terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CENTENAS DE ELEITORES (OU MILHARES?) NÃO PUDERAM VOTAR


O que se passou no domingo, dia 23 de Janeiro, nas mesas de voto? Consta que centenas ou milhares de eleitores não puderam votar porque os seus nomes tinham sido eliminados dos cadernos eleitorais e o sistema informático não teve capacidade para dar uma resposta imediata, de molde a fornecer-lhes os novos números que lhes foram atribuídos, em consequência de terem tirado o Cartão de Cidadão.

Que grande fiasco! Então atribuem novos números aos eleitores que tiraram cartão de cidadão e não lhes comunicam essa alteração? Como é possível!... Esta é a consideração que merecem os cidadãos? Num País em que se gasta tanto dinheiro mal gasto, não se compreende que o Estado tenha tratado um assunto tão importante de forma tão leviana. Milhares de cidadãos foram impedidos de exercer o seu direito de voto porque o seu número de eleitor foi alterado e não lhe foi dado conhecimento.

Em qualquer País civilizado do Mundo haveria consequências para os responsáveis directos por esta tremenda gafe. Por aqui, nada acontece e tudo continua como se tudo tivesse corrido brilhantemente nestas eleições presidenciais.

O assunto como incomoda os governantes, há muito que saiu de cena. Já ninguém fala do grave problema que deixou milhares de votantes pendurados em todo o País, no dia 23 de Janeiro e, por outro lado, também ninguém assume responsabilidades e ninguém exige aos responsáveis que se demitam.

Este País não tem forma de entrar nos eixos. Cada um faz o que quer e lhe apetece porque sabe que a justiça não funciona e, por outro lado, o Povo, a quem cabe sempre a última palavra e devia exigir consequências, é demasiado passivo e desinteressado.

Eu fui um dos que fui confrontado com a situação descrita e impedido de votar mas depois de me dirigir à secretaria da Junta de Freguesia, lá acabaram por me fornecer o meu novo número, condizente com o que constava no caderno eleitoral.

Eu consegui votar logo pela manhã mas muitos eleitores, de norte a sul de Portugal que se deslocaram às mesas de voto mais tarde, não o puderam fazer porque o sistema informático, demasiado sobrecarregado com tantos problemas, acabou por bloquear.

Mas não haverá nada neste País que dê certo? Caramba! É uma sina cruel!

domingo, 23 de janeiro de 2011

O POVO PREMIOU-O COM O 1º LUGAR DOS ÚLTIMOS


O candidato da área socialista à Presidência da República e Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo durante 16 anos, Defensor Moura (DM), cometeu a proeza de ter ficado em 6º e último lugar, com 1,6% dos votos, tendo sido mesmo cilindrado pelo candidato da Madeira, a quem apelidaram de "TIRIRICA MADEIRENSE", já que este arrecadou 4,5%, praticamente o triplo dos votos.

A sua entrada na campanha tinha como objectivo funcionar como "lebre" de Manuel Alegre e, nessa missão, atacar o candidato Cavaco Silva, trazendo para a praça pública casos antgos que nunca o chegaram a ser. DM acusou Cavaco Silva, entre muitas outras coisas
  • de ser responsável pelo estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde;
  • de se comportar como um líder partidário;
  • de não ser isento no caso BPN e de ter sido favorecido na transacção de acções da SLN.
  • de cometer uma "inconstitucionalidade por omissão", já que nada fez para a implementação da regionalização, dizendo que Cavaco é centralista, nada tendo feito para descentralizar;
  • de falta de cultura política e de ter sido desleal para com os ex-líderes do PSD Fernando Nogueira e Santana Lopes;
  • de ter "muita culpa" na instabilidade governativa do País;
  • de favorecimento a antigos ministros do seu Governo;
  • de ter desbaratado "milhões e milhões de contos" de fundos comunitários quando era Primeiro-Ministro;
  • de favorecimento de uma autarquia PSD em 2009, nas comemorações do Dia de Portugal;
  • de ter construído a sua casa de férias no Algarve, antes de ter sido emitida a respectiva licença e de não ter pago sisa;

Depois de todas estas acusações (provadas?) exortou mesmo o Presidente da República a demitir-se, porque em sua opinião, seria desprestigiante para o País, ter um Presidente ligado ao caso BPN, num negócio que considerou "ilícito" e "pouco claro".

