terça-feira, 24 de março de 2015

HENRIQUE NETO AVANÇA CORAJOSAMENTE PARA BELÉM

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Com tantos pré-candidatos na forja, pelo menos quatro, António Guterres, António Vitorino, Maria de Belém Roseira e António Sampaio da Nóvoa, o Partido Socialista de António Costa não estaria à espera de ver concretizada a candidatura de mais uma personalidade da área socialista, a qual pode vir a ter influência na eleição do candidato apoiado oficialmente pelo PS.
 
Pelo que conheço da vida e da obra do homem que protagoniza a 1ª candidatura às Presidenciais de 2016, não tenho dúvidas de que possui o perfil ideal para desempenhar com sucesso o importante cargo de Presidente da República.
 
Esta candidatura de Henrique Neto à Presidência da República aos 78 anos de idade, depois de uma vida de sucesso empresarial e um longo trajecto de posições políticas frontais e claras, revela acima de tudo "coragem" mas também "inconformismo" de alguém que tem ideias próprias e diz sempre o que pensa, mesmo que em causa estejam pessoas da mesma "família" política ou do seu círculo de amizades.
 
Coragem, porque concorre sem apoios declarados partidários e até contra a vontade dos dirigentes socialistas, propondo bater-se pelos seus ideais, com total independência como sempre fez, em defesa dos superiores interesses do País, pondo em prática a sua visão que definiu muito bem no livro publicado em 2011 "Uma Estratégia para Portugal".
 
Inconformismo, porque não concorda e não se conforma com as políticas que têm sido impostas ao País pelos sucessivos governos e aos quais tem feito críticas muito contundentes. A sua honorabilidade, rigor, isenção e frontalidade são atributos que o acompanham desde sempre e como não vê esses atributos nos actuais políticos e governantes, decidiu ele próprio avançar para uma tarefa que à primeira vista parece impossível, mas que um homem com o seu saber e experiência de vida sabe que não há impossíveis quando se acredita em convicções e se tem uma enormíssima vontade de concretizá-las.
 
De resto, para termos uma noção mais exacta do seu elevado grau de independência, frontalidade e isenção, basta atentar nas críticas feitas ao Partido Socialista ao longo do tempo e a José Sócrates, sendo Henrique Neto um seu militante. Sobre o antigo primeiro ministro socialista, entre as muitas críticas que lhe fez, destaco esta em 2010, ao jornal de Negócios: "este gajo é um aldrabão, é um vendedor de automóveis". "Gosto muito de Portugal - se tiver uma paixão é Portugal - e não gosto de ninguém que dê cabo dele. O Sócrates está no topo da pirâmide dos que dão cabo disto. Entre o mal que faz e o bem que faz, com o Sócrates a relação é desastrada. O Soares também fez muito mal ao País, mas também fez muito bem; se calhar até fez mais bem do que mal". Em Novembro de 2014 quando soube da detenção de Sócrates, foi o único socialista com distanciamento e lucidez para declarar, neste caso, ao jornal i não ter ficado surpreendido com a detenção do ex-primeiro-ministro porque "os indícios eram mais que muitos", lamentando que muitos socialistas "fechem os olhos"
 
Já recentemente, mais propriamente a 13 de Fevereiro, numa crónica publicada  no Jornal da Marinha Grande em que falava sobre as legislativas deste ano e das presidenciais de 2016, Henrique Neto escrevia: "É o tempo certo de os portugueses usarem o seu voto para limpar a casa, não permitindo que os mesmos interesses, as mesmas formas de corrupção utilizadas no passado recente continuem, mesmo que através de outras caras, ou de promessas que todos temos a obrigação de saber quanto valem".
 
Para desempenhar o cargo de Presidente da República são necessárias personalidades com o carácter de Henrique Neto, alguém que construiu uma vida alicerçada em fortes padrões éticos e morais e que nunca hipotecou a sua liberdade e independência a interesses obscuros e censuráveis.

Numa altura em que ainda não se conhecem oficialmente os candidatos apoiados pelas diferentes forças políticas, é de louvar esta decisão corajosa e pioneira de Henrique Neto, a qual merece ser bem sucedida.
 

domingo, 22 de março de 2015

BENFICA SOMA MAIS UMA DERROTA


 
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Há uma irregularidade intrigante e enervante no rendimento da equipa encarnada de jornada para jornada que alterna boas exibições com más e péssimas exibições, não admirando, por isso, as 3 derrotas e os 2 empates que já averbou até à 25ª jornada.
 
