sábado, 27 de setembro de 2014

BENFICA - COMPLICAR O QUE É FÁCIL

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O Benfica não gosta de jogos e adversários fáceis e, por isso mesmo, de forma enervante e repetitiva, complica e torna difícil aquilo que é fácil. Aconteceu isso no jogo com o Sporting e com o Moreirense e no jogo de hoje, voltou a repetir a dose, embora a equipa anfitriã lhe tenha facilitado a vida, ao entrar mal na partida, permitindo uma vantagem de 2 golos aos 8 minutos, marcados pelo sensacional jovem jogador das águias, Talisca.
 
A vencer por 2-0 aos 8 minutos da primeira parte, esperava-se que o líder do Campeonato continuasse a imprimir um forte ritmo às suas jogadas de ataque para ampliar a vantagem e matar o jogo, de molde a perspectivar uma segunda parte mais tranquila, com possibilidade de poupar e rodar jogadores, já a pensar no jogo da Champions da próxima semana, na Alemanha.

A verdade é que o Benfica, embora com algum ascendente no jogo até aos 25 minutos, não conseguiu marcar o terceiro golo e a partir daí, o Estoril Praia começou a aproximar-se com perigo da grande área encarnada, tendo chegado aos 2-1 aos 38 minutos e até ao final da 1ª parte ainda fez passar Artur por situações difíceis.

Na segunda parte o Estoril rectificou e entrou melhor no jogo e aos 53 minutos Kléber não perdoou e fez o empate 2-2, o que não deixa de ser sensacional! Recuperar 2 golos de diferença contra uma equipa muito mais valiosa, não está ao alcance de muitas equipas mas o Estoril conseguiu e pôs o resultado em dúvida até aos 68 minutos, momento em que Cabrera é expulso com segundo cartão amarelo.

Aos 70 minutos o Benfica marca o 3-2, por Lima, a passe de Derley e até ao final da partida, embora tivesse algumas boas ocasiões para marcar, o resultado não sofreu alteração, mantendo-se a vitória tangencial que garantiu os 3 pontos e a confirmação da liderança no Campeonato, agora com 4 e 6 pontos de diferença para os eternos rivais, Porto e Sporting.

Mais uma jornada em que o Benfica poderia ter construído uma vitória folgada e sem sobressaltos e aconteceu precisamente o contrário: uma vitória tangencial e a dúvida até final sobre o resultado. Esta equipa ainda precisa de algumas afinações de molde a cometer menos erros defensivos e rentabilizar muito mais as suas jogadas de ataque.





 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

BENFICA / MOREIRENSE - MAIS UM SÉRIO AVISO PARA QUEM QUER SER CAMPEÃO


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O jogo Benfica/Moreirense, constituiu mais um sério aviso para a equipa técnica, comandada por Jorge Jesus. Em consequência da forma adormecida e displicente como iniciou a partida, o Moreirense não teve grandes dificuldades em colocar-se na posição de vencedor aos 16 minutos de jogo e depois manter o empate até aos 69, já com menos um jogador.
 
A jogar assim, não há guarda-redes que possa brilhar na baliza do Benfica. Ainda no último jogo da Champions, com o Zenit, o Artur foi expulso ao tentar emendar um erro da defesa e, como toda a gente viu, os golos do adversário foram também devidos a erros crassos do sector defensivo.
 
Independentemente do resultado final, 3-1, é bom não esquecer que a equipa da casa só chegou ao empate aos 69 minutos de jogo e que a vitória só apareceu depois de o Moreirense ficar reduzido a 10 unidades, desde os 57 minutos. Anotar ainda que o golo do empate e do 2-1, foram obtidos pelos laterais, Maxi Pereira e Eliseu, sendo o terceiro marcado pelo avançado Lima, de grande penalidade, aos 83 minutos, o seu primeiro golo na presente temporada.
 
Devido à falta de intensidade e do jogo muito previsível do Benfica, os adversários conseguem com alguma facilidade anular os estrategas da equipa e impedir a distribuição do jogo, dificultando a criação de jogadas de ataque e depois, empolgados e cheios de confiança, tentam também a sua sorte com venenosos contra-ataques que põem a defesa em apuros, muitas vezes apanhada em contrapé. Já não há equipas fáceis, é preciso encarar todos os jogos com grande atitude e profissionalismo.
 
