quarta-feira, 17 de junho de 2009

INGENUIDADE OU INCOMPETÊNCIA?

Tenho seguido com algum interesse a audição ao Senhor Governador do Banco de Portugal perante a Comissão de Inquérito Parlamentar e não tenho gostado do modo como reage às questões que lhe são colocadas pelos Senhores Deputados.

Pessoalmente, não aprovo o seu comportamento que por vezes atinge níveis absolutamente impróprios e ridículos, mostrando um homem com tiques de nervosismo e completamente fora de si.

Não é bonito interromper sistematicamente quem lhe coloca as questões, tanto mais que o Senhor Governador tem tido todo o tempo do mundo para responder como quer e lhe apetece; não é bonito esboçar aqueles sorrisinhos maliciosos, depreciativos e trossistas; esfregar a cara com ambas as mãos em sinal de desagrado; fazer apartes para a Senhora Presidente da Comissão, enquanto o Deputado expõe as questões; não é bonito esbracejar e levantar a voz, protestando, todas as vezes que são abordadas matérias que não são do seu agrado e que pelos vistos lhe causam bastante desconforto; não é bonito empregar termos depreciativos e até ofensivos dirigidos aos membros da Comissão; não é elegante, perante questões incómodas, tentar sistematicamente dar lições de moral aos seus inquiridores; enfim, não fica bem ao Governador do Banco de Portugal a forma austera, superior e arrogante como se tem comportado, se tivermos em linha de conta que foi por causa do enorme falhanço da Instituição a que preside que três Bancos nacionais atingiram níveis de insolvência brutais, devido a erros que não foram corrigidos a tempo e que levou dois deles à falência.

Mas a acreditar nas declarações de Oliveira e Costa à mesma Comissão de Inquérito, toda a Banca em Portugal se encontrava com as mesmas dificuldades e trabalhava em moldes idênticos aos do BPN.

A terem algum crédito estas declarações, então poder-se-á dizer que o Governador do Banco de Portugal não falhou só na supervisão aos três Bancos (BCP, BPN e BPP) mas também em todas as outras supervisões aos restantes Bancos que pelos vistos, com grandes dificuldades, evitaram cair na bancarrota.

De facto, ninguém de boa fé acredita que tendo sido detectados indícios de má gestão no BPN em 2002 e que depois se repetiram ao longo do tempo, só em 2008, quando o Banco já estava completamente falido e a situação já era do domínio público, o Banco de Portugal tenha descoberto a gigantesca burla e actuado.

O Governador diz que não se sente responsável porque o Banco não é uma organização policial com capacidade para investigar fraudes e que actuou com os meios que tem à sua disposição.

O Senhor Governador pode dizer o que quizer mas os factos apresentados pela Comissão de Inquérito, desmentem-no categoricamente.

Diz que não se demite porque não praticou nenhum acto individual que o possa incriminar e, nesse sentido, está no seu direito. Porém, não tomando o Senhor Governador a iniciativa de se demitir, deve o Governo ordenar-lhe que se demita.

Se assim não acontecer, continua o regabofe, protegendo-se e premiando-se pessoas da mesma cor política que no desempenho das suas funções fizeram um mau trabalho e demonstraram uma confrangedora in-com-pe-ten-cia.

Com este grau de exigência e responsabilidade, também eu podia ser Governador do Banco de Portugal.