Já depois de se confirmar a vitória do candidato que DM acusou de não ter perfil para exercer o cargo de Presidente da República, fez questão de afirmar que não o felicitava pela vitória, para ser coerente com o que disse durante a campanha.

Isto é que é puro socialismo! O Povo escolhe e elege um candidato e DM não se importa de ir contra a sua vontade soberana, recusando-se a aceitar o seu veredicto e a felicitar o candidato vencedor! Este genuino socialismo, só se encontra mesmo em Portugal!

Caramba! Cada vez aprendo mais com estas doutas personalidades que pomposamente se intitulam de socialistas e democratas! São belíssimos exemplos transmitidos à sociedade e DM deve estar visivelmente ufano da extraordinária campanha e do figurão que fez.

DM despoletou as acusações contra Cavaco Silva e Manuel Alegre pegou nelas, para igualmente lhe pedir explicações, ao longo de toda a campanha, na mira de alcançar grandes benefícios. Foi de facto uma enorme falta de ética que o Povo Português não apreciou e acabou por penalizar, dado que agora, apoiado pelo Partido Socialista e Bloco de Esquerda, recebeu menos votos do que na anterior eleição presidencial, apoiado declaradamente apenas pelo BE.

Moral da história: a estratégia do candidato Alegre foi um autêntico desastre e ficou definitivamente a saber que em nome do socialismo, da liberdade, da democracia e do Povo, não se pode difamar o bom nome de ninguém, para daí tirar dividendos políticos ou outros, especialmente quando se concorre ao mais alto cargo da Nação e, por outro lado, nunca antes ter proferido uma palavra em desabono do actual Presidente da República.

O tal candidato que serviu de lebre, até no seu Distrito, onde foi Presidente de Câmara, foi ignorado pelos eleitores, tendo ficado num modesto terceiro lugar, praticamente com os mesmos votos do quarto classificado, Fernando Nobre. E se na sua terra, os seus conterrâneos não confiaram nele, no resto do País foi o que se viu.

Na declaração de voto que fez após saber o resultado final da eleição, voltou a reafirmar o que disse sobre Cavaco Silva, prova provada que não aprendeu nada com a lição que o povo lhe deu.

O Povo recriminou e sancionou o seu acto e, mesmo assim, DM não deu o braço a torcer, tendo-se borrifado para o que o Povo pensa. Se com a idade que tem ainda não aprendeu que o Povo tem sempre razão, então também já não vai aprender nunca, porque "burro velho não aprende línguas".

Esta eleição para a Presidência da República, traduziu o que havia escrito antes do acto eleitoral de domingo e qualquer cidadão com um mínimo de isenção, poderia ter chegado facilmente à mesma conclusão, já que o grau de previsibilidade era tão grande que não deixava muita margem para erro.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

OH VALHA-ME DEUS!!! QUE TRAGÉDIA!!!


O que é que leva um jovem de 20 anos, talentoso e já com um curriculum invejável a dar um passo tão perigoso e insensato na vida? Na verdade, eu não acredito que o jovem não soubesse exactamente quem era o cronista Carlos Castro e os objectivos que perseguia. Porque se envolveria um jovem heterossexual com um indivíduo de 65 anos, homossexual assumido, viajando juntos para Nova Iorque e para o mesmo quarto de Hotel, para aí passar o Fim-de-Ano, longe dos amigos e dos familiares?

O que se teria passado entre as quatro paredes do Hotel de tão grave que justifique uma tão trágica sentença de morte? Não se mata uma pessoa com tanta raiva e violência, ao ponto de desfigurar o cadáver, mutilando-o, por uma bagatela qualquer.

