Fala-se com insistência em percepção de insegurança, no sentido em que a insegurança que é factual e real, não passa de uma sensação subjectiva que não tem correspondência com os dados estatísticos da criminalidade. Ou seja, todos aqueles que falam em percepção de insegurança com esta interpretação, acham que não há insegurança em Portugal e que a criminalidade não aumentou.
Porém, uma boa parte da população portuguesa não tem dúvidas de que há efectivamente um problema de insegurança e que a mesma se vem agravando ano após ano, com a prática de crimes cada vez mais graves.
Portugal tornou-se num pequeno paraíso para os criminosos na área da imigração, da droga, do contrabando generalizado, do roubo, do vandalismo e dos negócios ilícitos e fraudulentos. Os números das estatísticas oficiais relativos à criminalidade são apenas uma parte dos crimes que são cometidos no País, porque uma grande parte das pessoas que vêem os seus carros, as suas residências, as suas propriedades agrícolas e os seus espaços comerciais assaltados e vandalizados, em muitíssimos casos evitam participar as ocorrências às autoridades porque sabem que se o fizerem vão entrar num processo longo e penoso que lhes vai tomar o seu tempo, sem qualquer garantia de que vão recuperar o que lhes foi roubado.
Quem fala em percepção de insegurança no sentido em que ela não corresponde à realidade que se vive em Portugal, são essencialmente pessoas alinhadas com a ideologia e o pensamento da esquerda e da extrema esquerda, que é completamente contrário ao entendimento das forças do centro e da direita, as quais há muito vêm alertando para o crescendo da criminalidade violenta e advogam que sejam tomadas medidas que possam atalhar e fazer diminuir drasticamente toda a criminalidade violenta mas também toda a restante criminalidade.
Como cidadão comum, que observa o que se passa em Portugal, direi que a criminalidade é muito mais do que percepções irrealistas e infundadas, pelo que o Governo deve tomar medidas nesta matéria para evitar que a situação se agrave cada vez mais, aumentando o medo e a insegurança das pessoas, ao ponto de evitarem sair à rua à noite.
Há muita mais criminalidade do que aquela que as estatísticas oficiais informam, pelos motivos que atrás mencionei. Portugal tem uma péssima história no que toca à prevenção. Quase sempre actua depois das tragédias acontecerem. O crime organizado é uma realidade. Direi mesmo que Portugal ainda é um paraíso para os criminosos. É preciso fazer alguma coisa para que esses bandidos não se sintam bem neste País. É preciso combatê-los e perseguilos sem tréguas e fazer de Portugal um lugar efectivamente seguro.