domingo, 14 de junho de 2009

SONDAGENS - O TIRO SAIU PELA CULATRA

Toda a gente conhece a história do rapaz e o lobo. Resumidamente, era um jovem pastor que um dia pensou enganar as pessoas da sua aldeia, gritando que o lobo lhe estava a comer as ovelhas. Os aldeões das redondezas correram a socorrê-lo. Chegados ao local verificaram que não havia lobo nenhum e o rapaz ria trossista. Passados alguns dias, o pastor voltou a fazer a mesma coisa, gritando desesperado que os lobos lhe estavam a comer as ovelhas. Os camponeses voltaram a dirigir-se para o local para o socorrer mas verificaram com grande espanto que tinham sido enganados novamente. Uns dias mais tarde, ao ver-se atacado por uma alcateia de lobos, o pastor gritou desesperadamente por socorro mas desta vez ninguém apareceu. O pastor mentiu duas vezes, fazendo dos aldeões parvos e rindo da sua solidariedade. Com tal comportamento, caiu em desgraça e quando necessitou mesmo da sua ajuda, não acreditaram nele.
Esta história pode muito bem aplicar-se às Empresas responsáveis pelas sondagens e ao CDS/PP. Essas pseudo-sondagens têm prejudicado sistematicamente o Partido de Paulo Portas, atribuindo-lhe quase sempre uma percentagem inferior aquela que depois alcança nas urnas.
Como as sondagens dão sempre ao CDS/PP percentagens insignificantes (3, 4, 5%), os seus potenciais eleitores decidem fazer um voto útil, coisa que não aconteceria se as sondagens anunciassem que o CDS tinha uma perspectiva de crescimento, o mesmo que fazem relativamente a certos partidos da sua simpatia.
Porém, desta vez, os cidadãos eleitores, indignados com tão descarada manipulação do sentido do voto, quiseram desmascarar esses profissionais da treta e dizer-lhes que no futuro, o CDS/PP vai continuar a contar com o seu voto e o futuro é já daqui a três meses, com a realização das Autárquicas e das Legislativas.
Os próximos resultados do CDS/PP, paradoxalmente, terão um forte contributo das sondagens porque tal como na história do pastor, os eleitores também já não acreditam mais nos responsáveis pelas mesmas e vão deixar de votar útil para votar mesmo no CDS.
Isto quer dizer que ao fim de largos anos a ser prejudicado, o CDS vai finalmente beneficiar da maldade que as sondagens pretenderam fazer-lhe, saindo-lhes o tiro pela culatra e virando-se o feitiço contra o feiticeiro, como diz o ditado.
Esta constatação é uma realidade porque até eu próprio, no meu círculo restrito de familiares e amigos, pude verificar essa reacção de indignação das pessoas, garantindo categoricamente que no futuro votariam no CDS.
Pessoalmente, estou bastante curioso para testar esta reacção de indignação dos potenciais eleitores do CDS nas próximas eleições mas não tenho qualquer dúvida que vai subir, independentemente da manipulação das sondagens.
Tal como o pastor foi castigado por mentir, também esses profissionais da treta que enganaram e manipularam os cidadãos eleitores, sofreram um duro revés, porque estes, cansados do seu descaramento, mandaram-nos bugiar.
Embora em termos de sondagens, nada mais a partir de agora será como dantes, acho que as mesmas deviam ser proibidas. Não se pode fazer sondagens para beneficiar uns em prejuízo de outros. As grandes sondagens e únicas com credibilidade, são os resultados obtidos por cada partido, depois de abertas as urnas e contados os votos. Tudo o resto, é andar a brincar com o trabalho e a dignidade das pessoas.
Ainda não viram o ridículo que representam tais sondagens?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DIA DE CAMÕES