O Benfica, como candidato ao título, tem que o provar em campo e, nesse sentido, fazer muito mais do que tem feito até agora, nomeadamente, impor uma maior dinâmica e intensidade no jogo, com maior pressão sobre o adversário, mais posse de bola e maior concentração e aproveitamento das jogadas de ataque.
 
Se de facto não se operarem algumas mudanças na forma de jogar da equipa, é evidente que os adeptos vão sofrer muitos dissabores ao longo da época. Se isso acontecer, o treinador tem que assumir as suas responsabilidades porque, olhando individualmente para os jogadores que formam o plantel benfiquista, podemos dizer que todos eles são bons atletas e uma boa parte deles, com eficazes provas dadas em épocas anteriores.
 
Esperamos que no próximo jogo na Alemanha, para a Champions, a equipa possa demonstrar todo o seu valor e conquistar um resultado positivo.
 
 

JOSÉ TORRES O "BOM GIGANTE" - O BENFICA PRECISAVA DE UM AVANÇADO COM AS SUAS CARACTERÍSTICAS

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José Torres, o "Bom Gigante" terminou a sua carreira ao serviço do Benfica em 1971 e até hoje, passados 43 anos, nunca mais contou nas suas fileiras com um jogador com as suas características
 
Durante 12 épocas (1959/1971), actuou na equipa do Benfica, na posição de avançado, um atleta extraordinário, de nome José Augusto da Costa Sénica Torres, ao serviço do qual ganhou todos os títulos que havia para ganhar, entre os quais, 9 Campeonatos e 6 Taças de Portugal.
 
José Torres "o Bom Gigante", apelido pelo qual era conhecido, devido à sua bondade e à sua estatura (191 cm), tinha uma grande facilidade no jogo aéreo, tendo marcado muitos golos de cabeça, sem sequer necessitar de saltar. A par de Eusébio e muito bem servido pelo José Augusto, o Coluna e o Simões, esta dupla revelou-se extraordinariamente eficaz e imparável durante a década de sessenta, tendo dado imensas tardes e noites de glória aos benfiquistas. Torres, só à sua conta, marcou  mais de 150 golos.
 
Desde 1971, época em que terminou a sua carreira no Benfica para se transferir para o Vitória de Setúbal, nunca mais a equipa pôde contar com um jogador da sua craveira e com as suas características, sendo notória a sua falta, especialmente na finalização do jogo aéreo dentro da grande área.
 
Segundo as notícias desportivas, encontra-se no Atlético um jogador com 195 cm de altura que é o melhor marcador da II Liga. Num dos últimos jogos disputados, precisamente contra a equipa B do Benfica (empate 2-2), apontou os 2 golos do Atlético.


Bjorn Johnsen, em acção no jogo contra a equipa B do Benfica, onde apontou os 2 golos do Atlético.
 
Este jogador que na época transacta alinhou pela equipa do Louletano e já havia dado nas vistas, marcando uma dezena de golos, parece ter qualidades suficientes para se fazer um óptimo jogador e, nesse caso, admira-me que não tenha despertado interesse aos "olheiros" do Benfica.
 
BJORN JOHNSEN, de 22 anos e 1,95 metros de altura, demonstra já boas qualidades técnicas e tácticas e em minha modesta opinião, seria uma boa aquisição por parte do Benfica, ainda que tivesse que ir rodar e aprender mais para a equipa B.
 
Li que há outros clubes interessados no concurso do jovem Bjorn Johnsen, nomeadamente Sporting e Belenenses e, de facto, estranhei que o Benfica não estivesse metido no assunto. Jogadores jovens com valor, com 195 cm de altura, não se encontram todos os dias, motivo pelo qual o Benfica não devia deixar escapar a oportunidade de contratar um jogador com as características de José Torres o "Bom Gigante", alguém que ajudou a construir a história gloriosa do Benfica e que jamais será esquecido pelos benfiquistas, apesar de ter terminado a carreira em 1971 no Benfica e ter falecido em 2010, com 71 anos de idade, vítima da doença de alzheimer.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

BENFICA ENTROU NO JOGO A DORMIR E OFERECEU VITÓRIA AOS RUSSOS DO ZENIT

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"A derrota não nos retira ambição" - Jorge Jesus
 
A equipa do Benfica entrou pessimamente no jogo, lento, desconcentrado e atabalhoado e em consequência dessa incompreensível postura, sofreu o primeiro golo aos 5 minutos, devido a uma perda de bola e aos 22 minutos sofre o segundo, devido a uma saída tardia e tímida do guarda-redes Artur que acabou por derrubar Dani do Zenit, à entrada da área, tendo sido expulso.
 