Ontem, em Vila do Conde, no emblemático estádio dos Arcos, o Benfica, apoiado por uma claque numerosa de adeptos, voltou a desiludir, permitindo que o adversário se superiorizasse e conseguisse dar a volta ao resultado por 2-1, já que esteve a vencer até aos 74 minutos da 2ª parte, altura em que Ukra fez o empate através da marcação de uma grande penalidade cometida por Samaris.
 
Depois, a equipa do Benfica continuou a cometer erros infantis, na ânsia de marcar um golo para chegar à vitória. Aos 85 minutos Luisão foi expulso por ter travado em falta Tiago Pinto, junto à grande área, quando este se isolava frente a Júlio César.
 
A partir da expulsão de Luisão, a defesa encarnada ficou fragilizada e desorientada e o Rio Ave acreditou que era possível chegar à vitória e carregou sobre o reduto defensivo encarnado, acabando por ver recompensada a sua vontade de vencer, marcando o golo da vitória quando jogo estava praticamente no fim, aos 90+5.
 
Uma equipa que tem a ambição de ser campeã não pode fazer exibições tão pobrezinhas e caso não melhore as suas prestações para as 8 jornadas que faltam, provavelmente vai ver o título por um canudo. Dos 13 pontos perdidos neste campeonato, contra o Braga, Passos de Ferreira e Rio Ave (derrotas) e contra o Sporting (2 empates), apenas se justificaria um empate com o Sporting, fora, pelo que 11 pontos foram muito mal perdidos, desperdiçados ingloriamente.
 
Jorge Jesus tem que compreender que não há equipas intocáveis e que em cada jornada têm que ser utilizados os melhores jogadores, os que estiverem em melhor forma e que melhor possam contrariar o sistema de jogo do adversário.
 
Há quem aprenda estudando e há quem aprenda com os erros. No caso de Jorge Jesus, parece que nem com os erros aprende porque as 3 derrotas aconteceram de forma idêntica, com o golo da vitória marcado já no tempo de descontos, não conseguindo sequer segurar o empate.
 
Neste momento, a folga para o 2º classificado é de 3 pontos, muito escassa para quem apresenta uma tão forte irregularidade exibicional, tendo em conta que dos 8 jogos que faltam, 5 em casa e 3 fora, os que apresentam um maior grau de dificuldade são o F C Porto no Estádio da Luz e o Belenenses e o Vitória de Guimarães, fora.
 
Para ser campeão, o Benfica não pode perder mais pontos e se eventualmente perder o jogo com o Rival F C Porto, não pode ser por mais de 1 golo de diferença.
 
 
 

quinta-feira, 19 de março de 2015

INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS SEM CREDIBILIDADE - NINGUÉM SENTE O SEU DINHEIRO SEGURO NOS BANCOS

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Ninguém hoje tem confiança nas instituições bancárias. A actuação dos bancos ao longo das quatro décadas de democracia tem sido desastrosa e ruinosa para muitas empresas e cidadãos. As fraudes e os actos administrativos ruinosos atingiram um pico de insuportabilidade no final da década de 2000 e nesta que agora decorre, com as escandalosas fraudes que levaram à falência o BPP e o BPN e deixaram quase KO o BCP. Para agravar a tragédia, agora mais recentemente, o BES também não resistiu ao saque generalizado dos seus activos e estoirou, deixando milhares de clientes em situação difícil. Porém, neste percurso acidentado e sinuoso, todas as outras instituições financeiras protagonizaram fraudes e negócios ruinosos que consumiram milhares de milhões de euros ao erário público, que o mesmo é dizer, aos contribuintes.
 
Toda a Banca utilizou políticas muito agressivas de marketing, vendendo gato por lebre, mentindo e enganando os seus clientes e prejudicando seriamente os menos esclarecidos. Quem é que não foi mal aconselhado e enganado por funcionários e gestores bancários? Eu fui um deles e posso dizer que das minhas parcas economias, conseguidas à custa de muito trabalho e sacrifício mas sobretudo à custa de tanto poupar, privando-me de quase todas as coisas boas que a vida nos oferece, fiquei sem cerca de 60% dessas economias, algumas aplicadas em Fundos que me informaram ter sempre o capital investido garantido.

Quando as coisas ficaram feias, quis levantar os referidos Fundos que já tinham completado 5 anos, o tempo obrigatório e, nessa altura foi-me dito que podia levantá-los mas em função da cotação do momento que era péssima, cerca de 50% do valor investido.
 
