domingo, 6 de dezembro de 2020

PARA QUANDO UM BENFICA À BENFICA?


É difícil para um benfiquista compreender a péssima época futebolística que a equipa está a realizar na Primeira Liga. Até à 5ª jornada, com mais ou menos dificuldades, a equipa superou os seus adversários e conquistou 15 pontos e o primeiro lugar, isolado, na classificação. Depois, parece que algo de estranho aconteceu porque na 7ª jornada, na deslocação ao Boavista, sofreu uma derrota pesada por 3-0 e logo a seguir, na 8ª jornada, a jogar em casa, no imponente estádio da Luz, foi de novo derrotado pelo Sporting de Braga por 3-2, tendo sido, entretanto, ultrapassado na classificação pelo seu eterno rival Sporting.

Não esquecer também que o Benfica foi eliminado precocemente pelo PAOK na 3ª pré-eliminatória de apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, uma equipa mais fraca que estava perfeitamente ao seu alcance e depois, já na Liga Europa, também não foi além de 2 empates com o Rangers da Escócia, uma equipa de menor valia. No Estádio da Luz, na primeira mão, empatou 3-3, depois de estar a perder por 2-0 e na segunda mão, na Escócia, conseguiu empatar, já no declinar da partida, depois de ter sofrido 2 golos sem resposta.

No jogo da 8ª jornada foi ao Funchal para defrontar o Marítimo e a equipa continuou a demonstrar o mau momento de forma, tendo sido a equipa madeirense a inaugurar o marcador, em consequência de um mau atraso de bola para o guarda redes Vlachodimos, protagonizado por Otamendi, o jogador que mais erros tem cometido neste início de época.

Hoje, frente ao Paços de Ferreira, em pleno Estádio da luz, o Benfica voltou a evidenciar as suas fragilidades defensivas e a equipa da capital do móvel, depois de ter ameaçado, inaugurou mesmo o marcador aos 24 minutos da primeira parte, resultado que se manteve até ao apito do árbitro para o intervalo.

Na segunda parte, o Paços de Ferreira continuou a criar grandes dificuldades ao Benfica e até podia ter feito o 2-1. O empate acabou por aparecer aos 58 minutos de jogo com golo de Rafa Silva e o jogo continuou incerto até aos 90+5, momento em que Valdschmidt desatou o nó e fez o golo da vitória por 2-1.

Foi mais um jogo sofrido em que o Benfica não demonstra capacidade para dominar adversários muito mais fracos, sendo que a defesa é, neste momento, o sector mais fraco e que comete mais erros.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

POR ONDE ANDA O VERDADEIRO BENFICA?


O Benfica continua a produzir fraquíssimas exibições e ontem, no jogo da segunda mão da Liga Europa, contra o Glasgow Rangers, a equipa voltou a jogar muito mal, permitindo que o adversário, manifestamente inferior, em termos de qualidade do seu plantel, chegasse tranquilamente aos 2-0. 

A equipa benfiquista não tem velocidade, permitem que os jogadores adversários ganhem quase todas as disputas de bola, ao nível do relvado ou pelo ar. Deixou de ser uma equipa acutilante, mastiga demasiado o jogo, não tem velocidade, erra muitos passe e perde muito facilmente a bola, por vezes, de forma infantil. A defesa continua a não acertar e a cometer muitos erros. Os dois golos do Rangers foram muito consentidos. Há muita passividade e falta de entreajuda na hora de roubar a bola ao adversário.

O Benfica a jogar um pouco melhor, teria derrotado esta equipa escocesa na primeira e na segunda mão e foi pena que isso não tivesse acontecido porque é muito superior.

Neste jogo, aconteceu praticamente a mesma história que vimos na partida da primeira mão. O Benfica também esteve a perder por 2-0 e depois acabou por empatar a três bolas, ficando no ar a ideia de que o empate até nem foi mau, visto que a exibição foi fraca.

O que é que se está a passar com Jorge Jesus? Nesta altura da época, a equipa tinha obrigação de estar a produzir melhor futebol. As lesões e as infecções resultantes desta maldita pandemia não podem nem devem servir de desculpa. As outras equipas estão nas mesmas circunstâncias e vemos o Braga, o Sporting e o Porto a jogar bem e a fazer bons resultados.

Se JJ não encontrar rapidamente soluções para os problemas com que a equipa se tem confrontado, esta época 2020/2021, pode redundar num enorme fiasco.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

MAIS UMA PÉSSIMA EXIBIÇÃO DA SELECÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL


Portugal falhou na revalidação do título da Liga das Nações, afastado pela França, no seu reduto, em Lisboa, mais concretamente, no Estádio do Sport Lisboa e Benfica. A França foi um justo vencedor do encontro, já que foi a equipa mais esclarecida e a que mais procurou vencer o jogo. Os jogadores portugueses não foram capazes de imprimir velocidade ao jogo e tiveram muita dificuldade em travar os adversários, sempre que aumentavam a velocidade das jogadas. É incrível a quantidade de bolas perdidas e de passes errados, a juntar às fífias de alguns jogadores. O golo da França surgiu de um mau alívio de Ruben Semedo.

Para o jogo com a Croácia, esperava-se que  a Selecção portuguesa pudesse o que de mau ocorreu no jogo com os franceses. Pois bem, tudo quanto de mau se passou nesse jogo, acabou por acontecer hoje, no encontro com a Croácia, de forma ainda mais evidente. Jogadores muito lentos, sem poder de antecipação, a errar muitos passes e a perder a bola para os adversários com uma facilidade espantosa. A defesa continuou a não acertar e a cometer muitos erros, sendo que o primeiro golo croata nasceu de um péssimo alívio de Ruben Semedo, um autêntico passe para o adversário.

