domingo, 24 de agosto de 2014

BENFICA - UMA VITÓRIA SOFRIDA

 
 
Embora a vitória do Benfica não mereça contestação, dado que foi a melhor equipa sobre o sintético do Bessa, a verdade é que a mesma foi bastante sofrida, graças à entrega dos jogadores boavisteiros que nunca baixaram os braços, tentando chegar pelo menos ao empate. Não o conseguiram porque a defesa benfiquista foi o melhor sector da equipa e jogou com grande concentração e acerto.
 
Este conjunto do Benfica ainda está muito longe de poder ser considerado um sério candidato ao título, tão incaracterístico é ainda o seu desempenho ao longo do jogo. A equipa não tem velocidade, é tudo feito em câmara lenta, tudo muito previsível, há imensos passes errados, perdas infantis de bola e o ataque praticamente não existe. No jogo da primeira jornada, um dos golos foi marcado por um defesa e hoje, no Bessa, voltou a ser um defesa a marcar o único golo da vitória. O Benfica tem que melhorar muitíssimo para fazer a diferença nos confrontos com as equipas de menor valia e com orçamentos infinitamente inferiores aos do campeão nacional em título. 
 
Porém, decorridas as duas primeiras jornadas, há algumas ilacções que já poderão ser tiradas: a primeira, é que a diferença entre os eternos rivais e crónicos candidatos ao título (Benfica, Porto e Sporting), é cada vez menor e hoje, já raramente acontecem aquelas goleadas de mão cheia. Nesta jornada, os três grandes venceram os seus adversários (Arouca, Paços de Ferreira e Boavista), por apenas 1 golo e no caso do Sporting, marcado aos 90+3, a escassos segundos do apito final do jogo.
 
A provar esta observação está o facto de na classificação geral, no final das duas primeiras jornadas, se encontrarem três equipas à frente dos três grandes com os mesmos  6 pontos mas com mais golos marcados: Rio Ave, com 7 golos marcados e 1 sofrido; Vitória de Guimarães, com 6 golos marcados e 1 sofrido; e Belenenses, também com 6 golos marcados e 2 sofridos. Já Benfica e Porto têm 3 golos marcados e 0 sofridos e os mesmos 6 pontos e o Sporting apenas 2 golos marcados e 1 sofrido e 4 pontos.
 
O Campeonato Português de Futebol não tem evoluído e encurtado a distância em termos de qualidade para os congéneres da europeus mas, mesmo assim, têm representado satisfatoriamente o País nas competições europeias. Vamos ver esta época qual vai ser o seu desempenho na Liga Europa e na Liga dos Campeões. É à luz da participação nas provas europeias e dos resultados alcançados que se poderá avaliar a qualidade do futebol português relativamente ao da Europa.
 
Para já, na 3ª pré-eliminatória de apuramento para a Liga Europa, o Rio Ave despachou o Gotemburgo e agora na primeira mão dos "playoff" de acesso à fase de grupos da Liga Europa, perdeu 2-1, com o Elfsborg da Suécia, um resultado que poderá ultrapassar no jogo da segunda mão, no Estádio dos Arcos, em Vila do Conde.
 
Boa sorte para o meu Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões e boa sorte também para todas as equipas portuguesas qualificadas para as provas europeias: Sporting, Porto, Nacional da Madeira e Rio Ave.
 
 
 
 
 

domingo, 17 de agosto de 2014

BENFICA - FINALMENTE!... UMA VITÓRIA NA JORNADA INAUGURAL!

Os marcadores de serviço, Maxi Pereira e Sálvio
 
Há nove épocas que o Benfica não vencia na primeira jornada do Campeonato Nacional, uma mala-pata enervante que condicionou a confiança da equipa no início dessas épacas, tanto mais que esses resultados negativos aconteciam frente a equipas de menor valia, tanto em casa como fora.
 
À 10ª vez, foi finalmente quebrada a tradição de não ganhar na primeira jornada do campeonato, com uma vitória de 2-0 sobre o Paços de Ferreira que volta a ser orientado por Paulo Fonseca, depois de uma efémera e mal sucedida passagem pelo Futebol Clube do Porto.
 
Não obstante a vitória por 2-0, não se pense que o jogo foi fácil, porque não foi. A equipa da cidade do móvel entrou em campo com grande garra e determinação e nos primeiros 20/25 minutos da partida, fez um pressing muito alto sobre os jogadores encarnados, logo no seu meio campo, não lhes dando hipóteses de organizar convenientemente as jogadas de ataque. O Paços de Ferreira até beneficiou de uma grande penalidade logo aos 10 minutos, a castigar empurrão (?) de Eliseu a Hurtado mas Artur defendeu o remate de Manuel José e até parece que já passou de besta a bestial, depois do êxito da vitória na final da Supertaça, só possível porque defendeu 3 penalties.
 