Desastradamente, aos 22 minutos de jogo da primeira parte, o Benfica passava a actuar apenas com 10 jogadores e perdia por 2-0. A primeira parte terminou sem mais golos mas, face ao poderio da equipa russa, creio que nenhum adepto acreditaria numa reviravolta do resultado na segunda parte.
 
De facto, o Benfica não conseguiu marcar em toda a segunda parte e o resultado manteve-se inalterado até ao final, mas é justo salientar que os encarnados jogaram muito melhor com 10 jogadores, trocando melhor a bola, causando muitos mais problemas ao adversário e tendo mesmo criado duas ou três boas ocasiões para marcar. Para além disso, fiquei com a ideia de que ficou um penalti por marcar sobre Sálvio e tenho dúvidas se Enzo não foi tocado em falta dentro da grande área.
 
O Benfica não tem tido sorte com as arbitragens nas competições europeias. Na época passada foi bastante prejudicado e, pelos vistos essa malapata continua.
 
Independentemente das arbitragens, a equipa do Benfica só tem que se queixar de si própria, porque é inadmissível que a jogar na sua casa, deixe que o adversário tome conta do jogo de forma avassaladora e permita diversas ocasiões de golo nos primeiros minutos de jogo.
 
Em casa, perante qualquer adversário, o Benfica tem que tomar conta do jogo, actuando com alma, garra e determinação e com a cabeça no sítio, jogando com velocidade, inteligência e muita concentração.
 
Se o Benfica pôde jogar bem e equilibrar o jogo na segunda parte, apenas com 10 jogadores em campo, porque não o fez logo de início com a equipa completa? Esta situação não acontece pela primeira vez e por isso tem sentido o ditado: "depois da casa arrombada trancas na porta".
 
Falta intensidade e dinâmica ao futebol do Benfica, factor que facilita, e muito, a vida dos adversários e põe em risco a carreira vitoriosa que a nação benfiquista deseja.
 
As derrotas também podem ser proveitosas, se se souber analisar os erros cometidos. O estádio compreendeu que ao Benfica nada correu bem nesta partida e aplaudiu os jogadores durante todo o jogo e no final voltou a brindá-los, de pé, com uma estrondosa ovação.
 
Ficamos todos à espera de ser recompensados já no próximo jogo para a Liga dos Campeões com o Leverkusen, na Alemanha.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

ENQUANTO OS BURACOS DAS "TOUPEIRAS" NÃO FOREM TAPADOS, NÃO FAZEM SENTIDO AS REIVINDICAÇÕES DO POVO

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Nestes 40 anos de regime democrático, está mais que provado que ao povo apenas chegam, em cada ano, as migalhas sobrantes do Orçamento de Estado (OE). Durante todo este período, só as classes dominantes tiraram proveito do regime instaurado em 25 de Abril de 1974, uns enriquecendo com os lucros chorudos das suas empresas, à custa de negócios vantajosos e fraudulentos com o Estado e outros, auferindo remunerações milionárias e toda a espécie de mordomias que muito sinceramente não merecem, constituindo um enorme insulto e uma gravíssima afronta aos ordenados de miséria e à vida difícil do povo português.
 
O povo reivindica melhores salários, emprego, saúde, educação e habitação, através de inúmeras manifestações ao longo do ano.  Mas como alcançar sucesso em tais reivindicações se apenas pode contar com as migalhas do OE? Como posso eu tirar da minha despensa azeite e arroz e outros géneros alimentícios, se ela está vazia?
 
O que o povo deve reivindicar em primeiríssimo lugar, é o controlo dos gastos com essas classes dominantes, não permitindo que aufiram ordenados milionários e mordomias escandalosas. Se o povo estancar essa vergonhosa sangria que asfixia e delapida as finanças públicas, então poderá aspirar a uma repartição mais equitativa do OE. Enquanto isso não acontecer, de nada adiantam as manifestações e as reivindicações, as quais redundam sempre em prejuízo do próprio povo.
 
