O MEU PARTIDO GANHOU COM MAIORIA ABSOLUTA, 45,5%!!!

Imagem retirada do Google

Tal como acontece no meu caso, milhões de portugueses não se reveem no actual mapa partidário que domina e conduz esta nossa pseudo democracia de forma absolutamente caricata e profundamente desigual, com privilégios para os poderosos e sacrifícios para os mais fracos.

Se juntarmos aos 45,5% dos abstencionistas os 2,5% que votaram em branco e 1,7% que votaram nulo, temos 49,7% de eleitores, metade da população votante, que não confiaram o seu voto aos partidos que os têm sistematicamente  empobrecido, com uma brutal sobrecarga de impostos e aumentos nos bens de primeira necessidade, mas também nos outros, como por exemplo o combustível, o gás, a água, a electricidade, as taxas moderadoras na saúde e as despesas com a justiça, entre muitas outras.

A classe média baixa foi completamente aniquilada, pelo que hoje em dia, depois dos poderosos e de alguma classe média alta, existem apenas os pobres, os pobrezinhos e os sem abrigo.

Acredito que haja imensas e diversas razões pelas quais as pessoas não vão votar mas a principal, deve ser, sem dúvida, a indecente prestação dos políticos e a desfaçatez dos governantes, quase todos atolados em habilidosos esquemas de corrupção e vergonhosas práticas de nepotismo.

É também por isso que eu não voto mas o meu descontentamento já vem de longe. Eu nunca irei esquecer o que as forças políticas me fizeram em 1974/75, quando decidiram entregar Angola, de modo leviano e covarde, sem salvaguardar minimamente os interesses de mais de um milhão de portugueses que ali viviam e trabalhavam como se do seu País se tratasse. Por causa dessa vergonhosa actuação de Portugal, governada pelas forças de esquerda, eu e a família tivemos que fugir da terra que amávamos, passando por situações de angústia e desespero inenarráveis e os meus filhos não puderam sequer adoptar a nacionalidade do País onde nasceram. Isso, eu nunca vou perdoar, nem nesta nem nas outras vidas.

Nenhum partido e nenhum governo foi capaz, nestes 45 anos de regime democrático, de fazer justiça aos espoliados vítimas da descolonização e, simultaneamente, tratar com a necessária dignidade os bravos ex-combatentes que ao serviço da Pátria, muitos sacrificaram as suas vidas e muitos outros sofreram provações e privações inenarráveis. 

A Pátria, pela mão destes governantes pós-democracia, tem sido cruel para com aqueles que heroicamente a defenderam e, por isso mesmo, não merecem o meu voto e o da maioria do povo português. 

Se algum dia aparecer um partido e um governo que seja capaz de pedir desculpa pela criminosa descolonização e reconhecer o heroísmo e o patriotismo dos ex-combatentes, então cá estarei para ponderar o exercício do meu direito de voto.