sexta-feira, 29 de abril de 2011

QUANDO O "TACHO" SE SOBREPÕE ÀS CONVICÇÕES POLÍTICAS



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Cada indivíduo pode fazer durante a sua vida o que bem lhe apetecer e não tem que pedir opinião a ninguém. É livre de escolher a postura que entender no seu percurso de vida e, por isso mesmo, sujeitar-se também, aos elogios ou às críticas dos cidadãos.


O político Basílio Horta, que se assumia como um democrata cristão convicto, foi co-fundador do Centro Democrático Social (CDS), ao serviço do qual desempenhou cargos como secretário-geral e vice-presidente da Comissão Política Nacional e Presidente da Mesa do Congresso.


Ainda como militante e dirigente do CDS, foi vice-presidente da Assembleia da República, membro do Conselho de Estado, candidato à Presidência da República e ministro de diversas pastas, no II, VI, VII e VIII.


A certa altura, porém, o "tacho" falou muito mais alto do que as suas convicções políticas e mandou-as às ortigas, aceitando o lugar que o PS lhe ofereceu de Representante Permanente de Portugal na OCDE e depois o cargo de Presidente do Conselho de Administração da AICEP, do qual pediu agora a suspensão do mandato por ter aceite liderar a lista do Partido Socialista por Leiria.


Pela minha parte, até lhe perdoava tão descarada mudança política, na mira de garantir um "tacho". Trocar convicções políticas de direita e abraçar assim, de um momento para o outro, ideias de esquerda, é algo que não se vê todos os dias em Portugal. Os vira-casacas, ao nível dos líderes políticos de topo, não são assim tantos, porque sabem muito bem qual é o rótulo que a maioria da opinião pública lhes coloca imediatamente na testa.


O que eu não posso perdoar a este Senhor Basílio Horta é ter dado uma entrevista dizendo que tem a certeza que o Partido Socialista vai ganhar as próximas eleições e que José Sócrates é um excelente líder e um bom primeiro-ministro e que seria muito mau para Portugal se ele (José Sócrates) não ganhasse.


É preciso ter lata!!! Como é possível que um homem de direita tenha esta opinião sobre alguém que se revelou o mais incompetente primeiro-ministro da era democrática? Porventura não se deu conta que o Senhor Sócrates provocou a maior crise de que há memória e arrastou Portugal para a bancarrota?


É preciso um mínimo de honestidade intelectual e um pouco mais de decência para não se descer politicamente tão baixo. Há valores que valem muito mais que um "tacho" e que não devem ser alienados por preço algum. A honra e a dignidade não têm preço.


Basílio Horta vendeu a alma ao diabo, sem necessidade. Apenas se pode compreender esta sua cambalhota política se de facto as suas ambições pessoais são desmesuradas e, nesse caso, quem coloca a fasquia tão alta, arrisca-se a ter que recorrer a este tipo de comportamento recriminável, em que todos os meios servem para alcançar os fins.


Cheguei a ter alguma simpatia por este vira-casacas, no tempo em que dizia ser um democrata-cristão e agia como tal. Depois das declarações que lhe ouvi acerca do Partido Socialista e do seu Secretário-Geral, foi definitivamente empurrado para a extensa lista das personalidades políticas, pelas quais deixei de ter qualquer tipo de simpatia ou consideração.


É claro que Basílio Horta se está nas tintas para o que eu e centenas de milhar de portugueses pensam acerca do seu oportunismo político e até para as frases indigestas que muitos eleitores lhe vão jogar na cara durante a campanha, porque ele agora só tem uma obseção: ser presidente da Câmara de Leiria.


Pela parte que me toca, ficaria satisfeito se fosse contemplado com uma significativa derrota.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O QUE MILHÕES DE PORTUGUESES NÃO SABEM!!!

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Porque apelam tão veementemente ao voto, os Partidos?

A política de esclarecimento dos Partidos aos cidadãos é péssima e desde sempre se constatou que só esclarecem o que lhes interessa e o que não lhes diz directamente respeito. Sempre se preocuparam muito mais com o acessório do que com o essencial e o jogo da distracção é o seu forte.