Em nenhum País da Europa existe uma diferenciação tão grande entre as diversas carreiras profissionais e os diferentes graus académicos. É preciso que o povo se imponha e exija rapidamente uma maior equidade na retribuição do trabalho de cada um e ponha fim às mordomias de quem já tem muitos outros privilégios.
 
Não faz sentido que a grande maioria dos trabalhadores portugueses sejam obrigados a cumprir rigorosamente o horário de trabalho, no inverno ou no verão, quer chova, faça frio ou calor, a pé, de transporte próprio ou público, para ganhar mensalmente um ordenado de miséria, enquanto essas classes dominantes, para além de não cumprirem horário de trabalho, têm à disposição carro e chauffeur, secretária, ajudas de custas, rendas de casa, telefone e alguns até possuem cartão de crédito golden para gastar o dinheiro dos contribuintes, à fartazana, nas mais insólitas extravagâncias e, claro, em viagens e refeições nos melhores e mais caros restaurantes.
 
É esta pouca vergonha que o povo tem que travar, a bem ou a mal, caso contrário, nunca sobrará uma parte importante e digna do OE para satisfazer as suas justas reivindicações. Num País de pobres, é imperioso acabar com a luxúria sumptuosa de uns quantos, à custa da exploração da maioria, e obrigar o Estado a tratar uns e outros em pé de igualdade, com o mesmo respeito e dignidade.
 
Para elucidar melhor os leitores acerca do sorvedoiro das finanças públicas pelos abutres do regime democrático, deixo-vos este exemplo que é, ao mesmo tempo, uma história verídica:

"Com os meus 10/11 anos já trabalhava arduamente no campo, ajudando os meus pais na agricultura. A mim, para além de muitas outras tarefas, cabia-me regar a horta pelo menos duas vezes por semana e ai de mim se o não fizesse... A horta distava do poço de onde tirava a água a balde, cerca de 60/70 metros, através de um engenho chamado picota, mas também conhecido pelo nome de picanço, cegonha, balança, burra, varola e muitos outros nomes, consoante a região do País.
 
Por vezes, depois de já ter tirado 40/50 baldes de água, ia ver se já tinha chegado à horta e constatava com grande desânimo que a mesma não tinha percorrido mais do que 10/15 metros, perdendo-se nos inúmeros buracos feitos pelas toupeiras ao longo da vala, não detectáveis na prévia inspecção feita ao percurso. Só depois de eliminar todos os buracos das toupeiras conseguia, finalmente, fazer chegar a água ao destino e regar a horta.
 
No OE acontece a mesma coisa: enquanto o povo não for capaz de tapar todos os "buracos" (acabar com o compadrio e os  favorecimentos, corrupção, ordenados e mordomias escandalosas e responsabilizar criminalmente todos quantos prejudiquem o Estado), a receita do OE perder-se-á pelos imensos "buracos" das "toupeiras" e jamais chegará ao seu principal destino que é, sem dúvida, a maioria dos trabalhadores portugueses.

 

domingo, 14 de setembro de 2014

É CADA VEZ MAIOR O NÚMERO DE MENDIGOS/SEM-ABRIGO QUE VAGUEIAM PELA CIDADE

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Desde que me reformei, em Março de 2006, deixei de ter contacto diário com o bulício da cidade, e também raramente saio em passeio, limitando-se praticamente as minhas saídas quando vou fazer as compras domésticas numa grande superfície situada muito próximo da minha casa.

Muitas coisas entretanto mudaram na cidade sem que me apercebesse e, nestes últimos dias, em que dediquei algum tempo para passear pela cidade, pude constatar isso mesmo, ao nível das inúmeras alterações no trânsito e obras de alteração e requalificação de certas áreas da cidade.
 
Mas a grande diferença que notei relativamente ao tempo em que me reformei, foi sem dúvida ao número de pessoas que vagueiam pelos diferentes locais da cidade, sem rumo e sem norte, matando o tempo, mal vestidos, mal alimentados e sem quaisquer cuidados de higiene e saúde.
 
Carregam  no rosto e no olhar o reflexo triste dos seus dramas e nos sacos plásticos, a miséria dos seus parcos pertences, calcorreando dia após dia a cidade, à procura de alimentos e peças de vestuário nos caixotes do lixo.

