terça-feira, 16 de dezembro de 2025

DESDE SEMPRE ANTI-GREVE - AS DISCORDÂNCIAS RESOLVEM-SE COM DIÁLOGO!

Mais uma greve nacional com prévio acordo entre as duas principais centrais sindicais (CGTP/UGT). O motivo é o descontentamento quanto ao pacote laboral que o governo apresentou. Não vou aqui discutir a qualidade do mesmo e as eventuais razões dos grevistas. Vou, isso sim, explicar porque fui sempre contra as greves e porque continuo a pensar que elas são prejudiciais para o patronato, para os trabalhadores e para o País. 

Nesta grave, por exemlo, foi avançado um prejuízo de 700/800 milhões de euros, uma verba significativa que bem poderia ser evitada, com diálogo e bom senso entre governo, patronato e sindicatos. Uma pena que 700 milhões sejam assim desperdiçados num País onde tanta gente vive no limiar da pobreza.

Mas eu sou antigrevista porque não concordo que a "coisa pública" que é de todos, seja utilizada por uns quantos em benefício próprio. Falo dos transportes marítimos, aéreos e terrestres, falo das estruturas da saúde, falo das estruturas do ensino e dos serviços públicos em geral, que como é sabido, acabam por prejudicar centenas de milhar de pessoas que nada têm a ver com a greve mas que foram impedidas de ir trabalhar por falta de transporte, outras ficaram sem aulas, outras sem consultas e tantas outras que não foram capazes de fazer aquilo que tinham programado por causa da greve.

Sou antigreve porque  os sindicalistas, são pessoas que faltam ao trabalho muitos dias ao longo do ano, a pretexto de reuniões, plenários e outras actividades sindicais. Eu sei do que falo porque tive colegas sindicalistas com quem trabalhei e, muitas vezes, eu e outros colegas, tivemos que fazer o trabalho que lhes estava distribuído; porém, no final do mês, recebiam a mesma remuneração.

Tamém sou antigreve por causa de um outro aspecto que se verifica em muitas das greves que são levadas a cabo: a sua motivação ideológica ou seja, as forças políticas da oposição que não comungam da mesma linha ideológica do governo tentam, através das greves, criar obstáculos para impedir a implementação do programa de governo e, no fundo, descredibilizar a sua actuação.

Mas as greves também são injustas se pensarmos que uma grande percentagem de trabalhadores por conta própria, detentores de pequenas e médias empresas, todo o universo de empregados domésticos e outros, não têm poder reivindicativo e até são vítimas de cada vez que são realizadas greves.

E, finalmente, para mim, o facto de não haver consensos e entendimentos para evitar as greves, significa falta de inteligência, capacidade e engenho e arte por parte dos negociadores, algo que não prestigia os intervenientes. 

O Homem é o único ser vivo a quem o Criador concedeu o supremo privilégio de poder comunicar através da fala. Quando os homens não conseguem entender-se através dela, então o homem não aproveita e até despreza essa importante característica que o distingue de todos os outros animais.

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