O que quer que fosse, não justificava um acto tão cruel. De facto, deve ter-se passado algo de muito grave que levou o jovem Renato Seabra a cometer tão monstruosa loucura.

Tenho a certeza que se pudesse voltar atrás, não voltaria a fazer o mesmo. Bastou uma fracção de segundos em que perdeu o controle da razão para provocar toda a tragédia e arruinar a sua vida que tinha todas as condições para ter sucesso.

Para romper com uma situação complicada e difícil, não é necessário matar. Só é preciso reconhecer o erro ou o logro e depois manter a calma e ter a coragem e o discernimento de sair do atoleiro com a máxima dignidade.

Cair, toda a gente cai, mas um trambolhão só é fatal, para aqueles que nunca mais se conseguem levantar.


FINALMENTE, HOJE, ÀS 24 HORAS, ACABA O PESADELO!







Estamos a pouco mais de sete horas do encerramento da campanha eleitoral para a eleição do Presidente da República, por inerência o mais alto magistrado da Nação e o Comandante Supremo das Forças Armadas e os portugueses já suspiram de alívio, por se verem livres de uns sujeitos que passaram o tempo a lavar roupa suja e a dizer mal uns dos outros, deixando para segundas núpcias os reais problemas do País e dos portugueses, porque sobre eles não disseram nada e nenhum está na disposição de os resolver.

O Povo Português está farto de gente irresponsável e sem vergonha que passa a vida a faltar-lhe ao respeito, mentindo por tudo e por nada mas mentindo sobretudo para conquistarem o poleiro, já que dizendo a verdade nunca lá poriam os cotos. Se cada um fosse capaz, ainda que uma só vez na vida, de abrir o seu livro e falar toda a verdade acerca de si mesmos, os portugueses arregalariam os olhos de espanto e corariam de vergonha com semelhantes revelações.

Na hora de concorrer ao maior e ao melhor tacho do País, é vê-los (os candidatos) a exaltarem as suas próprias virtudes (quais virtudes???) e a descredibilizar e enxovalhar os adversários. Esta campanha foi tão má e atingiu um tal grau de miserabilidade que nenhum dos candidatos merecia ocupar o cargo. É frustrante, angustiante e confrangedor, para qualquer português que se preze, assistir diariamente ao chorrilho de asneiras e inverdades veiculadas pelos candidatos, cada um à sua maneira. Dá pena. E dá que pensar...

A estratégia dos candidatos não passa por discutir os gravíssimos problemas do País mas tão somente atacar o adversário com mais probabilidades de vencer, trazendo para a praça pública factos velhos e revelhos, nem sempre verdadeiros, já anteriormente esmiuçados sem qualquer sucesso, pensando que desta forma conquistarão o tão almejado ceptro. Coitados! Que atrevimento! O que os leva a pensar que o Povo é assim tão tolo?

Todos vão ser penalizados no dia 23 mas os mais atingidos, serão sem dúvida, aqueles que mais prevaricaram e chafurdaram no baú das acusações. Todos tiveram oportunidade de fazer uma campanha esclarecedora e séria, informando com verdade e realismo os portugueses. Em vez disso, preferiram queimar o tempo de antena com coisas fúteis e comezinhas e demonstraram uma vez mais aos portugueses, como são incapazes de "vender" uma ideia e um rumo para Portugal. São daquele género de vendedores que só são capazes de vender a sua "fruta", à custa de dizerem mal da dos outros, quando, na verdade, deviam ser capazes de o fazer, exclusivamente, por serem impolutos, competentes, talentosos e ética e moralmente bem formados.

No domingo, as urnas irão traduzir o sentimento dos portugueses, expresso em votos válidos, brancos e nulos, relativamente aos quatro candidatos e no final, que cada um seja capaz de tirar as devidas ilacções, em vez de arranjar desculpas ridículas e esfarrapadas e, se for caso disso, corar de vergonha, pela caricata figura que fezeram perante os portugueses durante a campanha.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ASSIM, ATÉ EU GANHAVA AS ELEIÇÕES!...


