terça-feira, 30 de dezembro de 2008

GOVERNO ACODE AOS PODEROSOS DA BANCA

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Imagem retirada do Google

Primeiro o BCP, depois o BPN e agora o BPP. Buracos financeiros de muitas centenas de milhões de euros, provenientes dos depósitos dos clientes que as suas Administrações, de forma irresponsável, desviaram para investimentos especulativos, altamente perigosos e ruinosos.
Mas será que os restantes Bancos, a julgar por estes exemplos, não estarão nas mesmas circunstâncias?
Quem pode garantir que não estão? O Banco de Portugal?
Depois do que se passou com a supervisão daqueles Bancos, onde os bem pagos reguladores do BP não detectaram qualquer irregularidade, é normal que não acredite no que dizem as Administrações da Banca Nacional e, muito menos, nas explicações e desculpas do Governador do Banco de Portugal, que devia ter actuado preventivamente, antes das fraudes acontecerem.
O que tenho lido e ouvido na imprensa escrita e falada, relativamente à actuação das Administrações destes três Bancos, deixou-me incrédulo e estupefacto. Embora sempre imaginasse que as Instituições bancárias cometessem ilegalidades e favorecessem uns em detrimento de outros, nunca imaginei tamanha dimensão! O que tem vindo a público, ultrapassou toda a minha imaginação ao nível das desconfianças nas Instituições Bancárias. Compadrio, desfalques, financiamentos em benefício próprio, financiamentos sem aval a familiares e amigos, ordenados milionários dos Administradores, negócios irresponsáveis e ruinosos, encobrimento de negócios, relações perigosas com dirigentes e empresários do futebol e da noite e um sem número de actividades ilegais que afinal parecem ser prática corrente nessas Instituições, onde não falta o branqueamento de capitais e as relações fraudulentas com as offshores.
Na iminência de uma situação de insolvência que conduziria indubitavelmente aqueles Bancos à falência, o Governo da Nação, através do seu Ministro das Finanças, apressou-se a nacionalizar o BPN e a arranjar soluções de viabilização para o BCP e para o BPP, custando tais soluções ao erário público, muitas centenas de milhões de euros que deviam ter sido utilizados, numa conjuntura económica tão grave, na ajuda aos sectores produtivos com mais dificuldades perante esta enorme crise económica mundial.
O Governo correu a salvar os bancos da falência mas não fez o mesmo relativamente a tantas Empresas dos mais variados sectores que todos os dias fecham as suas portas, deixando milhares de pessoas no desemprego.
O Governo tem uma forma muito peculiar de actuar: forte, generoso e decidido quando se trata de acudir aos poderosos e fraco, egoísta e inactivo quando são os mais desfavorecidos a necessitar de ajuda.
Os exemplos com que poderíamos ilustrar o conteúdo do anterior parágrafo, são aos milhares por esse Portugal fora e as vítimas foram, entre outras, os agricultores, os pescadores, as pequenas e as médias empresas e os milhares de trabalhadores que perderam os seus empregos, devido à crise que se instalou nos seus locais de trabalho, aos quais este Governo voltou as costas, nada fazendo para os ajudar, ao contrário do que fez aos Bancos referidos, de forma tão célere.
O Governo do País deve actuar relativamente aos diferentes sectores produtivos e aos diferentes estratos sociais, com equidade e justiça, adoptando para casos idênticos, medidas similares.
Como observador atento da sua actuação, devo dizer que tal não tem acontecido e dessa falta de equidade, são os mais desfavorecidos quem mais razões de queixa têm.
Relativamente à sua doutrina ideológica e às promessas eleitorais que fez aos portugueses, a actuação deste Governo constitui um evidente paradoxo, facto que deve merecer o protesto veemente de todos os portugueses.

1 comentário:

ambc disse...

De facto, o regabofe dos bancos tem uma dimensão bem superior àquela que eu imaginava. É um escândalo monumental mas foi prontamente convertido pelo Governo da Nação numa pequena irregularidade e, por isso mesmo, apressou-se a sair em sua defesa, salvando-os da falência.
Neste País, só os ricos têm direito aos milhões do Estado e a tudo o mais que tenha a ver com benefícios.
Se fosse mais novo, emigrava para a Austrália ou Canadá. Nesta idade, quem me comeu a carne, terá que me roer também os ossos.
Um abraço caro Manuel Meirelles e continue a denunciar essa cambada sem escrúpulos.