Por volta dos 25 minutos de jogo quando o Benfica já controlava as operações, surge o primeiro golo, construído por Jara, na esquerda, com passe para Gaitán que tabelou com Maxi Pereira, o qual, já no interior da grande área, atirou para o fundo das redes. Estava feito o primeiro golo e aberto o caminho para a vitória, a qual viria a ser consolidada com um excelente golo de cabeça de Sálvio, a passe de Gaitán, um jogador extraordinário que esteve nos dois golos, rubricando uma excelente exibição.
 
Outro jogador que se destacou na partida e que acabou por ser substituído, por precaução, aos 42 minutos da primeira parte, devido a queixas musculares, foi Enzo Peréz. Este jogador que esteve no Mundial e foi finalista vencido, tem uma sobrecarga de jogos muito grande e provavelmente não teve um período de descanso necessário, pelo que o seu esforço terá que ser gerido com algumas cautelas, uma situação a que os preparadores físicos estarão atentos.
 
O Plantel do Benfica tem muitos e bons jogadores mas há três que são fundamentais no desempenho da equipa: Luisão, Enzo e Gaitán. É fundamental que estas três unidades se mantenham para que a equipa tenha sucesso ao longo da época. A saída de um desses jogadores, a acontecer, será uma grande machadada nas legítimas aspirações do Benfica para esta época 2014/2015.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

SUPERTAÇA EUROPEIA - O REAL MADRID FEZ GATO-SAPATO DO SEVILHA

 
O Real Madrid não deu qualquer chance à equipa do Sevilha nesta final da Supertaça Europeia, já que dominou folgadamente o adversário durante toda a partida, podendo dizer-se que o resultado de 2-0 é escasso para tanto domínio e oportunidades de golo.
 
Curiosamente, em cada uma das equipas alinharam três jogadores portugueses. No Real Madrid, Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe e no Sevilha, Beto, Daniel Carriço e Figueiras. Porém, em termos de simpatia, torci indiscutivelmente pelo Real pois ainda não consegui esquecer a final da Liga Europa, injustamente perdida pelo Benfica, após prolongamento e marcação de grandes penalidades, depois de perdidas diversas oportunidades para inaugurar o marcador durante o tempo regulamentar. Foi um daqueles jogos em que o Benfica podia jogar toda a noite que não marcaria um golo.
 
Não sei o que se passa com a equipa do Benfica nas finais mas a verdade é que há efectivamente muita falta de sorte. Acontecem lesões incríveis que afastam os melhores jogadores, as bolas em vez de entrarem, batem no poste, na barra, são salvas inextremis pelos adversários e até os guarda-redes brilham quando jogam contra o Benfica. Eu não acredito em bruxas nem em maldições mas a verdade é que a praga que o Bella Gutman rogou ao Benfica já dura há cinquenta e tal anos!
 
Nessa final da Liga Europa, destacou-se o guarda-redes Beto, não só porque defendeu três grandes penalidades mas essencialmente porque foi ele, com a sua portentosa exibição durante o tempo regulamentar de jogo, que segurou o zero-zero, levando a decisão para a marcação das grandes penalidades, onde voltou a ser herói.
 
Tudo isto estaria certo e seria merecedor de rasgados elogios da minha parte se não fora a sua actuação maldosa e provocadora para com os jogadores do Benfica durante o jogo e depois, nos festejos da vitória, a forma exageradamente exuberante, em clara provocação às hostes benfiquistas. Sinceramente, não me caiu bem o anti-benfiquismo deste guardião, ex-portista e hoje, desejei que encaixasse quatro ou cinco golos.
 
Esta noite, o guardião Beto não teve pela frente uma equipa desfalcada e infeliz como a do Benfica nem tão pouco uma equipa de arbitragem tendenciosa, como aconteceu na final da Liga Europa, onde foi extremamente beneficiado, inclusive, com a não marcação de uma grande penalidade. 
 
Hoje, o guardião Beto teve pela frente a poderosa equipa de Ronaldo & Companhia que não lhe deu tréguas, que fez gato-sapato da sua equipa e que podia ter construído um resultado bem mais dilatado. Porém, nesta coisa das finais, o que interessa é ganhá-las, ainda que seja por meio golo de diferença.
 
O Real Madrid foi muito superior ao adversário, ganhou e fez a festa e eu fiquei satisfeito porque o guardião do Sevilha não pôde repetir as tristes cenas da final da Liga Europa e ainda bem porque quem não sabe festejar com dignidade e desportivismo as vitórias, não merece ganhar.
 
