terça-feira, 19 de maio de 2009

A "ILHOTA" DA VERGONHA



Se não tivéssemos assistido durante mais de dois anos a esta tragédia, dificilmente acreditaríamos que seria verdade.

Um cidadão de nacionalidade são- tomense, que aparentemente sofre de perturbações mentais, apoderou-se de uma minúscula barraca sem o mínimo de condições de habitabilidade, com 4/5 metros quadrados de superfície, situada junto ao antigo Forte da Ameixoeira, nas imediações da Feira das Galinheiras e em frente às novas instalações da Sede do SIS (Serviço de Informações e de Segurança), inauguradas há pouco mais de um ano.

O local tem sido objecto de obras de grande vulto e neste momento estão em construção acessos importantes ao Eixo Norte Sul, à Av. Santos e Castro e ao Eixo Central.

Aquele impecilho já causou grandes transtornos e elevados prejuízos aos empreiteiros que em vez de limparem o terreno a eito, tiveram que escavar e terraplanar contornando aquela "ilhota" e, depois, proporcionar acesso ao utilizador da mesma.

Como até hoje nenhuma organização humanitária de carácter social nem tão pouco o Estado foram capazes de resolver tão confrangedora situação, os empreiteiros têm preservado aquela pequena elevação de terreno, no cimo do qual se encontra a dita barraca, sem um mínimo de condições, basta dizer que não tem luz eléctrica nem saneamento básico e mal cabe lá dentro um colchão de solteiro.

Posso testemunhar que o homem faz as necessidades no exterior, pela encosta abaixo, de rabo voltado para o local onde habito. Também é no exterior que faz a higiene do corpo, em cuecas, utilizando um alguidar com água.

Apercebo-me também que algumas mulheres que o visitam, ali tratam igualmente da higiene, no exterior da barraca, lavando-se por cima e por baixo, à vista de toda a gente. É um espectáculo degradante e deprimente para o qual chamo à atenção e à responsabilidade as Entidades competentes.

Estas situações não deviam ser possíveis no nosso País. Há organizações para tomar conta destes casos que até recebem bons subsídios do Estado. Mas onde estão elas quando são necessárias?
É inequívoco que este cidadão necessita de ajuda e que a sua teimosia em abandonar aquele local se deve única e exclusivamente à sua demência e ao constante estado de embriaguez em que vive.
As autoridades têm que tomar conta da ocorrência e conduzir este cidadão, mesmo que seja à força, a uma instituição de carácter social onde possa ser tratado.

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