A Selecção Portuguesa joga mal, feio e até parece que os jogadores andam perdidos dentro das quatro linhas, sem saberem muito bem qual é o seu papel. Hoje, isso foi evidente, com os jogadores a atrapalharem-se constantemente e a disputar a bola ao mesmo tempo. Tal como no jogo com a França, aconteceram diversas fífias e alguns jogadores não deverão estar num grande momento de forma, como por exemplo Bruno Fernandes.

A Selecção Portuguesa acabou por ganhar o jogo 3-2, com muita sorte à mistura, graças a uma expulsão no início da segunda parte e a um golo mal validado, por mão de Jota na grande área croata.

Termos sido campeões da Europa e termos ganho a primeira edição da Liga Europa, foi um acontecimento extraordinário com imensa sorte porque a Selecção jogou mal e passou sempre à tangente. Porém, a sorte não pode estar sempre ao nosso lado e quando isso não acontece, a Selecção não passa da mediocridade e o seu futebol é entediante.

Fernando Santos já provou que não é capaz de pôr a Selecção a jogar bem e bonito e a praticar um futebol poderoso e acutilante para ganhar os jogos. Tem excelentes jogadores à sua disposição mas não é capaz de tirar deles o máximo rendimento, nomeadamente, por não os colocar a jogar nas posições mais adequadas à sua forma de jogar.

Creio que o ciclo Fernando Santos chegou ao fim pelo que a Federação Portuguesa de Futebol deve encontrar, a curto prazo, uma alternativa. 


sábado, 7 de novembro de 2020

CARAMBA! INDIQUEM-ME UM SECTOR DO ESTADO ONDE NÃO HAJA CORRUPÇÃO?!


Todos os dias lemos e ouvimos notícias de casos de corrupção, no Governo, nas autarquias, na Protecção Civil, no Exército, na Marinha, na Força Aérea, na TAP, na Banca e em tudo que pertence ao Estado, até nas entidades de carácter social. É de facto impressionante o grau de corrupção que grassa neste País ao nível do Estado.

Esta pouca vergonha já dura há quase meio século, praticamente desde o alvorecer da madrugada de 25 de Abril de 1974. Os governantes têm sido os maiores corruptos, participando em esquemas mafiosos e fraudulentos que lesaram Portugal e os portugueses em milhares de milhões de euros, delapidando o erário público e contribuindo decisivamente para o aumento da dívida pública e para a situação de miséria em que se encontra a maioria do povo trabalhador.

A justiça tem sido magnânima para com todos os corruptos, a maioria dos quais nem sequer foram investigados e os que foram, apenas meia dúzia deles foram constituídos arguidos. Porém, julgados e condenados, apenas me lembro do nome de Armando Vara. Já José Sócrates, responsável pelo maior descalabro da economia portuguesa e das finanças públicas, acusado de ter recebido dezenas de milhões de euros com origem em esquemas de corrupção, o processo judicial decorre há mais de 7 anos e não há ainda conhecimento de qualquer data para o início do julgamento. Cumpriu 10 meses de prisão preventiva e, desde então, encontra-se em liberdade, usufruindo dos milhões que o seu amigo Carlos Santos Silva lhe vai abonando à medida das suas necessidades. 

A corrupção vai continuar porque nem o poder executivo nem o poder legislativo nem o poder judicial, estão interessados em que haja uma justiça forte, capaz de combater os corruptos sem dó nem piedade, independentemente do seu poder económico, político ou social e isso foi demonstrado com a substituição da Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, uma mulher competente e corajosa que foi capaz de mandar investigar e prender Sócrates preventivamente e mandar para a cadeia vários arguidos do processo Face Oculta, entre os quais, o socialista e amigo de Sócrates, Armando Vara. Ficou claro que não interessava a este Governo um Ministério Público forte  e, por isso mesmo, tratou de se ver livre da sua Procuradora.

A grande esperança que as coisas mudem em Portugal reside nas próximas eleições legislativas, acreditando que o povo vote maciçamente nos partidos de direita, de molde a poderem juntos somar uma maioria de deputados na Assembleia da República que possa dar estabilidade a um governo de direita. Esta é a esperança e oxalá que se venha a concretizar.



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

RUI PINTO - HERÓI OU VILÃO?


Sobre o pirata informático Rui Pinto, tenho ouvido e lido as mais díspares opiniões. Para uns é um autêntico herói porque foi capaz de piratear uma grande quantidade de informação sobre gigantescos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, a qual está agora nas mãos das autoridades judiciais para responsabilizar e incriminar os seus autores. Para outros não passa de um criminoso que entrou ilegalmente nos sistemas informáticos de pessoas e instituições para roubar informação.

Muita gente argumenta que aos grandes corruptos deste País nada lhes acontece e que o Rui Pinto devia ser perdoado e libertado, sugerindo ainda alguns que devia ser aproveitado pela PJ para ajudar a combater a corrupção em Portugal.

Pois bem, um dos grandes males deste povo, é a grande facilidade com que mistura alhos com bogalhos. Todos os criminosos deste País, e são muitos, deviam ser julgados e condenados. E mais, serem-lhes confiscados todos os bens que adquiriram de forma ilícita e criminosa. É um problema gravíssimo da justiça portuguesa que infelizmente não cumpre com isenção e rigor a sua nobre função de fazer justiça.

O povo português está talhado para gostar de criminosos e dos próprios ladrões que o tem roubado descaradamente ao longo do tempo. Veja-se o que se passou com Isaltino, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Sócrates, Vara, Portas, Loureiro, Zeinal Baba e companhia, etc. O grande problema é que as pessoas não são verdadeiramente independentes, emitem opiniões em função das suas convicções religiosas, políticas ou clubísticas e, por via disso, transformam um criminoso num herói, não percebendo que o hacker Rui Pinto é um indivíduo capaz de piratear as suas contas bancárias e deixá-las reduzidas a zero e retirar dos seus computadores informação sigilosa que pode destruir as vias de qualquer pessoa. Se as pessoas que aplaudem dos seus "feitos" tivessem sido vítimas dos seus crimes, com toda a certeza que não teriam a mesma opinião.

