terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ASSIM, ATÉ EU GANHAVA AS ELEIÇÕES!...


Com apoiantes tão ilustres, até eu chegava a Presidente da República. Cavaco Silva pode dormir descansado porque o segundo mandato está garantido.

Há três candidatos que em vez de se apoiarem a si próprios, decidiram levar ao colo o Professor Aníbal Cavaco Silva. Dos três, o que mais tem contribuído para a vitória do actual Presidente da República, é sem dúvida Manuel Alegre. De cada vez que tem oportunidade de se dirigir aos órgãos de comunicação social, o candidato socialista só fala de Cavaco Silva. E repete sempre a mesma coisa, até à exaustão, até à saturação e indignação das pessoas que estão cansadas desta forma lodacenta de fazer política.

Portugal inteiro sabe quem é Cavaco Silva e quem é Manuel Alegre. A maioria dos portugueses confia no Presidente da República e tem dele uma ideia muito diferente da de Manuel Alegre. Os portugueses conhecem o percurso político de Cavaco Silva e sabem que foi um excelente Ministro das Finanças e de longe, o melhor Primeiro-Ministro de Portugal da era democrática. Para além disso, é um cidadão formado com valores éticos e morais muito elevados que tem exteriorizado excelentemente ao longo da vida, não só profissionalmente mas também como chefe de família, católico e patriota.

Se concordo com tudo o que ele tem feito? Claro que não. Há decisões que ele não tomou que eu já teria tomado há muito. Por vezes, não gosto da sua contenção verbal e do seu silêncio, embora reconheça que um Presidente da República tem o dever de ser ponderado e moderado.

E quanto a Manuel Alegre, quais foram os cargos públicos que desempenhou? Quais são as suas aptidões para exercer com competência e responsabilidade o cargo de Presidente da República? Acompanho o seu percurso político desde 25 de abril de 1974 e não lhe vi fazer nada de relevante, a não ser garantir uma excelente reforma como deputado à Assembleia da República.

Porém, se a sua actuação nos últimos 36 anos não me agradou, o seu percurso de vida, antes de 25 de Abril de 1974, também merece da minha parte total reprovação porque, como militar, praticou actos que eu condeno e repudio. Cumpri três anos de tropa em Angola, ao serviço da Pátria e jamais seria capaz de denunciar um camarada meu ao inimigo.

Até poderia aceitar que um candidato a Presidente da República pudesse ocupar o cargo de Comandante Supremo das Forças Armadas, tendo desertado do Serviço Militar, por questões políticas ou outras; o que eu não posso aceitar é que um candidato a Presidente da República, por inerência o Chefe Supremo das Forças Armadas, possa ocupar tão alto cargo, tendo denunciado ao inimigo a posição das tropas portuguesas.

O Povo português sabe o percurso de vida dos candidatos e na hora de decidir quem melhor defende os seus interesses, não tenho dúvidas que vai escolher Cavaco Silva.

Depois, com a ajuda preciosa que os três candidatos de esquerda lhe têm dado, fazendo diariamente óptima publiciadade ao seu nome, também não tenho dúvidas que vai ganhar à primeira volta e, dessa forma, livrar o Povo Português de mais um espectáculo degradante e vergonhoso de baixa política, poupando, ao mesmo tempo, alguns milhões de euros ao erário público que se encontra num miserável estado de delapidação.

Tinha prometido a mim mesmo que nunca mais votaria em ninguém e que o meu voto passaria a entrar na urna em branco, já que a classe política deste pequeno País, desceu a patamares inimagináveis de descredibilidade mas depois dos pérfidos ataques que têm sido desferidos a um dos poucos homens que neste País não tem rabos de palha, vou romper com a promessa que fiz e contribuir com o meu voto para a reeleição do actual Presidente da República, dado que a gravidade da actual conjuntura não está para embarcar em aventuras poéticas.

Desde 2006 que a minha reforma tem diminuído todos os anos e em 2011 vai sofrer mais um rombo brutal que me vai obrigar a apertar mais buraco e meio no cinto. E tudo isto está a acontecer por manifesta incompetência de quem nos governa. O Governo e um grupo restrito de poderosos provocou a crise e a grande maioria do Povo que nada contribuiu para ela, é que paga o grosso da factura.

Na Grécia, na Tunísia e em vários Países do Mundo, os políticos estão a ser chamados a contas... quando prestarão contas os políticos portugueses?

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