terça-feira, 17 de novembro de 2009

FALTAM INFRA-ESTRUTURAS BÁSICAS NO INTERIOR DO PAÍS, SENHOR PRIMEIRO MINISTRO!

Este Primeiro-Ministro (PM) repete até à exaustão que é fundamental a modernização do País, torná-lo competitivo, em pé de igualdade com os mais desenvolvidos da Europa.

Para isso, o PM e o seu Governo, elegeram como prioridade uma série de empreendimentos gigantescos e megalómanos que pensam ser essenciais para alcançar tais objectivos.

Pensa o PM que o País estará na iminência de encontrar importantes jazidas de ouro negro ao largo da sua extensíssima costa atlântica e, por isso mesmo, obras da envergadura do TGV, aeroporto do Montijo, 3ª travessia sobre o Tejo, uma segunda auto-estrada Lisboa/Porto e lanços de auto-estrada em vários pontos do País, serão facilmente custeadas com os biliões resultantes da exploração do petróleo.

Senhor PM o petróleo só existe nos seus sonhos e se não acorda rapidamente, acabará por transformar a vida dos portugueses num mar imenso de pesadelos, gastando recursos que não existem e fazendo aumentar descontroladamente a dívida pública.

Há tanta coisa importante e prioritária para fazer no País para levar conforto e um pouco mais de felicidade a milhares de pessoas que estão abandonadas pelo Estado, antes da realização das suas megalomanias porque vivem isoladas, sem estradas, sem água, sem esgotos, sem telefone, sem electricidade, sem poderem utilizar um frigorífico, uma máquina de lavar roupa, um televisor, um aspirador, etc.

O Senhor PM já pensou na tragédia dessas pessoas? Gostaria de viver naquelas condições? Acha aceitável que em 2009 ainda haja no País de que é PM, pessoas a quem o Estado ainda não proporcionou equipamentos e infra-estruturas que são da sua inteira responsabilidade?

Não pode haver portugueses de primeira, segunda e terceira. O Estado tem obrigação de tratar todos os cidadãos em pé de igualdade: se nos centros urbanos há saneamento básico e todas as infra-estruturas, no interior do País, nos montes e nos lugarejos mais recônditos, onde houver pessoas, também é obrigatória a sua existência.

Essas pessoas, pelo facto de viverem onde a maioria da população recusaria permanecer, merecem uma consideração e uma atenção muito especial, por forma a atenuar o seu isolamento e a falta de bens essenciais de primeira necessidade e toda a espécie de serviços.

Viver nas condições daquelas pessoas, isoladas de tudo e de todos, com grandes dificuldades para mandar os filhos à escola, é um fardo excessivamente pesado que o Estado tem obrigação de tornar mais leve, dotando aqueles locais das infra-estruturas necessárias e prestando apoio às pessoas.

Antes dos empreendimentos megalómanos, Senhor PM, é necessário e urgente estender a rede de estradas, água, electricidade e telefone a todos os locais do País onde haja portugueses a viver. É muito cruel e desumana a condição de vida de quem se encontra em tão trágica situação.

Sem comentários: