terça-feira, 30 de agosto de 2011

KADAFI - QUATRO DÉCADAS DE TIRANIA





Foto retirada do Google

O todo poderoso Muammar Kadafi que governou a Líbia durante mais de quarenta anos, com mão-de-ferro e esmagou, sem piedade, os seus adversários, está em fuga, sem paradeiro conhecido e corre o risco de ser capturado pelas tropas rebeldes, caso ainda esteja em território líbio.

O líder dos guerrilheiros deu um prazo até sábado às forças pró-Kadafi para se renderem, pois se o não fizerem, avançarão para tomar pela força das armas o último bastião das tropas leais ao decadente líder líbio, instalado em Sirte.

Só perante uma rendição total, os rebeldes evitarão esse assalto final e um mais que provável banho de sangue, já que não admitem qualquer tipo de negociação com o ditador Kadafi, a quem procuram e perseguem por toda a Líbia, para o capturar, vivo ou morto.

Na sua retirada apressada, Kadafi espalhou o terror e a morte, assassinando todos aqueles que se encontravam presos e se opunham ao regime, perseguindo e matando também aqueles que circunstancialmente, por ódio ou vingança, eram acusados de traidores. Foram encontrados milhares de corpos fuzilados e queimados, alguns ainda amarrados de pés e mãos.

Kadafi fez isso ao longo de todo o seu mandato, a todos quantos se opunham na Líbia e espalhou igualmente o terror em muitas regiões do mundo, patrocinando e financiando os mais diversos atentados terroristas. Era um inimigo feroz dos americanos e demonstrou-o logo que tomou o poder em 1969, tomando como primeiras medidas a sua expulsão e a proibição da exportação de petróleo para os EUA.

Porém, ao longo do seu despótico reinado e como consequência do ódio que nutria contra os americanos e israelitas, patrocinou e financiou todos os Países e grupos terroristas anti-americanos ou anti-israelitas, os quais praticaram uma série de violentos e sangrentos atentados contra interesses dos dois Países, tendo ficado célebre o massacre de Munique, ocorrido a 5 de Setembro de 1972, durante a realização dos Jogos Olímpicos de Verão, em que 11 atletas de Israel foram assassinados, levado a cabo pelo grupo terrorista que ficou conhecido pelo nome de "Setembro Negro"; apoiou e financiou outros grupos terroristas como os "Panteras Negras", o "Fatah" e Países do Médio Oriente, tendo estado também implicado nos atentados contra aviões da Pan Am e UTA; o primeiro despenhou-se na localidade de Lockerbie, na Escócia, com 270 pessoas a bordo, não houve sobreviventes e o segundo, explodiu em pleno ar, morrendo os 170 ocupantes.

Muammar Kadafi, aquando dos primeiros tumultos na Líbia, mandou reprimir os manifestantes, pensando que também desta vez, levaria a melhor pela força das armas. Não admitiu negociar de boa fé e de forma pacífica a sua abdicação do poder e afrontou até a Comunidade Internacional, fazendo uma série de ameaças.

Porém, desta vez, os opositores estavam determinados a acabar com o regime do ditador e graças à ajuda internacional e aos aviões da NATO, foram conquistando terreno e entraram triunfantes na capital líbia, acabando com a barbárie e as aspirações do ditador que teve de fugir à pressa e deixar para trás todas as suas imponentes e luxuosas mordomias.

O seu reinado acabou de forma trágica, vários membros da sua família já foram mortos e ele próprio, se entretanto não lhe acontecer o mesmo, será julgado pelos seus horrendos crimes; porém, de uma coisa eu tenho a certeza: qualquer condenação que venha a sofrer, por mais cruel e dolorosa que seja, jamais apagará a dor e o sofrimento das famílias dos milhares de mortos que ele mandou executar.

Kadafi vai ter o final de vida que merecia e oxalá ainda viva o tempo suficiente, de preferência, no isolamento de uma desconfortável cela, para poder reflectir e compreender todo o imenso sofrimento que causou, através da vivência e experiência do seu próprio sofrimento.

Só espero que a Líbia pós-Kadafi, seja efectivamente livre e justa, com oportunidades para todos os cidadãos, sem distinção e que a Comunidade Internacional esteja atenta e não permita a deflagração e instalação de uma guerra civil.

Se a Líbia se tornar um País justo e democrático, então terá valido a pena o sacrifício de tantos milhares de mortos.

2 comentários:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Diz o Ditado que, "cá se fazem, cá se pagam".

A este Senhor, vai, irremediavelmente, acontecer-lhe isso.

Parece-me que o Senhor Kadafi fez e mandou fazer, tanta coisa má que, na Terra, parece não haver Castigo para tanto Rancor e Ódio!!!!

Quanto à Líbia ser, futuramente, uma Democracia, de facto, ponho as minhas dúvidas.

As Pessoas têm muita sede de Justiça, logo, por causa de uns, vão pagar os outros.

No meio disto tudo, há uma coisa que eu não entendo: Apesar de nós sabermos que, Democracia, de facto, não existe, ainda existem muitos Paíse que estão nas mesmas condições. Porque é que a NATO não vai lá?

Unknown disse...

Esse milhar de mortos nunca valem tanto como o preço da liberdade.
Valerão sempre muito mais esses mártires do silêncio, que com o seu sangue deram origem a um novo país.

Continuo sem entender porque um homem mata outro homem.
Não são eles iguais?
Será que Kadafi era um louco, matando e arrasando tudo e todos os seus opositores...?

Então porque era recebido com honras de estado ainda recentemente em Portugal e noutros países ?

Os valores da vida foram conspurcados e deixaram de se cultivar o respeito pela vida humana....

Agradeço muito o seu comentário em lidacoelho. Muito bom.