Se assim não fosse, os portugueses saberiam que na última legislatura, o Partido Socialista recebeu anualmente 7,1 milhões de euros, o Partido Social Democrata, 4,5, a CDU 1,19; o CDS 1,14 e o Bloco de Esquerda 1 milhão de euros, importâncias que são proporcionais aos votos válidos que cada partido recebeu dos eleitores, multiplicados por 3,15 euros.

Mas os portugueses estariam também bem informados sobre o financiamento dos grupos parlamentares, das comissões parlamentares e dos subsídios e regalias sociais dos deputados, caso os partidos estivessem interessados em esclarecer e informar. Disso os políticos não falam, porque sabem que é uma situação escandalosa e imoral face à grande maioria dos cidadãos.

Paralela e incompreensivelmente, a imprensa escrita e falada que devia ser responsável e independente e preencher essa grave lacuna, por receio ou seguidismo político, não toca nos assuntos que os Partidos desejam manter em segredo, ou pelo menos, sem grande publicidade.

Um dos aspectos que mais me choca, nas eleições legislativas para a Assembleia da República, é o facto de a maioria dos portugueses não ter consciência que ao votar num qualquer partido, para além de lhe estar a dar a sua confiança política, o que já é muito, está a dar-lhe também 3,15 euros. Essa importância multiplicada pelos quatro anos da legislatura, faz com que o seu contributo para o Partido em que votou, contabilize 12,60 euros.

Esses cidadãos a que me refiro e que não fazem a mínima ideia de como os Partidos são subvencionados pelo Estado, à custa dos nossos impostos, deviam saber que o seu voto é essencialmente importante para encher os seus cofres e daí a razão pela qual os líderes políticos fazem tão veementes apelos ao voto.

Para o partido A ou para o partido B, obter uma grande vitória nas eleições legislativas, significa, acima de tudo, ganhar o direito a uma subvenção anual choruda de milhões de euros para as suas múltiplas estravagâncias e tudo o resto é paisagem.

Não tenham dúvidas, meus amigos que os partidos lutam, acima de tudo, pelos vossos votos e que a importância das vitórias se mede pelos milhares ou milhões de euros amealhados e só depois, em segundo lugar, pelos resultados políticos e pelo número de deputados obtidos.

Um partido político é um sorvedor dos dinheiros públicos, dos dinheiros dos impostos, pagos pelos cidadãos, na maior parte dos casos, com grandes sacrifícios. Mas não são só os milhões com que são subvencionados pelo Estado, são também os muitos milhões que por influência directa dos principais partidos, especialmente do que governa, vão parar aos bolsos dos "tachistas" que enxameiam os organismos da administração pública e também aos cofres das instituições e empresas privadas, em consequência de esquemas de favorecimento pouco transparentes.

O País está em crise mas ela não chegou aos partidos. Tomem nota das medidas austeras que vão ser postas em prática e verifiquem se alguma delas vai tocar nas suas regalias. Pudera! Lá diz o povo e com sábia razão: "Se quem parte e reparte não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte".

Aqui, nesta história toda, quem é realmente burro, é o Povo que lhes apara o jogo há 37 anos, engolindo todo o tipo de crimes, mentiras, desilusões e frustrações, ano após ano, por não ser capaz de dizer basta e acabar-lhes com a mama.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

UMA INICIATIVA ACERTADA MAS... INÚTIL

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Cavaco Silva não se limitou apenas a apelar aos agentes políticos partidários para se entenderem; ele próprio fez questão de dar o exemplo, convidando para discursar na cerimónia comemorativa do 37º aniversário da "revolução dos cravos", os três Presidentes da República que o antecederam, mesmo sabendo que são seus adversários políticos e que com frequência o têm criticado.

"Se não podes vencê-los... junta-te a eles". Cavaco Silva, ao tomar esta iniciativa inédita na história da democracia, de uma só cajadada arrumou três adversários de peso e dificilmente, até à realização das eleições de 5 de Junho, será alvo de críticas por parte deles.

Se eles fizeram coro nos seus discursos para que os agentes políticos façam uma campanha eleitoral pacífica e civilizada e acabem com as querelas entre eles, não vão ser eles que vão fazer o contrário, hostilizando o actual Presidente da República.

