CGTP-IN - SEMPRE A MESMA ACTUAÇÃO DE FUGA PRÁ FRENTE

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Conheço a actuação e os métodos desta Central Sindical desde o tempo da revolução dos cravos e jamais estive de acordo com tal forma de actuar que é, em meu entender, lesiva dos interesses da generalidade dos trabalhadores portugueses.

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Negociar acordos de concertação social, para a CGTP significa estar sempre em desacordo, contra tudo e contra todos e abandonar intempestivamente as negociações,  sem fazer qualquer tentativa para melhorar os acordos e proporcionar melhores condições aos trabalhadores.

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Numa negociação onde prevaleça a boa-fé, nenhuma das partes envolvidas deve adoptar uma posição rígida e intransigente, porque tal posição inviavilizará a celebração de qualquer acordo.

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Ora, se esta é sistematicamente a posição da CGTP, ao longo de três décadas e meia, torna-se evidente que o seu objectivo não é negociar mas simplesmente demitir-se das suas obrigações, enjeitando sistematicamente as suas responsabilidades.

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O procedimento da CGTP é censurável, já que adopta sempre a posição mais cómoda e mais fácil, não negociando, para não assumir responsabilidades e, consequentemente, estar sempre numa posição confortável para criticar e maldizer.

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Convocar greves gerais numa conjuntura económica tão difícil para o País e para os trabalhadores, quando o desemprego atinge mais de 750.000 trabalhadores, é sem dúvida uma atitude de grande irresponsabilidade, pela simples razão de que as reivindicações não podem ser satisfeitas e ao contrário do que a Central apregoa em grandes slogans, os trabalhadores acabam duplamente penalizados porque perderam o seu salário e o País ficou mais pobre.

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O que seria lógico e patriótico na actual situação do País, era que a Central explicasse aos trabalhadores a real situação da economia e lhes pedisse que colaborassem no esforço de recuperação das condições económicas para então, depois, voltar à carga e reivindicar melhores condições salariais.

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Pela sua actuação, não posso de forma alguma estar de acordo com o papel desempenhado pela CGTP na sociedade portuguesa e, por outro lado, tenho fracas recordações já que há 36 anos, uma manifestação da CGTP "apanhou-me" e maltratou-me na Junqueira próximo do Calvário. Na altura, seguia numa velha viatura da marca mercedes Benz, propriedade de meu pai que se encontrava emigrado na Alemanha. Na viatura, seguia ao meu lado a esposa e no banco traseiro iam meus dois filhos de tenra idade, de 2 e 4 anos de idade. De repente, o carro começou a ser sacudido violentamente, como se tentassem virá-lo, ao ponto de meus filhos saltarem de um para o outro lado do banco e gritarem em pânico, ao mesmo tempo que éramos insultados e apelidados de fascistas. O tempo que estive parado à espera que o desfile de manifestantes passasse, pareceu uma eternidade e não obstante o destemor dos meus 27 anos de idade, confesso que estava com muito medo, sempre à espera que estilhassassem os vidros e me agredissem e molestassem também os meus familiares. Nesse dia jurei que jamais participaria numa manifestação e dificilmente me deixaria envolver numa situação idêntica e de facto assim aconteceu.

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A CGTP não evoluiu e continua a não ser uma mais-valia para os trabalhadores. Infelizmente, por culpa da irresponsabilidade e incompetência dos sucessivos governantes, que têm delapidado o património do estado e empobrecido os cidadãos, o descontentamento dos trabalhadores é muito grande e a CGTP encontra nessas pessoas os apoios que de outra forma nunca encontraria.

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À CGTP não interessa um País próspero e a sua população feliz porque se isso acontecesse não teria qualquer hipótese de sobreviver.