terça-feira, 30 de abril de 2024

PRESIDENTE DA REPÚBLICA INSISTE NA "REPARAÇÃO" DO COLONIALISMO!!!


O Presidente da República, o mais alto magistrado da Nação, lá do alto da sua cátedra, tem produzido declarações absolutamente descabidas de bom senso e sentido de Estado, que têm causado enorme perplexidade numa grande parte da população portuguesa, que de forma nenhuma se revêem na forma como ele interpreta a História Colonial Portuguesa e mais concretamente, o período da guerra colonial, entre o início da década de 60 e Abril de 1974.

Afirma o Senhor Presidente da República que Portugal tem que reparar os crimes cometidos durante esse período pelos militares portugueses e ressarcir esses países, devolvendo inclusivé, património imobiliário e obras de arte.

O Presidente da República desconhece que para a guerra colonial foram mobilizados mais de 250.000 soldados, que mais de 10.000 foram mortos, que mais de 20.000 ficaram inválidos e que cerca de 120 a 140 mil ficaram a sofrer de stress pós-traumático?

O Senhor Presidente da República sabe que esses homens lutaram com heroismo para defender a Pátria? Sabe que a História e os livros de ensino da época ensinavam aos portugueses que as ex-colónias eram territórios portugueses?

Pois bem, o Senhor Presidente da República desconsiderou os ex-Combatentes, tratando como um bando de criminosos, homens que foram sujeitos a sofrimentos inenarráveis, atirados para locais inóspitos, sem quaisquer condições para viver. Os soldados portugueses, valentes, corajosos e patriotas, enfrentaram todos os perigos e muitos deram a vida na defesa dos territórios que à época eram portugueses.

O Senhor Presidente da República sabe que se hoje existem os países de língua portuguesa, na sua actual forma e dimensão, tal realidade se deve à luta e ao sacrifício dos destemidos Exploradores portugueses que demarcaram as fronteiras desses países e as conservaram invioláveis às arremetidas de outras nações?

O Senhor Presidente da República sabe que os portugueses rasgaram estradas e construíram grandes cidades, vilas e aldeias e fizeram desses países, principalmente Angola e Moçambique, dos mais importantes de África, com as mais variadas e valiosíssimas infraestruturas, onde nada faltava?

O Senhor Presidente da República fala em ressarcir? Mas ressarcir de quê e a quem? Ressarcir os crimes de guerra por matar o inimigo? Sabe o Senhor Presidente da República como começou a guerra colonial em 1961, no norte de Angola? Foram milhares de pessoas, brancos, negros e mestiços mortos e decapitados e retalhados à catanada. Nunca viu essas imagens, Senhor Presidente? Foram famílias inteiras dizimadas, em muitos casos, com requintes de malvadez, com paus espetados no ânus e na vagina, seios e pénis cortados e, nalguns casos, até o coração arrancaram.

Ressarcir, Senhor Presidente, os Movimentos de Libertação? O MPLA, a UNITA e FNLA? 

O MPLA já foi ressarcido pelos governantes traidores da época, ao entregar-lhes o controlo do País e todo o material de guerra da tropa portuguesa, com o qual ganharam superioridade para combater os outros dois Movimentos de Libertação, tendo acontecido o mesmo em relação a Moçambique com a FRELIMO.

Mas quanto a ressarcir, Senhor Presidente da República, porque não o fez o Estado Português aos cerca de dois milhões de portugueses que foram obrigados a fugir desses territórios com a roupa do corpo, para protegerem a família e evitar morrer às mãos daqueles que cultivavam o ódio e procuravam vingança?

Esses portugueses deixaram casas, carros, barcos, empresas, negócios, economias nos bancos que não puderam levantar e todo um vasto património construído arduamente com muito trabalho e sacrifícios, ao longo de muitas gerações.

Sim, Senhor Presidente da República, esses portugueses que tiveram de fugir para conservar a vida, para outros países do continente africano, para a Europa, para a América, Brasil, Austrália, Canadá e tantos outros países, ficaram sem nada e, passados 50 anos, nunca foram ressarcidos e V. Excia nunca disse uma palavra em seu favor e em sua defesa.

O Senhor Presidente da República também fez o mesmo relativamente aos ex-Combatentes, muitos dos quais continuam a não ter qualquer apoio da sua Pátria. Há até alguns na condição de sem abrigo e doentes para os quais não há um mínimo de solidariedade institucional. É lamentável e profundamente injusta esta situação e V. Excia não teve nem tem uma palavra de denúncia para que alguma reparação seja feita.

Senhor Presidente da República, quero dizer-lhe que como primeira figura do Estado Português, tem deveres e responsabilidades acrescidas, nomeadamente, dar bons exemplos que dignifiquem e enobreçam o seu mandato.

Em vez disso, V. Excia está a dar maus exemplos e a prestar um péssimo serviço a Portugal, desprestigiando o seu mandato e desonrando todos os portugueses que labutaram e construíram os actuais países das ex-Colónias, bem como os ex-Combatentes que os defenderam até 24 de Abril de 1974.

Senhor Presidente da República, para terminar, deixe que lhe faça uma última confidência: Eu creio que V. Excia tem um problema familiar muito mal resolvido: seu Pai, Baltasar Rebelo de Sousa, foi ministro do trabalho e ministro do ultramar do regime deposto em 25 de Abril de 1974 e essa circunstância faz do filho, Marcelo Rebelo de Sousa, alguém que sendo de direita, para não ser conotado com o legado político herdado, enreda-se nestas tiradas infelizes de cariz esquerdista para agradar a gregos e a troianos.

Sabe que mais, Senhor Presidente? Tenho a certeza que se o seu pai ainda fizesse parte dos vivos, ao ver e ouvir os disparates que tem protagonizado, ficaria muito desapontado e coraria de vergonha.