terça-feira, 29 de dezembro de 2009

FAZER & DESFAZER - A ARTE DE ESTRAGAR DINHEIRO


Durante longos meses, toda esta zona envolvente à pista de atletismo Moniz Pereira esteve em obras, completamente vedada ao público.

Com o aproximar das eleições autárquicas, houve um esforço para as concluir e foram aplicados milhares de metros quadrados de calçada à portuguesa nos passeios e nos estacionamentos. Depois foi feita a respectiva limpeza, retirada a vedação e aberta finalmente ao público.

Mas qual não foi o meu espanto quando passados dois ou três dias, outra empresa ali assentou arraiais e vai de rebentar tudo o que estava feito, abrindo valas para ali instalar, segundo nos parece, rede de gás.
Francamente! Depois das obras de pavimentação completamente prontas, rebentar tudo de novo, é algo impensável e que não devia acontecer porque é um desperdício de dinheiros públicos e uma afronta a todas as pessoas que não têm uns míseros cêntimos para comprar uma sopa.

Na Alta de Lisboa, estes maus exemplos repetem-se com frequência e parece que não há ninguém responsável que impeça tais desvarios. Ninguém compreende porque não existe entendimento e coordenação entre as diversas empresas para que seja tudo feito de uma só vez ou, pelo menos, que não seja aplicada a calçada e o asfalto, enquanto todos os outros equipamentos não estiverem instalados.

Se essa coordenação existisse, evitava-se o esbanjamento de somas consideráveis de dinheiros públicos que podiam muito bem ser aproveitados para ajudar as pessoas quando sofrem grandes calamidades.

De facto, este tipo de actuação é absolutamente normal em Portugal. Depois de se proceder à pavimentação dos passeios e à asfaltagem das ruas, vem a EPAL e abre uma vala para instalar a rede de águas. A seguir vem a EDP abrir nova vala para instalar o gás e a electricidade e assim sucessivamente, gastando-se recursos do Estado que são afinal, um pouco de todos nós, dos nossos impostos e que poderiam ser canalizados para outras necessidades.

Mas, por outro lado, havendo essa coordenação, os trabalhos seriam realizados mais depressa, evitando muitos incómodos aos cidadãos que muitas vezes esgotam a paciência com a morosidade e os transtornos que lhes causam as obras.

Será esta actuação uma falha de coordenação entre as empresas ou será mesmo uma prática corrente e habitual que interessa às empresas?

Quem souber, agradeço que me esclareça.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

BANCO PRIVADO PORTUGUÊS - COMO FOI POSSÍVEL???

Tenho-me colocado na posição dos clientes do BPP e, de facto, é uma situação muito frustrante e desconfortável.

Colocar numa instituição bancária todas as economias de uma vida de trabalho e de um momento para o outro ver-se impedido de utilizar esse dinheiro, vivendo na incerteza de algum dia poder recuperá-lo, é realmente um provação muito grande, difícil de superar.

Não sei exactamente quantas pessoas estão a ser afectadas por causa da gigantesca fraude levada a cabo no BPP mas pelos vistos ainda são uns milhares e está em causa a devolução de mais de duzentos milhões de euros.

Depois da nacionalização em Novembro de 2008, para que o Banco não entrasse em falência, é ao Governo que cabe a responsabilidade de resolver esta situação mas tem vindo a adiar sucessivamente uma solução, para desespero dos depositantes que se têm manifestado no Porto e em Lisboa junto às respectivas agências.

Os clientes afirmam que aplicaram o dinheiro em papel comercial da SLN Valor e que lhes foi garantido que era um "produto com garantia real, igual a um depósito a prazo, sem risco e com melhores juros".

Nesta gigantesca falcatrua, há uns tantos que são culpados e outros que são inocentes, disso ninguém tem dúvidas. O que é imperioso e urgente é apurar quem são os responsáveis e condená-los pelos seus crimes e, acima de tudo, restituir imediatamente às pessoas que de boa fé depositaram as suas economias no BPP, para poderem sossegar as suas vidas e dormir em paz.

Este foi um solene aviso para todos aqueles que entregam as suas poupanças aos Bancos. É preciso ter muito cuidado com os documentos que se assinam, para evitar situações como esta.

Por incrível que pareça, hoje, como há cem anos atrás, milhares de pessoas continuam a cair no "conto do vigário", o golpe dos espertalhões, viciados na vigarice que não usam armas nem violência mas apenas a sua boa aparência, a roupa impecavelmente tratada e a sua característica de bem-falantes, depois arranjam uma boa história e é ver os incautos a cair como tordos.

Tenha cuidado. Não se deixe cair no "conto do vigário".

domingo, 27 de dezembro de 2009

É PRECISO UM VERDADEIRO ESPÍRITO DE NATAL


A quadra natalícia é para mim um dos períodos mais difíceis do ano. Não suporto tanto consumismo, tanto desperdício, tanta fraternidade e tanta simpatia ocasional e tanta solidariedade fingida. É tudo contrário ao ESPÍRITO DE NATAL.

No Natal comemora-se o nascimento do Menino Jesus, que ocorreu há dois milénios, em condições de extrema pobreza, num estábulo para animais, na cidade de Belém, transmitindo à humanidade, através desse gesto, uma infinita humildade e desprendimento.

Para se comemorar convenientemente uma tão grandiosa efeméride, os pobres e os mais desprotegidos tinham que ser, obrigatoriamente, o centro de todas as atenções. Todas as boas-vontades tinham que ser canalizadas para lhes proporcionar alegria e felicidade, acudindo aos que não têm tecto, aos que se debatem com problemas graves de saúde e aos que vivem diariamente na incerteza de não poder garantir uma tigela de sopa para matar a fome.

Infelizmente, o Natal é um errado pretexto para os ricos gastarem grandes somas de dinheiro em prendas supérfluas para si próprios e para oferecerem a pessoas que não precisam, constituindo tal prática, uma verdadeira afronta aos que têm falta de tudo.

Acredito que a pobreza poderia ser erradicada do Mundo, se no Natal, as pessoas fossem capazes de resistir à compra de artigos supérfluos e canalizassem todo o dinheiro poupado para ajudar os mais pobres.

Em todo o Mundo, se esse extraordinário ESPÍRITO DE NATAL funcionasse, seria possível acumular recursos tão gigantescos que certamente chegariam para erradicar a fome e a extrema pobreza que grassa no Planeta Terra.

Mas será o homem capaz de algum dia praticar acto tão magnânimo? Será o homem capaz de renunciar à ostentação e ao exibicionismo que lhe corre nas veias para ajudar os mais desfavorecidos?

Para tal acontecer, o ser humano tem que evoluir rapidamente no caminho do bem, de tal forma que sinta absoluta necessidade de percorrer esse caminho para ser feliz.

Quando isso acontecer, quando todos os homens praticarem o bem, então o ESPÍRITO DE NATAL funcionará em pleno, durante todo o ano e a fome será definitivamente erradicada do Planeta Terra.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

BASTA UM NEVÃO MAIS FORTE PARA PARAR O NORTE DO PAÍS



Nestes últimos dias, coincidentes com o início do Inverno, tenho assistido todos os dias à divulgação de notícias pela comunicação social que dão conta de estradas intransitáveis, no norte do País e centenas de automobilistas retidos nelas durante quatro, seis, oito e dez horas e muitos, conhecedores da situação, já nem saem de casa, para não lhes acontecer a mesma coisa.

Não há meios disponíveis (limpa-neves) para fazer a limpeza das estradas em tempo útil. Em Portugal, um limpa-neves está atribuído a uma certa região, tendo a seu cargo uma série de troços, enquanto que no estrangeiro, é normal deparar com vários limpa-neves no mesmo troço, de x em x quilómetros.

Os automobilistas que regressam do estrangeiro, dizem que nos Países por onde passam também neva bastante mas as estradas são mantidas transitáveis; no entanto, ao chegar a território português deparam-se com um panorama desolador que os obriga a ficar retidos na estrada horas a fio, em condições difíceis, sem qualquer tipo de assistência.

Na Serra da Estrela, ao longo do Inverno, acontece a mesma coisa. Os serviços de limpeza da neve não conseguem manter abertas ao trânsito, umas poucas dezenas de quilómetros de estrada, impedindo os visitantes de desfrutar a beleza da paisagem.

Num pequeno País como Portugal com aproximadamente 560 km de comprimento e 214 de largura, não se compreende como é possível que não haja meios suficientes e capazes de manter constantemente abertas as principais vias de comunicação, sujeitando os seus utilizadores a problemas gravíssimos que bem podiam ser evitados.

Mas de facto, no Verão passa-se a mesma coisa pois também não há meios para combater os incêndios. A pouca floresta que existe é consumida pelas chamas, todos os anos e quem percorre o País, depara com grandes áreas, outrora cobertas de espessa floresta, agora completamente queimadas e no seu lugar, apenas o negro das queimadas e as pedras que o fogo não foi capaz de consumir.

Falar na realização de obras magalómanas onde vão ser gastos recursos astronómicos que o País não tem e que o vão endividar ainda mais quando há obras de primeiríssima necessidade que poderiam dar um pouco mais de bem-estar a tantos cidadãos, é uma indignidade e uma afronta a todas essas pessoas.

Falar em TGV quando existem tantos portugueses que ficariam felizes com a reactivação da linha Tua/Bragança e outros troços que foram prematuramente desactivados, é não dar valor e desprezar as gentes dessas regiões que também têm o direito de ser tratadas como qualquer outro cidadão que vive no Porto, Coimbra ou Lisboa, porque a sua vida é difícil e agravada com o peso da interioridade.

