QUE SURPRESA NOS TRARÃO AS LEGISLATIVAS ANTECIPADAS?

Atenção: Sondagens são sondagens!...

A partir do momento em que o orçamento foi chumbado na AR, não restava outra solução ao Presidente da República que não fosse dissolver o Parlamento, precisamente aquilo que previamente tinha anunciado aos portugueses, caso isso acontecesse.

Cumprindo a palavra dada, o Presidente da República, depois de ouvir os Conselheiros de Estado, dissolveu o Parlamente e marcou as eleições para o dia 30 de Janeiro, data que não sendo consensual, pois alguns partidos preferiam 16 de Janeiro, acabou por ser acatada por todos.

Com as legislativas à distância de dois meses e meio, começou o frenesim das sondagens, as quais continuam a colocar o PS a uma grande distância do PSD e no que diz respeito aos partidos mais pequenos, continuam a ordená-los da forma que mais lhes convém, dentro das convicções ideológicas que defendem.

O Partido Socialista teve nas últimas legislativas 36,34% dos votos e o PSD 27,76, uma diferença de 8,58 pontos. Ora bem, se o PS depois de ter cumprido o mandato de 4 anos, sem grandes incidentes na Geringonça, não conseguiu uma votação expressiva nas últimas legislativas, como é que agora faz apelo a uma maioria para poder governar com estabilidade, depois da pouca vergonha que se passou no Parlamento com o chumbo do orçamento?

O PS e os partidos da Geringonça vão ser penalizados, de nada valendo ao partido da rosa endoçar as responsabilidades do chumbo do orçamento ao BE e ao PCP. A gula do Costa ao usurpar um direito que pertencia a Passos Coelho, tinha que ter as suas consequências, mais tarde ou mais cedo. "Quem com ferros mata, com ferros morre". Os partidecos da extrema esquerda que formam a Geringonça chegaram à conclusão que uma solução deste tipo só favorece o próprio PS e essa lição foi tirada das sucessivas eleições entretanto realizadas, em que tanto o BE como o PCP perderam muito eleitorado e deputados, culminando nas últimas autárquicas, com a perda de dez Câmaras para os socialistas.

Nesse sentido, sendo os partidos da Geringonça penalizados, a direita tem agora uma soberana oportunidade de se sobrepor à esquerda, para poder retribuir com juros, ao Costa, a mesma solução que ele encontrou em 2015 quando, perdendo as eleições para a coligação "Portugal à Frente", num golpe de vergonhosa usurpação, formou com os partidos da extrema esquerda, um acordo de governação que se iria arrastar e aguentar durante seis  anos. Em 2015 o PS teve 32,31% dos votos e a coligação 36,86.

Embora as sondagens continuem a torcer descaradamente pela esquerda, tudo indica  que a direita vai sair vencedora das próximas legislativas e que a soma aritmética do conjunto dos partidos dará para formar uma maioria parlamentar na AR, ao contrário do que tem acontecido. Se isso se verificar, a direita só tem que se juntar e entender, para formar um governo que faça esquecer rapidamente o pior governo  de Portugal da era democrática, minado pela corrupção, compadrio, neputismo, promiscuidade com a justiça e uma rede imensa de esquemas fraudulentos para estorquir dinheiro ao Estado para benefício dos próprios. 

Nada acontece por acaso. "Cá se fazem, cá se pagam".