Queixei-me ao Banco de Portugal, o qual, para além de demorar imenso a responder me disse que o problema não lhe dizia respeito e que o mesmo devia ser derimido com o Banco e a CMVM!!! É de loucos e dá para as pessoas perderem as estribeiras. Desses dois Fundos, um de 20.000 e outro de 10.000 euros, só recebi juros nos primeiros 2 anos e depois, como a cotação desceu abaixo do seu valor inicial, deixei de receber qualquer compensação. Acabei por resgatar o Fundo de 20.000 euros numa altura em que a cotação atingiu os 18.200 euros, ficando a perder o restante e quanto ao outro, ainda não o resgatei porque a sua cotação atingiu praticamente o grau de lixo, vale cerca de 1.900 euros.
 
O que me aconteceu tem semelhanças com a falcatrua do BES que enganou descarada e vergonhosamente os clientes, fazendo-lhes crer que adquiriam um produto sólido e valioso onde podiam investir à confiança, quando já sabiam muito bem que tudo aquilo era uma fraude que colocava em grande risco todo o capital investido.

Com os bancos, só os amigos dos banqueiros e as pessoas que têm acesso a informação privilegiada, têm possibilidades de obter chorudas compensações. Todos os outros cidadãos, devem ter o máximo cuidado com as propostas que os Bancos lhe apresentam, tendo sempre bem presente que não defendem os seus interesses e que todo o cuidado é pouco.

As inúmeras experiências negativas, lesivas dos meus interesses, vivenciadas com os Bancos, levam-me a considera-los inimigos públicos, cuja existência beneficia apenas uns quantos e prejudica a maioria. Claro que não é possível voltar à idade média e utilizar os diferentes produtos como "moeda de troca" mas para mim, o relacionamento com as instituições financeiras passou a ser o mínimo possível e quando não tiver qualquer outra alternativa.

Definitivamente, deixei de confiar nas instituições bancárias, ponto final parágrafo.

NOTA FINAL - Espero que os cidadãos enganados pelo BES sejam rapidamente reembolsados. Se quem de direito o não fizer, é uma vergonha para os governantes deste País e um ultraje para todos aqueles que foram enganados.
 

quinta-feira, 12 de março de 2015

BENFICA - UM TESTE IMPORTANTE E QUASE DECISIVO NESTA 25ª JORNADA


 
O líder do Campeonato tem este sábado um teste importantíssimo à sua capacidade de poder chegar à conquista do bi-campeonato, proeza que não alcança desde a época de 1983/84, há mais de 30 anos.
 
O seu opositor tem sido, nos últimos anos, um autêntico carrasco, a "besta negra" e já esta época venceu em Braga, para o Campeonato 1-0, roubando-lhe 3 preciosos pontos e o eliminou da Taça de Portugal, em pleno estádio da Luz.
 
A equipa bracarense possui um bom plantel e os seus jogadores são extremamente aguerridos e lutam denodadamente do primeiro ao último segundo dos jogos. É um adversário difícil para qualquer equipa e nos últimos anos tem-se intrometido nos primeiros 4 lugares da tabela classificativa, sendo considerado o 4º melhor clube português.
 
A equipa bracarense é muito solidária e com um espírito de entreajuda muito grande. Pressiona o adversário ainda no seu meio campo e dificulta-lhe a organização atacante. Depois, como possui avançados velozes, normalmente, durante o jogo, arquitecta dois ou três contra-ataques perigosos, alguns dos quais resultam em golo.
 
Para contrariar e desmontar as características de jogo da equipa do Braga, o Benfica não pode cair na asneira de jogar lento, afunilar o jogo e abusar das jogadas individuais porque esse tipo de jogo favorece o Braga. O Benfica tem que jogar no campo todo, pelas alas, com velocidade e, se possível com passe ao primeiro toque. Quando ficar sem a bola deve exercer forte pressing sobre os jogadores arsenalistas por forma a roubar-lhes a bola rapidamente e não permitir ataques planeados e bem organizados.
 
Se o Benfica jogar em velocidade, no campo todo, com inteligência e acerto nos passes, o Braga não terá tantas oportunidades para efectuar os habituais desarmes e surpreender a estrutura benfiquista em perigosos contra-ataques.
 
O treinador Jorge Jesus, apelidado de grande treinador, por vezes comete erros infantis, colocando em campo o esquema de jogo que mais convém ao adversário e depois acontecem resultados surpresa que abalam o prestígio do Benfica e prejudicam seriamente os seus objectivos.
 