Porventura os governantes não têm consciência de que ainda existem lugares onde os seus habitantes não possuem água canalizada, electricidade, telefone, esgotos e estradas?

Que essas pessoas e essas regiões tenham sido esquecidas pelo antigo regime, porque era fascista, déspota, tirano e inimigo do povo..., ainda se tolera mas que elas continuem abandonadas e desprezadas, passados 35 anos, após a conquista da liberdade, da democracia e da igualdade, por aqueles que fizeram solenes e revolucionárias juras ao povo de acabar com essas injustiças, já não é aceitável nem tolerável.

Endividar o País e os portugueses para construir estruturas transfronteiriças (TGV) para facilitar a vida de um grupo restrito de portugueses e dos estrangeiros que nos visitam, sem proporcionar primeiramente aos cidadãos do Interior, o acesso ao TPV (Transporte de Pequena Velocidade), é um acto que revela o profundo desprezo dos governantes por essas gentes humildes e laboriosas, ao longo dos últimos 35 anos.

A atenção dos governantes devia focar-se nestas inacreditáveis e duras realidades e empenhar-se definitivamente na concretização dos sonhos (tão pequenos!) de tantos milhares de portugueses que tiveram a infelicidade de nascer e viver em lugares recônditos do interior que o Estado teima em maltratar.

Para se conhecer e dar valor aos problemas das pessoas, é necessário vivê-los e lidar com eles.

Aconselho o Governo a transferir-se por uns tempos para esses lugares recônditos e inóspitos, onde viver é cruel e desumano, para ver se depois continua a ter a mesma opinião e a mesma postura relativamente aos problemas que afectam aqueles portugueses e aquelas regiões.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

JUSTIÇA - Vejo uma luzinha ao fundo do túnel


Os cidadãos protestam e com muita razão. A Justiça não actua de forma isenta e beneficia descarada e sistematicamente os mais poderosos.

O povo é testemunha desse discrepante tratamento, ao verificar que gravíssimas infracções divulgadas na comunicação social e praticadas por essa gente poderosa, ficam normalmente sem punição, beneficiando de todo o tipo de alibis, engendrados pelos advogados que os defendem, pagos a peso de ouro.

Ora, sabendo-se que Lopes da Mota beneficiava da simpatia e da protecção do Governo de José Sócrates, porque ele agiu em favor de terceiros, a mando ou por conta própria, a notícia de que o Conselho Superior do Ministério Público decidiu suspender por 30 dias o procurador-geral adjunto, na sequência de um processo disciplinar por alegadas pressões sobre outros magistrados do MP responsáveis pelo caso Freeport, é uma boa notícia porque embora a sanção seja leve, pelo menos foi investigada e apurada a sua responsabilidade, o que já é muito positivo para a Justiça e, ao mesmo tempo, transmite aos cidadãos a esperança que no futuro a justiça pode vir a ser aplicada com mais equidade, sem olhar às pessoas mas apenas aos crimes que elas praticam.

A Justiça prestará um relevante serviço ao País se de facto começar a ser implacável na aplicação da justiça a todos os cidadãos, sem excepção. Se a Justiça melhorar, o País também vai melhorar e toda a gente vai beneficiar.

Mas por outro lado, decisões desta natureza da Justiça, têm o condão de colocar de sobreaviso todos os prevaricadores que se pisarem o risco serão igualmente sancionados, começando também eles a reflectir que "o crime não compensa" como diz sabiamente o povo.

Por mim que sou amante da paz, da ordem e da Justiça, congratulo-me com esta decisão e faço votos para que muitas outras venham a ser tomadas, na defesa intransigente da VERDADE.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E DEPOIS DE SALAZAR, É TUDO PERFEITO?


Conheci o homem pessoalmente quando tinha os meus 13 anos de idade, um dia, no longínquo ano de 1963, numa deslocação que fez a Vila do Conde para inaugurar já não me lembra bem o quê. Sei que estava ali alinhado, na Avenida, próximo da ponte sobre o Rio Ave, juntamente com centenas de estudantes e que o homem saiu do seu carro preto, enfiado no seu velho fato escuro, camisa branca e chapéu de aba preto, de três bicos e percorreu a pé um itinerário de aproximadamente 100 metros, sorrindo e saudando a multidão que lhe dispensava ruidosa salva de palmas à sua passagem.

Pessoalmente, tinha Salazar como um homem bom mas depois do que ouvi sobre ele, após o 25 de Abril de 1974, sobre os horrores que lhe foram imputados pelas forças revolucionárias de esquerda, decidi nunca mais falar do seu nome, nem para o bem nem para o mal.

Porém, passados todos estes anos, fui-me apercebendo de que nem tudo aquilo de que o acusaram corresponde à verdade e muitos daqueles que o enxovalharam e lhe atribuíram toda a espécie de crimes, especialmente aqueles que depois do 25 de Abril alcançaram lugares importantes na governação do País, deviam ter vergonha de algumas das acusações que lhe fizeram porque, segundo rezam as crónicas, Salazar era uma personalidade eloquentíssima, extremamente educada e extraordinariamente culta, um eminente Estadista e um verdadeiro Prof. de Finanças Públicas.

Salazar tirou o seu curso de direito com a média final de 19 valores e fez o doutoramento também com elevado brilhantismo. Era uma personalidade considerada e respeitada no Mundo inteiro, em função do que foi a sua carreira política como Ministro das Finanças e Presidente do Conselho de Ministros. Em tempo de grande crise, com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial, Salazar teve a arte e o engenho de não envolver Portugal nessa disputa, evitando o martírio dos militares e o sofrimento e a angústia das suas famílias. Se Portugal passou por algumas dificuldades económicas, o que não teria acontecido se Portugal tem entrado na guerra, apoiando um dos beligerantes.

Mas como eu ia dizendo, depois do que tenho observado no regime democrático do pós 25 de Abril de 1974, não vejo porque razão hei-de continuar a omitir o nome daquele que governou o País durante cerca de quarenta anos, que fez do escudo uma das moedas mais fortes do mundo e, simultâneamente, granjeou o respeito e a admiração dos Estadistas mundiais da época, tanto mais que é meu dever honrar a memória de todos aqueles que se empenharam e trabalharam, em vida, para o progresso e prestígio de Portugal.

Salazar foi um Governante honesto e honrado que sempre colocou os interesses de Portugal acima de quaisquer outros e morreu mais pobre do que quando chegou ao Poder para tomar conta da difícil pasta das finanças. Foi um homem humilde e discreto, mantendo-se sempre longe das luzes da ribalta, nada dado a luxos nem a grandes divertimentos. O seu divertimento era o trabalho e a sua grande paixão, o patriotismo que nutria pela Nação Portuguesa.

Ao contrário da grande honestidade, competência, conhecimento e responsabilidade que sempre caracterizaram Salazar, os actuais governantes não estão minimamente preparados para exercer os cargos que ocupam ao serviço do Estado e essa impreparação e incompetência tem reflexos desastrosos no actual estado da economia do País.

Actualmente, os governantes, em vez de seguirem os bons exemplos que Salazar nos legou, procurando fazer esquecer aqueles em que ele foi menos bom, por incrível que pareça, após 35 anos de regime democrático, estão a fazer sistematicamente o contrário: trocam a sua simplicidade pela muita importância que atribuem a si próprios; a humildade pela arrogância e prepotência; a educação e boas-maneiras pela ofensa, pela intriga e pelo insulto; a honestidade pelos jogos de interesses e pela corrupção; a honradez nos actos e nos compromissos pela mentira e pela vergonhosa falta de palavra; a discrição pela doentia obsessão de aparecer sempre onde não são chamados e dar nas vistas; e, finalmente, colocar acima dos interesses do País, os seus interesses pessoais, dos seus familiares e amigos, mesmo que o déficit suba aos 10 ou 15% e Portugal passe a ser considerado, no contexto das nações, como um qualquer Estado terceiro-mundista.

Salazar viveu e governou noutro tempo e noutras circunstâncias, nada comparáveis ao mundo de hoje. Salazar não governou sozinho. À sua volta desfilaram os intelectuais mais prestigiados da época e as Forças Armadas e o Povo sustentaram e apoiaram a sua governação. Aparentemente, nunca houve grandes contestações ou tentativas para derrubar o seu regime autoritário e só por isso se manteve 40 anos no Poder.

A provar o que digo, está o facto de se ter dado o golpe militar do 25 de Abril de 1974, sem que o tenebroso regime fascista tivesse oferecido qualquer resistência, tendo imediatamente resignado e abandonando o Poder a caminho do exílio.

Não há nada como o passar do tempo para curar certas feridas, desvanecer as diferenças e aclarar conceitos e ideias. Hoje, Salazar já não é visto com os mesmos olhos dos revolucionários de Abril que tão mal o trataram e quantos mais anos passarem mais limpa ficará a sua imagem, se nos lembrarmos que os actuais governantes ofendem gravemente todos os dias os princípios básicos da democracia, enganam o povo e só lhes pedem sacrifícios, esbanjam os dinheiros públicos e distribuem-no pelos que os apoiam, asfixiam economicamente e endividam tragicamente o País e o que ainda lhes vai valendo no plano internacional, para fazer face a alguns compromissos financeiros é, paradoxalmente, as cerca de mil toneladas de ouro que Salazar deixou na Casa Forte do Banco de Portugal.

