sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SINDICATOS & EMPREGADORES ("PATRÕES")


Há 36 anos que oiço consecutivamente os sindicatos despejar os mais disparatados slogans contra os empregadores, para utilizar a palavra mais correcta e mais estafada, os "patrões".

Patrões, porque são os donos das empresas e aqueles que, em primeiro lugar, têm a responsabilidade de a rentabilizar para pagar taxas e impostos, remunerar mensalmente os seus empregados e garantir o pagamento do subsídio de férias e décimo terceiro mês, bem como outras regalias sociais.

Os "patrões" são o bem mais precioso de um País, o motor e a alavanca de qualquer Nação, já que sem eles não há empresas e, consequentemente, não há produtividade nem empregos. Um País sem "patrões", é um País sem futuro, um deserto árido, sem condições de sobrevivência.

Na actual conjuntura, os "patrões" não têm vida fácil. Se antes já se queixavam de não poder suportar a brutalidade dos encargos com que o Estado os esmaga, agora, essa dificuldade aumentou exponencialmente, tornando a sua vida ainda mais difícil, ao ponto de muitos terem aberto falência.

Os trabalhadores merecem ser respeitados e defendidos, dentro de uma lógica justa e racional. Se o trabalhador quer ser compreendido, interessa também que essa compreensão exista relativamente ao "patrão", quando está em causa a manutenção do emprego ou a falência da empresa.

Parece que os sindicatos se esquecem que em Portugal quem proporciona cerca de quatro milhões de empregos, são os "patrões". E os sindicatos quantos empregos proporcionam à população portuguesa?

Parece-me até que a grande maioria dos sindicalistas são, eles próprios, empregados por conta de outrem, conferindo-lhes a lei a possibilidade de desempenharem tais funções por conta e à custa do "patrão". Corrijam-me se estou errado, pode ser que a lei tenha mudado a partir de março de 2006, altura em que me aposentei e nunca mais quis saber de leis.

Conheço sindicalistas há 36 anos a dizer invariavelmente a mesma coisa, estando o País em melhores ou piores condições económicas, como se de uma cassete se tratasse, um pouco à imagem da classe política que nestas três décadas e meia de democracia (espécie de democracia, digo eu), têm feito precisamente a mesma coisa: enganar o povo, repetindo constantemente as mesmas mentiras.

Consta até que alguns sindicalistas têm bons tachos e óptimas mordomias, situação nada condizente com a filosofia que apregoam. Ou seja: "não condiz a bota com a perdigota". "Bem prega Frei Tomás...".

Em minha casa, se só tenho capacidade económica para comer pouco mais que uma sopa por dia e uma verba mensal de 500 euros para administrar, se for além dessas minhas possibilidades, vou endividar-me e criar uma situação descontrolada e insustentável que conduzirá, mais cedo ou mais tarde, à impossibilidade de honrar os meus compromissos, ficando entregue à voragem hipotecária das Instituições credoras.

Nas Empresas, os "patrões" também não podem assumir encargos superiores às receitas, caso contrário, terão que se endividar, pedindo dinheiro emprestado à Banca, situação que vai obrigar a um maior esforço financeiro, muitas vezes impossível de cumprir, só restando como solução, a falência.

A situação é difícil para os dois lados (patrões/empregados) mas é preciso não esquecer que um "patrão" tem um conjunto de responsabilidades perante o trabalhador e perante o Estado que vão muito para além do vencimento que é pago todos os meses.

Combater e contestar os "patrões" reivindicando aumentos e regalias sociais que não é possível concretizar na actual conjuntura, é forçar ao encerramento de muitas mais empresas e fazer engordar o número de desempregados.

É isto que os sindicatos querem?

Na vizinha Espanha foi possível celebrar um acordo social e económico entre Governo, patrões e sindicatos. Este é muito mais que um acordo, é um atestado de credibilidade europeu e mundial, numa altura em que nuestros hermanos andam aflitos e com as calças na mão.

Em Portugal, em que a aflição é ainda maior, já com as calças no fundo das pernas, não seria proveitoso e fundamental celebrar um acordo semelhante?

Abram os olhos, defendam os interesses da maioria dos portugueses e não se subordinem às conveniências de uns poucos.

"As amizades individuais, não devem nunca influenciar ou prejudicar o tratamento equitativo do colectivo" (mcm).

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