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Todos os anos se evadem presos das cadeias portuguesas, em condições que nunca são devidamente explicadas. Ano após ano, ouvimos sempre as mesmas desculpas: falta de guardas prisionais, equipamentos obsoletos e avariados e prisões inadequadas com excesso de detidos.
Porém, qualquer cidadão medianamente inteligente que pense um pouco no assunto, rápido chegará à conclusão que haverá outras causas para além das citadas, basta lembrar a última fuga da cadeia de Caxias, na madrugada de 19 de Fevereiro, de três cidadãos, dois chilenos e um português que serraram as grades da janela da cela e depois fizeram um buraco na rede das traseiras do referido estabelecimento prisional.
Alguém vai acreditar que os reclusos se evadiram sem a ajuda de ninguém? Então quem lhes arranjou o material para serrarem as grades da janela e cortar a rede das traseiras? E, depois, quem lhes forneceu o transporte ou lhes deu boleia para, nesse mesmo dia, percorrerem cerca de 650 quilómetros até Madrid, preparados para embarcar no aeroporto de Barajas, rumo ao seu país de origem?
Os chilenos só não desapareceram do mapa porque a polícia espanhola os interceptou nas proximidades do aeroporto e os deteve. Um apresentava-se com documentos falsos e era procurado por ter cometido crimes no país vizinho. Esse ficou detido. O outro que tinha documentos verdadeiros foi posto em liberdade, porque nessa altura, as autoridades espanholas ainda não tinham recebido informação de Portugal sobre a sua fuga de Caxias. Isto é hilariante! Então as autoridades portuguesas não deviam ter imediatamente informado as autoridades do país vizinho e do resto da Europa?
As coisas não correram bem e neste momento, aqueles que colaboraram com os reclusos devem estar em apuros. Sim, devem estar mesmo em apuros, porque os dois chilenos vão acabar por dar com a língua nos dentes e contar, tim-tim por tim-tim, como ocorreu a fuga e quem os ajudou. As autoridades portuguesas só não vão descobrir a verdade se não quiserem.
Para haver mais fiabilidade e segurança nas cadeias portuguesas, seria óptimo que a verdade fosse apurada e aqueles que desempenharam o papel de facilitadores fossem severamente punidos, de molde a que essa punição sirva de exemplo no futuro e evite novas fugas.