Aliás, Rui Pinto só entregou a informação pirateada porque as coisas lhe correram mal. Tentou extorquir um milhão à Doyen e começou por fornecer ao FCP a informação sigilosa pirateada ao Benfica. Só depois de ter sido emitido um mandato de captura internacional com a nossa PJ no seu encalço, foi possível detê-lo em Budapeste, na Hungria, tendo sido apreendido na ocasião, diverso material informático. 

A extorsão era o negócio dele. Com informação tão comprometedora nas mãos, facilmente obteria das vítimas milhões para que a mesma não fosse divulgada. No caso Isabel dos Santos, quanto ela não pagaria para abafar toda aquela informação que acabou por aniquilá-la! As coisas precipitaram-se e os seus objectivos foram por água abaixo, encontrando-se neste momento a contas com a justiça. 

Para mim, Rui Pinto é um criminoso. Ele só teria a minha compreensão se tivesse, por iniciativa própria, entregue todo o material pirateado ao Ministério Público, acautelando sempre uma cópia para poder provar que fez essas denúncias no caso de a justiça portuguesa não actuar. Assim, tal como as coisas se passaram, não posso concordar com aqueles que fazem tábua rasa acerca dos gravíssimos crimes que cometeu, mas respeito a opinião de cada um sem recorrer a adjectivações ordinárias impróprias de pessoas de bem.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

AÇORES IMITA GERINGONÇA DO CONTINENTE


O Partido Socialista dos Açores, no poder há 20 anos, com maioria absoluta, acaba de ganhar as eleições legislativas açorianas mas sem maioria, ficando à mercê das forças de direita, que somadas, podem governar em maioria.

Se se vier a concretizar o modelo de "geringonça" adoptado no Continente pelo PS, coligado com os partidos de extrema esquerda (CDU, BE e PEV), para "usurpar" ao PSD, que ganhou as eleições, o direito de governar Portugal.

O sistema, astuciosamente planeado pelo actual primeiro ministro, especialista em traições e "golpes palacianos", permitiu-lhe chegar a primeiro ministro sem ganhar as eleições, tal como tinha acontecido quando chegou a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, à custa de um processo judicial movido a Carmona Rodrigues, do qual acabou por ser absolvido. Mas António Costa, para chegar a Secretário-Geral do PS, também apunhalou pelas costas o então titular do lugar, António José Seguro, um homem íntegro que ficou magoado com a sacanice que o abutre Costa lhe fez e desligou-se da política, até hoje, provando aos seus pares socialistas que não precisa da política para viver. De notar que também muitos socialistas demonstraram o seu descontentamento com a coligação com os partidos da extrema esquerda, mas Costa queria ser primeiro ministro a qualquer custo e borrifou-se para os camaradas descontentes.

Agora chegou a vez de a direita pagar na mesma moeda nos Açores e, pelos vistos, não vai perder a oportunidade de se vingar. Há já um princípio de acordo entre o PSD/CDS/PPM e o Chega também já disse que irá viabilizar a coligação de direita para destronar a governação socialista que já leva 20 anos.

É caso para dizer: "cá se fazem, cá se pagam". Agora foi nos Açores mas o PS não está livre que lhe venha a acontecer o mesmo no Continente já nas próximas legislativas. Se isso acontecesse eu seria uma das pessoas que iria festejar à grande.

sábado, 31 de outubro de 2020

MUITA CONFUSÃO À VOLTA DA PANDEMIA

 


À volta da pandemia que afecta todo o mundo, há em Portugal uma tremenda confusão, a qual acaba por complicar ainda mais aquilo que por natureza já é tão difícil. As entidades competentes com responsabilidades na área do Governo e da saúde, não falam a uma só voz, entrando em contradição inúmeras vezes e com isso, contribuem negativamente para o esclarecimento correcto das populações.

No início da pandemia, a Directora-Geral da Saúde afirmava, de semblante sorridente que ela, a pandemia, provavelmente nem chegaria a Portugal!

Depois, mais tarde, anunciava com grande convicção que o uso da máscara também não era fundamental e continuou a somar mais umas quantas bacoradas que puseram a nu a sua incompetência para desempenhar o cargo.

Na verdade, a pandemia chegou a Portugal e à quase totalidade dos países do mundo e quanto às máscaras, foi igualmente desmentida e contrariada porque o seu uso foi aconselhado pela Organização Mundial de Saúde, bem como pela totalidade das organizações portuguesas da área da saúde e não só.

O grande problema da pandemia em Portugal é a escassez de testes. Se houvesse facilidade de as pessoas fazerem o teste sempre que sentissem algum dos sintomas característicos do corona vírus, seria possível evitar milhares e milhares de infecções. Assim, desta maneira, as pessoas andam infectadas sem saberem, infectando também todos aqueles com quem contactam de perto.

Por outro lado, também os critérios que têm sido adoptados para os ajuntamentos, deixam muito a desejar. O ponto mais alto e mais escandaloso foi atingido na festa do Avante, com dezenas de milhar de pessoas concentradas na Quinta da Atalaia ao longo de três dias! Mas depois disso, foram realizados eventos que reuniram milhares de pessoas, a exemplo do que se passou no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 e na Nazaré, para ver o espectáculo das ondas gigantes.

Neste Governo, a incompetência anda de braço dado com uma boa parte dos ministros e secretários de estado mas para o primeiro ministro está tudo bem. Já quanto à Directora-Geral da Saúde, que devia ter sido demitida, continua no cargo. Isto é Portugal no seu melhor, Portugal com a marca socialista.

sábado, 3 de outubro de 2020

ANTÓNIO DE SOMMER CHAMPALIMAUD


Há personagens que nos marcam, umas pela negativa e outras pela positiva. Neste caso, devo confessar, sempre tive um enorme respeito e uma grande admiração por António Champalimaud, pela sua honorabilidade, inteligência, perseverança e audácia, adjectivos que fizeram dele um empresário de sucesso, durante a vigência do Estado Novo, mesmo não gozando da simpatia dos governantes de então. 