Com apoiantes tão ilustres, até eu chegava a Presidente da República. Cavaco Silva pode dormir descansado porque o segundo mandato está garantido.

Há três candidatos que em vez de se apoiarem a si próprios, decidiram levar ao colo o Professor Aníbal Cavaco Silva. Dos três, o que mais tem contribuído para a vitória do actual Presidente da República, é sem dúvida Manuel Alegre. De cada vez que tem oportunidade de se dirigir aos órgãos de comunicação social, o candidato socialista só fala de Cavaco Silva. E repete sempre a mesma coisa, até à exaustão, até à saturação e indignação das pessoas que estão cansadas desta forma lodacenta de fazer política.

Portugal inteiro sabe quem é Cavaco Silva e quem é Manuel Alegre. A maioria dos portugueses confia no Presidente da República e tem dele uma ideia muito diferente da de Manuel Alegre. Os portugueses conhecem o percurso político de Cavaco Silva e sabem que foi um excelente Ministro das Finanças e de longe, o melhor Primeiro-Ministro de Portugal da era democrática. Para além disso, é um cidadão formado com valores éticos e morais muito elevados que tem exteriorizado excelentemente ao longo da vida, não só profissionalmente mas também como chefe de família, católico e patriota.

Se concordo com tudo o que ele tem feito? Claro que não. Há decisões que ele não tomou que eu já teria tomado há muito. Por vezes, não gosto da sua contenção verbal e do seu silêncio, embora reconheça que um Presidente da República tem o dever de ser ponderado e moderado.

E quanto a Manuel Alegre, quais foram os cargos públicos que desempenhou? Quais são as suas aptidões para exercer com competência e responsabilidade o cargo de Presidente da República? Acompanho o seu percurso político desde 25 de abril de 1974 e não lhe vi fazer nada de relevante, a não ser garantir uma excelente reforma como deputado à Assembleia da República.

Porém, se a sua actuação nos últimos 36 anos não me agradou, o seu percurso de vida, antes de 25 de Abril de 1974, também merece da minha parte total reprovação porque, como militar, praticou actos que eu condeno e repudio. Cumpri três anos de tropa em Angola, ao serviço da Pátria e jamais seria capaz de denunciar um camarada meu ao inimigo.

Até poderia aceitar que um candidato a Presidente da República pudesse ocupar o cargo de Comandante Supremo das Forças Armadas, tendo desertado do Serviço Militar, por questões políticas ou outras; o que eu não posso aceitar é que um candidato a Presidente da República, por inerência o Chefe Supremo das Forças Armadas, possa ocupar tão alto cargo, tendo denunciado ao inimigo a posição das tropas portuguesas.

O Povo português sabe o percurso de vida dos candidatos e na hora de decidir quem melhor defende os seus interesses, não tenho dúvidas que vai escolher Cavaco Silva.

Depois, com a ajuda preciosa que os três candidatos de esquerda lhe têm dado, fazendo diariamente óptima publiciadade ao seu nome, também não tenho dúvidas que vai ganhar à primeira volta e, dessa forma, livrar o Povo Português de mais um espectáculo degradante e vergonhoso de baixa política, poupando, ao mesmo tempo, alguns milhões de euros ao erário público que se encontra num miserável estado de delapidação.

Tinha prometido a mim mesmo que nunca mais votaria em ninguém e que o meu voto passaria a entrar na urna em branco, já que a classe política deste pequeno País, desceu a patamares inimagináveis de descredibilidade mas depois dos pérfidos ataques que têm sido desferidos a um dos poucos homens que neste País não tem rabos de palha, vou romper com a promessa que fiz e contribuir com o meu voto para a reeleição do actual Presidente da República, dado que a gravidade da actual conjuntura não está para embarcar em aventuras poéticas.