Nesse aspecto, embora a sua intervenção não vá resolver nenhum problema do País, dado que se trata da repetição de uma série de chavões comuns, reconheço que foi, de facto, uma iniciativa inédita e inteligente, porque para além de anular a maledicência dos três Presidentes, caiu bem no seio da população e vai render-lhe simpatia e popularidade.
Todos eles foram parciais no exercício das suas funções, enquanto Presidentes da República. Há inúmeros episódios que podia citar do Dr. Soares e do Dr. Sampaio. Este último, demitiu até um governo estável, com maioria parlamentar, cometendo, por isso, um dos maiores erros da democracia, desde o "25 de Abril".

Desse erro histórico, lamentável e desnecessário, resultou a ascensão do camarada de partido ao poder que haveria de tornar-se primeiro-ministro e arrastar Portugal para a bancarrota. É preciso não ter memória curta e vista enviezada.
Há cada vez menos entusiasmo à volta das comemorações do dia "25 de Abril". Este ano ainda houve meia dúzia de resistentes que se dispuseram celebrar o "25 de Abril" mas a continuar assim, lá chegará o dia em que não aparecerá ninguém disposto a querer lembrar uma efeméride que não cumpriu os objectivos que anunciou e que se revelou demasiado penalisante para a maioria do povo.

domingo, 24 de abril de 2011

COMEMORAÇÕES DO 37º ANIVº DO “25 DE ABRIL”

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Não tenho nenhuma vontade de celebrar o "25 de Abril" mas gostava de poder dizer o contrário. Eu fui um dos milhões de portugueses a quem o "25 de Abril" causou danos irreparáveis. De aniversário em aniversário, ainda cheguei a alimentar a leve esperança de um dia poder dizer que o "25 de Abril", embora tendo prejudicado alguns, foi benéfico para a grande maioria do povo.


Porém, hoje, quando vejo 600/700 mil desempregados, ordenados mínimos de miséria para a grande maioria dos trabalhadores portugueses, reformas de esmola para centenas de milhar de idosos, muita fome, uma carga exagerada de impostos, cortes nos salários e nas poucas regalias sociais e o País na bancarrota, perdi essa esperança e, de facto, não tenho vontade de festejar o "25 de Abril"

Será que os milhões de portugueses que têm as suas vidas destroçadas porque as suas empresas faliram ou perderam a casa, o emprego, os bens e passam fome, terão vontade de festejar o "25 de Abril"?

Francamente, não acredito.

O espírito que presidiu à interrupção do período ditatorial, perdeu-se por completo, logo após o golpe de “25 de Abril” e depois, nunca esteve presente no pensamento e na acção dos protagonistas dos sucessivos governos constitucionais, mais preocupados com o crescimento e a implantação das suas estruturas partidárias.

Temos assistido, ao longo dos 37 anos, ao desfilar dos mais incríveis desvarios governativos e ao arrastar do País para a bancarrota, desbaratando recursos e realizando acordos e negócios ruinosos, envolvidos, quase sempre em esquemas pouco transparentes e a que vulgarmente se dá o nome de corrupção.

Enfim, perdeu-se uma grande oportunidade de Portugal e os portugueses alcançarem os padrões médios do nível de vida da Europa e agora será muito difícil chegar lá.

Oxalá que eu esteja enganado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"O PS DE SÓCRATES"


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Assisti à profusão de notícias informativas sobre o fantasmagórico congresso do Partido Socialista que a televisão pública e privada se encarregou de publicitar, vezes sem conta, como se a repetição exaustiva daquele fantasioso cenário, tivesse por objectivo fazer acreditar os portugueses que o que viam era de facto real.

Eu fui um daqueles portugueses que me senti mal com a montagem descarada e vergonhosa de tudo quanto foi dito no congresso e, ao mesmo tempo, perplexo, por ver reeleito quase por unanimidade e aclamado em delírio, um indivíduo que andou seis anos a mentir e a causar graves prejuízos ao País e aos portugueses e cujas consequências ainda não são inteiramente conhecidas.

Foi uma ousadia monstruosa utilizar um congresso para transmitir aos portugueses que os graves crimes económicos que cometeu, afinal não são da sua responsabilidade mas sim dos partidos da oposição e da conjuntura internacional. Toda aquela ridícula encenação, foi uma enorme falta de respeito para com os portugueses e demonstrou que o seu interesse não é o seu bem-estar mas apenas e só o poder a qualquer preço.