Após a revolução dos cravos, vê os seus ativos nacionalizados, os seus bens expropriados, as suas contas congeladas e os seus administradores presos. mas nem assim o venceram porque ele foi capaz de  começar tudo de novo, agora longe de Portugal, exilado no Brasil.

Publico no meu Blog o artigo que se segue, por achar que ele retracta com verdade e rigor as principais características do grande homem que foi António Champalimaud, que nasceu em Lisboa, na Lapa, a 18 de Março de 1918 e morreu no mesmo local de nascimento a 8 de Maio de 2004, com 86 anos de idade. Este artigo foi enviado para o meu e-mail e não indica o nome do seu autor.

"Obstinado e disciplinado. Altivo e brusco. Corajoso e audaz. Duro e generoso. Criador e solitário. Espartano e gladiador. Inovador e aspiracional. Percursor e frontal. Caluniado e absolvido. Nacional, internacional e global. Patriota, africanista e europeu. Tão autoritário como liberal. Tão realista como visionário. Tão invejado mas nunca vencido. Incombustível e independente de todos. E ainda aventureiro, aviador e caçador. Assim foi a vida plena de António Champalimaud, nascido faz hoje um século, um português mesmo invulgar.

Ao contrário do que diz o mito urbano, António Champalimaud não nasceu rico. Numa casa com 4 filhos havia espaço - a Quinta da Marinha era então um imenso matagal - mas não havia luxos, e as solas gastavam-se até ao fim. Um Pai militar e rigoroso, alguns tabefes que mais tarde agradeceria, uma Mãe cuja ternura recordaria sempre. Num país devastado pela instabilidade de I República e que em poucos anos abriria falência, a educação de Champalimaud foi confiada aos jesuítas, de quem o próprio salientaria o contributo para hierarquizar prioridades e estar atento aos detalhes. Mas aos 19 anos, com a perda inesperada do Pai, a vida convocou António Champalimaud a responsabilidades que nunca mais cessariam. Havia dívidas e foi chamado ao juiz para vender bens e saldá-las. Apesar de não ter a maioridade legal, António Champalimaud recusou delapidar o património e assumiu o problema. Os primeiros 10 mil contos que ganhou em Angola, entregou-os ao credor. Sempre achou que dívidas são dependências e foi sempre independente, até da sua própria família.
É impressionante a velocidade com que tudo aconteceu depois.
Aos 24 anos, o tio – Henrique Sommer, empreendedor – chama-o para administrador dos Cimentos de Leiria. E ele logo queria avançar para um forno novo.
Aos 26 anos, morre o tio e sobe a Presidente da empresa. Não tinha ainda 27 quando embarca no vapor para Moçambique, onde compra e refaz os Cimentos da Matola. Em escala passou por Angola e aí começou o projeto que concretizaria meia dúzia de anos depois: a cimenteira do Lobito. Aos 28 anos, pede a licença para abrir outra, desta vez perto da Beira.
Era já um dos maiores industriais em Moçambique, e queria sê-lo também na metrópole: aos 32 anos, adquire a Fábrica de Cimento do M ondego. O grupo cimenteiro de António Champalimaud torna-se rapidamente o segundo mais influente, em número de trabalhadores e valor dos equipamentos, num Portugal tragicamente atrasado na industria.
Aos 34 anos começa a batalha que considerou ter sido a mais dura e persistente da sua vida: a autorização para fazer a Siderurgia Nacional.
Aos 36, abre o projeto da Siderurgia à subscrição pública. Acontece o impensável num Estado Novo oficialmente avesso ao risco: comparecem 8 mil acionistas.
Aos 39 anos, obtém a licença contra ventos e marés: será o homem do aço e não apenas o rei do cimento.
Aos 41, inaugura o maior forno do mundo.
Aos 42, consciente das responsabilidades industriais e laborais que já tinha, percebe que necessita de seguros. Mas o dono da Confiança diz que só vende a companhia se Champalimaud levar também o Banco Pinto e Sotto Mayor. O salto é grande mas Champalimaud arrisca.
Em menos de dez anos multiplica por dez o capital do Banco, abre balcões no país inteiro e em África, torna-se a maior entidade creditícia dos Planos de Fomento. Mais tarde, lançaria o primeiro cartão de crédito em Portugal.
Ao mesmo tempo, com o concurso de 6000 operários a trabalhar a todo o gás, nasce uma cidade industrial no Seixal e a Siderurgia está pronta em 28 meses.
Tinha pouco mais de 40 anos quando começa a Guerra em África.
Champalimaud reafirma o investimento africano, criando outra fábrica de cimento em Nacala.
Na mesma força de vida, expande-se para a fundição, a mecânica pesada, o papel e a celulose. Os investimentos faziam um todo lógico: a metalurgia para a siderurgia, a siderurgia para a economia, o papel para os sacos, os sacos para o cimento.
Aos 47, abre por isso novas fábricas de papel em Angola e Moçambique.
Conhece o Brasil em 1953. Não mais o largou: com 49 anos, a cimenteira de Minas Gerais está em processo de decisão. Importaria materiais e técnicos de Portugal.
Aos 49, propõe-se fazer uma refinaria em Sines, apoiada num complexo petroquímico de 21 unidades industriais. O Governo de Marcelo Caetano decide fazer Sines mas veta expressamente António Champalimaud.
Quando acontece o 25 de Abril, António Champalimaud tem 56 anos.
Construíra uma fortuna que era a sétima maior da Europa. Será o último Português – até hoje - de quem tal coisa se pode dizer.
Aos 57 anos, em pleno PREC, vê os seus ativos nacionalizados, os seus bens expropriados, as suas contas congeladas, os seus administradores presos.