Nos últimos 42 anos, após a sua morte, a credibilidade financeira do País tem sido suportada pela riqueza que ele acumulou e nos legou. Infelizmente toda essa riqueza tem vindo a ser delapidada e só o actual Governador do Banco de Portugal já vendeu mais de 220 toneladas, não restando actualmente mais de 300 toneladas do ouro de Salazar.

Revolucionários, historiadores e povo em geral, deviam ser mais sensatos e justos na apreciação da vida e da obra de Salazar.

domingo, 29 de novembro de 2009

"FACE OCULTA"

A IMPUNIDADE
DOS GOVERNANTES, POLÍTICOS
E PODEROSOS
TEM QUE SER IRRADICADA
PELA JUSTIÇA
A corrupção mina a economia do País, delapida o património das Empresas e Instituições Públicas, essencialmente e descredibiliza os Governantes e os Gestores dessas Empresas. A corrupção está aí, insaciável e devastadora e os casos sucedem-se uns atrás dos outros, cada vez com contornos mais graves.

As Empresas e as Instituições ligadas ao Estado têm sido os alvos preferenciais dos agentes corruptores que não olham a meios para obter lucros fáceis.

Grandes Empresas tuteladas pelo Estado como a REN, EDP, GALP e REFFER, foram apanhadas nas malhas do processo de corrupção "Face Oculta" e alguns dos seus responsáveis já foram constituídos arguidos e para continuarem em liberdade, tiveram que pagar uma caução de milhares de euros. Mas para além disso, foram-lhes também aplicadas algumas medidas de coacção pelo Juiz instrutor do processo nomeadamente, termo de identidade e residência e proibição de contacto com os outros arguidos do processo.

A exemplo do que vem acontecendo sistematicamente com anteriores processos de corrupção que envolvem figuras destacadas do Estado e da vida pública portuguesa, no processo "Face Oculta" também houve convenientes fugas de informação e segundo notícias que vieram a público na Comunicação Social, diversas personalidades que estavam a ser investigadas e escutadas, foram "avisadas", por alguém que teve acesso ao processo e a partir desse momento, trocaram de telemóvel, procedimento que indicia alguma cumplicidade por parte das pessoas que se desfizeram dos telemóveis escutados, porque como diz sabiamente o povo, "quem não deve não teme".

Face a factos tão graves, a Justiça deveria ser muito mais estanque nas suas investigações para não acontecerem estas vergonhosas fugas de informação que têm como objectivo a descredibilização do Ministério Público e as respectivas provas processuais mas também proporcionar aos implicados, a possibilidade de estudarem atempadamente, fantásticas estratégias de defesa e provável eliminação de provas.

Por outro lado, neste mesmo processo "Face Oculta", o Ministério Público de Aveiro extraiu das conversas escutadas, várias certidões que remeteu ao Procurador-Geral da República porque no seu entendimento e segundo notícia do jornal "O Sol" de 27.11.2009, implicam o Primeiro-Ministro José Sócrates em actividades que poderão ser consideradas tráfico de influências.

Nessa mesma edição de "O Sol", pode ler-se um artigo de investigação, assinado por Paula Azevedo e Felícia Cabrita que faz revelações muito compremetedoras das conversas de Vara com Sócrates.

Perante estas revelações vindas a público, em consequência das investigações e escutas levadas a cabo no processo "Face Oculta", torna-se imperioso que o Procurador-Geral da República explique ao País e aos portugueses porque é que os indícios apurados pelo Ministério Público de Aveiro não contêm, no entendimento da Procuradoria, matéria criminal relevante que justifique qualquer inquérito.

É preciso saber de uma vez por todas se na óptica do Senhor Procurador, os portugueses têm ou não têm o direito de saber o que se passa com os nossos Governantes ou, se pelo contrário, pensa que eles não têm que ser informados sobre problemas tão graves porque não passam de meros verbos de encher, sem qualquer capacidade para pensar.

A resposta do Senhor Procurador é importante porque se de facto não dispensa aos cidadãos portugueses a consideração que merecem e não sente o dever de os esclarecer sobre a verdadeira actuação do Senhor Primeiro Ministro, então deve abdicar do lugar que ocupa porque não se adequa ao seu perfil.

Noutros Países da Europa, casos idênticos são devidamente explicados aos cidadãos e os inquéritos são levados até ao fim. Em Portugal tudo quanto diga respeito aos governantes e aos poderosos é sistematicamente abafado de forma absolutamente escandalosa e, por isso mesmo, todos quantos beneficiam dessa vergonhosa impunidade, sentem que são intocáveis e estão acima da Lei e podem continuar a cometer toda a espécie de crimes.

Mas então quem defende o Regime Democrático? Alguém tem que o defender e preservar, começando imediatamente pela Justiça, no sentido de proporcionar tratamento igual a todos os cidadãos, independentemente do seu grau académico ou posição social, económica, religiosa ou política.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

FALTAM INFRA-ESTRUTURAS BÁSICAS NO INTERIOR DO PAÍS, SENHOR PRIMEIRO MINISTRO!

Este Primeiro-Ministro (PM) repete até à exaustão que é fundamental a modernização do País, torná-lo competitivo, em pé de igualdade com os mais desenvolvidos da Europa.

Para isso, o PM e o seu Governo, elegeram como prioridade uma série de empreendimentos gigantescos e megalómanos que pensam ser essenciais para alcançar tais objectivos.

Pensa o PM que o País estará na iminência de encontrar importantes jazidas de ouro negro ao largo da sua extensíssima costa atlântica e, por isso mesmo, obras da envergadura do TGV, aeroporto do Montijo, 3ª travessia sobre o Tejo, uma segunda auto-estrada Lisboa/Porto e lanços de auto-estrada em vários pontos do País, serão facilmente custeadas com os biliões resultantes da exploração do petróleo.

Senhor PM o petróleo só existe nos seus sonhos e se não acorda rapidamente, acabará por transformar a vida dos portugueses num mar imenso de pesadelos, gastando recursos que não existem e fazendo aumentar descontroladamente a dívida pública.

Há tanta coisa importante e prioritária para fazer no País para levar conforto e um pouco mais de felicidade a milhares de pessoas que estão abandonadas pelo Estado, antes da realização das suas megalomanias porque vivem isoladas, sem estradas, sem água, sem esgotos, sem telefone, sem electricidade, sem poderem utilizar um frigorífico, uma máquina de lavar roupa, um televisor, um aspirador, etc.

O Senhor PM já pensou na tragédia dessas pessoas? Gostaria de viver naquelas condições? Acha aceitável que em 2009 ainda haja no País de que é PM, pessoas a quem o Estado ainda não proporcionou equipamentos e infra-estruturas que são da sua inteira responsabilidade?

Não pode haver portugueses de primeira, segunda e terceira. O Estado tem obrigação de tratar todos os cidadãos em pé de igualdade: se nos centros urbanos há saneamento básico e todas as infra-estruturas, no interior do País, nos montes e nos lugarejos mais recônditos, onde houver pessoas, também é obrigatória a sua existência.

Essas pessoas, pelo facto de viverem onde a maioria da população recusaria permanecer, merecem uma consideração e uma atenção muito especial, por forma a atenuar o seu isolamento e a falta de bens essenciais de primeira necessidade e toda a espécie de serviços.

Viver nas condições daquelas pessoas, isoladas de tudo e de todos, com grandes dificuldades para mandar os filhos à escola, é um fardo excessivamente pesado que o Estado tem obrigação de tornar mais leve, dotando aqueles locais das infra-estruturas necessárias e prestando apoio às pessoas.

Antes dos empreendimentos megalómanos, Senhor PM, é necessário e urgente estender a rede de estradas, água, electricidade e telefone a todos os locais do País onde haja portugueses a viver. É muito cruel e desumana a condição de vida de quem se encontra em tão trágica situação.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

QUE GRANDE DIFERENÇA ENTRE A JUSTIÇA FRANCESA E PORTUGUESA!


Segundo notícia do Libération, Jacques Chirac que foi Presidente da República Francesa entre 1995 e 2007, será julgado por "abuso de confiança e desvio de dinheiros públicos", no caso dos 21 empregos fictícios pagos pelo seu gabinete, enquanto Presidente da Câmara de Paris, de 1977 a 1995.

Ainda segundo o mesmo jornal francês, a decisão de notificar Jacques Chirac para se apresentar perante um tribunal correccional é uma decisão histórica para a justiça francesa. A História de França regista apenas a passagem pelo tribunal de dois chefes de Estado: o general Philippe Pétain, pela sua colaboração com a Alemanha nazi e Luis XVI, por causa da Revolução Francesa.

Contra a opinião do Procurador, que em Setembro requereu o arquivamento do processo, o juiz de instrução considerou suficientes as acusações para julgar aquele que passou a ser uma pessoa vulgar, depois de ter vivido 12 anos ao abrigo da imunidade presidencial. "Com serenidade, a justiça [deve] assim saldar as dívidas dos pequenos e grandes acordos do chiraquismo com a ilegalidade e o desvio de verbas", comenta o Libération.


***

De facto, há uma grande diferença entre a justiça francesa e a justiça portuguesa. Aqui, em Portugal, todos os poderosos e políticos gozam de um estatuto de grande impunidade que lhes permite fazer constantes atropelos à Lei sem serem incomodados pela justiça.

