terça-feira, 25 de novembro de 2008

AS CRIANÇAS NUNCA MENTEM

As crianças são, por natureza, puras e inocentes. Por norma não mentem mas quando o fazem, são facilmente apanhadas porque os seus rostos são os primeiros a denunciar as suas mentiras.
As crianças da Casa Pia não são diferentes das outras crianças. Pessoalmente, acredito que elas falam verdade. E para ser sincero, acredito muito mais nas graves acusações que fazem, na condição de vítimas abusadas e violentadas do que nos adultos envolvidos nesses abusos e que adoptaram como estratégia de defesa, a falta de credibilidade das crianças, acusando-as de serem mentirosas.
Pobres crianças! Foram entregues à guarda de uma Instituição que devia protegê-las e foi ela própria, a Instituição, através de alguns dos seus funcionários a roubar, em primeiro lugar, a inocência a crianças de tenra idade e a colocá-las depois, na rota da pedofilia, ao serviço de uns tantos Senhores bem posicionados na sociedade portuguesa e bem protegidos, ao mais alto nível.
Do que tenho visto e ouvido, sinto imensa vergonha. Como é possível que homens adultos, aparentemente saudáveis e respeitáveis, sejam capazes de tamanhas monstruosidades?
Um pedófilo é um criminoso perigoso, capaz de rasgar as entranhas de uma criança e de lhe infligir as mais horrendas barbaridades, quiçá até matá-la, para satisfazer as suas depravadas fantasias sexuais.
Durante décadas, os pedófilos puderam abusar das crianças a seu bel prazer, porque sabiam que a justiça não os incomodaria. Durante décadas, as crianças foram violentadas e sofreram caladas porque estavam entregues a si próprias e era fácil ameaçá-las e comprar o seu silêncio.
Creio que entretanto, algo mudou, para melhor na Justiça portuguesa, na defesa das inocentes crianças e estão criadas condições para que possa actuar sobre os pedófilos com grande severidade, aplicando-lhes penas exemplares.
Dentro em breve, quando for lida a sentença do processo Casa Pia, veremos se a Justiça foi capaz de fazer justiça, tratando ricos e pobres de forma idêntica. Estamos todos cá para ver.

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