Dirá aos seus filhos: “teremos de recomeçar do zero”. Olha para o Estado como gatuno e exila-se no Brasil.
Aluga umas águas furtadas no Rio de Janeiro e recomeçará.
O mais impressionante da obra de António Champalimaud é que foi feita quase sempre pela pista de fora. Era temido no anterior regime e foi perseguido neste. Teve de se exilar duas vezes, primeiro no México para defender o seu nome, depois no Brasil, para escapar ao desvario revolucionário. A sua mentalidade nunca casou com os regimes em que lhe calhou viver: era investidor numa época de imobilismo; gostava de investir e não só repartir dividendos; tomava riscos a sério, em pleno Estado paternalista; queria industrializar e industrializar sempre mais, foi para África quando quase ninguém ia; e tornou-se o primeiro a defender a abertura ao Mercado Comum quando ficámos mais isolados; ia ver in loco como se tinham feito as grandes indústrias  americanas – por exemplo o complexo de Henry Ford em Detroit – numa altura em que se viajava pouco; acreditou sempre na liberdade económica, apesar do coletivismo ter decapitado o capitalismo português. Tinha visão, escala, ambição e arrojo.
Por isso, chocou imensas vezes com vários defeitos das elites
nacionais: a ideologia do “ser pequenino é que é bom”, a proteção descarada dos incumbentes, a inveja de qualquer riqueza - e aquela inclinação para criticar tudo o que é novo, contém diferença ou implica dimensão. Foi moderno antes do tempo, resistente em tempo de vésperas e três vezes pelo menos não se deixou derrubar mas levantou-se do chão. O condicionamento industrial, nome técnico de política económica do Estado Novo, disse-lhe várias vezes que não, atrasando o desenvolvimento. Morreu sem jamais compreender que ganhou o país com o “marxismo à portuguesa”, cuja política foi a de estatizar o que era nacional e com alguma sabujice deixar intocado o que era estrangeiro. Chorou quando viu pela última vez a bandeira portuguesa em Nacala. Do primeiro ao último dia viveu com a máxima que o definia:
“se te fizeres de minhoca não estranhes que te esmaguem”. António Champalimaud foi ele próprio: não queria outra coisa senão existir por si e ser dono do seu destino.
Voltado do Brasil -  Só o deixaram reconstruir o grupo financeiro, ele que era acima de tudo um industrial. Tinha uma indelével melancolia sobre África, ocorrendo-lhe que mais Antónios Champalimaud houvera, e o progresso traria desenvolvimento e com o desenvolvimento se faria o caminho sereno para Estados que, como lhe dissera um dia o Pai, “serão novos Brasis”. Não perdoava a descolonização como acontecera. Achava o país excessivamente deslumbrado com a Europa, ele que fora pioneiro a defendê-la; temia que os pilares do nosso sistema económico fossem engolidos por Espanha. Tendo sido dos raros Portugueses a recusar uma reunião com Salazar, e a cancelar outra com Marcelo Caetano, achava o primeiro íntegro e o segundo hesitante. “Respeito é uma coisa, pôr-me de cócoras é outra”, repetia, sem condescendência. Há quem diga que teve o pressentimento daquilo em que o sistema financeiro se viria a transformar e perto do fim, vendeu.
No segredo de um testamento, tomaria a última e espantosa decisão que deixaria em desconfortável silêncio os seus vários inimigos. Usou a quase totalidade da parte disponível da sua futura herança, cerca de 400M€, para criar uma fundação que teria o nome do Pai e da Mãe, mas não administradores familiares, e seria dedicada à saúde, porque a saúde é transversal: atinge todos, portugueses ou estrangeiros, ricos ou pobres, crentes ou ateus, novos ou velhos. É essa Fundação, a Champalimaud, que entrega todos os anos o maior Prémio do mundo para reconhecer a ciência e a pesquisa no âmbito da visão, e conta com mais de 400 cientistas e investidores, no domínio do cancro e das neuro ciências. Silenciosamente, fazem recuar a dor e progredir a esperança.
Em grande escala e sempre com inovação, como tudo na vida de António Champalimaud".

sábado, 12 de setembro de 2020

NÃO HÁ SEGURANÇA! PARA ONDE CAMINHAMOS?

Assaltos a mão armada marcam ocorrências policiais em Picos

A segurança em Portugal está a degradar-se de ano para ano, eu diria mesmo, de dia para dia. Vejo diariamente coisas que me levam a afirmar que a segurança física e os bens dos portugueses nunca estiveram tão ameaçados, exceptuando, claro, o período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril de 1974 (PREC).

Os assaltos às habitações são constantes, os assaltos a pessoas, idem, idem, aspas. Actualmente, as pessoas têm medo de sair à noite e, mesmo de dia, têm receio de frequentar certos locais onde se concentra todo o tipo de marginais.

Vivemos num País onde um qualquer marginal nos ameaça por nos ter pedido um cigarro ou uma moeda e lha termos negado. Ameaça-nos, dizendo que nos vamos arrepender por não termos correspondido ao seu pedido. E não é que o marginal, para além de nos ter faltado ao respeito, pela calada da noite se vinga e concretiza a ameaça, partindo-nos os vidros, riscando ou furando os pneus do carro?

Como podemos combater e ver-nos livres desses marginais que têm todo o tempo do mundo para planear e realizar as suas vinganças, tanto mais que gozam de uma descarada impunidade por parte da justiça e de muita brandura por parte das forças de segurança?