A justiça portuguesa não seria capaz de levar um ex-Presidente da República a julgamento, mesmo que houvesse factos incriminatórios que o justificassem. Levar a julgamento Ramalho Eanes, Mário Soares ou Jorge Sampaio, seria impossível neste País, devido às influências que os próprios, o Partido a que pertencem ou os seus amigos mais chegados, exerceriam sobre o Tribunal e sobre os magistrados com a responsabilidade de os pronunciar e julgar.

Não há independência do Poder Judicial e, por isso mesmo, os lobies e as interferências e influências de gente poderosa, são os grandes obstáculos para que os Tribunais em Portugal cumpram a soberana e sagrada missão de fazer JUSTIÇA.

MEGA INVESTIGAÇÃO "FACE OCULTA"


Foi ontem anunciada em toda a imprensa mais uma mega-investigação com o nome de código "Face Oculta", sobre fraude e corrupção que levou à prisão e à constituição de arguidos, figuras importantes da nossa praça e envolve também grandes empresas como a REN, REFER, GALP e EDP.

Para já, todos os que tiveram oportunidade de se pronunciar através dos meios de comunicação social, já se afirmaram inocentes e de consciência tranquila. Armando Vara, por exemplo, disse: "fui notificado por ter sido constituído arguido em processo já tornado público através da comunicação social. Afirmo que estou inocente, pelo que aguardo com o maior interesse as provas que as autoridades venham a exibir relativas ao meu envolvimento no processo, o que por certo será efectuado em sede própria e não através da comunicação social. Esclareço que estou absolutamente convicto de que as actuações que desenvolvi, enquanto titular de cargos públicos e gestor de empresas, se pautaram por rigorosos critérios de ética, quer na conduta pessoal quer na conduta profissional, pelo que, estou seguro que a investigação em curso confirmará que as suspeitas levantadas carecem de qualquer fundamento".

Entretanto, as ditas provas, investigadas pela Polícia Judiciária, já circulam por toda a imprensa e na net, ressaltando à vista desarmada, a facilidade com que neste País, para se ganhar dinheiro ilícito e enriquecer da noite para o dia, se corrompem pessoas importantes e com poder, colocadas em sectores fundamentais da economia portuguesa, para obter os seus favores a troco de compensadoras contrapartidas.

O País está completamente tomado e contaminado por estes esquemas de negócios fraudulentos que minam a sua economia e envergonham a Justiça.

Todos os dias vejo grandes exemplos de justiça noutros Países da CEE e do Mundo que deviam interessar às autoridades judiciais em Portugal, visto que estas têm o arraigado costume de ser fortes para com os fracos e demasiado brandas (fracas) para com os fortes.

Enquanto a IMPUNIDADE continuar a privilegiar uma certa classe política e os agentes económicos poderosos, não haverá a mínima hipótese de regenerar os hábitos e costumes de pessoas vocacionadas para a trafulhice e a justiça continuará mergulhada em total descrédito.

domingo, 25 de outubro de 2009

CASA PIA - POR ONDE ANDA A JUSTIÇA?


O Processo de Pedofilia da Casa Pia, a par de muitos outros processos judiciais cujos arguidos são socialmente importantes e economicamente poderosos, acabam por se arrastar indefinidamente, ao longo de muitos anos, usando os advogados dos prevaricadores todos os truques e mais alguns, para contestar provas e impedir que o processo avance.

Este processo cheira mal que tresanda porque as alegações da defesa, pelo que se tem observado ao longo do processo são autenticos "faits-divers" com muito pouca base de sustentação como o provam o resultado dos processos que Jaime Gama, Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso intentaram contra as vítimas que os acusaram de actos pedófilos.

Porque é que esses processos foram arquivados? Foram arquivados porque os queixosos não conseguiram provar que as vítimas mentiram. Então se as vítimas não mentiram... no mínimo, ficou demonstrado que os queixosos têm culpas no cartório e que a justiça não actuou em conformidade.

Agora, os principais arguidos no Processo de Pedofilia da Casa Pia, juram a pés juntos que nunca se conheceram antes e que os horrores a que sujeitaram as crianças, em conjunto, nunca aconteceram e que é tudo uma descarada mentira.

Desde que assisti, em directo, num telejornal da TVI e da SIC, um dos arguidos a jurar por tudo quanto havia de mais sagrado no Mundo e a chorar baba e ranho que nunca praticou qualquer acto pedófilo e que estava a ser vítima de uma grande injustiça, garantindo que estava de consciência tranquila que tudo aquilo me cheirou a esturro e pelo tempo fora pude constatar que não estava enganado.

O que foi feito das fotos que foram encontradas em casa do embaixador pedófilo Jorge Rito que a Secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo afirmou ter visto e que a jornalista Felícia Cabrita confirmou? Parece que desapareceram sem deixar rasto.

O que foi feito do processo, instaurado na década de oitenta, em que Carlos Cruz era incriminado de abuso de menores? Parece que desapareceu sem deixar rasto.

Porque é que Hugo Marçal, estando também ele implicado no Processo, se propôs defender Carlos Silvino, segundo se diz, a mando de Carlos Cruz? E porque apareceu depois Dória Villar a defendê-lo, com a missão de o manter calado? E porque é que Carlos Silvino foi ameaçado por diversas vezes para não falar? Para manter a boca bem fechada?

Agora aparecem chamadas telefónicas que desmentem a táctica adoptada pelos arguidos que afirmaram e afirmam nunca se terem conhecido e a única explicação que encontram é negar, dizendo que não fizeram tais chamadas. Felizmente, que neste como noutros processos, há sempre um gato escondido com o rabo de fora, embora muitas vezes quem tem a responsabilidade de julgar, porque não lhe convém, o procure ignorar, fingindo que o não vê.

Estes ilustres Senhores combinaram dizer que nunca se conheceram e os bacanais de que fala Silvino e as crianças, nunca aconteceram porque tanto ele como as crianças abusadas, são mentirosos compulsivos.

Mas porque haveriam as crianças de mentir e qual o interesse?

O que se sabe, é que as crianças abusadas pelos predadores pedófilos, eram aliciadas com ofertas diversas e obrigadas a fazer aquilo que não queriam, sob o efeito de drogas e depois ameaçadas de morte caso dessem com a língua nos dentes.

E como se pode sustentar em julgamento que as crianças mentiram se elas identificaram os locais onde decorreram os abusos, reconheceram os pedófilos pelas fotografias, descreveram os seus hábitos e até foram capazes de indicar algumas características do corpo e sinais nos órgãos genitais?

Será que se houvesse mais interesse em descobrir a verdade, não seriam encontradas muitas mais provas sobre quem se entregou a esta prática anos a fio?

E já agora, porque foi afastado o Juiz Rui Teixeira do Processo Casa Pia e depois acusado de ter cometido um erro grosseiro ao decretar a prisão preventiva do Deputado Paulo Pedroso?

É preciso ter em conta que até hoje, ainda nenhum Juiz ilibou Pedroso dos crimes de que foi acusado pelo Juiz Rui Teixeira, tendo sido até arquivados os processos que moveu contra as vítimas que o acusaram, por não ter conseguido provar que as mesmas mentiram.

É claro que o Juiz Rui Teixeira, foi vítima de um lobie poderoso que se colocou ao lado do Deputado Socialista para o safar, a qualquer preço, do atoleiro em que se enfiou dos pés até à cabeça, com a agravante de não se poder defender, uma vez que foi proibido pelas instâncias judiciais de se pronunciar sobre o Processo.

Ressalta à vista de qualquer cidadão medianamente inteligente e isento que para esse lobie poderoso ter chance de despronunciar Pedroso, tinha que, numa primeira fase, arrasar completamente o Juiz Rui Teixeira, o que fez, desacreditando-o e inventando uma série de erros no trabalho produzido, no âmbito do Processo Casa Pia e depois, numa segunda fase, arranjar forma de o processo ser apreciado na Relação, por magistrados da cor política, de forma a produzirem os despachos necessários para evitarem o seu pronunciamento.

De facto assim aconteceu porque a juíza de instrução Ana de Barros Queiroz Teixeira e Silva, tendo como base o acórdão da Relação de 8 de Outubro de 2003, feito à medida para livrar Paulo Pedroso de ir a julgamento, assim entendeu, embora tenham sido pronunciados outros arguidos e estejam a ser julgados, com as mesmas provas e os mesmos fundamentos.

Esta actuação dá que pensar, tanto mais que nenhum dos outros arguidos beneficiou de um acórdão à medida, a não ser que este (acórdão) venha também a servir para proferir, no final do julgamento, uma sentença que os considere a todos inocentes e, dessa forma, lhes permita igualmente exigir uma indemnização ao Estado pelos graves prejuízos morais e materiais sofridos durante todo o Processo.

Depois do desfecho do Processo que presumo não venha a dignificar a Justiça, terei grande curiosidade e ansiedade até, em ouvir da boca do Juíz Rui Teixeira, em defesa da sua honra, o que lhe vai na alma, acerca deste Processo que tornou a sua vida num inferno e só deu no que deu, porque um dos arguidos se chamava Paulo José Fernandes Pedroso que por acaso era dirigente do Partido Socialista e Deputado na Assembleia da República, pois caso contrário, todas as decisões tomadas, no âmbito do Processo, por Rui Teixeira teriam sido correctas e normais.