Já tive ocasião de dirigir palavras elogiosas ao ainda ministro dos negócios estrangeiros, Luis Amado, pela coerência da sua actuação, no cumprimento das suas funções, contrariando declarações e directrizes do primeiro-ministro, procurando ser verdadeiro e demarcando-se da restante equipa de governantes que cumprem religiosamente e sem questionar as ordens do chefe.

A visão que tive do tal congresso socialista, caso pretendesse descrevê-la, não seria capaz de o fazer tão clara e brilhantemente como Manuel Maria Carrilho, no seu artigo de opinião no Diário de Notícias de 14 de Abril de 2011. Nesse sentido e com a devida vénia, faço questão de divulgar tão realística opinião sobre o que foi o magistral embuste, protagonizado pelo Secretário-Geral do PS e seus pares, num congresso onde deviam encontrar soluções para os graves problemas que criaram ao País e aos portugueses.

Eis o brilhante artigo:


O álibi
por MANUEL MARIA CARRILHO
Opinião/DN/14.04.2011
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Ao ver as reportagens do Congresso do PS, a pergunta que mais frequentemente me ocorreu foi como é que os Portugueses, na angustiante situação que vivemos, olhariam para aquele espectáculo.

Um espectáculo que exibia uma incómoda exuberância de meios ao mesmo tempo que revelava uma montagem atenta ao mais ínfimo pormenor (com música, abraços e lágrimas). Mas de onde, na verdade, não brotava uma só ideia, uma só preocupação com o País, uma só proposta para o futuro...

Onde, pelo contrário, era bem visível a obsessão com o poder e a preocupação em bajular o líder no seu bunker, seguindo um guião e repetindo "ad nauseam" um só argumento, com uma disciplina de fazer inveja ao PCP!...

Ter-se-á atingido aqui o lúgubre apogeu do "socialismo moderno", esse híbrido socrático que ficará na história por ter esvaziado o Partido Socialista de quase todos os seus valores patrimoniais e diferenciadores, reduzidos agora a um mero videoclip.

Como na história ficará também a indigência intelectual e o perfil ético de tantos "senadores" do PS que subiram ao palco para - com completo conhecimento de causa sobre o gravíssimo estado do País - acenar cinicamente aos militantes e aos Portugueses, por puro e interessado calculismo político.

O Congresso assumiu a estratégia de Sócrates que é, há muito, clara: ignorar os factos e sacudir as responsabilidades. Inventando uma boa história, que seja simples, que hipnotize as pessoas e, sobretudo que as dispense de olhar para os últimos seis anos de governação, para os números do desemprego, do défice, da dívida ou da recessão. Ou de pensar nas incontornáveis consequências de tudo isto no nosso futuro. Eis o marketing político no seu estado mais puro, e mais perverso.

Esta história começou a ser preparada logo em Janeiro, quando era por demais evidente o que se iria passar com o nosso endividamento e com as nossas finanças públicas. Sócrates lançou então o slogan "Defender Portugal", insinuando subliminarmente que os adversários do PS só podiam ser adversários de Portugal.

Montado o cenário, faltava apontar os vilões. Primeiro, o inimigo externo, e para isso diabolizou-se o FMI, qual dragão que paira ameaçadoramente sobre as nossas cabeças, e contra o qual o herói luta com denodo. Um pouco mais tarde, com o chumbo do PEC IV, estava encontrado o inimigo interno. Um inimigo que "tira o tapete" ao nosso herói, exactamente quando este "ia salvar Portugal". Ferido, o herói não sai de cena. Ei-lo que se reergue, determinado, para mais uma batalha. Desce o pano, e agenda-se o segundo acto para dia 5 de Junho.

Há que reconhecer: tudo isto foi muito bem planeado, teatralizado e concretizado, de modo a que esta fábula funcione não só como um álibi para Sócrates mas, também, como uma "cassete" de campanha.