Esta situação chegou a um ponto muito perigoso. visto que nem as forças de segurança são respeitadas por parte desses marginais e gangs organizados. Aproveitando a fragilidade das autoridades policiais e toda a desorganização que reina no seu seio, essa gente pratica todo o tipo de crimes com a maior descontracção, sem que nada lhes aconteça.

Este País está entregue a gente que não presta, gente irresponsável que se está marimbando para a degradação da segurança, porque não são eles que sofrem na pele as consequências de tal anarquia. A incompetência e a irresponsabilidade dos governantes tem sido a principal causa do agravamento da segurança dos portugueses por não valorizarem o papel das forças policiais e não lhes atribuírem os equipamentos necessários, bem como remunerações dignas.

É preciso inverter urgentemente esta situação e, para isso, é necessário afastar as esquerdas da área da governação.

sábado, 22 de agosto de 2020

CHEGA, é o partido que mais sobe nas intenções de voto dos portugueses

CHEGA TV | CHEGA!

O fenómeno político do momento, é o partido CHEGA, que é o que mais sobe nas intenções de voto dos portugueses, segundo as conclusões das últimas sondagens, as quais, acredito, não têm qualquer intenção de influenciar ou beneficiar o partido de André Ventura, antes pelo contrário.

A ser verdade esta tendência de crescimento, o CHEGA já seria, neste momento, caso se realizassem eleições legislativas, o partido com a terceira maior representação parlamentar, ultrapassando o CDS, o PCP e o BE.

A continuar assim nesta toada impressionante de crescimento, é mesmo muito provável que o CHEGA, nas próximas eleições legislativas alcance um resultado surpreendente e venha de facto a ser a terceira maior força política em Portugal e na Assembleia da República.

André Ventura tem o mérito de ter despertado a direita portuguesa, desde há muito tempo acomodada e com vergonha de exteriorizar a sua ideologia, para não ter medo nem qualquer tipo de constrangimento em reivindicar o lugar que deve ocupar na governação de Portugal, honrando as suas históricas responsabilidades, assumidas ao longo dos quase nove séculos de existência.

André Ventura, com a sua intrépida coragem e frontalidade na denúncia dos vícios do sistema e dos graves problemas do País, fruto da incompetência dos sucessivos governos, tem convencido os portugueses de que é necessário e urgente uma profunda renovação das forças políticas, de molde a relegar para segundo plano, a esquerda e a extrema esquerda, antes que voltem a empurrar Portugal para a bancarrota.

O CHEGA  é, de momento, a maior dor de cabeça dos partidos de extrema esquerda que tanto o atacaram e tudo fizeram para o descredibilizar e que, pelos vistos, a táctica não resultou, acabando mesmo por contribuir, e muito, para o seu sucesso. É caso para dizer que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", acabando intoxicados com o seu próprio veneno.

A prova real está a caminho. Vamos aguardar.




terça-feira, 30 de junho de 2020

SER FELIZ

A felicidade não existe, o que existe sã - Mundo das Mensagens

Afinal o que é a felicidade? O que é ser feliz? 

A palavra felicidade é das mais pronunciadas em todo o mundo porque toda a gente tem esse forte desejo de ser feliz.

Embora o conceito de felicidade não seja igual para todas as religiões, no geral, as pessoas são felizes quando atingem um "estado de perfeita satisfação íntima gozando, ao mesmo tempo, de perfeito equilíbrio físico e psíquico".

Pegando nesta simples definição de felicidade, dá para entender quão difícil é para o ser humano ser feliz na sua plenitude. Ao final do dia, quantas pessoas poderão afirmar com toda a convicção que se encontram nesse tal "estado de perfeita satisfação íntima gozando, ao mesmo tempo, de perfeito equilíbrio físico e psíquico"? 

Creio que durante o seu tempo de vida, todo o ser humano terá oportunidade de gozar fogazes momentos felizes e nada mais do que isso. 

A avaliar pela vida difícil que ocorre em todos os países do mundo, creio que é improvável encontrar seres humanos totalmente felizes. Creio mesmo que se a felicidade se pudesse avaliar e medir, por exemplo, de -5 a +5, mais de dois terços da humanidade ocuparia a parte negativa e o outro terço não passaria de +2, o que quer dizer que a felicidade é uma utopia e que nenhum ser humano a pode alcançar em toda a sua plenitude.



sexta-feira, 19 de junho de 2020

FALSOS PROFETAS & FALSOS BEATOS


CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS MESTRES – Espiritualidade para o século 21
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Este mundo está cheio de gente que diz e apregoa uma coisa mas que depois não aplica ao seu próprio modo de vida. São aquilo que em gíria popular se designa de “lobos travestidos de cordeiros”. E fazem essa representação com tal arte e engenho que conseguem fazer crer aos que com eles convivem, que são mesmo boas pessoas (cordeiros).
É essa sua capacidade para representar o disfarce e a mentira, escondendo o seu verdadeiro carácter que leva as pessoas ao engano e a confiar-lhes a sua amizade. Depois, ao longo do trajecto do relacionamento, ainda que por vezes não se goste de certos actos e atitudes que um verdadeiro amigo não deve praticar, a tendência é perdoar-lhes porque, afinal, nós os consideramos, erradamente, boas pessoas e que apenas tiveram um momento menos bom. Só mesmo quando nos pregam uma patifaria de grande dimensão, então acordamos e caímos na real: afinal, este indivíduo é um refinado cafajeste, um mau carácter, um perfeito vigarista que me andou a enganar todos estes anos e que finalmente se revelou em toda a sua plenitude, o lobo que sempre foi disfarçado de cordeiro.
Há também os falsos beatos que não falham uma missa e que na presença das pessoas, andam sempre com Deus na boca. Mas depois vamos ver as suas acções quotidianas e deparamos com pessoas cínicas, hipócritas, invejosas, caluniadoras, autênticas máquinas de maldizer. Quem as não conhecer, há-de pensar que são boas pessoas, amigas de fazer bem, sensíveis e tolerantes e, na verdade, não são nada disso. São pessoas habilidosas e sem escrúpulos que se servem da capa religiosa para se fazerem passar por boas pessoas e, dessa maneira, mais facilmente poderem enganar o seu semelhante.
É, infelizmente, o mundo em que vivemos e que cada vez mais nos obriga a estarmos vigilantes e a avaliar muito bem a quem concedemos a nossa amizade.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

PROCESSO ALCOCHETE - A MONTANHA PARIU UM RATO!!!