É verdade que sempre houve pobres, mendigos e sem-abrigo mas na actualidade existe em Lisboa um número impressionante de gente sem eira nem beira, de todos os escalões etários e de ambos os sexos, vivendo do lixo, da caridade dos cidadãos e do altruísmo de algumas instituições de solidariedade social, as quais, infelizmente, não conseguem dar resposta a todas as necessidades.
 
Este trágico quadro existe por toda a cidade de Lisboa e é impossível ficarmos indiferentes perante  a miséria das personagens que o compõem.
 
Sempre que se fala destas desgraças, é inevitável lembrar que tudo isto acontece porque uns quantos políticos e governantes, incompetentes e irresponsáveis, arruinaram o País, levando milhares de empresas à falência e deixando sem emprego muitas centenas de milhar de trabalhadores que deixaram de poder honrar os seus compromissos, inclusive pagar a prestação da casa, motivo pelo qual ficaram sem ela e, ao mesmo tempo, sem possibilidades de poder usufruir de uma vida digna.

Paradoxalmente, os responsáveis, aqueles que governaram de forma criminosa o País, continuam com bons tachos e a gozar a vida principescamente, enquanto que aqueles que nada fizeram, são obrigados a pagar o descalabro económico da sua governação, sendo que para alguns a factura se revelou tão incomportavelmente pesada que os empurrou para a condição de mendigos sem-abrigo.

Que castigo mereceriam aqueles que arruinaram o País e desgraçaram a vida de tanta gente?

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

OSCAR PISTORIUS - UM JULGAMENTO POLÉMICO

Pistórios e a namorada Reeva Steenkamp
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Segundo as últimas notícias, a juíza que lidera o julgamento do atleta paralímpico sul-africano, amputado das pernas, Oscar Pistorius, que matou a tiro a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, ilibou o atleta de todas as acusações de homicídio, premeditado ou simples, considerando que o Estado não conseguiu provar que o arguido tinha intenção de matar a namorada ou um alegado intruso.
 
Mais decidiu a juíza conceder-lhe a extensão do regime de liberdade sob caução até ao recomeço das audiências, a 13 de Outubro,  no uso do seu poder discricionário a favor do acusado.
 
Estavam em causa os trágicos acontecimentos ocorridos no dia 14 de Fevereiro de 2013, às primeiras horas da madrugada, na sua residência em Pretória, segundo os quais, Oscar Pistorius foi acusado de ter assassinado, com quatro tiros de pistola, a sua namorada de 29 anos, Reeva Steekamp, que segundo a acusação se havia refugiado na casa de banho, depois de uma forte discussão entre ambos.
 
Durante o julgamento Pistorius afirmou sempre que pensava que a namorada estava no quarto e que disparou sobre a porta da casa de banho por achar que se encontrava um intruso no seu interior e que a sua vida estava em perigo.
 
No decurso das audiências, a juíza desvalorizou depoimentos de testemunhas que afirmaram ter ouvido gritos e depois disparos e não partilhou da ideia do procurador e da acusação que pediam uma condenação por homicídio premeditado, o que daria uma pena de pelo menos 25 anos de prisão. 
 
A versão de Pistorius acabou por encontrar eco na decisão final da juíza que não tendo certeza absoluta acerca da sua intenção de atingir mortalmente a namorada, decidiu ilibá-lo das acusações de homicídio simples e premeditado, deixando para Outubro a leitura do veredicto final.
 
Nestes julgamentos há sempre leituras diferentes feitas pelas partes em confronto. Enquanto a defesa conseguiu, de certa forma, uma sentença à sua medida e uma certa satisfação, a acusação viu a sua argumentação desmontada pela Juíza Thokozile Masipa, provocando descontentamento e frustração.
 
Também os pais e familiares da modelo receberam com mágoa e incredualidade o veredicto de homicídio involuntário. A mãe da modelo June Steenkamp, em declarações à estação  televisiva NBC, disse, entre outras coisas: "Penso que não é um bom veredito... Eles acreditaram na sua história, eu não". "Ele disparou sobre a porta, e não acredito que tenham pensado tratar-se de um acidente". "Foram cometidos numerosos erros, isto não pega", acrescentou June, com o seu marido Barry a considerar que "todos os que puderam seguir este caso no mundo estão incrédulos".
 