Só tenho pena que o Benfica não tenha vencido o Sevilha, por manifesta falta de sorte e lhe tenha proporcionado tão incontidos festejos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

CARDOZO ACRESCENTOU UMA PÁGINA BRILHANTE À GLORIOSA HISTÓRIA DO BENFICA



 
 
Cardozo despediu-se do Benfica de forma emocionada. Na hora de partir, não se esqueceu de ninguém. Agradeceu ao Benfica, na pessoa do seu Presidente, os anos maravilhosos que passou ao serviço do SLB, acrescentando que gostou muito de Portugal; agradeceu o carinho dos adeptos e o apoio que os colegas de equipa e dirigentes lhe deram e não se esqueceu de agradecer também ao treinador, não obstante o desentendimento da final da Taça de Portugal em 2013.

Mas notava-se que Cardozo partia triste e que o seu maior desejo era ficar. Ele próprio declarou que chegou a pensar acabar a carreira de futebolista no Benfica mas na hora de partir lá foi dizendo que a vida de futebolista é assim mesmo: hoje representa um clube e amanhã pode seguir viagem para outro destino.
 
Nessa despedida emocionada, Cardozo disse também que leva o Benfica, Portugal e os adeptos no coração e que onde quer que esteja torcerá sempre pelo Benfica e que vai seguir os jogos e a vida do Clube.
 
Foi bonito e comovente ouvir da boca do TACUARA palavras tão sentidas e elogiosas dirigidas à Instituição Benfica e à sua massa adepta, em total oposição ao comportamento dos dirigentes benfiquistas que não apareceram, não deram a cara, dando a entender que se livraram de um fardo incómodo e inútil, comportamento que em meu modesto entender, Cardozo não merecia, pelo seu brilhante percurso, ao longo de seis épocas, ao serviço do Benfica. Cardozo acrescentou uma página dourada à gloriosa história do Benfica e merecia tratamento bem diferente, no mínimo, um jogo de despedida, dando-lhe oportunidade, uma última vez, de actuar perante os adeptos e de poder dizer-lhes adeus.
 
Para os dirigentes e adeptos mais esquecidos, eu posso lembrar que o jovem Cardozo chegou ao Benfica na época de 2007/2008, rotulado de o "melhor futebolista do Paraguai em 2006" e que depois se revelou uma máquina de fazer golos ao serviço do Benfica, nas seis épocas que se seguiram, alcançando a invejável marca de 172, tornando-se o estrangeiro mais goleador de todos os tempos.
 
Cardozo venceu a bola de prata em 2009/2010 e em 2011/2012, algo que tinha acontecido pela última vez, na época de 1990/1991, através do avançado Rui Águas, com 25 golos e para além disso, também foi nomeado 2 vezes o melhor jogador do ano do campeonato português. E que não tenham dúvidas os benfiquistas: o salto qualitativo da equipa do Benfica nas últimas 6 épocas, muito se deve ao talento goleador de Cardozo, um atleta extraordinário de 1,93 metros de altura e 87 quilos de peso, possuidor de um pé esquerdo fabuloso, com olhos, nem sempre aproveitado, tacticamente, da melhor forma, caso contrário, nesse período, o Benfica podia ter ganho mais uns quantos títulos, a nível interno e externo.
 
Sobre o episódio da final da Taça de Portugal com o Vitória de Setúbal, no final da época de 2013, o gesto de Cardozo para com o treinador, deve ser entendido como um sinal de desagrado mas também de frustração e revolta de alguém que queria vencer o jogo e contribuir para a vitória. Ao ser retirado do jogo quando vencia com um golo da sua autoria, não aguentou e desabafou empurrando o treinador, o qual haveria de perder o jogo e a conquista da Taça, já que o Vitória de Setúbal inverteu o resultado, acabando por triunfar por 2-1. Depois da humilhação na final da Liga Europa, perdendo no último minuto para o Chelsea; depois da humilhação da perda do Campeonato, também no último minuto frente ao Futebol Clube do Porto, como não há duas sem três, o grande treinador do Benfica sofria mais uma estrondosa humilhação frente à modesta equipa dos sadinos, muito por culpa da sua teimosa casmurrice e dos erros que cometeu na forma como utilizou e geriu o plantel.
 
Por tudo o que atrás fica escrito, há que agradecer e dar os parabéns ao Cardozo pelas muitas vitórias que ajudou a conquistar ao Benfica e pela alegria que as mesmas proporcionaram aos adeptos benfiquistas.
 
No Trabzonspor ou noutro qualquer Clube para onde vás, que sejas bem sucedido e feliz. Obrigado.
 
