Pensava eu que nas áreas urbanas, as ruas, as avenidas, as praças e as pracetas, eram espaços públicos, onde os automóveis e os motociclos podiam circular ou estacionar sem ter que pagar.
De facto, assim foi, durante muitos e muitos anos mas recentemente algum iluminado se lembrou que nesses espaços públicos podiam obrigar os cidadãos a pagar para poderem estacionar os seus automóveis.
Por incrível que pareça esta visão idiota germinada no cérebro enferrujado e bolorento de um qualquer governante, foi posta em prática e, dessa forma, nasceu a EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) que se apoderou do espaço público que é de todos, obrigando agora os automobilistas a pagar para estacionar o carro nos locais onde antes tinham direito a estaciona-lo gratuitamente.
Este monstruoso golpe só foi possível porque o povo, uma vez mais, não fez nada para defender os seus interesses. Se o povo tivesse manifestado o seu desacordo e descontentamento, manifestando-se na via pública as vezes que fossem necessárias, muito provavelmente nunca teria vingado a tal idiotice do iluminado governante de cérebro enferrujado e bolorento. Em último recurso, se o projecto teimasse em avançar, o povo poderia ter impedido o seu funcionamento, arrancando durante a noite todos os parquímetros que a Empresa colocava durante o dia, todas as vezes que fossem necessárias, até á sua completa rendição.
Agora não vale a pena protestar, vociferar ou insultar quando o carro é multado, bloqueado e rebocado. Agora é hora de aguentar, Zé Povinho, mais este infame ultraje porque é isso que mereces. Um povo distraído, desinteressado e passivo que não é capaz de lutar pelos seus direitos, merece todas as sacanices de que é vítima por parte dos governantes.
Não é por acaso que em termos de regalias sociais, os portugueses se encontram na cauda da Europa!
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