sexta-feira, 3 de março de 2017

AOS FRACOS GOVERNANTES ESTÁ ASSOCIADO O FRACO ENSINO EM PORTUGAL

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Imagem retirada do Google

A incompetência dos governantes e dos sucessivos ministros da educação reflecte-se no sistema de ensino que vigora em Portugal.

Cada ministro que chega ao poder quer fazer as coisas à sua maneira e provavelmente de acordo com interesses de empresas e grupos do sector. Nesse sentido, com frequência assistimos à revogação de legislação do anterior governo e à criação de outra que se adapte ao seu modelo de ensino, sem que haja um estudo profundo e alargado na Assembleia da República e, ao mesmo tempo, reúna o imprescindível e precioso contributo daqueles que trabalham no sector do ensino, os docentes, que, como é lógico, são os principais interessados na melhoria da sua qualidade.

A ligeireza, para não lhe chamar leviandade com que todos os anos se alteram os manuais escolares do ensino primário e secundário, é algo que nos leva a formular esta interrogação: Porquê?

Sinceramente, só nos ocorre uma razão e essa tem a ver com a sustentação da indústria livreira que necessita gerar receitas com a publicação de novos manuais. Depois, dado o seu poderio económico, as empresas livreiras exercem a sua influência sobre quem pode decidir, neste caso, o ministro da educação ou o seu secretário de estado, acabando por alcançar os seus objectivos, em detrimento dos estudantes que têm que deitar fora os manuais dos irmãos ou de outros familiares e comprar outros.

Se há coisa que o 25 de Abril de 1974 testou e clarificou, foi sem dúvida a qualidade do ensino em Portugal durante o antigo regime. Senão vejamos: Em todo o período da era democrática vimos em acção grandes personalidades políticas e independentes, na condução governativa do Estado Português e das grandes Instituições públicas e privadas que estudaram e se formaram no sistema de ensino do antigo regime e que ainda hoje, passados quase 42 anos, exercem cargos de relevo na hierarquia do Estado, como por exemplo, o Presidente da República.

Mas nesse período de antes do 25 de Abril, os manuais escolares mantinham-se durante décadas e passavam de avós para netos e de pais para filhos. Por vezes, já se encontravam em tão mau estado de conservação que já faltavam partes de algumas folhas e havia dificuldade em ler algumas passagens porque as letras já estavam gastas.

Por outro lado, no interior dos estabelecimentos de ensino, havia respeito e disciplina e ai daquele que infringisse as regras. Naquele tempo, os professores não eram processados e condenados por castigar os alunos. Outros tempos, outras gentes!

Em contraste com os tempos actuais, era de facto outro mundo. Hoje, os alunos fazem o que querem dentro das salas de aula. São eles quem mandam, riem, contam anedotas, telefonam, interagem nas redes sociais, levantam-se dos lugares para ir falar com os colegas e até para agredi-los, etc., etc., etc. O professor(a) não é respeitado e não tem autoridade para se fazer respeitar. É uma bandalheira e uma autêntica balbúrdia o ensino em Portugal. Não é possível alcançar níveis de sucesso onde prevalecer a falta de respeito e a indisciplina.

No actual sistema de ensino, os mais prejudicados, são sem dúvida os jovens que iniciam a actividade escolar porque a falta de autoridade, disciplina, carências e a fragilidades de toda a ordem, acabam por afectar irremediavelmente o seu carácter e deformar o seu sentido de respeito e responsabilidade.

Hoje, no nosso modelo de sociedade, não há dirigentes experientes, íntegros e independentes, actuam em função de interesses partidários e visões ideológicas e, por isso mesmo, aquilo que um governante de determinada área política acha que é óptimo para reformar o ensino, é imediatamente posto em causa por outro de diferente filiação partidária. Ou seja: prevalecem em primeiro lugar os interesses do partido e só depois os interesses do País. Estará correcto este modelo de sociedade?

Nestas circunstâncias, alguém acreditará que será possível reformar responsável e seriamente o sistema de ensino em Portugal?





1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

De facto, no actual Sistema de ensino, só quem tiver, mesmo, muita vocação e força de vontade, é que consegue atingir os seus objectivos, tal é a indisciplina, a todos os níveis.

Actualmente, as chamadas Chefias, sobretudo nas Escolas, só são fortes com os fracos, porque, com os restantes, nem sonham, sequer, fazer-lhes qualquer tipo de pergunta ou chamá-los à razão.

É evidente que os grandes culpados desta, triste situação, são os Governos pós vinte e cinco de Abril.

Os Professores e daí para cima, se há negativas, têm que fechar os Olhos; se há distúrbios, actuam como se não tivesse havido nada.

Desde quando é que um Aluno que tem várias negativas, passa de Ano lectivo?

Isto deve ser caso único, no Mundo!

Mas isto, são ordens que vêm de cima, por causa das Estatísticas para enviar lá para fora.

Enquanto, em todas as Áreas, seja o Governo que for, não fizerem um Plano para, pelo menos, dez Anos e não deixarem de governar para as próximas Eleições, continuaremos a ser os últimos do pelotão.

É pena porque Portugal tem Potencialidades, muitas, para muito mais.

Se estes Senhores sabem que, com a mudança da Moeda, o que custava, 40, começou a custar 80, 100 e 120, deixando,a partir desse dia, Milhões de Portugueses na Miséria, porque é que teimam em prosseguir, há dezenas de Anos, a mesma Política, nos Manuais Escolares?

Conforme V. Excelência, e muito bem, disse, Interesses de vária ordem, os quais deveriam, de imediato, ser banidos para bem da Nação, Dirigentes e Alunos.

O que se passa com o ensino é, simplesmente, uma vergonha Nacional.
Laranjeiro, 03-03-2017