terça-feira, 19 de agosto de 2025

A MÃE NATUREZA AVISA REPETIDA E INSISTENTEMENTE O HOMEM

 


Homem, meu filho inquieto,

a quem dei o azul dos céus,

o verde das florestas,

o frescor das águas,

o calor do sol e o aconchego da terra.


Tudo te entreguei com amor,

para que vivesses em plenitude, 

em harmonia comigo, 

e com respeito por tudo o que respira.


Mas deixaste-te cegar pelo brilho da ambição,

esqueceste que não és dono, 

apenas hóspede desta casa comum.

Cortaste-me as veias que são os rios,

poluiste os Lagos e os Oceanos,

feriste-me a pele que  são as matas,

envenenaste o ar que a ti mesmo dá vida.


E ainda assim, com infinita paciência,

tenho-te avisado com trovoadas e secas, 

com ventos furiosos e mares revoltos,

na esperança de que despertes.


Mas, homem, não te iludas:

se não arrepiares caminho, 

chegará o tempo em que direi basta.

E quando esse basta ecoar, 

será como silêncio após a última nota,

e a tua própria existência poderá extinguir-se.


Ainda há tempo, meu filho.

Estende-me a tua mão em cuidado,

e eu voltarei a ser generosa contigo.

Protege-me e eu serei abrigo.

Ama-me e eu serei eternidade.


Lembra-te:

quando feres a Mãe,

feres a ti mesmo.

Quando cuidas de mim,

é a vida que salvas em ti.

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