Diz-se na minha terra que até ao lavar dos cestos é vindima. Acredito que um dia ainda se saberão coisas importantes e verdadeiras sobre este Processo Casa Pia

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MAIS UM RESULTADO ANIMADOR

5-0
AO EVERTON
E UMA
2ª PARTE
MUITO BOA
A terceira jornada da Liga Europa era aguardada com alguma expectativa quanto ao confronto entre o Benfica e o Everton, especialmente depois do jogo efectuado na Grécia, onde a equipa não rendeu o seu normal e acabou por perder pela margem mínima, um jogo que podia ter ganho com alguma facilidade.
Neste jogo, o Benfica entrou com raça e atitude e cedo se percebeu que o Everton não tinha argumentos para contrariar uma melhor organização defensiva, um meio campo mais esclarecido e um ataque demolidor que fez cinco golos mas podia ter feito muitos mais, tantas foram as ocasiões desperdiçadas.

Na primeira parte, embora tenha tido excelentes ocasiões para marcar, o placard terminou em 1-0 com um golo marcado aos 14 minutos, por Saviola.
Na segunda parte, tudo se modificou porque os jogadores entraram no jogo com maior velocidade e ainda com maior sentido de baliza e em cinco minutos marcaram três golos: Cardoso aos 47 e 48 minutos e Luisão aos 52.
A ganhar por quatro bolas sem resposta, a equipa do Benfica controlou o jogo a seu bel-prazer e os avançados contrários raramente incomodaram o último reduto benfiquista, ou porque estavam num dia mau ou então porque os jogadores encarnados não lhe permitiram, demonstrando ser uma equipa superior.
Até certo ponto e atendendo ao que se passou dentro das quatro linhas, esta equipa do Everton decepcionou muita gente e especialmente o grande número de adeptos que assistiu ao jogo e que não gostaram do que viram.
Cardoso marcou mais dois golos, demonstrando a sua grande veia goleadora e Saviola não quis ficar atrás e igualou o melhor marcador do Benfica e Luisão, depois de tentar imensas vezes o golo, hoje teve também uma cabeçada vitoriosa.
Os adeptos benfiquistas andam satisfeitos da vida e o caso não é para menos porque os resultados são francamente animadores e nota-se que a equipa vem crescendo de jogo para jogo. Aquela tremideira de épocas anteriores parece ter desaparecido de vez e nota-se que em campo está uma equipa com personalidade e acima de tudo, uma equipa que sabe o que faz, trabalhadora, coesa, esforçada e solidária.
O Benfica ainda não ganhou nada de importante e, por isso, tem que continuar a trabalhar cada vez mais para alcançar os objectivos a que se propôs e proporcionar à sua imensa massa adepta muitos momentos de alegria.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

POUCO DESPRENDIMENTO E MAU PERDER


O ainda Presidente da Câmara de Espinho não se conforma com a vitória do seu adversário nas autárquicas e empreendeu uma cruzada contra o PSD local, tendo apresentado um recurso no Tribunal Constitucional para anulação do acto eleitoral, baseando-se no facto de ter havido assembleias de voto com mais votos do que eleitores votantes, urnas que viajaram em viaturas particulares dos presidentes de mesa e que correm rumores de que houve votos comprados.

E para demonstrar a veracidade deste último exemplo, apresenta uma foto dos boletins de voto em que um suposto eleitor votou no PSD para a Câmara e na Junta de Freguesia e Assembleia Municipal no PS.

De facto, é inacreditável e fantástica esta prova!!! Como se um eleitor não tenha total liberdade para votar de diferente forma nos diversos Órgãos autárquicos. E porquê? Porque há muitos eleitores (e muito bem) que não votam em partidos mas antes em pessoas e, nesse sentido, é muito natural que o seu voto recaia na pessoa que lhe dá maior garantia de boa gestão, independentemente do Partido a que pertence.

Mas o mais curioso da questão, é que o tema tem sido noticiado todos os dias, até à exaustão, pela RTPN, em todos os serviços noticiosos, de hora a hora!

Se foi apresentada queixa das ditas irregularidades às autoridades competentes, porque não espera a RTPN e os outros Órgãos de Informação que lhe seguem as pisadas pelo veredicto final?

Não se compreende esta pressão sobre quem tem a responsabilidade de analisar os factos identificados pelo Presidente José Mota e pelos seus camaradas do Partido, a não ser que a correcção e a isenção não façam parte dos deveres deontológicos de qualquer Órgão de Informação.

De Ermelo, a RTP não falou mais e, no entanto, nesta localidade, o candidato do PS à Junta de Freguesia, assassinou, a sangue-frio, a tiro de caçadeira, o marido da candidata do PSD. Pelos vistos, a queixa do Presidente da Câmara de Espinho sobre pseudo-irregularidades, tem mais importância que a morte de uma pessoa.

Mas para além de toda esta história de mau perder, é preciso ter noção que não estamos na Venezuela, Angola, Guiné ou Afganistão, onde o Partido no Governo tem carta branca para fazer todo o tipo de fraudes.

Sejamos intelectualmente honestos e bem intencionados para perceber o seguinte: em actos eleitorais, quem já exerceu a função de Presidente de Mesa, não pode acreditar neste tipo de fraudes, porque a mesa é composta por pessoas de diferentes ideologias e até representantes dos diversos partidos. Antes de abrir a secção de voto, são contados os boletins de voto e antes de se iniciar a votação, a urna é mostrada aos eleitores presentes, para verificarem que se encontra vazia. Depois do encerramento das urnas há uma série de procedimentos que tornam inviável qualquer acto ilícito, desde logo os votos entrados na urna têm que bater certo com os votantes descarregados nos cadernos eleitorais. Finalmente, separam-se os votos por siglas e também os brancos e nulos que depois são confirmados e reconfirmados por diferentes elementos da mesa.

No final, os resultados são publicados em edital à porta da Assembleia, faz-se a acta das operações, assinada por todos os membros da mesa e procede-se à embalagem dos votos não utilizados, dos votos utilizados (válidos, brancos e nulos), dos cadernos eleitorais e da acta do escrutínio. De referir que estas embalagens são lacradas, para não serem violadas.

É também importante lembrar que os delegados das diferentes listas acompanham e fiscalizam todo o processo e podem fazer reclamações, protestos e contra-protestos. Se ninguém apresentou qualquer reclamação até ao encerramento das urnas nem depois relativamente ao apuramento dos resultados, não vejo como possa ter havido fraude. Existem as actas, os editais e os respectivos resultados apurados que bateram certo, caso contrário, teria que ir referido na acta.

Volto a repetir que não estamos na Venezuela, estamos num País onde há meios suficientes para fiscalizar um acto eleitoral e que ainda são os mesmos que durante 16 anos, em actos eleitorais sucessivos, permitiram ao ainda Presidente socialista da Câmara de Espinho, ser eleito sem fraudes nem falcatruas.

Pelos vistos, agora que perdeu, esses meios fiscalizadores já não são fiáveis e já encontra motivos para pôr em causa a vitória do seu adversário, alimentando a comunicação social com acusações que acabarão por não confirmar nada, tendo em conta a sua fragilidade.

Este episódio vem demonstrar quão desprendidos são os autarcas deste País que depois de 16 anos na Presidência da Câmara de Espinho, tendo vencido pelos menos quatro eleições, não aceita a vitória do seu adversário e faz acusações de uma série de irregularidades que encontram eco e vastíssima cobertura na comunicação social.

Se a comunicação social continuar a ter a influência que teve no desempenho do PS em todo o processo eleitoral por que passámos, não me admira nada que o Presidente perdedor ainda venha a ser repescado.

sábado, 17 de outubro de 2009

NEM SEMPRE OS MELHORES GANHAM

Não tive quaisquer dúvidas em apoiar o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, a nível individual mas também na qualidade de Presidente da Direcção da Associação de Moradores do Bairro das Calvanas (AMBC) porque a sua eleição representava a solução dos problemas relativos ao Processo de Realojamento do Bairro das Calvanas (PRBC) e, nesse sentido, também não tive dúvidas em solicitar o apoio dos associados, na defesa dos seus próprios interesses, do Bairro e da Associação.

Este apoio incondicional tem a ver com o projecto de construção do novo Bairro das Calvanas, prometido pelo Executivo do Dr. João Soares mas só concretizado durante a Presidência do Dr. Santana Lopes, a cujo Processo dedicou especial atenção e empenho.

No final do mandato do Dr. Pedro Santana Lopes ficaram alguns problemas por resolver e, infelizmente, nem o Executivo do Prof. Carmona Rodrigues nem o do Dr. António Costa os resolveram, o primeiro porque cessou funções abruptamente e o segundo porque não os quis resolver, ignorando e desprezando por completo a Colectividade e os seus problemas e não dando resposta a cerca de quarenta ofícios que lhe foram enviados, registados e com aviso de recepção.

Foi a sua Vereadora da Habitação Social, Ana Sara Brito que na reunião de 06.11.2007, nos Paços do Concelho, transmitiu aos dirigentes da AMBC que a Câmara não assumia qualquer responsabilidade sobre os compromissos dos seus antecessores. E se bem o disse, melhor o fez, ignorando a Colectividade e não respondendo a cerca de dezasseis ofícios que lhe foram remetidos, estando até hoje por realizar as obras na Sede, a construção do recinto desportivo e do parque infantil, o pagamento de um subsídio de 25.000 €, pelos prejuízos resultantes da demolição das suas instalações sociais e desportivas, a celebração da escritura de compra e venda e uma série de ilegalidades cometidas pela Câmara com a atribuição de habitações a pessoas que não tinham direito a elas.

Pelo péssimo trabalho realizado por este Executivo, no âmbito do Processo de Realojamento do Bairro das Calvanas, jamais poderia apoiar o candidato que acabou por ganhar e tenho muita pena que isso tenha acontecido porque o Dr. António Costa vai continuar a não resolver os problemas e até a divertir-se com a situação, afrontando a Colectividade, os seus dirigentes e associados de quem parece não gostar mesmo nada.