Juiz declara de especial complexidade processo do ataque a Alcochete

Foi hoje conhecida a sentença do julgamento do ataque à Academia do Sporting em Alcochete, ocorrido em 15 de Maio de 2018, perpetrado por cerca de meia centena de adeptos leoninos, pertencendo uma boa parte à claque da Juventude Leonina, insultando e agredindo treinadores e jogadores. 

Faziam parte deste processo 44 arguidos e cada um estava indiciado em cerca de uma centena de crimes perfazendo, na globalidade, mais de 4.000 crimes. Depois de ouvidos, foram-lhes aplicadas as medidas de coacção mais gravosas: prisão preventiva, devido à gravidade dos crimes indiciados

Dessa panóplia de crimes, também fazia parte o de "terrorismo" e Bruno de Carvalho, o então presidente do Sporting, estava indiciado como sendo um dos três "autores morais do crime".

Ao tomar conhecimento da sentença que foi proferida, fiquei meio estupefacto: primeiro, porque a maioria dos crimes foram caindo à medida que decorria o julgamento e o de terrorismo foi um deles. segundo, porque afinal não foi provado que houve autores morais sobre o que aconteceu em Alcochete e terceiro, porque praticamente não houve condenações, ficando tudo em águas de bacalhau.

Aquilo que era comentado como sendo gravíssimo, ao ponto de os arguidos serem indiciados da prática de terrorismo, afinal não passou de uma brincadeira de jovens reveldes que apenas pretendiam amedrontar técnicos e jogadores com uns palavrões e uns empurrões, devido aos maus resultados desportivos da equipa principal de futebol.

Fica o essencial da sentença: Absolvidos os 3 principais arguidos. Dos 44 arguidos, só 9 foram condenados a 5 anos de prisão. A 3 foi decretada pena de multa, enquanto os restantes 29 receberam penas suspensas - ainda que alguns com penas acessórias, como trabalho comunitário e proibição de irem aos estádios.

Valha-me Deus! E assim vai a justiça em Portugal!

domingo, 10 de maio de 2020

TIO, FELIZ ANIVERSÁRIO

RECORDAR É VIVER: Estas fotos, também elas já meio gastas pelo passar dos anos, testemunham uma visita que eu e a Aninhas vos fizemos, na Vila Alice, quando cumpria o Serviço Militar e, mais tarde, numa outra visita, já com a nossa filha Sónia, na Barra do Cuanza.







Olá Tio, mais um ano se passou e, como é normal nestas idades mais avançadas, muito rapidamente. Sei que não foi um ano fácil para ti, em termos de saúde e quando isso acontece, tal situação rouba-nos a alegria, o bem-estar, a boa disposição e até, em casos muito extremos, a vontade de viver, porque a saúde é realmente a maior riqueza do ser humano. Sem ela não pode haver qualquer tipo de felicidade.

Meu Tio, mas eu sei que és uma pessoa de forte carácter e uma resiliência sem limites que jamais te darás por vencido e um dia destes recuperarás a tua saúde.

Tio, o tempo passa tão depressa! Até parece que foi há meia dúzia de anos que nos encontrámos em Angola, tendo tu nessa altura 26/27 anos e eu 17 ou 18! Inexoravelmente, o tempo não pára nem volta atrás e, por isso mesmo, desde então já passou mais de meio século! Aqueles que então eram uns jovens na flor da idade, resistiram a grandes vicissitudes e venceram trágicas contrariedades, tendo tido a força e a coragem suficientes para enfrentar tudo isso e chegar à terceira idade.

Meu estimado Tio, no dia em que comemoras mais um aniversário, quero desejar-te muita saúde e muitos anos de vida. Que Deus seja magnânimo para contigo e te ajude a ultrapassar todos os problemas de saúde, para que os teus dias possam ser cada vez mais agradáveis e felizes.

Um enorme abraço de parabéns do sobrinho Manuel que te estima e te deseja toda a felicidade do mundo.

domingo, 26 de abril de 2020

PROTECÇÃO E COMBATE AO CORONA VÍRUS, COMO?

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Ouvimos repetidamente, diariamente, uma série de recomendações dos governantes e da Direcção Geral de Saúde, sobre os cuidados a ter para evitar ser contagiado pelo Corona Vírus. Falam em máscaras e numa panóplia de desinfectantes.

É só conversa fiada porque nada do que dizem pode ser minimamente cumprido. Até hoje, ainda não tive qualquer hipótese de adquirir (comprar) uma máscara ou qualquer tipo de desinfectante, seja ele gel ou álcool. 

Tenho tentado nas superfícies comerciais e nas farmácias, mas até hoje, esses produtos têm estado sempre esgotados. É como procurar agulha em palheiro. A resposta é sempre a mesma: não recebemos nem temos qualquer stock em armazém.

Pergunto: como pode uma família adoptar as medidas que são recomendadas pelas autoridades sanitárias se de facto não são distribuídos gratuitamente nem existem à venda os produtos necessários?

Quem ouve falar os governantes e as autoridades sanitárias e não conheça a realidade, há-de pensar que não faltam em Portugal os equipamentos e os desinfectantes necessários para que os portugueses se possam proteger da pandemia. 

Ora, não é isso que se passa, visto que há uma carência enorme e, pelos vistos, têm morrido pessoas por carência de socorro atempado e por falta da realização de testes.