Comemoram-se hoje, 10 de Junho de 2009, quatrocentos e trinta anos sobre a morte do maior poeta portugês de todos os tempos que soube cantar em verso, como mais ninguém foi capaz de fazer, os feitos heroicos de Portugal e dos Portugueses do seu tempo.
É sem dúvida um dos maiores poetas da Humanidade e, contudo, tal merecimento não lhe foi reconhecido em vida, tendo morrido vitimado pela peste, na maior das misérias.
Como homem, foi perseguido pela má fortuna e vítima da inveja dos seus pares mas como poeta, foi genial e produziu uma obra sublime, onde demonstra todas as suas qualidades humanas, todo o seu exemplar patriotismo e os grandes conhecimentos literários de que era dotado.
Mas Camões foi também um grande guerreiro, mal sucedido na corte e mal correspondido pelas mulheres que amava, provavelmente amargurado e desiludido com a vida, alistou-se no exército e partiu para África (Ceuta), onde combateu os mouros e perdeu o olho direito e depois, por volta do ano de 1553 (24 de Março), embarcou para a Ásia (Índia), onde participou em várias expedições militares e passou pelas maiores desventuras e vicissitudes, tendo considerado Goa "uma cidade madrasta de todos os homens honestos".
O Dia de Portugal deve, definitivamente, designar-se Dia de Camões, porque ele simboliza, na perfeição, a Nação Portuguesa e tudo o que de mais precioso ela representa.
Simboliza todos os desafortunados, perseguidos e injustiçados.
Simboliza os homens bons, puros e frontais.
Simboliza o amor pátrio, elevado ao mais alto expoente.
Simboliza o que há de mais puro e sublime no amor, o qual exaltou nos seus versos de forma extraordinariamente bela, quase celestial.
Simboliza a amizade e a fraternidade entre os povos; no seu tempo foi um guerreiro andante, muito viajado, não obstante as grandes dificuldades e perigos que o mar representava, esteve nas terras distantes da África e da Ásia, onde partilhou a sua vida com gente de diferentes raças e credos e descreveu os seus hábitos e costumes.
Simboliza todos os grandes Homens da Humanidade que como ele foram ignorados, desprezados e desvalorizados, em vida.
Simboliza também todos aqueles grandes Homens que só após a sua morte viram reconhecidos os seus méritos, com homenagens e honrarias que os próprios, lá do local onde repousa o seu espírito, comentaram certamente: felizes aqueles que em vida tiveram o privilégio e a alegria de poder partilhar com os seus familiares e amigos, as homenagens e honrarias, pelo reconhecimento do seu mérito.
Quem foi capaz de cantar em verso, de forma tão sublime, os feitos mais gloriosos de uma parte brilhante da História de Portugal, merece ser perpetuado na memória dos portugueses de geração em geração, não só através da leitura da sua obra grandiosa mas também através da lembrança e da comemoração anual do seu nome, no dia 10 de Junho, Dia de Camões.



segunda-feira, 8 de junho de 2009

SONDAGENS ESCANDALOSAS

Nos primeiros minutos da madrugada de domingo, dia das eleições europeias, escrevi no meu blogue "DIREITO DE OPINAR", sob o título "Descaradamente violado o dever de isenção", aquilo que achei ser um escândalo vergonhoso relativamente ao tratamento privilegiado que foi dado pelas sondagens e pela imprensa, em geral, ao Partido do Primeiro-Ministro José Sócrates, antes e durante toda a campanha eleitoral.
Nessa mensagem, escrevi no último parágrafo, o seguinte:

"Nestas eleições, depois de todas as peripécias e ilegalidades a que assisti, gostava que o tiro saisse pela culatra, para que aqueles que se empenharam na realização de trabalhos menos dignos (leia-se, sondagens e artigos de opinião), sejam obrigados a reflectir e a corar de vergonha".