A verdade é que nos tribunais, os juízes têm plenos poderes para condenar e absolver. Todos sabemos, alguns até por experiência própria, que nem sempre as suas decisões são acertadas, acontecendo variadíssimas vezes que o culpado é absolvido e o inocente condenado. Mas é a decisão do Juiz que prevalece e depois para emendar o erro, o inocente condenado tem que travar uma luta desgastante e demorada com a justiça, sempre na incerteza de poder demonstrar a sua razão.
Errar é humano. Quando o homem erra tendo consciência de que tomou a decisão certa, o seu erro, embora grave e censurável, é tolerável e compreensivo. O erros do homem só são intoleráveis, incompreensíveis e repugnantes quando cometidos de forma consciente, forjada e premeditada e, nesse caso, são crimes monstruosos e sem perdão, para cujos autores deveria haver condenações que lhes infligissem dor e sofrimento todos os dias da sua vida.
Nos tribunais, todos os dias são absolvidas pessoas com provas abundantes  sobre os crimes praticados e condenadas muitas outras sem que sejam provados os seus crimes. A justiça é um pouco como o futebol, com a agravante de os seus erros causarem danos muito mais graves aos injustiçados.
 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ANA SALTÃO FOI ABSOLVIDA

 
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Quem seguiu atentamente as notícias sobre o caso Ana Saltão, acusada de ter assassinado com 14 tiros, em Novembro de 2012, a avó do marido, provavelmente não estaria à espera de uma sentença de absolvição, perante tão fortes indícios de prova apresentados durante o período de investigação. Das duas uma: ou a equipa da judiciária de Coimbra forjou as provas processuais e o ministério público andou a brincar e "embarcou" num cenário irreal,  ou então, as provas são credíveis e o colectivo de Juízes que julgou o processo, entendeu pronunciar-se pela sentença mais fácil e mais usual nos tribunais portugueses, sacudindo a água do capote e lavando as mãos como pilatos: "dado que não foram provados em tribunal os crimes de que vinha acusado o réu, ordeno que se arquive o processo e se absolva o réu".
 
Pessoalmente, em face dos indícios que vi divulgados na imprensa escrita e falada, achava que a acusada estaria em maus lençois e dificilmente seria absolvida em tribunal. Pelos vistos, nada foi provado em tribunal, a acusada foi absolvida e agora prepara-se para exigir uma choruda indemnização do Estado pelos danos morais e materiais que sofreu ao longo do processo.
 
Perante esta bizarra investigação à portuguesa, em que uma mulher octogenária, indefesa e inocente, foi brutalmente assassinada com 14 tiros de pistola, em que a suspeita do crime acaba de ser absolvida, seria necessário responsabilizar a equipa que investigou o crime pelos erros grosseiros que cometeu na obtenção da prova e, pelo facto de não ter sido capaz de encontrar o culpado ou culpados de um crime que, quer-me parecer, deixou um rasto bem perceptível e um manancial de indícios suficientes para incriminar o verdadeiro culpado.
 
Enfim... é a justiça que temos e é com ela que temos que coabitar mas na verdade é inadmissível, vergonhoso e revoltante assistir a "fantochadas judiciais" desta natureza que privilegiam a impunidade e, neste caso, como em tantos outros, permitem que um crime horrendo e bárbaro fique sem castigo.
 
Mas sobre o assunto, deixo o artigo publicado no Público e assinado por Ana Henriques, para que os leitores deste blogue, percebam um pouco melhor os contornos deste bizarro processo judicial.
 
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Absolvida inspectora da PJ acusada de matar avó do marido

Tribunal não conseguiu provar que Ana Saltão tenha sido a autora dos disparos que mataram a octogenária há dois anos em Coimbra.
 
A inspectora da Polícia Judiciária (PJ) acusada de matar a avó do marido foi absolvida nesta segunda-feira à tarde no Tribunal de Coimbra, por não haver provas de que tenha sido ela a assassinar a octogenária.
 
Segundo um dos advogados da inspectora, Silva Leal, o tribunal de júri baseou-se no princípio in dubio pro reo — em caso de dúvida, absolva-se o réu — para ilibar Ana Saltão, que deverá regressar ao trabalho já amanhã. "É mínima a probabilidade de a arguida ter cometido os crimes nos termos da acusação", disse o presidente do colectivo de juízes, ao terminar a leitura do acórdão, sugerindo que a equipa da Judiciária de Coimbra que conduziu a investigação cometeu alguns erros na obtenção da prova. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer da sentença.
 