Montada a história, trata-se agora de repeti-la. É como se todos os dirigentes socialistas passassem a falar pelo teleponto do próprio Sócrates, como se todos tivessem esse teleponto dentro da própria cabeça - e isso, como vimos, funciona, pelo menos em mundos como o da "bolha" do Congresso de Matosinhos.

A força da história avalia-se pelo modo como deforma os factos e maquilha a realidade. Em Matosinhos, ela foi muito eficaz para esconder aquilo que na verdade mais perturba os socialistas: esta é a terceira vez que o FMI é chamado a intervir em Portugal, e, sendo verdade que veio sempre a pedido de governos liderados pelo PS, esta é a primeira vez em que vem devido a erros de governação do próprio PS.

Isto nunca tinha, de facto, acontecido: em 1977/78 o FMI veio por causa dos "excessos" revolucionários, e em 1983/84 para corrigir os deslizes do governo de direita, da Aliança Democrática. Em ambas as situações o PS apareceu, com a coragem de Mário Soares, a corrigir os erros de governações anteriores e a defender o interesse nacional. Desta vez é diferente: o FMI é chamado a Portugal justamente devido à acção de um governo do PS, dirigido pelo seu secretário-geral.

Para grandes males, grandes desculpas? É o que parece. Esta história inventada pelos conselheiros de Sócrates vai fazendo o seu caminho. Espalha-se com mais desenvoltura que um programa eleitoral, e consegue fazer com que muita gente, sem dar por isso, acredite no inacreditável: num dia o nosso primeiro-ministro estava "quase a conseguir salvar-nos", e no dia seguinte o chumbo do PEC IV abriu um buraco de 80 mil milhões de euros...

Não consigo conformar-me com este modo de "fazer política". Sofro, como milhares de socialistas, e certamente muitos mais portugueses, com este tipo de comportamento que joga no "vale tudo" para permanecer no poder. Ao arrepio de todos os valores, ignorando as mais elementares regras da ética, transformando a política num mero exercício de propaganda que se avalia por um único resultado: continuar no poder.

O Partido Socialista ficou reduzido ao álibi de Sócrates. Um secretário-geral que deu sem dúvida provas como candidato eficaz, mas que também já as deu como governante medíocre, conduzindo o País à bancarrota e à mais grave crise que o País já conheceu desde o 25 de Abril de 1974.

Foi com estes dados que o PS saiu do Congresso, à espera de um milagre eleitoral no próximo dia 5 de Junho. Mário Soares falava prudentemente, aqui no DN de anteontem, no risco de um duche gelado que entretanto o PS corre. Mas mesmo que tal não aconteça, não haja ilusões: ganhe ou perca, no dia seguinte às eleições este PS do álibi vai estar como estava na véspera - com uma mão-cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Talvez, finalmente, a olhar para o abismo onde nos conduziu. E quanto a Portugal, o que será de nós?

"ESTE PAÍS NÃO É PARA CORRUPTOS"


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Aprecio sobremaneira o humor de Ricardo Araújo Pereira e delicio-me com alguns dos seus textos. Este que recebi há alguns dias, através do meu mail, merece nota elevada e deve ser lido por todos os portugueses que estejam interessados em conhecer o estado miserável em que se encontra a justiça, um dos pilares fundamentais da democracia, que por não cumprir a sua nobre missão, é a grande responsável pela degradação económica e dos valores éticos e morais em que o País se encontra submerso.


Eis o seu delicioso texto:


Ricardo Araújo Pereira
Boca do Inferno

Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer.

... Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo.


A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.


O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."

domingo, 17 de abril de 2011

FERNANDO NOBRE GERA POLÉMICA


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O ex-candidato independente à Presidência da República Fernando Nobre e Presidente da AMI, contrariando o que havia dito durante a campanha à Presidência da República, aceitou o convite do Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, para liderar a lista por Lisboa às legislativas.

Esta sua decisão mereceu das hostes socialistas uma onda de ataques violentos ao seu carácter e não pouparam também Pedro Passos Coelho e o seu Partido.

Não admira, o PS, em desespero de causa, completamente destroçado pela ruinosa governação do seu Secretário Geral, José Sócrates, o mesmo que se vai apresentar às próximas eleições, depois de ter sido reeleito, em congresso, com mais de 90% dos votos dos congressistas, aproveita todas as ocorrências na área dos Sociais Democratas, boas ou más, para organizar campanhas de "bota abaixo", pensando que agindo dessa maneira, vai fazer esquecer aos portugueses, a miserável situação em que colocou o País, mercê da governação mais incompetente e irresponsável da história do período democrático.

