terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

GREVES & GREVISTAS AGRAVAM SITUAÇÃO


O País está de tanga e não aguenta tanta falta de produtividade. Se a maioria das Empresas, na actual difícil conjuntura económica, não têm capacidade para honrar os compromissos salariais com os seus trabalhadores, é bom de ver que com greves a situação ficará ainda mais negra.

Não compreendo, portanto, o que leva os sindicatos a empurrar os trabalhadores para o suicídio colectivo.

Numa altura em que está iminente a bancarrota, será preferível, julgo eu, lutar e trabalhar por manter a remuneração actual, ainda que insuficiente, do que contribuir para agravar a já difícil situação e provocar o encerramento da Empresa bem como o consequente despedimento de todos os trabalhadores.

Na actual conjuntura, as greves não têm justificação e o cidadão comum tem imensa dificuldade em compreendê-las. Os sindicatos, com estas radicalizações extremas, estão a prestar um mau serviço a Portugal e aos portugueses, já que estão a contribuir para que a economia se degrade cada vez mais.

Em minha humilde opinião, os sindicatos têm grandes culpas no cartório relativamente à situação que se vive porque em devido tempo não foram capazes de detectar e evitar a delapidação que minou e aniquilou os Organismos e o sector Empresarial do Estado. Os sindicatos não foram capazes, nessa altura, de fazer as denúncias e mobilizar os trabalhadores para impedirem o saque generalizado do sector empresarial do Estado e o desperdício de biliões de euros em projectos que nunca o chegaram a ser mas que serviram para encher os bolsos dos governantes e de um infindável séquito de protegidos e afilhados.

As estruturas sindicais deviam estar representadas nas administrações dessas Empresas e fiscalizar, em nome do Povo, os actos de gestão, intervindo no momento exacto e evitando a concretização de actos ruinosos.

Que eu saiba, os Sindicatos não fazem nada disto, só actuando à posteriori ou seja "depois da casa arrombada...".

É claro que estes governantes não merecem um mínimo de respeito e consideração. É claro que o País chegou a esta situação insuportável porque os governantes são incompetentes e desonestos. É Claro que os governantes mereciam que o País parasse a 100% em sinal de desagrado e condenação dos seus actos. É claro que mereciam tudo isso e muito mais.

No entanto, numa situação tão grave em que o ganha-pão de cada um está seriamente em risco, apelar à greve e fazer greve é um enorme contrasenso e uma tremenda irresponsabilidade.

Se não for cada um de nós a salvaguardar os nossos interesses, acham que vão ser os governantes a fazê-lo?

Se deixarem os vossos interesses nas mãos dos governantes, quando derem por ela, até os objectos da casa de banho já estarão penhorados.

E quanto aos Sindicatos, eles só terão razão de existir se realmente, em cada momento, souberem actuar em benefício dos trabalhadores, defendendo realmente os seus interesses, actuando de forma sábia e responsável.
Fazer greve numa altura destas é que não tem jeito nenhum.

2 comentários:

Anónimo disse...

é duro sempre achar que as greves começam pelos sindicatos e somente por eles, não é bem assim,algumas greves começam pela base ,nos correios agora por exemplo não estamos de greve só por que o comando do sindicato fez indicativo, estamos em greve devido as péssimas condições de trabalho,déficit de 30 mil funcionários (que dobra a carga de trabalho) e por estarmos a 2 anos sem aumento.

Manuel Carmo Meirelles disse...

Caro amigo
Compreendo perfeitamente o seu desabafo e o direito à greve é um direito inalienável dos trabalhadores para fazer valer os seus direitos.
Porém, o que escrevi, não é contra as greves e o direito que assiste aos trabalhadores. O que escrevi tem a ver con a difícil conjuntura económica que atravessamos que infelizmente só será ultrapassada se todos produzirmos mais e melhor. Muitos milhares de trabalhadores têm perdido o seu emprego a situação ainda vai piorar.
O que escrevi foi ditado pelo bom senso e penso não ofende ninguém. Claro que os trabalhadores, na sua maioria estão mal pagos mas nesta altura, o País não suporta grandes encargos. Vamos esperar que esta crise passe bem depressa e que seja possível repôr o poder de compra a todos os trabalhadores portugueses.
Obrigado pelo seu comentário.