quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

MAIS UM ANO

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É isso mesmo, mais um ano e nada mais do que isso. Inexoravelmente, o tempo não pára e corre veloz, sempre p'rá frente, indiferente a todas as actividades da humanidade. Nessa caminhada para a meta final, quando se atinge uma certa idade, a chegada de um novo ano deixa de ter o significado de outrora  e passa a ser considerado como uma rotina habitual e normal do dia a dia. 

Durante muitos anos vivemos intensamente, com muito entusiasmo e esperança todos esses momentos, sempre na expectativa, em cada ano que se iniciava, poder, finalmente, realizar todos os objectivos com que sempre sonhamos. Cumpria-se rigorosamente todos os tradicionais rituais: vestia-se roupa interior nova, cuecas azuis e à meia-noite, comiam-se as doze passas, correspondentes ao mesmo número de desejos que se tinham previamente seleccionado e que depois se recordavam, com muita fé e esperança no momento de brindar ao novo ano.

Pois de há alguns anos a esta parte, todos esses rituais deixaram de fazer sentido para mim e, por isso mesmo, deixei de os praticar. Não acredito neles. Deixei de viver na ilusão e passei a viver a realidade da vida, dia a dia, com tranquilidade, sempre de acordo e em função das minhas possibilidades económicas. 

Não acredito nos astros e muito menos em curandeiros, adivinhos, videntes, horóscopos ou coisas do género. Toda essa gente que vive da venda de ilusões, não tem qualquer competência e muito menos poderes para fazer com que alguém possa curar os seus males ou realizar os seus sonhos. Se assim fosse, toda essa gente era feliz e bem sucedida na vida e não tinha problemas económicos porque acertava com facilidade nos números do euromilhões, totoloto, totobola, lotaria, etc., etc. Porém, o que normalmente se verifica, é que a maioria dessas pessoas não passam de miseráveis charlatões.

A ilusão de que se pode realizar num ano os sonhos de uma vida, é completamente utópica e irrealista porque tal objetivo só se consegue a pouco e pouco, dia a dia, ano a ano, ao longo de toda a nossa existência e, por vezes, senão a maior parte delas, acabamos por morrer sem conseguir minimamente cumprir a maioria dos nossos sonhos.

Esta forma de estar na vida só se consegue com o passar dos anos. Quando chegamos à terceira idade, atingimos um razoável grau de conhecimento, conseguido nessa grande escola que é a Universidade da Vida, fruto das incontáveis e inenarráveis experiências vividas. A maioria das coisas em que antes acreditávamos, nesta altura já não fazem sentido porque, precisamente, por experiência própria, verificámos que não são verdadeiras.

Deixo os sonhos e ilusões para todos quantos ainda estão em idade de sonhar porque a verdadeira realidade da vida só chega com a idade e com as experiências vividas.

Muita saúde para todos.


1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Assim é, efectivamente.

De facto, o tempo das ilusões, já vai longe.

Se isso dos adivinhos fosse verdade, as Pessoas que trabalham com isso, aproveitavam o melhor (Saúde e Dinheiro) para eles.

Quanto às comemorações Natalícias e não só, também já acabei, há muito tempo, com tudo.

É mais que evidente que, a idade, tudo nos leva.

De um momento para o outro, ficamos uma autêntica manta de Retalhos e os tais objectivos não foram cumpridos.

Pelo menos, não fizemos, nem de longe nem de perto, o que queríamos e ambicionámos.

É a Lei, implacável, da vida.

Assim sendo, mais um Ano, de tristes recordações, que foi embora e um Ano Novo que não se espera muito melhor.

Mesmo assim, para os menos pessimistas, mais novos e menos novos, desejo-lhes, também, muita SAÚDE.
Laranjeiro, 10-01-2018