Acertei em cheio. A pouca vergonha das sondagens realizadas por empresas irresponsáveis e sem credibilidade, reflectiu-se nos resultados finais dos votos entrados nas urnas, esses sim, expressando a vontade dos eleitores.
Inacreditavelmente, vergonhosamente, as sondagens manipularam os resultados de forma escandalosa ao garantirem uma vitória do PS com 4 a 5 pontos de vantagem sobre o PSD.
Entre a ficção das sondagens e a realidade dos votos, há uma diferença de 10 pontos percentuais!!! É inacreditável um engano desta natureza inventado, sustentado e dado como certo, até ao último segundo do encerramento da campanha.
Como é possível que algum cidadão português, de boa fé, acredite em sondagens se a mesma fantochada se passou relativamente ao CDS/PP? Este Partido já foi várias vezes dado como extinto, em anteriores sondagens e para as eleições europeias voltaram a vaticinar-lhe esse desfecho, atribuindo-lhe uma percentagem entre os 2 e os 4 por cento e zero deputados eleitos. Para vergonha de quem lhe vaticinou tais resultados, o CDS/PP conquistou os votos e a simpatia de cerca de 8,5% dos eleitores e elegeu 2 deputados para o Parlamento Europeu.
Nestas eleições, como já havia sucedido em anteriores, houve dois partidos beneficiados pelas sondagens e pela comunicação social: o PS foi privilegiadíssimo e o BE tratado com muita simpatia.
Em democracia, tais comportamentos não são toleráveis, sendo obrigação das autoridades fiscalizadoras denunciar essas situações e punir os infractores. Enquanto isso não acontecer, haverá sempre gente sem vergonha disponivel para prejudicar uns e favorecer outros, por dinheiro, fanatismo ou insuficiência intelectual.
O Partido Socialista foi poupado a sondagens negativas porque alguém estava interessado em não afectar o moral dos seus apoiantes; o PPD/PSD foi, pelo contrário, confrontado sistematicamente com sondagens que omitiam o verdadeiro sentido do voto, para ser vencido pelo desânimo e contentar-se em perder por poucos.
Alguém está em condições de avaliar os resultados finais destas eleições europeias se os cidadãos eleitores tivessem tido conhecimento, em tempo útil, de toda a verdade? Se não fossem manipulados?
É nossa convicção de que se tivesse havido verdade nas sondagens e na imprensa em geral, o PPD/PSD tinha beneficiado com tal situação e a vitória podia ter sido bem mais expressiva.
Neste País, há quem continue obstinadamente, através de métodos e padrões de vida ética e moralmente reprováveis, a perpetuar no poder, fazendo ouvidos moucos aos insistentes sinais de aviso dos cidadãos.
Há quem não queira olhar para esses sinais, preferindo continuar a praticar todo o tipo de atropelos e maningâncias e a fazer do povo trouxa e ignorante. Se assim não fosse, não seria possível fabricar e publicar sondagens que ofendem a dignidade de todos quantos ainda privilegiam a verdade, a honra e a justiça.
Essa espécie de profissionais que de alguma forma contribuíram para a fabricação de tais sondagens, tenham vergonha e mudem de profissão.


domingo, 7 de junho de 2009

Descaradamente violado o dever de isenção

O serão de sexta-feira, ao nível das televisões, foi um autêntico tormento, um verdadeiro massacre, um pesadelo, para todos os cidadãos que não comungam da ideologia rosa.
Todos os canais deram relevo especial ao comício de encerramento do PS, destacando o discurso do Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do Partido.
No entanto, a RTP 2, a SIC Notícias e a RTP N, violaram descarada e vergonhosamente o dever de isenção e proporcionaram ao Primeiro-Ministro um tempo de antena desproporcional aos outros Partidos, quase lhe permitindo que o seu discurso fosse integralmente transmitido.
Da mesma forma, não se cansaram de repetir até à exaustão que o PS na última semana consolidou a vitória sobre o PSD, prevendo-se uma vantagem de 4 a 5 pontos precentuais e pelo menos mais um deputado europeu eleito.
As sondagens e a imprensa falada e escrita, renderam-se por completo ao Partido do Governo e fizeram uma campanha enganosa e tendenciosa, dando-lhe uma ajuda preciosa num momento de grande dificuldade, devido à gestão ruinosa que tem vindo a fazer do País. Esta actuação das empresas responsáveis pelas sondagens e da Imprensa, é absolutamente condenável em democracia.
Pelos vistos, os desalinhados, aqueles que não adoptam uma postura de favorecimento e subserviência, não colhem os benefícios do regime e são até perseguidos e penalisados.
Atente-se nas declarações violentas e acusatórias do Primeiro-Ministro contra a TVI pelo facto de uma das suas jornalistas, neste caso Manuela Moura Guedes, não usar dessa postura de favorecimento e subserviência e cortar a direito, tratando a notícia sem tabus no Jornal Nacional que apresenta às sextas-feiras.
Aquilo que para muitos cidadãos é considerado um acto de coragem e cidadania, para o Primeiro-Ministro é pura caça ao homem.
Nestas eleições, depois de todas as peripécias e ilegalidades a que assisti, gostava que o tiro saísse pela culatra para que aqueles que se empenharam na realização de trabalhos menos dignos sejam obrigados a reflectir e a corar de vergonha.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tantas vezes vai o cântaro à bica...