Um Partido que se une em torno de um elo tão fraco e com tanta falta de credibilidade perante os portugueses, em vez de procurar uma alternativa para disputar as próximas eleições e alterar o rumo dos acontecimentos, demonstra que quer que continue tudo na mesma e que aprova a mentira, o compadrio e todos os casos de corrupção que ocorreram durante o seu mandato.

Nesse caso, não retirou qualquer ensinamento da trágica desgovernação e, pelo contrário, procura branqueá-la e apresentá-la como modelo para a próxima legislatura.

Ora, os ataques violentos contra Fernando Nobre, não são mais do que a demonstração do estado de desespero em que se encontra o partido que colocou Portugal na mais grave crise económica de sempre por causa do carácter irascível e petulante do "engenheiro" Sócrates . Creio que já não há nenhum responsável socialista que não tenha desencado o homem, pelo menos meia dúzia de vezes, pondo em causa a sua honorabilidade. É preciso descaramento...

Realmente a política é muito porca e é muito difícil a alguém que entre nela, mesmo estando limpo, que não seja de imediato emporcalhado. Fernando Nobre, pelos vistos, foi convidado pelo PS e pelo PSD para integrar as suas listas de deputados. O Presidente da AMI e ex-candidato a Presidente da República, optou por aceitar a proposta do Partido Social Democrata, em detrimento da Socialista, porque lhe dava a possibilidade de ser o próximo Presidente da Assembleia da República, cargo que ele, Fernando Nobre, gostaria de desempenhar como independente para pôr ordem naquela casa, disciplinar os deputados e abrir as portas à cidadania, o que em meu entender, seria muito bom para todos.

Se Fernando Nobre tivesse aceite a proposta socialista, neste momento tinha a seu favor todos aqueles que o atacam, dizendo que era o melhor do mundo e que a Presidência da Assembleia da República tinha muito a ganhar com a sua liderança.

De facto, a política é horrorosa, vive da infâmia e da mentira e tem muita dificuldade em gerar consensos porque o que interessa a uns, não interessa a outros, mesmo sendo importante e fundamental para resolver os problemas do País.

Comparo o que se passa na política com a história do velho, o rapaz e o burro. Lembram-se dela? O povo achava mal se o velho montava o burro e o rapaz ia a pé; achava mal se o rapaz montava o burro e o velho ia a pé; achava mal se os dois iam a pé com o burro pela rédea; achava mal se os dois montavam o burro e era mau se levavam o burro às costas. De todas as maneiras, o povo achava mal. Na política passa-se a mesma coisa: nenhum partido está disponível para aceitar e aprovar as ideias dos outros, quer elas sejam muito boas, boas, assim-assim ou más.

Neste caso, Fernando Nobre foi atacado pelo PS, para tentar desacreditá-lo e minimizar os estragos que a sua aquisição por parte do PSD lhes pode causar, já que a sua candidatura à Presidência da República conquistou nas urnas mais de 600.000 votos. Não o vão conseguir, porque o PS, em termos éticos e morais, está a anos-luz de Fernando Nobre e o povo já viu que foi a imensa falta de ética e moral do governo socialista que arrastou o País para o gigantesco colapso económico e financeiro.

Como independente, o Presidente da AMI pode e deve tomar as decisões que entender e, no mínimo, se houvesse democracia de verdade em Portugal, deveria ser respeitada a sua opção política.

Porém, neste País, qualquer bandalho se julga no direito de atacar a honra e a dignidade de pessoas de bem porque não olham a meios para alcançarem os seus mais sinistros objectivos.

Creio que o povo, embora ainda não completamente maduro e com alguma falta de independência de pensamento, lhes saberá dar a resposta adequada quando chegar a hora de escolher quem melhor serve os seus interesses.

Como é possível que alguém que fez tanto mal a Portugal e aos portugueses se continue a pavonear e a preparar para concorrer às próximas legislativas, atribuindo todos os actos ruinosos que praticou à oposição e mais concretamente ao seu naior adversário, o PSD.

