terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CONDECORADO!!! PORQUÊ?



 Foto retirada do Google
 
Tenho procurado avaliar as condecorações que têm sido feitas pelos sucessivos Chefes de Estado e, pelo menos, relativamente às personalidades que conheço da vida pública, muitas delas não têm razão de ser. 
Condecoram-se pessoas que não prestaram quaisquer serviços relevantes ao País e, pelo contrário, algumas delas até lhe prestaram muitos maus serviços.
 
Os condecorados, salvo raras excepções, são pessoas que falharam no desempenho das suas funções, por incompetência ou servilismo e, porque não são merecidas nem justas, tal distinção só deveria ser atribuída em casos muito excepcionais.
 
Atribuir tantas e tão altas distinções a pessoas que nada fizeram para as merecer, cria na ideia do cidadão, o desprestígio e a inutilidade do acto.
 
Hoje, o Chefe do Estado condecorou mais algumas personalidades mas eu quero referir-me exclusivamente ao ex-Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro que antes de o ser já tinha desempenhado uma série de cargos públicos sem grande notariedade. Hoje recebeu das mãos do Chefe do Estado, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, um símbolo que deve ser atribuído a quem prestou destacados serviços ao País em funções de soberania.
 
Quais foram os serviços distintos que o cidadão António Monteiro prestou ao País? O ex- PGR foi uma nódoa no desempenho do cargo. Teve nas mãos a possibilidade de cooperar na condenação de um criminoso que cometeu uma série de vigarices e conduziu o País e os portugueses à bancarrota e à miséria e nada fez, ou melhor, colaborou na obstrução à justiça para inocentar Sócrates nos casos de corrupção que o País inteiro condenou.
 
Para o ex-PGR, casos vergonhosos de corrupção conhecidos como "Cova da Beira", "Freeport" e "Face Oculta", entre outros, não mereceram a sua isenta intervenção e toda a gente percebeu, pelo menos relativamente ao processo "Face Oculta", a sua preocupação em fazer desaparecer as provas, mandando destruir as transcrições das conversas escutadas entre Sócrates e Vara que o Juiz de Aveiro enviou à Procuradoria-Geral da República em forma de certidão.
 
Há neste País o feio hábito de promover, reconhecer e recompensar quem não merece e perseguir, desvalorizar e prejudicar as pessoas de bem. Enquanto este hábito não mudar, o poder vai continuar nas mãos das pessoas erradas.
 
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

De facto, isto é, até certo ponto, misturar alhos com bugalhos, no entanto, eu pergunto-lhe: Viu, algum dia, os Bancos, emprestarem dinheiro a quem não tem? É lógico, racional e intuitivo, que nunca viu.

Por outras palavras: O Capitalista só dá a quem tem.

Isto quer, ainda, significar, que os Bancos não cumprem com a sua Função, perante a Sociedade e perante quem, de facto, precisa.

Pois é, com as Condecorações, passa-se, exactamente, a mesma coisa.

As Individualidades que, para tal, têm competência, condecoram quem não merece e não condecoram quem merece. É o País que temos.

Isto não vai mudar, pois eles protegem-se uns aos outros!!!!!!

Como, actualmente, qualquer Pessoa, sem merecer, recebe uma distinção honrosa, este acto, acaba por não ter o significado merecido.
Laranjeiro, 20-02-2013