terça-feira, 25 de março de 2025

O POVO MADEIRENSE IGNOROU A CORRUPÇÃO E PENALISOU QUEM A DENUNCIOU!

 

As legislativas antecipadas da Madeira já aconteceram e o povo resolveu votar forte no PSD e em Miguel Albuquerque, cujo governo havia sido derrubado por uma moção de censura apresentada pelo partido Chega e votada favoravelmente por todos os partidos da oposição, com excepção do CDS que tinha um acordo parlamentar com o PSD.

Aparentemente, o povo madeirense penalisou os partidos que estiveram envolvidos na aprovação da moção de censura do Chega, à excepção do JPP (Juntos Pelo Povo), partido local, que reforçou a votação, elegendo 11 deputados e passando a ser, a partir de agora, a segunda força política na Região Autónoma da Madeira, por troca com o Partido Socialista que obteve apenas 8 deputados.

Nessa linha de perdas, o Chega, IL e CDS perderam 1 deputado cada, o PS 2 e o PAN, a CDU  e o BE, ficaram sem representação. 

Com base nos resultados, podemos facilmente extrair a moral da história: A moção de censura do Chega procurava penalizar o Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, por este ter sido constituído arguido por corrupção devido a fortes suspeitas sobre adjudicações em concursos públicos no valor de centenas de milhões de euros.

Ora bem, perante este dilema de penalisar os corruptos ou trocar de governo, o povo madeirense preferiu ignorar os problemas da corrupção no governo madeirense e assegurar a continuidade dos mesmos protagonistas com Miguel Albuquerque à cabeça.

O PSD é o partido que tem governado ininterruptamente a Madeira desde a revolução dos cravos ocorrida a 25 de Abril de 1974. Quer queiramos quer não, o PSD entranhou-se nos poros dos madeirenses, porque em boa verdade, uma vasta percentagem depende do orçamento do governo regional. Trocar o certo pelo incerto é sempre uma jogada arriscada, daí que os madeirenses preferiram  manter a actual situação com medo de poderem ficar em pior situação.

Seja como for, o exemplo da madeira não é um bom sintoma para a democracia. A honestidade, a transparência e o carácter são valores essenciais de uma verdadeira democracia e, por isso mesmo, há que arrepiar caminho antes que seja tarde.

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