Depois dos graves crimes económicos que praticou, já devia estar impedido de concorrer ao cargo de Primeiro-Ministro e a prestar contas à justiça. Mais uma vez se comprova que em Portugal só quem desvia tostões não goza da impunidade, da simpatia e da cumplicidade do poder judicial.


sábado, 2 de abril de 2011

ASSINO POR BAIXO


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Não gosto do homem, essencialmente pelas suas frequentes incoerências. Não podemos querer, simultâneamente, sol na eira e chuva no nabal, ou seja, não podemos, pelos mesmos motivos, precisamente pelos mesmos motivos, defender e absolver uns e atacar e condenar outros.

O Bastonário da Ordem dos Advogados, para defender alguns dos seus amigos e camaradas de partido, tem cometido algumas graves incoerências que descredibilizam as suas desassombradas intervenções, na denúncia dos mais graves problemas que minam e aniquilam o Estado e o bem-estar dos portugueses.

Tenho pena que o Dr. Marinho Pinto seja protagonista dessa dualidade de critérios, já que era uma das personalidades públicas que cheguei a admirar e depois acabou por me decepcionar.

No entanto, como a sua intervenção na abertura do ano judicial tem tudo quanto eu gostaria de desabafar na presença daquelas altas individualidades públicas, publico com todo o prazer, no meu blogue, o link retirado do youtube que contem o essencial do seu discurso. http://www.youtube.com/watch?v=pb8sZR-bI6o

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESCLARECIMENTO

Muitas das imagens que utilizo no meu blogue são retiradas do Google e da imprensa diária e jamais, em circunstância alguma, pretendi dar a entender que tais imagens são de minha autoria.

Embora nunca tenha sido questionado por qualquer entidade pelo facto de não identificar a origem das imagens, no futuro, vou procurar fazê-lo.

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.

Muitas das imagens são de minha autoria e também vou passar a identificá-las.

1 DE ABRIL - DIA DAS MENTIRAS



Antigamente, no dia 1 de Abril, conhecido como o dia das mentiras, não havia pessoa que não engendrasse para essa data um qualquer esquema mentiroso para brincar com os colegas, amigos ou familiares. Realmente, noutros tempos, o dia das mentiras era condignamente festejado, pondo à prova a creatividade dos cidadãos que se divertiam com o seu poder inventivo e faziam do dia 1 de Abril uma efeméride de divertimento e descontração.

Outrora fazia sentido o dia anual das mentiras porque as pessoas tinham uma formação ética e moral que não lhes permitia mentir por tudo e por nada, eram mais responsáveis e honestas e, por isso mesmo, por não ser hábito as pessoas mentirem, no dia das mentiras, facilmente pregavam uma pêta aos amigos quando os apanhavam desprevenidos.

Actualmente já não se justifica o dia das mentiras. As pessoas levam o ano inteiro a mentir e, por isso mesmo, já ninguém acredita em ninguém.

No actual contexto comportamental das pessoas, fazia muito mais sentido "O DIA DAS VERDADES". As pessoas deviam aproveitar o dia 1 de Abril para, pelo menos, uma vez por ano, dizeram uma verdade.

O "DIA DAS VERDADES" seria uma excelente oportunidade para os cidadãos tomarem conhecimento, através dos governantes e de todos os titulares de cargos públicos do Estado, qual a verdadeira situação do País e dos organismos por eles administrados.

A mentira está tão entranhada no esquema de trabalho, hábitos e costumes dos governantes e, de uma forma geral, tornou-se tão curriqueira e tão banal neste pequeno rectângulo à beira-mar situado que facilmente é assimilada como verdade.

Como consequência dessa situação tão bizarra, chegámos a um ponto em que nada do que os nossos governantes afirmam corresponde à verdade.

Por mim, já que se mente impune e descaradamente ao longo de todo o ano, acabava com "o dia das mentiras" e instituía em seu lugar "O DIA DAS VERDADES", incluindo, ao mesmo tempo, no código penal, uma sansão de pelo menos 10 dias de prisão efectiva e uma multa pecuniária de 500 euros para todos quantos fossem apanhados a mentir no "dia das verdades".