terça-feira, 22 de junho de 2010

NADA É ETERNO

JOSÉ SARAMAGO deixou o mundo dos vivos aos 87 anos de idade. Outros contemporâneos, seus amigos e mais velhos, ainda continuam a respirar oxigénio e a conviver com essa luz maravilhosa que o sol irradia tão intensamente, diariamente. Viver aos 88, 90, 95, 100 anos..., é um privilégio a que nem todos têm direito, pois uma imensidão morre prematuramente, sem atingir a velhice e sem concretizar as realizações que idealizou.

Ora, com José Saramago isso não aconteceu. Não obstante ter iniciado tarde a sua actividade literária, a verdade é que a exerceu com grande intensidade, produzindo dezenas de obras literárias, algumas de grande notoriedade mas também muito polémicas que lhe mereceram, ainda em vida, o título literário mais valioso "O Prémio Nobel da Literatura".
É claro que a sua prosa não mereceu o reconhecimento, respeito e admiração de todos os portugueses, tendo sido objecto de duras (e infundadas?) críticas, mas essa é uma situação a que todos os homens estão sujeitos, independentemente da raça, cor, confissão religiosa ou política a que cada um pertença.
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SARAMAGO deu grande prestígio ao País e à literatura portuguesa e, de certa forma, durante alguns anos, viveu amargurado pelo forma como os governantes portugueses o trataram. Essa sua amargura levou-o ao "exílio" e a viver uma grande parte dos últimos anos da sua vida na ilha espanhola de Lanzarote, onde fixou residência em 1993.

Embora nunca o tenha acompanhado nas suas convicções políticas nem mesmo tenha conseguido ler integralmente nenhuma das suas obras, não deixo de ter alguma admiração pelo homem da Azinhaga do Ribatejo, teimoso e persistente que venceu a interioridade e o desconhecido e se transformou num dos homens mais famosos e badalados da literatura mundial.

Nesse sentido, curvo-me respeitoso perante o homem e a sua obra e, como católico que sou, peço a Deus paz para a sua alma.

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