Surpreendentemente, a Ucrânia passou de uma posição de defesa do seu território para uma posição de ataque ou contra-ataque, em pleno território russo, tendo conquistado e controlado até ao momento, mais de 1.000 quilómetros quadrados.
Esta incursão ucraniana em território russo, ocorrida na região de Belgorodo, marca uma nova fase do conflito e uma estratégia mais agressiva por parte da Ucrânia.
Estas incursões em território russo têm uma característica importante, já que foram conduzidas por grupos de russos anti-Putin, como a Legião da Liberdade da Rússia e o Corpo de Voluntários Russos. Esses grupos, embora sejam compostos por cidadãos russos, actuam em coordenação com a Ucrânia e têm realizado ataques em cidades fronteiriças russas, admitindo que agem desta forma porque querem derrubar o regime de Vladimir Putin.
Estas incursões, para além do objectivo de conquistar e controlar território russo, também contemplam operações de sabotagem em infraestruturas russas, como linhas de energia e depósitos de combustível, com o objectivo de desestabilizar a logística russa e criar confusão. Também funcionam como diversão, forçando a Rússia a redistribuir forças que poderiam estar na linha da frente na Ucrânia.
A Ucrânia intensificou o uso de drones para atingir alvos dentro da Rússia, incluindo Moscovo. Alguns desses ataques têm como objectivo demonstrar a capacidade ucraniana de levar a guerra para o território russo, um elemento psicológico importante no conflito.
Esses ataques e incursões têm causado preocupação entre a população russa e levado a uma maior pressão sobre o Kremlin para proteger áreas até então consideradas seguras. Em algumas regiões fronteiriças, houve evacuação de civis e reforço das defesas.
A Rússia tem respondido com retaliações, incluindo bombardeios massivos em cidaddes ucranianas. Além disso, tem tentado reforçar a segurança em áreas estratégicas dentro do seu território. no entanto, essas incursões põeem a nu as fragilidades da capacidade defensiva russa.
Em suma, essas operações reflectem uma mudança na táctica ucraniana, que agora busca também criar caos dentro do território russo e ampliar o alcance da guerra para além das fronteiras ucranianas. A situação aumenta a complexidade do conflito e pode levar a novas escaladas, com implicações ainda imprevisíveis tanto no campo militar quanto no diplomático.
É difícil prever o que vai acontecer no futuro relativamente ao território russo ocupado mas se a Ucrânia conseguir conlidar as posições e defender o território ocupado, pode vir a servir como moeda de troca, num mais que previsível acordo de paz. Como moeda de troca servirão também as centenas de militares russos feitos prisioneiros nessas incursões.
Putin jamais pensaria que a Ucrânia fosse capaz de pôr em causa o território russo. Fez mal as contas, enganou-se e, de certa forma, ficou numa situação muito embaraçosa e até humilhante que nem a contrainformação consegue disfarçar.
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