É preciso lembrar que, pela primeira vez, desde 25 de Abril de 1974, a esquerda ficou em minoria, tendo-se verificado uma confortável maioria de direita, muito à custa do partido Chega que teve um crescimento meteórico, passando de 12 para 48 deputados.
Ora, neste sentido, o líder da AD não compreendeu ou não quis interpretar correctamente o sentido do voto do povo que não deu à AD votos suficientes para governar sozinha mas votou uma expressiva maioria de direita em conjunto com o Chega. Esta foi a vontade do povo: formar um governo sólido e estável para cumprir a legislatura de quatro anos.
A não ser aproveitada esta soberana decisão do povo, poderemos dizer que a sua vontade foi atraiçoada e, nesse caso, não deixará de em próximas eleições penalisar aqueles que fizeram tábua rasa da sua vontade.
André Ventura e o Chega mostraram toda a sua disponibilidade para juntar os seus 18,03% aos 29,54% da AD e formar um governo forte de maioria parlamentar com um total de 127 deputados.
O líder da AD ao rejeitar qualquer acordo com o Chega, insistindo que vai governar sem maioria parlamentar, sujeita-se a receber um chumbo por altura de aprovar o orçamento e, nesse sentido, pode ser um primeiro ministro a prazo que poderá não durar mais do que sete ou oito meses.
Mas mais: o líder da AD ao rejeitar a solução governativa estável que o povo votou em 10 de Março, vai concerteza prejudicar o partido em próximas eleições antecipadas e beneficiar o Chega que deverá crescer, tornando-se André Ventura um sério candidato a primeiro ministro.
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