou e aniquilou os Organismos e o sector Empresarial do Estado. Os sindicatos não foram capazes, nessa altura, de fazer as denúncias e mobilizar os trabalhadores para impedirem o saque generalizado do sector empresarial do Estado e o desperdício de biliões de euros em projectos que nunca o chegaram a ser mas que serviram para encher os bolsos dos governantes e de um infindável séquito de protegidos e afilhados.

As estruturas sindicais deviam estar representadas nas administrações dessas Empresas e fiscalizar, em nome do Povo, os actos de gestão, intervindo no momento exacto e evitando a concretização de actos ruinosos.

Que eu saiba, os Sindicatos não fazem nada disto, só actuando à posteriori ou seja "depois da casa arrombada...".

É claro que estes governantes não merecem um mínimo de respeito e consideração. É claro que o País chegou a esta situação insuportável porque os governantes são incompetentes e desonestos. É Claro que os governantes mereciam que o País parasse a 100% em sinal de desagrado e condenação dos seus actos. É claro que mereciam tudo isso e muito mais.

No entanto, numa situação tão grave em que o ganha-pão de cada um está seriamente em risco, apelar à greve e fazer greve é um enorme contrasenso e uma tremenda irresponsabilidade.

Se não for cada um de nós a salvaguardar os nossos interesses, acham que vão ser os governantes a fazê-lo?

Se deixarem os vossos interesses nas mãos dos governantes, quando derem por ela, até os objectos da casa de banho já estarão penhorados.

E quanto aos Sindicatos, eles só terão razão de existir se realmente, em cada momento, souberem actuar em benefício dos trabalhadores, defendendo realmente os seus interesses, actuando de forma sábia e responsável.
Fazer greve numa altura destas é que não tem jeito nenhum.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ABDICAR DOS TACHOS?!?!?! SÓ MESMO À FORÇA


Esta história da redução do número de deputados é velha e já cheira mal. Em cada legislatura, se bem me lembro, o assunto é sempre tema de campanha. E, de facto, o tema só é ventilado e trazido para a praça pública porque os seus autores têm a certeza que não é possível gerar consensos suficientes para aprovar uma proposta de redução de deputados de 230 para 180. Eles dizem 180 mas eu tenho a certeza que uma centena chegava e sobrava!

Estamos na era da mais avançada tecnologia informática e isso quer dizer que determinadas tarefas que antigamente eram executadas por 15 a 20 pessoas, hoje são facilmente superadas por uma ou duas. E a verdade é que todos os sectores de actividade têm apostado forte na informatização, tendo reduzido drasticamente o número de funcionários.

230 deputados!!! Para quê? Se o Povo fosse informado com verdade, ficaria roxo de raiva, se soubesse o que cada deputado produz por ano ou por dia, em média, ao serviço da Assembleia da República. Se houvesse verdade, o povo saberia que alguns não produzem trabalho suficiente para pagar o almoço que comem diariamente.

Basta observar as transmissões da Assembleia da República para apanhar deputados a passar pelas brasas, a telefonar, a conversar e a galhofar, completamente distraídos e alheados do que se está a passar no hemiciclo.

Porque está de novo na ordem do dia o tema da redução de deputados? Se não é para valer e concretizar, porque motivo e com que intenção aparece novamente, pela enésima vez, tal proposta na praça pública? Estes fait-divers não têm outro objectivo que não seja entreter o Povo e, ao mesmo tempo, dar-lhe a entender que determinadas forças políticas não querem a redução.

Nenhuma força política quer reduzir o número de deputados. A única coisa que pretendem, é tirar dividendos políticos à custa de tão estafado tema.

Mas o Povo já está farto de saber que os governantes e políticos não abdicam dos seus tachos e se pudessem ainda os aumentavam. É tempo perdido pensar que essa gente vai abrir mão das suas mordomias de livre e expontânea vontade.

Depois de 25 anos de ditadura e 35 de democracia, confesso a minha tristeza e desilusão com o que tenho presenciado desde a alvorada do 25 de Abril de 1974. Governantes e políticos têm constituído a minha maior decepção e têm sido a principal causa da grave situação económica a que o País chegou e a extrema miséria em que se encontram milhares de famílias.

Para quê mentir? Para quê enganar constantemente os cidadãos? Essa gente é indigna de desempenhar funções governativas e ocupar cargos de responsabilidade no Estado.

A caça ao tacho chega a ser insuportável e descarada e o compadrio é vergonhosamente exercido por quem detém o poder.

Não vai haver redução de deputados, coisíssima nenhuma. A Assembleia da República, mais depressa chegava a um consenso para aumentar o número de deputados. Isso só vai acontecer quando o Povo se cansar desta pouca-vergonha e sair para a rua exigir essa redução mas também a demissão de todos quantos contribuíram para o estado deplorável em que o País se encontra.

Por mim, há muito que o Povo devia ter acabado com todo este regabofe em que apenas alguns se banqueteiam e tiram gordos proveitos. Basta que o Povo queira e os tachos acabam-se rapidamente.