Se o Dr. Santana Lopes tivesse ganho a Câmara de Lisboa, porque é um homem de palavra, todos os problemas pendentes do PRBC seriam de imediato solucionados. Como não foi o escolhido dos lisboetas, é muito mau para os moradores de Calvanas mas também para muitos cidadãos de Lisboa que iriam beneficiar do programa eleitoral apresentado pelo Dr. Pedro Santana Lopes.

Na qualidade de Presidente da Direcção, tinha dito aos associados que era uma excelente oportunidade para fazermos tudo o que estivesse ao nosso alcance para ajudar na eleição do candidato que dialogou connosco e prometeu resolver os problemas pendentes.

Com esta situação, os dirigentes da AMBC ficaram de mãos amarradas e não têm grandes probabilidades de sucesso.

Resta-me pedir àqueles que não só votaram no candidato vencedor mas que até integraram as listas socialistas que façam alguma coisa por eles próprios e pelo Bairro e metam uma cunha ao Presidente da Câmara eleito porque provavelmente contarão com a sua simpatia e serão melhor atendidos que os dirigentes da AMBC.

Se forem capazes de conseguir alguma coisa de positivo para o Bairro, junto ao Presidente reeleito, então o "desvio" do seu voto, terá merecido a pena.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PROCESSO DE PEDOFILIA DA CASA PIA


SEM COMENTÁRIOS

Notícia do "CM" de 09.10.2009

FERRO RODRIGUES PERDE PROCESSO CONTRA VÍTIMA

O Tribunal da Relação de Lisboa indeferiu um recurso de Ferro Rodrigues que visava levar a julgamento por difamação uma das principais testemunhas do Processo Casa Pia, o chamado braço-direito de Carlos Silvino, que envolveu o nome do socialista no escândalo de abusos.

"Não há nos presentes autos prova de que o assistente não tenha praticado os factos que lhe foram imputados pelo arguido, nem que este tenha mentido ao fazer tais imputações", lê-se no acórdão da 9ª secção, que negou, assim, a pretensão de Ferro Rodrigues em levar a vítima a julgamento.

Recorde-se que o socialista já tinha também perdido o processo que interpôs contra "João A.", outros dos ex-alunos que referiram o seu nome.

Ana Luísa Nascimento

PROCESSO DE PEDOFILIA DA CASA PIA


SEM COMENTÁRIOS

Notícia do "CM" de 10 Outubro 2009

O médico Ferreira Diniz e o embaixador Jorge Rito são dois dos sete arguidos do caso de pedofilia

Telefonemas entre Ritto e Ferreira Diniz

Três chamadas telefónicas entre Ferreira Dinis e Jorge Rito, em 2001, terão sido agora detectadas entre milhares de registos de chamadas que estão juntos ao processo de pedofilia da Casa Pia.

À excepção dos telefonemas de Manuel Abrantes e Carlos Silvino, ex-provedor-adjunto e ex-motorista da Casa Pia, respectivamente - os únicos arguidos que admite, que já se conheciam - nunca tinham sido detectados quaisquer contactos telefónicos entre os restantes arguidos antes de 2002, data em que rebentou o escândalo de abusos. Agora, segundo revelou ontem o "SOL", foram encontradas três chamadas, mas ao contrário do que foi noticiado não foi no ano de 2000, mas sim em 2001.

A confirmar-se a existência de contactos entre arguidos antes de 2002, a tese da Defesa é fortemente abalada. Recorde-se que os arguidos sempre garantiram, durante o inquérito e em julgamento, que só se conheceram na prisão.

Este novo dado foi uma das razões que levaram ao adiamento de duas audiências do julgamento do processo Casa Pia, inicialmmente marcadas para 9 e 12 de Outubro.

A Defesa de Ferreira Diniz pediu prazo para consultar alguns documentos, e o médico ainda não decidiu se vai ou não voltar a falar antes das alegações complementares. Certo é que a leitura do acórdão fica mais uma vez adiada. A Juíza Ana Peres tinha previsto comunicar uma data final no próximo dia 16, o que já não irá acontecer. O julgamento já conta com 540 sessões.
Ana Luisa Nascimento

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CORAGEM foi coisa que nunca lhe faltou

Num dos outdoors espalhados pela cidade do candidato do PPD/PSD à Câmara de Lisboa, vi a frase: "NÓS TEMOS CORAGEM". De facto, é preciso ter muita coragem para enfrentar adversários que não olham a meios para alcançar os seus objectivos.

É engraçado que quem ouve o candidato socialista e todos os seus apoiantes (ele diz que tem o apoio das personalidades mais importantes do País), fica com a ideia de que Santana Lopes anda a perder o seu tempo e, mais do que isso, fica com a ideia que não percebe nada do assunto, que governou pessimamente Lisboa, que ninguém o leva a sério e que seria um desastre a sua eleição para Presidente da Câmara.

Esses são de facto os objectivos que o candidato socialista pretende alcançar, servindo-se de truques de baixa política ou política indecente, como eu lhe chamo, porque na realidade, Santana Lopes está a fazer uma excelente campanha eleitoral, domina os problemas da cidade e dos seus habitantes e sabe como resolvê-los, ao contrário do candidato socialista; fez um bom trabalho durante os três anos que presidiu à Câmara que é reconhecido por todos os lisboetas, tem um grande apoio por parte da população de Lisboa e será importantíssima a eleição do Candidato do Partido Social Democrata, para resolver os graves problemas e fazer de Lisboa uma cidade onde dê prazer viver, segura, solidária e moderna.

De resto, é com coragem que se enfrentam todos os grandes desafios ao longo da vida e, neste momento, Santana Lopes, não podia deixar de se sentir um Homem corajoso, para vencer mais este combate.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ONDE ESTÁ A MORAL DE ANTÓNIO COSTA?

António Costa, no âmbito da campanha autárquica, tem dedicado uma boa parte do seu tempo a fazer ataques grosseiros e mal intencionados ao candidato do PPD/PSD, Pedro Santana Lopes. São ataques a uma gestão camarária que ocorreu há cinco anos e que o Tribunal de contas já escrutinou e não encontrou irregularidades.

No entanto, António Costa, para esconder o desastre da sua incompetente governação, ataca todos os dias o seu adversário, com acusações infundadas e levianas e trás para a ordem do dia da imprensa, notícias que já passaram de prazo e sobre as quais não existe qualquer ilícito criminal.

É o caso dos honorários pagos ao arquitecto Frank Ghery, pela execução do Projecto do Parque Mayer e que não foi executado porque a oposição não permitiu. Mas o candidato socialista, à míngua de outros assuntos que possam penalisar Santana Lopes, vem também insistir nos contratos que Santana Lopes celebrou com o Benfica e com o Sporting, também durante o seu mandato, gastando o seu tempo a lavar carradas de roupa suja.

Mas como pode o candidato socialista arvorar-se em campeão da ética e da moral quando escreve uma carta pessoal a todos os trabalhadores da Câmara, em plena campanha, dizendo-lhes que logo a seguir às eleições vão ser aumentados com rectroacção a Janeiro, caso vença as eleições? Está a pedir-lhes para votarem nele. E qual a ética de António Costa, quando não teve pudor em gastar cerca de dois milhões de euros em espectáculos diários no Parque Mayer, até ao dia das eleições autárquicas, no âmbito da campanha eleitoral, retirados do orçamento camarário?

E porque esbanja António Costa o dinheiro dos contribuintes, distribuindo dezenas de bicicletas aos que o acompanharam no passeio que realizou entre a Torre de Belém e o Cais do Sodré?

Numa conjuntura económica tão difícil para o País, o candidato socialista dá-se ao luxo de distribuir bicicletas.

Mas desenganem-se aqueles que possam pensar que as dezenas de bicicletas foram parar às mãos de gente pobre que nunca teve condições económicas para comprar uma. Não, as bicicletas foram todas parar às mãos de uns tantos privilegiados que possuem carros, motos, motoretas e bicicletas e que provavelmente, até foram convidados expressamente para o passeio.

Que desperdício tão grande! E tanta gente a passar fome! É preciso não ter sensibilidade e um pouco de humanidade para com os mais desfavorecidos, para os afrontar desta maneira.

Por aqui se vê a grande diferença entre o que o que o candidato apregoa e o que depois faz.



domingo, 4 de outubro de 2009

QUE JUSTIÇA É ESTA?


Se esta história me fosse contada, provavelmente eu não acreditaria. Nenhum cidadão deste País está à espera de ser tratado desta maneira, depois de praticar um acto de coragem e humanismo, denunciando crimes de maus tratos a crianças.

É por esse motivo que acho muito importante dar publicidade à notícia do Correio da Manhã, para que os portugueses tenham noção da forma como funciona a Justiça em Portugal.

