OS FOGOS, NA SUA MAIOR PARTE, TÊM ORIGEM NA MALDADE HUMANA

Imagem retirada do Google

O País está a arder. Todos os anos na época de verão assistimos a esta imensa tragédia que consome o que resta das nossas florestas e devora tudo o que encontra no seu percurso: equipamentos, casas e animais. É um espectáculo dantesco que arrepia os mais corajosos e causa dor e sofrimento a todos as pessoas que são atingidas pela sua devastação.

Não há bombeiros nem meios aéreos que cheguem para combater 500 ou 600 fogos ao mesmo tempo. Se por hipótese fossem destinados 50 bombeiros e um carro/tanque para combater cada fogo, seriam precisos 600 carros/tanques e 30 mil bombeiros! Toda a gente sabe que é impossível colocar no terreno estes efectivos e por isso a única solução é deixar arder, salvaguardando somente, sempre que possível, as habitações e os seus ocupantes.

Estas tragédias aumentam de ano para ano. Só não há maior extensão de áreas ardidas porque em muitos milhares de hectares já não há nada para arder. É desolador viajar por esse País fora e apenas se avistar terra queimada!

Consta que centenas de fogos são ateados criminosamente pela mão do homem, nuns casos por prazer (é inimaginável até onde pode chegar a depravação mental do homem), noutros por raiva, mas também por inveja ou vingança e ainda noutros casos por interesses na comercialização das madeiras queimadas a preços de saldo e por disputas mesquinhas dos responsáveis pelas diferentes áreas de caça.

Seja por que razão for, o crime de atear fogos, deveria ter uma moldura penal 3 a 4 vezes superior à que hoje existe porque o crime, em si, é horrível e monstruoso já que põe quase sempre em risco, para além dos incalculáveis prejuízos materiais, também vidas humanas.

Não pode haver democracia autêntica sem uma constituição à altura e uma justiça eficaz. A constituição é ideologicamente tendenciosa e frouxa e não defende capazmente os cidadãos exemplares dos criminosos. Pelo contrário, ela permite que quem cumpre a lei, os cidadãos exemplares, sejam asfixiados pelo peso dos impostos, impostos esses que servem, em parte, para pagar os prejuízos causados pelos criminosos, sejam eles pirónomos (incendiários), ladrões, corruptos ou assassinos.

As televisões, em vez de transmitirem em directo os fogos que lavram de norte a sul do País, para gáudio dos depravados que os ateiam por prazer, para verem as imagens na televisão, deviam procurar filmar os seus autores, procurar saber as suas motivações e dá-los a conhecer aos portugueses. Ouvem-se notícias sobre incendiários apanhados em flagrante mas nunca se viu nas televisões o rosto de nenhum. As televisões não deviam transmitir espectáculos tão horrorosos e deprimentes como são os fogos mas deviam investigar as suas causas e levá-las até às últimas consequências.

Isto é democracia? Será que proteger e defender criminosos é democracia? Sinceramente. achamos que não. A quem comete os crimes tem que ser obrigatoriamente divulgada a sua identidade. É por causa desta permissividade, desta frouxidão que cada vez há mais criminosos e cada vez menos democracia.