quinta-feira, 10 de junho de 2010

TUDO LHES SERVE PARA SE FAZEREM NOTADOS!


Coitados! Tudo lhes serve para se fazerem notados! À falta de honorabilidade, sabedoria e competência para, com merecimento, ganharem o nosso apreço, respeito e consideração, enveredam por críticas sem sentido, injustas e ridículas, tentando pôr em causa o resultado de muitos dias de trabalho, feito por pessoas isentas, competentes e honestas.

Foi o que fez um pseudo-intelectual de meia tigela que até é deputado do Bloco de Esquerda, ao insurgir-se contra a coordenadora do projecto educacional "Reviver 100 Anos de História" que promove um desfile de mais de mil crianças em Aveiro, nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com quadros representativos de várias épocas, desde a monarquia, passando pela implantação da República, Estado Novo, 25 de Abril e, por último, um quadro sobre a multiculturalidade, representando a actualidade, com a existência de escolas com múltiplas nacionalidades e onde se cruzam múltiplas etnias.

O deputado do BE questionou o Ministério da Educação sobre se tinha conhecimento da iniciativa que, segundo ele, "obriga alunos menores de idade a serem actores num acto laudatório e acrítico de uma página negra da história de Portugal
Joaquina Mourato, a coordenadora do projecto, em resposta, garantiu à Lusa: "Não vai haver nenhum desfile da MP, não vai haver ninguém a recriar a MP, não vai haver nenhuma criança a cantar o hino da MP" e acrescentou que o deputado do BE "contestou aquilo que não existe" e "afirmou que iria acontecer uma coisa que não vai acontecer".

Francamente! Querer ganhar protagonismo à custa de um quadro representativo da Mocidade Portuguesa, integrado num projecto muito mais vasto que pretende, única e exclusivamente, passar em revista 100 anos da História de Portugal, é algo que um cidadão minimamente esclarecido e, ao mesmo tempo, política e intelectualmente honesto, jamais deveria fazer, mas aos 60 anos de idade, depois de tudo quanto já tive a dita e a desdita de presenciar, nada, mas mesmo nada me admira ou surpreende.

As motivações deste deputado, provavelmente são as mesmas que levaram outro deputado bloquista a interpor uma providencia cautelar para embargar as obras do túnel do Marquês, com as consequências nefastas que todos conhecemos, para os automobilistas e para o erário público.

Lamentável que haja pessoas tão facciosas e mesquinhas que tenham da História de Portugal uma visão tão redutora. Tais pessoas não vêem a História de Portugal como um todo, como se a mesma pudesse ser amputada das partes de que não gostam. São pessoas que pensam e agem desta forma que não respeitam os ex-Combatentes e o Regime que eles patrioticamente serviram e pelos vistos também odeiam a Mocidade Portuguesa, uma organização juvenil do Estado Novo que pretendia abranger toda a juventude - escolar ou não - e tinha como fins, estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares. A ela deveriam pertencer obrigatoriamente os jovens dos sete aos 14 anos. Os seus membros estavam divididos por quatro escalões etários: os lusitos (dos 7 aos 10 anos); os infantes (dos 10 aos 14 anos); os vanguardistas (dos 14 aos 17 anos) e os cadetes (dos 17 aos 25 anos).

Por casualidade, não pertenci à Mocidade Portuguesa mas se tivesse integrado as suas fileiras, estaria hoje de consciência tão tranquila, como estou pelo facto de ter servido a Pátria na Guerra Colonial em Angola. De nada tenho que me arrepender porque cumpri os meus deveres cívicos e em nenhum momento admiti encarnar o papel de traidor.

Mas quem se insurge de forma tão hostil pelo facto de uns quantos jovens recriarem e integrarem um desfile com quadros alusivos aos últimos 100 anos da história de Portugal vestidos com a farda da Mocidade Portuguesa, é porque tem grandes queixas dessa organização.

Na Mocidade Portuguesa, os jovens aprendiam a arte do crime? Então, quais foram os crimes que esses jovens cometeram?

Com um pensamento desta natureza, tais pessoas deviam ser proibidas de utilizar certos equipamentos construídos no período do Estado Novo, no tal período que apelidam de "página negra da História de Portugal", nomeadamente pontes, estradas e caminhos-de-ferro.

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