Correio da Manhã, 03 Outubro 2009
Violência: Preocupação da docente pode ter salvo duas crianças
Denuncia abusos e passa a ser o alvo

'Maria' (nome fictício) não conseguiu ficar indiferente quando se apercebeu de que um menino, de 10 anos, aluno na sua escola, estava a ser alvo de maus tratos em casa. Denunciou o caso, foi ameaçada por familiares da criança, mas agora a polícia diz que não tem meios para a proteger. E a procuradora do Ministério Público, a quem a professora ontem recorreu para tentar encontrar uma solução, apresentou então uma outra solução a ‘Maria’: mudar de escola.
"Fiz o que estava correcto e sou eu que tenho de mudar de vida? Tenho de fugir como se tivesse cometido um crime?", questiona-se a professora, que não esconde a revolta.
‘Maria’ revive o dia 2 de Fevereiro vezes sem conta. Foi aí que teve a confirmação daquilo que suspeitava há alguns meses. Ao emprestar uma camisola à criança, a professora reparou naquilo que muitos outros docentes da escola faziam questão de não ver: o menino tinha nódoas negras e feridas por todo o corpo.
"Das nádegas até às dobras dos joelhos estava em carne viva. Não parava de sangrar. Ele contou que a mãe lhe batia sempre com o cinto e que não podia chorar porque senão ela batia-lhe mais. Ainda hoje aquela imagem não me sai da cabeça", contou ao CM a docente.
‘Maria’ levou o menino ao Hospital de S. João, no Porto, onde os médicos afirmaram desde logo que a criança só saía de lá para uma instituição. E foi mesmo isso que aconteceu, sendo o menor retirado à família.
A partir daí, ‘Maria’ nunca mais teve paz e um dia, à saída, da escola foi ameaçada por um homem armado. Pediu protecção policial em Fevereiro, mas só a teve em Abril. Tentou por várias vezes obter ajuda por parte da DREN, mas nunca obteve resposta. Na própria escola as colegas quase parecem que a recriminam pelo que fez.
"Cumpri o meu dever como pessoa e profissional e todos me abandonaram nesta luta. Não me arrependo. Sei que se não o fizesse aquele menino tinha morrido", afirma .
O acto da professora, que lecciona numa escola de Gondomar, levou ainda a que também a irmã do menino, de três anos, fosse retirada à família.

ESCOLAS TÊM PAPEL DE RELEVO NA DENÚNCIA
As escolas têm cada vez mais um papel de relevo na denúncia pública das situações de abusos a menores. Os professores têm vindo a ser alvo de diversas campanhas de sensibilização e os números revelam uma maior sensibilidade dos docentes para o problema. A parceria do trabalho dos professores com os elementos das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco tem dado frutos e muitas das queixas chegadas às autoridades policiais têm um denominador comum: são feitas por professores.
São aqueles que acompanham as crianças e jovens no seu dia a dia e que também, com mais facilidade, dada a formação que possuem, estão habilitados para verificar se os menores são alvo de maus tratos ou situações de abusos sexuais. A confissão do aluno ao professor é também frequente.
CRIANÇA ESTÁ A VIVER NUMA INSTITUIÇÃO
Para além de ‘Maria’, também o menino está a receber protecção policial. A criança está a viver numa instituição e a mãe foi proibida de o contactar. "Disse-me que nunca mais queria ver a mãe porque ela não gostava dele", contou a docente.
Já com a professora, o caso foi diferente. A mãe da criança e o padrasto estão sujeitos a termo de identidade e residência, mas não lhes foi aplicada qualquer medida de coacção que os impossibilite de se aproximarem da professora. Os processos de ameaças e maus tratos foram adensados num só caso, que será julgado em Gondomar.
PORMENORES
FALTA DE SEGURANÇAS

Ao que tudo indica ‘Maria’ ficará sem protecção policial pois neste momento são poucas as pessoas a prestar esse serviço. Segundo o MP, existem casos mais graves a ser tratados.
ALOJAMENTO
Bastante abalada com a situação, a professora colocou a hipótese de aceitar a proposta de dar aulas noutra cidade, desde que lhe pagassem o alojamento. No entanto, o MP colocou logo de parte a hipótese.
HOSPITAL
No hospital os médicos ficaram em choque quando viram o estado em que o menino estava e admitiram que ele podia ter morrido.
TESTEMUNHAS PROTEGIDAS
São muitos os casos mediáticos de protecção de testemunhas em processo penal. Um dos casos mais recentes foi Carolina Salgado, ex--mulher de Pinto da Costa, que também deixou de ter segurança após os casos chegarem a julgamento. José Faria, que testemunhava contra Ferreira Torres no processo em que o ex-autarca de Marco de Canaveses foi absolvido, esteve igualmente sob forte protecção. Já perdeu a segurança policial.
Diversas testemunhas no caso ‘Noite Branca’ – o processo onde se investigaram quatro mortes na noite do Porto – também tiveram direito a protecção. A primeira foi a mulher de Berto ‘Maluco’, assassinado à porta de casa com várias rajadas de metralhadora. A sua identidade está protegida e, neste momento, vive rodeada de seguranças que garantem a sua integridade.
O processo Casa Pia foi dos primeiros casos que trouxe para a ribalta a protecção das testemunhas. Alguns dos jovens vítimas de abusos sexuais beneficiaram deste regime – prestado por elementos de um corpo especial da PSP – após terem ido depor como testemunhas.
O objectivo: evitar que fossem intimidados e que alguém os pressionasse para mudarem os depoimentos. Todos perderam a segurança quando a investigação terminou.
LEI PERMITE MUDANÇA DE RESIDÊNCIA
A última alteração legislativa, de 2008, estabeleceu novas condições para a protecção das testemunhas. Uma delas foi a possibilidade de alteração da residência, sempre que o perigo assim o justifique. "Sempre que ponderosas razões de segurança o justifiquem, estando em causa crime que deva ser julgado pelo tribunal colectivo ou pelo júri e sem prejuízo de outras medidas de protecção previstas neste diploma, a testemunha poderá beneficiar de medidas pontuais de segurança, nomeadamente da alteração do local físico de residência habitual", pode ler-se nº 1 do artigo 20º.
Diz a lei que cabe à autoridade judiciária competente solicitar a intervenção da Comissão de Programas Especiais de Segurança com vista à efectivação da medida.
NOTAS
PAREDES: ESCOLA FEZ QUEIXA
Em Abril, na cidade de Paredes, três meninas foram retiradas aos pais por serem alvo de maus tratos. A primeira queixa feita na Comissão de Protecção de Menores partiu da própria escola
QUATRO CASOS DENUNCIADOS
Desde que exerce a profissão este é o quarto caso que a docente denuncia. "Perguntaram como descubro tantos casos. Não se trata de descobrir, apenas não tenho medo", disse.
RÚSSIA: EMBAIXADA COMPLICA
O facto de estar em causa uma criança russa, o que por sua vez exige intervenção da embaixada, pode levar a que o processo se arraste durante vários anos.
Ana Isabel Fonseca/Tânia Laranjo

DURÃO BARROSO RECEBE PRÉMIO "QUADRIGA" 2009


De Francisco Assunção (LUSA)

"Berlim, 03 Out (Lusa) - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, recebe hoje em Berlim o prémio Quadriga 2009, associado às comemorações do Dia da Unidade Alemã e atribuído a personalidades nacionais e estrangeiras consideradas um exemplo para a Alemanha.

Durão Barroso será distinguido na categoria "United for the Better" (Unidos para O Melhor), em edição do prémio que exaltará os valores da liberdade, da coragem cívica e da esperança, em vésperas do 20.º Aniversário da Queda do Muro de Berlim, a 09 de Novembro de 1989, referem os organizadores do evento, em comunicado à imprensa.

O elogio de Durão Barroso, na cerimónia que decorrerá no Salão do Mundo do ministério dos negócios estrangeiros alemão, estará a cargo do primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk".
*
Não deixa de ser profundamente incompreensível e desconcertante, o facto de o homem que ocupa o cargo mais importante da Comunidade Económica Europeia, depois de ter cumprido um mandato e ter sido reeleito para um segundo, ser votado ao esquecimento pelos governantes do seu País de origem que ainda não encontraram razões suficientes para lhe prestar uma justa homenagem.

Paradoxalmente, os líderes da maioria dos Países que integram a CEE, não lhe têm poupado elogios e hoje mesmo, o Governo alemão vai homenagear o cidadão português e Presidente da Comissão Europeia, atribuindo-lhe o prémio "QUADRIGA" que pretende distinguir personalidades alemãs e estrangeiras consideradas um exemplo para a Alemanha.

Em Portugal, o facciosismo político e a inveja, leva os governantes a actuar de forma condenável e mesquinha, só porque o Presidente da CEE não é da sua cor política.

Foi por isso que a Deputada Europeia socialista, Ana Gomes não votou favoravelmente a sua reeleição e disse, a seu respeito, as maiores barbaridades, lembrando a cimeira dos Açores, que a CEE não tem futuro com Durão Barroso como Presidente e que não tem credibilidade para liderar os 27 estados-membros.

O que vale, é que Ana Gomes, cada vez que abre a boca, é só para dizer asneiras e já ninguém dá qualquer valor às suas charadas de mau gosto. Por isso mesmo, levou a banhada que levou nas europeias e Durão Barroso foi reeleito, confortavelmente, sem o seu voto.

Gente da laia da Deputada Socialista, não tem qualquer preconceito em desempenhar papéis que encheriam de vergonha qualquer pessoa de bem e, por isso mesmo, não se incomoda de protagonizar, com frequência, episódios que desprestigiam o País e os seus mais ilustres representantes.

Ao concorrer simultâneamente às eleições para o Parlamento Europeu e para a Presidência da Câmara de Sintra, fica bem patente o seu oportunismo político e a demonstração que as suas palavras (aquilo que critica nos outros) não correspondem aos seus actos.

Mas também em Sintra vai levar mais uma oportuna e merecida lição porque os cidadãos daquele grande Concelho não vão dispensar um bom Presidente de Câmara, para acolher uma desbragada aventureira que percebe tanto da administração competente de uma Câmara, como eu percebo de lagares de azeite.