Desde 2006 que a minha reforma tem diminuído todos os anos e em 2011 vai sofrer mais um rombo brutal que me vai obrigar a apertar mais buraco e meio no cinto. E tudo isto está a acontecer por manifesta incompetência de quem nos governa. O Governo e um grupo restrito de poderosos provocou a crise e a grande maioria do Povo que nada contribuiu para ela, é que paga o grosso da factura.

Na Grécia, na Tunísia e em vários Países do Mundo, os políticos estão a ser chamados a contas... quando prestarão contas os políticos portugueses?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PARA QUE SERVE SER CLIENTE DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS?


CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

Durante mais de três décadas fui cliente da Caixa Geral de Depósitos, não por escolha pessoal mas porque, na qualidade de funcionário do Estado, era obrigatória a domiciliação do vencimento naquela Instituição. Ao longo dos anos fui-me acomodando a esta situação e embora tivesse tido diversas situações de descontentamento, já que ao longo deste período nunca me proporcionou qualquer vantagem relativamente a outros bancos, lá me deixei ficar até ao final do ano de 2010, momento em que decidi terminar definitivamente a ligação por entender que fui, mais uma vez, vítima de um tratamento insuportável, o qual está devidamente explicado na carta que enviei à Administração da CGD e que a seguir, faço questão de reproduzir.

À Exma Administração da Caixa Geral de Depósitos

Sou cliente da caixa Geral de Depósitos há mais de 30 anos. Um cliente antigo e exemplar, cem por cento cumpridor. Nunca trabalhei com outro Banco. Aí era depositado o meu ordenado e estavam as minhas poupanças.

Há alguns anos precisei de 10.000 euros, inesperadamente, para resolver um grave problema de meu filho e, não obstante ter lá depositados valores muito superiores, foi uma tortura, levou tempo demasiado a aprovação do crédito, a um juro elevadíssimo. Na altura pensei abandonar a Instituição mas acabei por manter lá o meu dinheiro.

Ao longo de 30 anos, como qualquer cidadão, precisei de adquirir automóvel, casa e equipamentos diversos. Porém, nunca em nenhuma circunstância a CGD me proporcionou vantagens ou mesmo condições idênticas relativamente a outras Instituições de Crédito.

O meu vencimento, na qualidade de funcionário público, era depositado obrigatoriamente no Banco do Estado. Agora, e muito bem, essa obrigatoriedade terminou, pelo que há muito deveria ter cessado a minha relação de cliente com a CGD.

Agora, mais recentemente, pedi à CGD um financiamento a 60 meses, para compra de automóvel, no montante de 14.697,55 €. Para um cliente antigo e exemplar, a CGD, por especial favor e consideração, apresentou-me uma prestação mensal de 307,47 €.

Porém, outras Instituições de Crédito com as quais nunca tive qualquer tipo de relação, apresentaram-me uma mensalidade de 241,54 €. É uma diferença considerável de 65,93 euros mensais e um total de 3.955,80 euros a mais no final do contrato! É obra!

Mas ainda não satisfeito e convencido, voltei à CGD para fazer uma nova proposta e um novo pedido de financiamento automóvel no valor de 18.000 euros a 72 meses. Como possuo na CGD valores superiores ao solicitado, sugeri que fosse cativo o montante correspondente ao financiamento pois dessa forma, poderia usufruir de maiores vantagens. O funcionário que me atendeu fez de imediato a simulação e apresentou-me um print onde pude verificar que a prestação ficava em 325,35 euros e, mais uma vez, fiquei impressionado com tamanha atenção e generosidade para com um cliente antigo e exemplar, já que outros Bancos com os quais nunca trabalhei, me ofereceram condições muito mais vantajosas, sem ser necessário cativar a verba correspondente ao financiamento. Neste caso, o Santander apresentou uma prestação de 322,83 euros e o BPI 294,81. Já o BANIF, com a verba correspondente ao financiamento cativa, tal como a Caixa Geral de Depósitos, ofereceu-me uma proposta de 277,71 euros, uma diferença de 47,64 euros mensais e um total de 3.430,08 euros a mais no final do contrato! É de facto difícil de compreender tamanha disparidade, tratando-se de um cliente da CGD!!!

