domingo, 19 de março de 2017

UMA DISSOLUÇÃO ENCOMENDADA QUE CONTINUA A SER UM PESADELO PARA O SEU AUTOR, PASSADOS 12 ANOS!!!



Imagem retirada do Google

Já me tinha referido por mais de uma vez à polémica e irresponsável decisão do ex-Presidente da República Jorge Sampaio de demitir o Governo liderado por Pedro Santana Lopes, suportado por uma maioria estável no Parlamento, formada pelos deputados do PSD e do CDS/PP.

Na verdade, o uso da "bomba atómica" para demitir o Governo, dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas, num cenário em que havia uma maioria no Parlamento a suportar a acção governativa, foi o maior erro político da era democrática e aquele que mais danos económicos e sociais causou ao País e, muito particularmente, à grande maioria das famílias portuguesas.

Escrevi, por exemplo, que não compreendia o silêncio do Dr. Pedro Santana Lopes relativamente ao "plano golpista" de que foi vítima, arquitectada pelo ex-Presidente da República, em conluio com a Direcção do Partido Socialista. Só alguém com uma formação ética e moral irrepreensível seria capaz de agir com tão enorme contenção e respeito por um adversário que o traiu e quis "matar" politicamente.

Na verdade, o mais alto magistrado da Nação, deixou de merecer qualquer respeito e consideração no dia em que colocou os interesses do Partido Socialista acima dos interesses de Portugal e comunicou aos portugueses a sua trágica decisão de demitir o governo maioritário de Pedro Santana Lopes e dissolver o Parlamento.

Perante tão grave e descabida decisão, Pedro Santana Lopes tinha a obrigação de desmascarar o "golpista" e denunciar a armadilha que o ex-Presidente da República lhe montou, informando os portugueses sobre a verdadeira razão de tão catastrófica decisão, a qual, mais tarde, veio a revelar-se terrivelmente ruinosa para o País e para o povo, com a entrada em cena do ex-Primeiro Ministro José Sócrates. O Dr. Pedro Santana Lopes sabia muito bem que a decisão de Jorge Sampaio não tinha como motivação a defesa dos superiores interesses de Portugal mas tão somente facilitar e ajudar o Partido Socialista a reconquistar o Poder, numa época em que andava à deriva, após a demissão do Secretário-Geral Ferro Rodrigues, inconformado com o facto de Sampaio não ter decidido marcar eleições legislativas antecipadas após a saída de Durão Barroso para presidência da União Europeia e ter empossado Santana Lopes como Primeiro Ministro.

Jorge Sampaio continua de consciência muito pesada relativamente ao grave erro que praticou e este pesadelo vai persegui-lo enquanto for vivo e mesmo para além da morte porque ele tem consciência que a dissolução do Parlamento foi um erro clamoroso que arrastou o País para a maior catástrofe económica do pós-25 de Abril/1974, e impôs aos portugueses, durante vários anos, uma austeridade insuportável que lhes causou muitos sacrifícios, pobreza e sofrimento.

Com a ajuda de Jorge Sampaio, o lunático e megalómano Engº José Sócrates chegou a Primeiro Ministro, tendo arrastado o País para a bancarrota com a sua governação ruinosa e, pelos vistos, também devido aos inúmeros esquemas de corrupção em que se envolveu, os quais estão a ser investigados pelo Ministério Público há mais de dois anos e ainda não foi possível deduzir acusação porque a cada passo surgem novos factos onde consta também o seu envolvimento.

Passados mais de 12 anos sobre a data em que dissolveu o Parlamento, Jorge Sampaio continua de consciência pesadíssima porque ele sabe que foi o causador da tragédia que se abateu sobre Portugal e sobre os portugueses e, por isso mesmo, tem absoluta necessidade de continuar a desculpar-se e a mandar areia para os olhos dos portugueses, como foi agora o caso, ao fazer referências depreciativas sobre Santana Lopes, no seu recente livro biográfico, dizendo, entre outras coisas: "fartei-me do Santana como primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva".

Finalmente, uma resposta adequada! O actual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, afirmou na SIC Notícias: "Não aceito, de todo, que se diga que o País estava à deriva. À deriva ficou ele depois". E disse mais: "Se o Dr. Jorge Sampaio porventura quiser falar disto civilizadamente perante as câmaras de televisão, eu tenho todo o gosto".  Pois bem, ficamos à espera, os portugueses esperam que Jorge Sampaio aceite o repto que lhe foi dirigido para debater o assunto na televisão e se disponha a explicar aos portugueses quais foram as causas da dissolução, na presença do acusado. Se o não fizer, os portugueses saberão interpretar a sua recusa.

Já li alguns excertos da referida biografia de Jorge Sampaio e verifiquei que há nela a intenção de procurar justificar a trágica dissolução em Novembro de 2004, algo que é manifestamente injustificável. Claro que é o peso na consciência que o corroi e o obriga a procurar desculpar-se de um acto que não tem desculpa.

Quanto a Santana Lopes, alegra-me o facto de finalmente romper o silêncio. Porém, embora reconheça e louve a sua cordialidade e elevação, não posso deixar de criticar a sua tardia reacção (já passaram 12 anos!) e, mesmo assim, muito branda, tendo em conta o mal que lhe fez.

O acto praticado pelo ex-Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, em Novembro de 2004, foi uma traição ao então Primeiro-Ministro Dr. Pedro Santana Lopes, ao País e aos Portugueses que desde então têm sofrido na pele as consequências de tão trágica decisão.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Como as Pessoas são diferentes!

Por vezes, com semelhantes comportamentos,isto leva-me a dizer que a chamada Esquerda, é de direita e a chamada direita, é de Esquerda.

Nunca um Presidente daquilo a que chamam de direita, faria semelhante coisa a um governo de Esquerda.

Veja-se, por exemplo, a colaboração actual, entre o Snr Presidente e o Snr Primeiro Ministro.

E o que faria um Primeiro Ministro da Esquerda, a quem um Presidente da República de Direita, fizesse esta maldade?

Efectivamente, gostei do desafio do Dr Santana Lopes, embora, devido à sua Educação, tardio, ao Exmo Senhor Dr Jorge Sampaio.

De facto e por causa desta desastrosa medida, teve que ser pedida mais uma ajuda ao Estrangeiro, pondo os mais Pobres a pagar o que Políticos e Banqueiros, fizeram.

O mais engraçado, sem graça nenhuma, a começar por mim, é que, mesmo com um Governo que só dá e não tira nada a ninguém, esse abuso, sem nossa autorização, contínua!
Laranjeiro, 24-03-2017