"Há aqui coisas que ainda hoje não estão esclarecidas" e para as quais "ainda hoje não temos resposta", acrescentou o juiz, avisando Ana Saltão de que terá de se apresentar ao serviço já amanhã. “Para ela terminou um calvário de dois anos”, referiu por seu turno o advogado da inspectora.
 
Foi em Novembro de 2012 que a idosa foi atingida com 14 tiros num apartamento na zona de Celas, Coimbra. A ausência de sinais de arrombamento fizeram a Judiciária suspeitar da família da vítima. Para as autoridades, na origem do crime terão estado razões de ordem económica. O Departamento de Investigação e Acção Penal imputou à inspector os crimes de homicídio qualificado e peculato, este último por causa do alegado roubo de uma pistola para matar a octogenária.
 
Casada com outro inspector da Judiciária, Ana Saltão estava de baixa médica quando ocorreu o crime, por ter sido operada há pouco tempo. Alegou que os resíduos de pólvora encontrados pelos colegas encarregues do caso nas mangas do seu casaco surgiram por a peça de roupa ter sido contaminada por estes, por falta de cuidado no seu manuseamento.
 
Nas alegações finais, que se realizaram a 16 de Julho, o Ministério Público pediu a pena máxima de 25 anos por homicídio qualificado para a inspectora, por considerar que revelou "premeditação e frieza de ânimo". O procurador Jorge Leitão acusou Ana Saltão de ter cometido "um crime hediondo".
 
Silva Leal conta que o tribunal considerou "inexplicável" que os inspectores que investigaram o caso tenham "escondido da juíza de investigação criminal" o depoimento de uma vizinha da arguida, advogada de profissão, que "a viu abrir calmamente a caixa do correio" do prédio onde morava, na Maia, cerca de hora e meia antes do crime. "Apresentámos uma denúncia criminal contra os agentes da Judiciária", refere Silva Leal.
 
Depois de a decisão judicial transitar em julgado, a defesa de Ana Saltão avançará com um pedido de indemnização ao Estado para que a inspectora seja ressarcida dos danos morais e materiais que alegadamente sofreu. A arguida "esteve seis meses detida preventivamente" e foi "impedida de exercer as suas funções" de inspectora da Judiciária, disse Mónica Quintela, que também representou a suspeita em tribunal.

"As falhas da investigação são crassas. Há um crime muito grave que ficou por deslindar", criticou Mónica Quintela, realçando que "mais nenhuma linha de investigação foi seguida" pela Judiciária e pelo Ministério Público. A advogada sugeriu que o caso fosse reaberto, a partir de "outros rumos e outras linhas de investigação" que não foram explorados, para que o crime não ficasse por punir. Na sua opinião, houve "uma falha gravíssima na investigação", o que originou "um processo de intenções sem qualquer consistência factual". com Lusa

domingo, 7 de setembro de 2014

SELECÇÃO PORTUGUESA - COMPLETA DESILUSÃO!!! MAIS DO MESMO!!!

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Quem viu o jogo Portugal/Albânia, ao vivo ou pela televisão/internet, ficou com certeza desgostoso com o resultado, uma derrota por 1-0, mas acima de tudo, com a sua fraquíssima exibição. A equipa entrou em campo com a ideia de que a vitória acabaria por acontecer a qualquer momento e com esse errado pensamento, actuou pausadamente, sem o mínimo de intensidade, motivo pelo qual, o adversário controlou com grande facilidade e eficácia, os movimentos da equipa portuguesa ao longo de todo o jogo.
 
A partir do momento em que a equipa albanesa inaugurou o marcador, percebeu-se que a turma lusitana dificilmente chegaria à vitória, tanto mais que nada se alterou dentro das quatro linhas. A equipa continuou a jogar devagar, a errar muitos passes e a perder a posse de bola com muita facilidade.
 