Tantas vezes vai o cântaro à bica que um dia lá fica, é um provérbio bem popular que nos alerta para não repetirmos muitas vezes, situações que nos podem prejudicar.
Assim aconteceu ao Procurador do DIAP/Porto que caiu finalmente em desgraça, depois de ser investigado e ter sido encontrada matéria incriminatória para instauração de diversos processos disciplinares.
Sobre o assunto, não resisto à tentação de publicar na íntegra a notícia da edição do Correio da Manhã de 03.06.2009, visto que para um agente da Justiça que afirmava, no âmbito de notícias que o acusavam de favorecer o Futebol Clube do Porto que "em termos de honestidade não aceito lições de ninguém", a mesma é devastadora:
"Almeida Pereira, o Procurador que durante anos foi o coordenador do crime violento no DIAP do Porto e que chegou a ser indicado para dirigir a Polícia Judiciária, na mesma cidade, arrisca agora a pena de demissão, na sequência de vários processos disciplinares que lhe foram instaurados.
O primeiro processo e único a ter proposta, foi este mês remetido ao instrutor, pela Secção Disciplinar do Conselho Superior do Ministério Público, para alterar a sanção sugerida inicialmente, transferência, para inactividade por dois anos.
O magistrado foi alvo de uma investigação devido a atrasos nos inquéritos que tutelou, averiguação que foi convertida em processo disciplinar. Outros entretanto foram abertos e o CM sabe que os instrutores admitem a pena de demissão ou de aposentação compulsiva. Há ainda a sugestão de conversão dos casos em processos-crime.
Estão em causa diversas situações. Num dos casos verificados pelos instrutores do MP averiguou-se que Almeida Pereira avocou, em 1999, 14 processos de negligência médica. Eram todas as investigações a este crime que corriam no Departamento, tendo Almeida Pereira chamado a si os inquéritos, enquanto coordenador do DIAP.
Anos depois, nenhum dos processos foi dado como concluído. A inspecção feita agora ao magistrado permitiu verificar que em 2006, Almeida Pereira reportou à PJ do Porto um assalto ao seu gabinete. Disse, na altura, que os processos tinham sido roubados. Nada foi recuperado e as investigações morreram.
Outro caso sob investigação é o processo que teve Narciso Miranda como arguido. O candidato à Câmara de Matosinhos foi investigado por corrupção e o polémico despacho de arquivamento foi assinado por Almeida Pereira. O Procurador transitou entretanto para o DIAP do Porto e levou o processo. Disse depois que o mesmo foi roubado".
Sobre o caso Narciso Miranda, lembro-me perfeitamente porque foi amplamente noticiado nos órgãos de comunicação social que entre outras coisas, o então Presidente da Câmara de Matosinhos, não conseguiu explicar a proveniência de 70 ou 80 mil euros que apareceram na sua conta à ordem e muitas outras situações embaraçosas que para este Procurador, pelos vistos, eram absolutamente normais e, por isso, assinou de "consciência tranquila", como costumava dizer, o despacho de arquivamento.
Tenho muita pena dos queixosos a quem pertenciam os processos que o Procurador avocou e nunca foram investigados ou concluídos. Essas pessoas ficaram destroçadas porque foram vítimas de crimes que depois, por interferência de um Procurador frouxo, irresponsável e incompetente, não foram investigados.
E que dizer dos processos roubados? Este alibi é extraordinário! De uma penada, 14 processos sobre negligência médica, sob a sua tutela, foram roubados e o assunto morreu.
Só furtaram aqueles processos? Não havia impressões digitais dos larápios? A Judiciária não investigou, exaustivamente, uma queixa tão grave do Senhor Procurador? 14 processos de negligência médica, todos juntinhos, roubados do seu gabinete!!! É obra!!!
De facto a Justiça brinca com os cidadãos. Foram necessários tantos anos, para quem de direito concluir que o Procurador Almeida Pereira usou o seu poder e influência para minar, obstaculizar e descredibilizar a Justiça, protegendo pessoas e grupos da sua confiança, em prejuízo de queixosos que provavelmente tinham toda a razão do seu lado?
Depois destes exemplos, como acreditar que o Procurador não tinha ligações perigosas ao Futebol Clube do Porto, apesar de todos os seus desmentidos?
É por causa destes empecilhos, desprovidos de qualquer pingo de vergonha, autênticos depravados mentais que a Justiça é incapaz de cumprir os seus desígnios.
Com agentes deste calibre, a mentira vai continuar a triunfar sobre a verdade, para gáudio de toda a espécie de canalha marginal que cada vez mais prolifera neste pequeno rectângulo e transforma num inferno a vida das pessoas de bem.
Esta pobre Justiça está entregue a gente que não tem as mínimas condições de isenção e honorabilidade para a poder servir.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Como regenerar, educar e moralizar com esta Justiça?