A chave do sucesso ou insucesso para este importante jogo do Benfica frente ao Sporting Clube de Braga, está nas mãos ou na cabeça do treinador JJ, a qual vai depender dos jogadores convocados para entrar em campo e da táctica que vai adoptar. Se fizer as escolhas perfeitas e acertar no sistema de jogo que mais dificuldades crie ao adversário, então o Benfica não terá grandes dificuldades em construir uma vitória.
 

domingo, 8 de março de 2015

DECLARAÇÕES POUCO FELIZES DO TREINADOR DO BRAGA, SÉRGIO CONCEIÇÃO

 
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Um treinador de futebol, para não ser mal interpretado, tem que ter muito cuidado com as declarações que faz. O técnico arsenalista, na antevisão do jogo da 24ª jornada da Primeira Liga entre a sua equipa e o Futebol Clube do Porto, em meu entendimento, não teve essa preocupação ao produzir a seguinte declaração:

«O FC Porto não fez um início de temporada à sua imagem, mas agora tem os seus princípios táticos muito bem definidos. Estão mais fortes do que na primeira volta. Sabemos que nos vão dificultar a vida, será um jogo exigente tanto a nível coletivo como individual, pois dispõem de excelentes jogadores em todos os setores do terreno. O Lopetegui tem feito um bom trabalho e acho que vai levar o FC Porto aos seus objetivos».
 
Quando Sérgio Conceição afirma que "Lopetegui tem feito um bom trabalho e acho que vai levar o F. C. Porto aos seus objectivos", está a pensar que o Clube da Invicta ainda vai chegar à conquista do título de Campeão Nacional, o seu primeiríssimo objectivo, embora neste momento se encontre no 2º lugar da classificação, a 4 pontos de distância do líder, o rival Benfica. 
 
Na verdade, Sérgio Conceição ao fazer uma declaração pouco cuidada e completamente desnecessária, sobre as possibilidades do seu adversário quanto aos objectivos da época 2014/2015,  já estaria a pensar que o Porto conquistaria os 3 pontos em Braga, caso contrário, em função de um empate ou de uma derrota, aumentaria para 6 ou 7 pontos a distância para o Benfica e, consequentemente, uma maior dificuldade para chegar ao título.
 
Por outro Lado, como Sérgio Conceição afirmou nessa mesma antevisão que "sabe que a sua equipa tem uma palavra a dizer na decisão do campeonato", então presumimos que estaria muito mais focado e interessado em vencer o Benfica na próxima jornada, a 25ª, no Estádio da Luz, do que em conquistar pontos ao F. C. Porto.
 
Nestas coisas do futebol, as certezas não existem e, muitas vezes, o tiro sai pela culatra. Na 23ª jornada, o Braga estava a 1 ponto do 3º lugar e no final da 4ª jornada pode ficar a 4, caso o Sporting ganhe hoje ao Penafiel, o último classificado da 1ª Liga. Mas no final da 25ª Jornada, o Braga poderá ficar a 7 pontos do Sporting e dizer adeus definitivamente ao 3º lugar, caso não vença o Benfica no Estádio da Luz.
 
Se o Braga não vencer ou empatar com o Benfica, no próximo jogo, então a afirmação de Sérgio Conceição que "sabe que a sua equipa tem uma palavra a dizer na decisão do campeonato", não tem qualquer fundamento, uma vez que não roubou pontos a nenhum dos candidatos ao título e, por conseguinte, não influenciou nem alterou a classificação. Já quanto à certeza que evidenciou de que o Porto vai conquistar os seus objectivos, vamos esperar até às últimas jornadas do Campeonato para ver se Sérgio Conceição tinha razão no seu arriscado e extemporâneo palpite.

Que Sérgio Conceição se preocupe em cumprir os objectivos a que se propôs no início da época 2014/2015 relativamente ao Braga, está certíssimo, agora que se atreva a dar palpites que o Porto vai ser campeão, quando nessa jornada, a 24ª, o vai defrontar, isso é que já não me parece acertado, porque pode dar azo a más interpretações mesmo que não haja motivos para tal.

segunda-feira, 2 de março de 2015

SIRYZA GOVERNO - QUE GRANDE DESILUSÃO!!!...