Esta situação, para além de escandalosa, é a todos os títulos indecorosa e uma prova insofismável de que nos Bancos não há regras e cada um saca o que quer, como quer e quando quer. brincando descaradamente com o dinheiro que os clientes põem à sua guarda.

Nestas condições, o que é que o meu dinheiro está a fazer na Caixa Geral de Depósitos? Porque motivo ou razão hei-de continuar a proporcionar ganhos a uma Instituição Bancária que me desconsidera e nem sequer me oferece condições idênticas aos outros Bancos?

É de facto uma actuação inacreditável e estou profundamente desiludido e revoltado com os serviços da CGD, tanto mais que, tambem ao nível do aconselhamento de produtos financeiros, tem sido um autêntico desastre que só me tem causado prejuízos. Mas para além de tudo isto, o atendimento é frio e desinteressado. Até parece que os funcionários e a Instituição me estão a fazer algum favor. É preciso ter bem presente que todos os Serviços que a CGD me presta, são bem pagos. Ainda recentemente necessitei de um extracto dos últimos dois meses da minha conta, com o carimbo da CGD e cobraram-me a módica quantia de 5 euros!

Desta vez, sem qualquer tipo de constrangimento ou sensação de dúvida, vou mesmo terminar a relação com uma Instituição que me maltrata e vou transferir a domiciliação da reforma e todas as minhas economias para um Banco que me tenha em melhor consideração e seja capaz de fazer a diferença no momento em que eu precisar dos seus serviços.

Em consequência da pouca-vergonha que se passou e dos transtornos que me causou, não vou deixar de fazer a divulgação desta triste realidade, baseado em factos concretos que posso provar, em tudo o que é Rede Social, pois tenho a certeza que muitos outros clientes devem ter passado pelo mesmo e comungar do mesmo sentimento, revendo-se, portanto, no conteúdo desta carta.
Depois, vou simplesmente esquecer que a Caixa Geral de Depósitos existe e que fui seu cliente durante mais de 30 anos.

Com os melhores cumprimentos.

MANUEL DO CARMO MEIRELLES

sábado, 1 de janeiro de 2011

A BANQUEIRA DO POVO



Qual a diferença entre o esquema bancário que popularizou a "Banqueira do Povo" e aquele que é utilizado pela Banca Oficial?

Na década de 80, a "Banqueira do Povo", conhecida por Dª Branca, de seu nome completo, Maria Branca dos Santos, atingiu uma tal notoriedade que fez tremer a banca nacional, já que pagava 10% de juros ao mês e a Banca Oficial pagava 30% de juro ao ano. Se alguém depositava 200 contos, recebia 20 contos de juros, muitas vezes, logo à cabeça. Este esquema que rapidamente saltou de boca em boca, ganhou rapidamente milhares de adeptos que corriam a levantar as suas economias da banca oficial.

Em Março de 1983, o Semanário Tal & Qual divulgou, em extensa reportagem, os métodos do esquema da Banqueira do Povo que todos os dias seduzia centenas de novos depositantes. O Banco de Portugal, preocupado com o fenómeno Dª Branca, que a continuar a crescer àquele ritmo, levaria a banca nacional à falência, alertou o Governo para o grave problema e este actuou rapidamente, mandando o Ministro das Finanças da época, Ernâni Lopes, à Televisão para fazer um sério aviso aos portugueses envolvidos no esquema, do risco que corriam de ficar sem o seu dinheiro.

Esta intervenção foi o princíoio do fim do "reinado" de Dª Branca, já que os depositantes, com receio de perder o seu dinheiro, se dirigiram de imediato para os escritórios da "Banqueira" para levantar o seu dinheiro, gerando grande pânico e confusão e a debandada dos principais responsáveis que se aproveitaram da confusão e levaram consigo os sacos de dinheiro vivo que se encontravam nos diversos escritórios.