Inacreditável!!!
Inqualificável!!!
Uma Lei Penal permissiva e inócua, feita à medida dos criminosos, impediu as autoridades policiais de prender e meter na prisão uma burlona profissional, quando já tinham conhecimento dos variadíssimos crimes cometidos e já tinha sido identificada e reconhecida por dezenas de vítimas, em vários pontos do País, como Porto, Espinho, Aveiro, Viseu, Nazaré, Coimbra, Lisboa, Barreiro, Santarém, Setúbal, Évora e Algarve.
Já bastavam as vigarices que a burlona fez a tantas pessoas enquanto não foi identificada e localizada pelas autoridades pelo que, depois de o ser, ninguém imaginaria que a mesma pudesse dar continuidade às suas actividades criminosas, agora com o consentimento da própria Justiça.
Pelos vistos, esta perigosa burlona não olha a meios para conseguir apoderar-se dos bens das vítimas, usando como farramenta preferida a Internet para marcar encontros com as vítimas, fazendo-se passar por mil e uma personagens, encarnando umas vezes o papel de juíza ou advogada e outras vendedora de telemóveis ou mesmo prostituta.
Depois de adquirida a confiança das vítimas, aproveita a sua distracção para lhes ministrar fortes doses de droga nas bebidas para depois lhes roubar todos pertences de valor enquanto estão no estado de inconsciência.
É i-na-cre-di-tá-vel como a Justiça permitiu que uma pessoa tão perigosa que cometeu dezenas de crimes e colocou em risco de vida diversas vítimas, tenha sido deixada em liberdade, depois de se ter apresentado voluntariamente às autoridades, aconselhada, segundo informações da imprensa, por um amigo da Judiciária.
Que espécie de Justiça é esta? A quem pretende servir? Ao País e aos cidadãos exemplares que cumprem a Lei ou paradoxalmente, a toda a espécie de marginais?
Acompanho este e outros casos verdadeiramente insólitos, pelo Correio da Manhã e pela comunicação social, em geral e não posso deixar de sentir uma enorme indignação e até revolta com a actuação da Justiça que constantemente age com impunidade e deixa em liberdade criminosos perigosos, aos quais dá oportunidade de continuar a praticar os mesmos crimes.
Este estado deplorável da Justiça só vai terminar no dia em que for eleito um Governo formado por homens decentes, eticamente bem formados, decididos a corrigir o que vai mal neste País e a adecuar a Lei Penal aos interesses do País e dos cidadãos cumpridores, excluinda da mesma, toda a legislação que demonstre cedências ou contemplações pelos cidadãos que optam por não cumprir a Lei.
Esta burlona, depois de todos os crimes que praticou, jamais deveria ter tido possibilidade de continuar em liberdade, antes de ser condenada pelo que fez e ter cumprido integralmente a pena a que viesse a ser condenada.
É este o conceito que eu tenho de Justiça.
(foto retirada da edição do CM de 2.6.2009)