Nesta situação de desenrasca, é o salve-se quem puder. Como não consegui arranjar álcool ou qualquer outro tipo de desinfectante, tenho utilizado vinagre e quanto a máscara, bem, quanto a máscara, a mulher conseguiu fazer meia dúzia delas com as quais nos temos desenrascado.

A realidade é esta que vos relato e não aquela que nos impingem todos os dias os responsáveis pela Saúde.


EU NÃO COMEMORO O "25 DE ABRIL"

Expresso | E se eles voltassem?
Os caixotes, contendo umas míseras migalhas do património que os portugueses possuíam nas ex-Colónias, muitos deles violados e roubados. 

Este ano não me apetece escrever nada sobre o "25 de Abril". Para mim, nem sequer é um dia como outro qualquer, visto que me trás à lembrança episódios muito dolorosos e tristes por que fui obrigado a passar, juntamente com a família, por sua causa. 

Limito-me a ver, ler e ouvir o que os outros dizem, de bem ou de mal, reflectindo e tirando conclusões sobre a sua importância, tendo em conta a ideologia que professam os seus autores porque, nestas coisas, nem todos me merecem a mesma credibilidade e a mesma consideração.

Mas não me apetece escrever nada, sobretudo porque de ano para ano, fica cada vez mais claro que o "25 de Abril" não foi para o POVO aquilo que os seus arautos tanto apregoaram, tendo sido, isso sim, uma nova era, uma época dourada para políticos e governantes que a partir de então se têm servido de forma escandalosa dos recursos do Estado, enriquecendo de forma desonesta e criminosa, deixando para o povo umas migalhas que mal dão para matar a fome. 

Passados 46 anos, quase meio século, sobre a data do "25 de Abril", continua tudo na mesma. Políticos e governantes continuam a ser os donos disto tudo, dividindo o bolo (OE) à sua maneira, beneficiando as pessoas e os partidos a que pertencem e praticando um nepotismo descarado, nunca visto antes do 25 de Abril de 1974.

É por tudo isto e muito mais que o 25 de Abril não tem grande significado para mim, evitando mesmo ver muitos dos programas emitidos nas televisões porque a revisão de certos episódios e imagens me causam muito desconforto e mal-estar. Enquanto viver, jamais esquecerei a imensa tragédia que foi a descolonização e todo o sofrimento de mais de dois milhões de pessoas, entregues à sua sorte e abandonadas pelos irresponsáveis que fizeram o "25 de Abril".

Termino com este grande exemplo parido pelo 25 de Abril: reformei-me em 2006 com um determinado montante e hoje, passados 14 anos,  ganho menos 149 €! Como é passível!!!

domingo, 12 de abril de 2020

PÁSCOA - PASSAM DOIS MILÉNIOS SOBRE A MORTE DE JESUS

Nosso Senhor carrega a cruz a caminho do Calvário - Arautos do ...
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Há 2020 anos, um Homem muito especial que passou os 33 anos da sua existência a ensinar que os homens são todos iguais e que deviam amar-se uns aos outros como a si mesmos, pregou o amor, a humildade, o desprendimento, a bondade e o perdão e deu esse exemplo, vivendo de forma simples, sempre ajudando e consolando os pobres e os enfermos.

Um homem tão justo e com tamanha dimensão de humanidade, não podia ter sido condenado à morte porque não tinha cometido qualquer tipo de crime. Afinal, Ele só tinha praticado o bem durante toda a sua vida. Porém, os poderosos, ruídos de ódio e inveja, por verem as multidões que O seguiam para ouvir a sua palavra, pondo em risco o seu poder, logo trataram de conspirar e decretar a sua morte.

O Sinédrio Serviu-se de um seu discípulo (Judas), para trair Jesus no Getsémani, após a última Ceia, a quem compraram por 30 dinheiros. Depois, foi preso, chicoteado, escarnecido e condenado à morte pregado numa cruz, a qual carregou desde o Pretório até ao Calvário, flagelado com grande crueldade ao longo de todo o percurso. 

Pilatos sabia que os líderes dos sacerdotes e os anciãos tinham entregue Jesus por inveja. Ciente disso, ainda tentou evitar a sua morte perguntando à multidão quem queriam que soltasse: Barrabás, um perigoso criminoso, ou Jesus, mas a multidão gritou: solta Barrabás e cruxifica esse Messias.

Dois milénios volvidos, pouco ou nada mudou no mundo. Os poderosos continuam a cometer as mais horrendas atrocidades e os pobres continuam a ser os bodes expiatórios, as vítimas inocentes que são explorados e morrem à fome, por falta de assistência na doença, de maus tratos e de condenações sem julgamento e sem culpa formada.

Desde então para cá, os invejosos e os traidores multiplicaram-se e os ladrões, idem, idem, aspas. Judas traiu Jesus por uns miseráveis 30 dinheiros mas os judas actuais, a que chamamos corruptos, vendem as suas traições por somas milionárias, sem qualquer tipo de remorso ou arrependimento, ao contrário do que aconteceu com Judas que quis devolver o dinheiro mas os líderes dos sacerdotes não aceitaram. Então ele, desesperado por ter traído um Homem bom e inocente, atirou as 30 moedas de prata para dentro do Templo e de seguida enforcou-se.

É um episódio marcante que todos os anos é recordado pelos católicos, no período que antecede o domingo de Páscoa. Dá que pensar. O homem teve uma evolução civilizacional extraordinária, desde então, mas a maldade acompanhou também toda essa evolução.

Nos tempos difíceis que vivemos, em que a Pandemia "Covid 19" aniquila a economia mundial e mata dezenas de milhares de pessoas, não se sabendo ao certo se foi obra da maldade humana, não tenho qualquer dúvida de que o vírus mais perigoso e mais letal que habita o Planeta Terra, é o HOMEM.