 
 
 

domingo, 3 de agosto de 2014

EMIRATES CUP - UMA PARTICIPAÇÃO DESPRESTIGIANTE DO SLB


 Imagem retirada do Google

Aos 5 golos sofridos no jogo com o Arsenal, há que somar mais 3, na segunda derrota da Emirates Cup, no confronto com o Valência. Esta participação do Benfica acaba por ser negativa e desprestigiante, aos olhos do mundo, sabendo-se que os jogos foram seguidos por milhões de espectadores.
 
Aquilo que mais impressionou foi a lentidão de processos dentro das quatro linhas. A jogar tão pausadamente, seria impossível fazer melhor. Não houve engenho e arte para fabricar jogadas rápidas e, por isso mesmo, a defesa contrária chegou e sobrou para travar os inofensivos atacantes do Benfica.
 
Pelo contrário, verificámos que tanto os jogadores do Arsenal como os do Valência, mais os do Arsenal, se serviram da velocidade e da troca rápida da bola para surpreender a defesa benfiquista, arma que lhes permitiu construir muitas jogadas perigosas e obter vários golos.
 
Esta equipa do Benfica, tal como está, não tem qualquer chance de conseguir a revalidação do título nacional e na Liga dos Campeões, sujeita-se a ser trucidado pelas grandes equipas europeias.
 
É certo que ainda falta algum tempo para o início das competições a sério mas tenho algumas dúvidas que com estes jogadores seja construída uma grande equipa. No dia 10 já vamos ver como a equipa reage frente à guerreira equipa do Rio Ave para a Supertaça. Até lá, há que manter a calma e ter confiança nos dotes técnicos e tácticos do mestre Jorge Jesus.

sábado, 2 de agosto de 2014

PALAVRAS PARA QUÊ!... O RESULTADO DE 5-1 DIZ TUDO!

Imagem retirada do Google
 
Assisti via internet ao jogo da EMIRATOS CUP entre o Arsenal e o Benfica e deu para realmente ver que este conjunto de Jorge Jesus, neste momento, não tem estofo para competir de igual para igual com as grandes equipas europeias, as chamadas equipas da Liga dos Campeões.
 
Para dizer a verdade, senti-me angustiado, frustrado e deprimido perante a fraquíssima prestação da equipa encarnada, onde a defesa, o meio campo e o ataque falharam rotundamente. Vimos uma equipa sem ritmo, demasiado lenta, desgarrada, sem controlo da bola e do jogo, a qual permitiu ao adversário uma superioridade avassaladora e um resultado escandaloso.
 
Impressionante a falta de velocidade dos jogadores benfiquistas e a facilidade com que os adversários ganhavam os lances e os ultrapassavam. Foram 5 golos mas podiam ter sido mais, tantas foram as ocasiões criadas pelos avançados arsenalistas.
 
O Benfica não encarou este jogo com a responsabilidade que é devida a um campeão nacional, vencedor da Taça de Portugal e da Taça da Liga e finalista vencido da Liga Europa. Uma equipa como o Benfica que ocupa o 17º lugar no ranking da FIFA tem que ter muito mais cuidado com o seu prestígio e não pode entrar numa competição como a EMIRATES CUP 2014, sem ter a certeza que a equipa está apta a corresponder e a discutir taco a taco a vitória com os seus fortes adversários, neste caso, Arsenal, Valência e Mónaco.
 
Toda a pré-época do Benfica foi realmente muito má. Basta dizer que em 7 jogos perdeu 5, sendo que esta derrota com o Arsenal é a mais pesada e a mais desprestigiante. Uma equipa de topo não pode sofrer 5 golos num só jogo. É verdade que se trata da pré-época, um início da temporada que serve precisamente para afinar a equipa e as derrotas não valem pontos. Porém, teria sido muito melhor que o Benfica, embora com dificuldade, tivesse ganho ao Sporting, ao Marselha, ao Atlético de Bilbao e ao Arsenal porque isso significaria que a equipa estaria muito mais entrosada e apta a começar, com sucesso, as provas oficiais.
 
Como benfiquista, espero que o treinador rectifique a imagem do Sport Lisboa e Benfica no 2º jogo da Emirates Cup, contra o Valência, armando tacticamente a equipa de forma a não ser tão facilmente surpreendida pelos avançados contrários, o que neste jogo não aconteceu, por exemplo, com a defesa em linha e, ao mesmo tempo lhe dê uns retoques que a tornem mais forte, guerreira, coesa e produtiva.
 
Um novo resultado expressivo e negativo, seria uma forte machadada no prestígio mundial do Benfica e uma grande desilusão para os milhões de simpatizantes.