No fundo, é a sua frustração, por não conseguir satisfazer as suas ambições pessoais que a leva a dizer e a fazer coisas que um portugês, com algum sentido de patriotismo, jamais seria capaz de imitar.

Parabéns Dr. Durão Barroso por me fazer acreditar que também os portugueses, não obstante pertencerem a um País de pequena dimensão, são capazes de alcançar os cargos mais importantes da Europa e do Mundo, mesmo contra a vontade de alguns compatriotas.

sábado, 3 de outubro de 2009

DESCOLONIZAÇÃO - Uma tragédia abafada e nunca explicada


Acabei de ler o livro da jornalista Leonor Figueiredo "FICHEIROS SECRETOS" e embora já tivesse conhecimento de muitos acontecimentos trágicos, fiquei ainda mais convicto que milhares de portugueses foram abandonados à sua sorte, em Angola, pelos governantes portugueses, encarcerados nas prisões clandestinas do MPLA.

Este livro, é mais um indesmentível testemunho da dimensão da tragédia provocada pela traição dos governantes e dos militares portugueses que foram enviados para Angola para manter a ordem e a justiça, até à independência e proteger a integridade física dos cidadãos portugueses, ajudando e facilitando o regresso à Pátria, a todos quantos o desejassem.

O que se passou não foi nada disso. Os militares portugueses, em vez de protegerem os seus compatriotas, ainda os traíram e entregaram aos carrascos do MPLA.

Foi assim que milhares de homens e mulheres foram levados à força, sem culpa formada, para as masmorras do MPLA e de onde a maioria não saiu com vida, depois de sofrerem horrores com as torturas constantes a que eram sujeitos, com a fome e com a falta dos mais elementares cuidados de higiene, como tomar banho, lavar os dentes, fazer a barba ou cortar o cabelo e lavar a roupa.

Os portugueses rapatados pelo MPLA, sem culpa formada, a grande maioria das vezes com o único objectivo de lhes roubarem os bens, foram tratados como os Judeus, durante a Segunda Guerra Mundial que também foram torturados e os que não morreram da tortura e da fome, morreram nas câmaras de gás.

Aqui, em Portugal, ainda hoje residem e dormem descansados e ufanos, muitos dos responsáveis que permitiram tão horrendos crimes e, ao contrário do que aconteceu noutras guerras, não foram até hoje acusados desses crimes de guerra e julgados no Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, ao abrigo do artigo 8º.

Isso não aconteceu nem me parece que venha a acontecer porque os poderosos se protegem uns aos outros e como são eles que administram a Justiça... mas já que os homens não foram capazes de fazer justiça, só espero que Aquele Ser Superior em quem eu acredito, de alguma forma, lhes faça pagar, ainda em vida, o sofrimento horrível que causaram a milhares de portugueses, antes de serem fuzilados, degolados ou apunhalados pelos seus carrascos.

Este livro, para além de documentar e testemunhar a vergonhosa traição dos governantes portugueses e das Forças Armadas, testemunha também os métodos criminosos, violentos e brutais do regime comunista do MPLA que perseguiu e assassinou todos aqueles que não se identificassem com o Partido mesmo que não tivessem praticado qualquer crime e não representassem qualquer perigo.

O trabalho de pesquisa desta Jornalista é extraordinário e servirá para que um dia, juntamente com outros do género, se possa escrever a História da Descolonização, assente em verdades confirmadas e não em narrativas convenientes mas forjadas.

Dos pseudo-historiadores que se formaram depois do 25 de Abril, não se pode esperar que escrevam com isenção sobre a Descolonização e os anteriores, até hoje, também ainda não vi nenhum com coragem para o fazer, porque o politicamente correcto, os privilégios, as mordomias e os grandes tachos, estão acima da verdade histórica, porque ela, a verdade histórica, envergonha e incomoda o Partido dominante e os seus líderes.

Não sei se vão ser os meus netos ou os meus bisnetos, não sei mesmo se ainda cá estarei quando isso acontecer mas tenho a certeza que um dia, será contada toda a verdade sobre a Descolonização, para que todos os portugueses, em qualquer época vindoura, saibam que a História de Portugal foi escrita com base nos feitos gloriosos de uma imensidão de heróis mas também com o desempenho de muitos covardes e traidores.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A JUSTIÇA É UMA VERGONHA



Quando se demora tantos anos a julgar um processo-crime, tudo pode acontecer...

Não é aceitável que um crime de homicídio ou qualquer outro, esteja oito ou nove anos por julgar, apresentando os advogados de defesa, muitas vezes, recursos, com o objectivo de adiar a sentença e criar dúvidas em quem tem a responsabilidade de julgar.
Contra a argúcia dos advogados, tem que existir uma Lei Penal que não possa aceitar recursos que não preencham um determinado número de requisitos rigorosos, por forma a acabar com uma série de palhaçadas e descaradas invenções, na tentativa de condenar o inocente e absolvver o culpado.

A Justiça anda nas ruas da amargura e quem paga, são todos aqueles que a ela recorrem para fazer Justiça e acabam por ser injustiçados.

Hoje dei com duas notícias no Correio da Manhã que já acompanho há algum tempo e não compreendo porque motivo estes dois processos ainda não foram sentenciados. Por vezes, a falta de Justiça, acarreta outros graves problemas, nomeadamente a tentativa de os lesados fazerem justiça pelas suas próprias mãos, cometendo novos crimes.

Um dos processos diz respeito a uma jovem de 24 anos que em 2001 atacou o namorado, atirando-lhe ácido sulfúrico para o corpo. O jovem não resistiu aos danos provocados pelo ácido e acabaria por morrer. O outro processo diz respeito ao homicídio do filho do Nelinho, antigo jogador do Benfica que foi morto em 2005, com três tiros de revolver, na sequência de uma discussão de trânsito.
São dois crimes muito graves que não deveriam demorar tanto tempo a ser julgados, para que as famílias, depois de tão difícil provação e sofrimento, pudessem ter algum sossego.

Ao invés, os processos arrastam-se ao longo de anos, obrigando as famílias e as testemunhas a deslocarem-se ao Tribunal inúmeras vezes e a reviver de novo as tragédias o que, inevitavelmente, provoca muitas vezes o confronto físico e verbal entre as famílias do queixoso e do arguido.

Foi o que aconteceu, desta vez, à saída de uma audiência no Tribunal de Leiria, com a família do jovem que morreu com as lesões causadas pelo ácido sulfúrico atirado pela namorada que se envolveu em cenas de agressões físicas e verbais com os familiares da jovem homicida que tiveram que ser sanadas pela polícia, à bastonada.

Se a Justiça é o esteio mais forte da Democracia, agora percebo melhor porque é que o nosso regime democrático atingiu patamares de indecência tão elevados e se encontra no estado de degradação que inquieta e indigna qualquer cidadão português.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

VIDA DIFÍCIL PARA OS PEQUENOS PARTIDOS


Os pequenos Partidos ficaram longe dos objectivos a que se propuseram

Ainda não foi desta vez que os pequenos Partidos, sem representação parlamentar, nos surpreenderam com a eleição de um deputado para a Assembleia da República.

A sua campanha não conseguiu entusiasmar e mobilizar os portugueses para as suas causas que, mais uma vez, concentraram o seu voto nos cinco Partidos com representação no Parlamento, premiando uns e castigando outros.

Nesta eleição até se verificou que o Partido de Manuel Monteiro (PND) e o Partido de Carmelinda Pereira (POUS), tiveram menos votos que em 2005; apenas o PCTP/MRPP de Garcia Pereira passou de 0,84% em 2005 para 0,93% em 2009, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 50.000 votos e, por isso mesmo, vai começar a receber uma subvenção do Estado.
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Essa subvenção do Estado tem a ver com o número de votos alcançados nas urnas, pois cada Partido recebe 3,16 € por cada um. Assim, Garcia Pereira vai receber pelos seus 52.633 votos, 166.320,28 € e o Partido Socialista que teve 2.068.665, vai receber a bagatela de 6.536.981,40 €. É por isso que a abstenção não é boa, especialmente para os cofres dos Partidos.
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Por outro lado, votaram nos 11 pequenos Partidos 175.422 eleitores, correspondentes a 3,21% da votação nacional.

De facto, é uma expressão eleitoral insignificante e, no entanto, pude constatar, ao longo da campanha eleitoral, que alguns desses pequenos Partidos, apresentaram propostas muito interessantes que provavelmente, algumas, não cairão em saco roto.

Com estes resultados, os líderes desses partidos não devem ter ficado muito satisfeitos e encorajados para prosseguir uma luta tão desigual; no entanto, como diz o Povo, "a esperança é a última coisa a morrer" e alem disso, daqui por quatro anos (se não for antes) há novamente legislativas, por isso não devem desanimar.
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De salientar que os votos em branco que correspondem aqueles eleitores que não se revêem em nenhum Partido, ou então por qualquer motivo não querem contribuir para aumentar a subvenção do Estado que é dada em função dos votos obtidos, foram 98.900 e que os votos nulos, aqueles que os eleitores preenchem mal ou inutilizam de propósito, riscando-o, escrevendo frases ou fazendo desenhos, foram 74.200.

Juntos os votos em branco e os votos nulos, perfazem um número aproximado aos conseguidos pelos pequenos Partidos e, mais uma vez, se a abstenção fosse um Partido, ganharia folgadamente as legislativas, com 39,4% dos votos.