Os primeiros clientes ainda conseguiram receber parte do seu investimento mas a maioria não recebeu um tostão.

Depois, a Senhora foi presa, julgada e condenada a 10 anos de prisão, acusada de crime de burla agravada, tendo saído antes de a cumprir totalmente, devido ao seu estado de saúde. Morreu em 3.4.1992, com 90 anos, num Lar, cega e na mais completa miséria.

O Sistema bancário actual e oficial não passa de um esquema muito parecido com o da Dª Branca. Na realidade, nenhuma Instituição Bancária portuguesa tem capacidade para pagar os valores depositados pelos seus clientes, caso estes pensassem levantá-los ao mesmo tempo. Tal como a velha Senhora que pagava a uns com o dinheiro que recebia de outros, a Banca utiliza exactamente o mesmo esquema, com a pequena diferença de que o seu sistema é oficial e o outro, o da Dª Branca, era clandestino e ilegal.

Porém, não se iludam os incautos, porque o facto de os cidadãos colocarem as suas economias na chamada banca oficial, não quer dizer que, em caso de falência, recebam integralmente o seu dinheiro. Vejam o que aconteceu com os célebres casos BPP e BPN, onde centenas ou milhares de clientes, passados mais de 2 anos, continuam à espera de ver a cor do seu dinheiro.

No caso da falência da Dª Branca, o Estado e o erário público não sofreram qualquer prejuízo porque as pessoas que colocaram lá o seu dinheiro o fizeram por sua conta e risco, não tendo direito a nenhum tipo de reclamação; mas já no caso do BPP e do BPN, instituições que fazem parte do sistema bancário oficial, o Governo já teve que injectar mais de quatro mil milhões de euros e, pelos vistos, o problema de insolvência continua por resolver, dinheiro esse que é de todos os portugueses, pelo menos daqueles que pagam impostos.

Parece um paradoxo mas é a realidade: É a banca oficial que mais penaliza o erário público e os portugueses porque é o dinheiro dos seus impostos que vai tapar os buracos financeiros originados por gestores incompetentes, sem ética e sem moral e sem um pingo de vergonha na cara, enquanto que os esquemas não oficiais, apenas podem prejudicar aqueles que arriscam investir o seu dinheiro.

Um Banco vive do dinheiro dos depósitos dos seus clientes que em muitos casos é utilizado em negócios arriscados e ruinosos. Os seus gestores, na mira de alcançarem grandes lucros, não se importam de vender produtos de alto risco aos seus clientes, levando-os, muitas vezes à ruina. E quando se lhes pede responsabilidade, sacodem a água do capote e apresentam as mais disparatadas e ridículas explicações para o sucedido.

Hoje, mais do que nunca, o cidadão tem que ter uma grande atenção com os negócios que faz com a Banca, lendo cuidadosamente todos os documentos que tiver que assinar, para depois não ter surpresas desagradáveis. Mesmo aqueles que pensam que têm nas Instituições Bancárias funcionários da sua confiança que tenham muito cuidado, porque são normalmente essas pessoas em quem se confia, aquelas que primeiro nos enganam. Casos do género, acontecem com frequência e, por isso mesmo, não entregue as suas poupanças ou os seus negócios nas mãos de ninguém, porque "o seguro morreu de velho" e "mais vale prevenir que remediar".

Muitas vezes o rótulo da legalidade, não passa de um convidativo e hábil estratagema para mais facilmente poderem "roubar-nos" o nosso dinheiro e os nossos bens. Antes de assinar o que quer que seja, certifique-se que o documento reproduz fielmente o que quer e o que previamente acordou.

Esta crónica foi fundamentada em vários episódios desagradáveis que já me aconteceram com a Banca, sempre sem qualquer responsabilidade da minha parte e que acabei sempre por resolver, felizmente, mas que me deram muita chatice e muita dor de cabeça. Alguns dos casos, se não se tivessem passado comigo, não acreditaria na sua veracidade, se por acaso alguém mos contasse.