
Foto retirada do Google
O todo poderoso Muammar Kadafi que governou a Líbia durante mais de quarenta anos, com mão-de-ferro e esmagou, sem piedade, os seus adversários, está em fuga, sem paradeiro conhecido e corre o risco de ser capturado pelas tropas rebeldes, caso ainda esteja em território líbio.
O líder dos guerrilheiros deu um prazo até sábado às forças pró-Kadafi para se renderem, pois se o não fizerem, avançarão para tomar pela força das armas o último bastião das tropas leais ao decadente líder líbio, instalado em Sirte.
Só perante uma rendição total, os rebeldes evitarão esse assalto final e um mais que provável banho de sangue, já que não admitem qualquer tipo de negociação com o ditador Kadafi, a quem procuram e perseguem por toda a Líbia, para o capturar, vivo ou morto.
Na sua retirada apressada, Kadafi espalhou o terror e a morte, assassinando todos aqueles que se encontravam presos e se opunham ao regime, perseguindo e matando também aqueles que circunstancialmente, por ódio ou vingança, eram acusados de traidores. Foram encontrados milhares de corpos fuzilados e queimados, alguns ainda amarrados de pés e mãos.
Kadafi fez isso ao longo de todo o seu mandato, a todos quantos se opunham na Líbia e espalhou igualmente o terror em muitas regiões do mundo, patrocinando e financiando os mais diversos atentados terroristas. Era um inimigo feroz dos americanos e demonstrou-o logo que tomou o poder em 1969, tomando como primeiras medidas a sua expulsão e a proibição da exportação de petróleo para os EUA.
Porém, ao longo do seu despótico reinado e como consequência do ódio que nutria contra os americanos e israelitas, patrocinou e financiou todos os Países e grupos terroristas anti-americanos ou anti-israelitas, os quais praticaram uma série de violentos e sangrentos atentados contra interesses dos dois Países, tendo ficado célebre o massacre de Munique, ocorrido a 5 de Setembro de 1972, durante a realização dos Jogos Olímpicos de Verão, em que 11 atletas de Israel foram assassinados, levado a cabo pelo grupo terrorista que ficou conhecido pelo nome de "Setembro Negro"; apoiou e financiou outros grupos terroristas como os "Panteras Negras", o "Fatah" e Países do Médio Oriente, tendo estado também implicado nos atentados contra aviões da Pan Am e UTA; o primeiro despenhou-se na localidade de Lockerbie, na Escócia, com 270 pessoas a bordo, não houve sobreviventes e o segundo, explodiu em pleno ar, morrendo os 170 ocupantes.
Muammar Kadafi, aquando dos primeiros tumultos na Líbia, mandou reprimir os manifestantes, pensando que também desta vez, levaria a melhor pela força das armas. Não admitiu negociar de boa fé e de forma pacífica a sua abdicação do poder e afrontou até a Comunidade Internacional, fazendo uma série de ameaças.
Porém, desta vez, os opositores estavam determinados a acabar com o regime do ditador e graças à ajuda internacional e aos aviões da NATO, foram conquistando terreno e entraram triunfantes na capital líbia, acabando com a barbárie e as aspirações do ditador que teve de fugir à pressa e deixar para trás todas as suas imponentes e luxuosas mordomias.
O seu reinado acabou de forma trágica, vários membros da sua família já foram mortos e ele próprio, se entretanto não lhe acontecer o mesmo, será julgado pelos seus horrendos crimes; porém, de uma coisa eu tenho a certeza: qualquer condenação que venha a sofrer, por mais cruel e dolorosa que seja, jamais apagará a dor e o sofrimento das famílias dos milhares de mortos que ele mandou executar.
Kadafi vai ter o final de vida que merecia e oxalá ainda viva o tempo suficiente, de preferência, no isolamento de uma desconfortável cela, para poder reflectir e compreender todo o imenso sofrimento que causou, através da vivência e experiência do seu próprio sofrimento.
Só espero que a Líbia pós-Kadafi, seja efectivamente livre e justa, com oportunidades para todos os cidadãos, sem distinção e que a Comunidade Internacional esteja atenta e não permita a deflagração e instalação de uma guerra civil.
Se a Líbia se tornar um País justo e democrático, então terá valido a pena o sacrifício de tantos milhares de mortos.