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Quem acompanhou de perto o desenrolar das últimas eleições gregas, assistiu à ascensão meteórica de um pequeno partido de extrema esquerda que conquistou a adesão e a simpatia do povo grego devido às suas promessas eleitorais irrealistas e à sua postura desafiante, irreverente e corajosa face às instituições credoras (CE, BCE e FMI), ao afirmar que acabaria com a austeridade do povo e se recusaria a pagar a monstruosa dívida grega.

O povo, cansado de ser enganado pelos partidos da área da governação, cansado de tantos sacrifícios e tanta austeridade, acreditou que só um partido de extrema esquerda que nunca exerceu funções governativas, seria capaz de romper com as políticas de austeridade e enfrentar os credores e os parceiros europeus, recusando pagar a dívida.
 
Muita gente na Europa chegou a pensar que a ousada actuação do SIRYZA obedecia a um plano prévia e exaustivamente elaborado, baseado na ideia de que os parceiros europeus iriam (quase de certeza) aceitar as suas exigências para evitar a saída da Grécia da UE. Pelos vistos não havia plano nenhum e tudo não passou de um lamentável bluff que vai sair muito caro ao povo grego.
 
Em Portugal, os partidos de esquerda e extrema esquerda rejubilaram com as promessas eleitorais avançadas pelos dirigentes siryzistas durante a campanha eleitoral e até se fizeram representar em alguns comícios do partido grego. A esquerda portuguesa viveu momentos de júbilo inolvidáveis e de tal empolgamento que produziu afirmações tão ou mais ousadas que os próprios siryzas da pátria grega.
 
Todos os exemplos serviram, até os mais  negativos, absurdos e condenáveis, para confrontar e atacar diariamente o governo liderado por Passos Coelho por não ser solidário e não seguir o exemplo grego. Os dirigentes do Siryza passaram a ser referenciados como verdadeiros heróis pela esquerda portuguesa e a imprensa lusa correspondeu com enorme cobertura e alinhou na histeria da esquerda. O delírio apoderou-se das hostes revolucionárias portuguesas, rendidas à "coragem" dos heróis gregos que apregoavam à Europa e ao mundo que não pagariam a dívida do País e que iriam acabar com a "austeridade" do povo grego, reduzindo os impostos, aumentando o ordenado mínimo e decretando um pacote de medidas sociais para acudir aos mais desfavorecidos.
 
Porém, o que se passou a seguir, após a vitória nas eleições, é uma realidade completamente distinta. Os tais dirigentes siryzistas, agora transformados em governantes, desavergonhadamente, deram o dito por não dito e recuaram praticamente em todas as promessas que haviam feito ao povo. Afinal, comprometeram-se perante os parceiros europeus a honrar os compromissos, pagando a dívida, adiando o aumento do ordenado mínimo e a redução de impostos e prometendo realizar as reformas que garantam à Grécia crescer e aliviar a dívida.
 
Imagino a desilusão do povo grego, vítima de mais um monstruoso engano! E imagino também a enorme decepção, desespero e angústia das forças políticas de esquerda que em Portugal e noutros países da Europa apoiaram incondicionalmente o Siryza! Levaram uma monumental banhada! O resultado não podia ser pior e, nesse sentido, foi uma enorme "derrota"  para todos aqueles que pretendiam copiar o exemplo do Sirysa, caso tivesse êxito, para fazer o mesmo nos seus países de origem.
 
Também eu pensei que finalmente alguém me ia ensinar como se fazem "omeletes sem ovos" mas afinal ainda não foi desta! Estes sujeitos do Sirysa demonstraram que são "farinha do mesmo saco". Tal como os seus antecessores, mentiram ao povo mas, muito pior do que eles, fizeram promessas impossíveis e irrealizáveis, próprias de quem ignorou a realidade grega e demonstrou uma total e decepcionante irresponsabilidade.
 
Não auguro grande futuro a este governo grego e creio mesmo que irá, a curto prazo, ficar sem condições para governar, tanto no plano interno como no externo, se nos lembrarmos que o povo foi traído e não lhe perdoará e depois, o comportamento dos governantes, especialmente do primeiro ministro Alexis Tsipras e ministro das finanças Yanis Varoufakis, com as suas repetidas intervenções polémicas e pouco respeitosas para com os parceiros da UE, também não ajudaram a granjear a sua simpatia, tornando ainda mais difíceis as negociações ao nível do Euro Grupo.

Nestas circunstâncias, é muito natural que em breve o povo grego retire a confiança que depositou no Sirysa e vá para a rua contestar e exigir a demissão do governo, fazendo passar os seus dirigentes pela vergonha da demissão e também pela sensação que é passar de bestial a besta.