sexta-feira, 23 de abril de 2021

RECORDANDO ANTÓNIO MOURÃO

 


ANTÓNIO MOURÃO, nome artístico de António Manuel Dias Pequerrucho, nascido no Montijo a 3 de Junho de 1935 e falecido na Casa do Artista, em Lisboa, a 19 de Outubro de 2013, com 78 anos de idade, depois de se ter retirado de toda a actividade artística nos anos 90, ainda na posse de todas as suas faculdades físicas e mentais, portanto ainda com muito para dar ao meio artístico português, tanto mais que o cantor era muito requisitado e acarinhado pelo público. Esta decisão irrevogável de António Mourão parece ter tido origem no facto de se sentir desiludido com o meio musical português.

Confesso que António Mourão foi um dos artistas que mais gostei de ouvir cantar, pela sua extraordinária e inconfundível voz e porque me identificava com o teor das letras das suas canções. Na verdade, um emigrante, como era o meu caso, revia-se naquela mistura de nostalgia, tristeza, desencantamento, desilusão, desamor, que muitas das suas letras transmitiam.

Quem não apreciava canções como "Oh tempo volta para trás", "Dá tempo ao tempo", "Dá-me outra vida", "Quem eu quero não me quer", "Chiquita morena", "Chegaste em dia de sol"," Ouve lá ó pá", "Quando vou para o Ribatejo", "A Severa" "Varina da Madragoa" e tantas outras canções interpretadas com o seu cunho próprio e único.

No auge da sua carreira, com pouco mais de 30 anos, António Mourão era um dos cantores portugueses que eu mais ouvia. Encontrava-me em Angola e vivia no Lobito e lembro-me que através da Livraria Lello, mandava reservar todas as edições dos seus discos,  cujos singles ainda guardo no baú das recordações.

A sua brilhante carreira acompanhou os anos doirados da minha vida, até 24 de Abril de 1974 e embora a partir dessa data nunca mais tenha adquirido discos ou cassetes de António Mourão, continuo a ser seu fã e a ouvir frequentemente as suas canções através do YouTube.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

PROCESSO MARQUÊS - IR não pronunciou cerca de 80% dos crimes!!!


Quem vive neste País já não estranha estas descaradas e vergonhosas actuações cometidas pela nossa justiça, políticos e governantes, porque elas acontecem quase todos os dias. 

Este juiz Ivo Rosa, na extensa exposição que protagonizou no dia 9.4.2021, durante 3 horas, para desconstruir toda a fundamentação incriminatória do Ministério Público, demonstrou que para lá da intenção de ilibar os arguidos de quase todos os crimes de que estavam acusados pelo Ministério Público (MP), quis também ajustar contas com os colegas juízes e com os Procuradores do Ministério Público, os quais confrontou  e afrontou, enviando recados e proferindo acusações, com uma adjectivação imprópria e atrevida, pouco respeitosa para com a magistratura e a Instituição de que faz parte. Uma vergonha!

Ivo Rosa deixou cair todos os crimes de corrupção porque segundo o seu entendimento, alguns já se encontravam prescritos e outros não apresentavam matéria probatória suficiente, tendo para isso valorado os testemunhos favoráveis dos arguidos e ignorado os desfavoráveis.

Havia dois acórdãos para avaliar a prescrição dos crimes de corrupção, ambos constitucionais. Um tem como entendimento que a data que conta é o início da combinação da corrupção e o outro, por sua vez, entende que a data que deve contar é o momento do recebimento da última vantagem desse acordo corruptivo e que havia sido utilizado pelo MP para validar e incriminar José Sócrates nos crimes de corrupção.

Porém, este juiz Ivo Rosa, apostado que estava em levar por diante o seu remoque vingativo, contra os magistrados do Ministério Público e especialmente contra o colega juiz Carlos Alexandre, tinha que  inocentar os criminosos do processo Marquês e, como tal, utilizou o outro acórdão que servia, na perfeição, para levar por diante os seus desígnios vingativos mas que não serviu para fazer justiça que era o que se esperava da actuação deste juiz.

Como pode um País andar para a frente com estas escandalosas decisões da justiça? Então o Juiz IR se tivesse interesse em fazer justiça, não escolheria o acórdão mais adequado? Este magistrado, emporcalhou a justiça e vendeu a alma ao diabo. Não tem condições para continuar a exercer magistratura e deve ser banido dos quadros da justiça. Bandalho.