Agora percebo muito melhor alguns desabafos do melhor jogador do mundo quando actua ao serviço da Selecção Nacional. Na verdade, um jogador com a sua classe, uma verdadeira estrela, é muito difícil brilhar nos jogos da Selecção, precisamente porque a equipa não tem classe e raramente consegue fazer chegar-lhe a bola jogável; as grandes jogadas, são quase sempre da sua iniciativa, procurando a bola em terrenos recuados e fazendo aqueles sprints espectaculares que nenhum adversário consegue acompanhar. Mesmo assim, CR7 é o abono de família da Selecção, já que é o autor da grande maioria dos seus golos, mas para além disso, a sua presença em campo, coloca os adversários em sentido e os seus livres são temíveis.
 
Se dúvidas houvesse sobre a valia de Cristiano Ronaldo, bastaria fazer a contabilidade dos resultados alcançados pela Selecção Nacional nos jogos em que ele não participa. Que pena! que desperdício! Com um jogador tão talentoso, a Selecção das quinas poderia chegar longe nas competições em que participa, caso tivesse um onze mais equilibrado e um treinador menos casmurro e uma visão de jogo mais sagaz.
 
Na verdade, depois da sua actuação pós-mundial, com declarações muito despropositadas e infelizes, na minha perspectiva, Paulo Bento ficou sem condições para continuar à frente da Selecção. Incompreensivelmente, não foi essa a leitura dos dirigentes federativos, pelo que vamos continuar a assistir aos mesmos erros e fracassos e para começar, não podia ser pior: perder em casa com a Albânia, a pior equipa do grupo I de apuramento para o Euro 2016.
 
 

sábado, 6 de setembro de 2014

PROCESSO "FACE OCULTA" - UMA SENTENÇA CORAJOSA!


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A corrupção em Portugal tem sido o veículo preferido dos poderosos para praticarem uma variedade imensa de crimes, ao longo destes 40 anos de regime democrático, enganando e roubando o Estado, da forma mais incrível e imaginativa, contribuindo com tais crimes para a delapidação das finanças públicas e o empobrecimento do País.

Até agora, dos imensos processos de corrupção instaurados pela Justiça, o resultado foi sempre a impunidade e o arquivamento por falta de provas. Os corruptores e os corruptos contaram sempre com a simpatia e a colaboração dos colectivos de juízes, provavelmente  por falta de coragem, compadrio ou incompetência, produzindo quase sempre sentenças ilibatórias, ridículas e injustas.

Vergonhosamente, a norma seguida até agora pela justiça, tem sido não afrontar os poderosos, sejam eles afectos ao sector económico, político ou judicial, permitindo que as mais descaradas e desonestas golpadas perpetradas por essa gente sem carácter, sem ética e sem moral, escapassem à necessária punição.

Ao ouvir a sentença proferida no processo “FACE OCULTA”, que condenou a prisão efectiva os principais arguidos, confesso que a minha primeira reacção foi de surpresa porque, sinceramente, não estava à espera de qualquer condenação, nem mesmo do sucateiro Manuel Godinho, considerado pela justiça o líder da rede de associação criminosa.

Perante a sentença que aplicou 5 anos de prisão efectiva a Armando Vara, que foi ministro de Sócrates e seu braço direito e a José Penedos, ex-Presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) e ainda 4 anos de prisão efectiva ao seu filho Paulo Penedos, bem como 17 anos e 6 meses ao principal arguido, tenho que em primeiro lugar enaltecer a coragem e a verticalidade do colectivo de juízes que julgou o Processo porque, pelos vistos, teve competência para enfrentar e anular a argumentação dos melhores advogados da nossa praça e a isenção suficiente para resistiu às pressões exercidas por aqueles que pretendiam a absolvição dos arguidos.

Independentemente do que venha a acontecer aos arguidos condenados a prisão efectiva, depois dos recursos e contra-recursos que se vão seguir, há que reconhecer o bom trabalho de investigação levado a cabo pelas polícias e ministério público, em consequência do qual o colectivo de juízes construiu a sentença.

Tivesse a justiça cumprido a sua nobre missão de “fazer justiça” e muitos milhares de corruptores e corruptos teriam ido parar à prisão, servindo, ao mesmo tempo, de exemplo dissuasor para muitos outros potenciais corruptos arrepiarem caminho, evitando a delapidação do erário público e o empobrecimento do povo português.

Seria bom que esta sentença constituísse um importante marco histórico na aplicação da justiça em Portugal, acabando de vez com a impunidade que tem privilegiado os poderosos.
Como diz o povo, nunca é tarde.