domingo, 15 de dezembro de 2013

FREI HERMANO DA CÂMARA ESGOTOU O COLISEU DOS RECREIOS



Imagens do autor

Contam-se pelos dedos das mãos os espectáculos musicais a que assisti ao vivo ao longo de uma vida sexagenária, embora goste imenso de alguns géneros de música.
 
Por norma não aprecio os grandes concertos de música rock, do género de "abanar o capacete", aos quais acorrem multidões de todas as idades. As letras da grande maioria das canções não me dizem nada, são totalmente despidas de conteúdo. A brejeirice também não se coaduna com a minha maneira de ser, razão pela qual não aprecio as canções de alguns artistas que até já alcançaram uma certa notoriedade em Portugal.
 
É evidente que para uma pessoa que leva mais de seis décadas de existência, não podiam deixar de existir ao longo das mesmas, grandes referências musicais que ao tempo me agradaram muito e me fizeram vibrar. Porém, embora tivesse tido possibilidade e oportunidade de ver e ouvir ao vivo os artistas e as canções que mais me marcaram, quase sempre optei por não fazê-lo e por uma razão muito simples: no fundo, achava que depois de ver transmitidos pela televisão os seus espectáculos, de todos os ângulos e com todos os pormenores, estava saciada a minha curiosidade e pouco ou nada iria acrescentar à possibilidade de ouvir, ver e conhecer melhor os artistas; no entanto, creio que o verdadeiro motivo foi nunca ter sentido grande vontade e entusiasmo em marcar presença nesses eventos.
 
Essa vontade e esse entusiasmo senti-o recentemente, como nunca havia acontecido, quando ouvi anunciar que FREI HERMANO DA CÂMARA iria actuar no dia 13 de Dezembro no Coliseu dos Recreios em Lisboa, motivo que me levou a mandar reservar imediatamente dois bilhetes.

As suas canções de cariz religioso, são únicas e tocam-me profundamente, produzindo em mim um certo conforto e bem-estar. Para além disso, a presença de Frei Hermano que diz cantar por vontade de Deus e a pedido do público, transmite um ambiente de paz e amor que nos contagia e faz sentir preenchidos e felizes.

Lembro-me que teria os meus 11/12 anos de idade quando comecei a ouvir a voz do Monge Cantor e recordo que com frequência trauteava alguns dos seus temas como "Colchetes de Oiro", "O rapaz da Camisola Verde" "e o lenço a dizer adeus" ou o "Fado da Despedida", entre outros.

Ao longo dos 50 anos que leva de carreira, habituei-me a gostar cada vez mais das interpretações de Frei Hermano, o Monge que reza a cantar canções com letras religiosas lindíssimas inspiradas na Bíblia, no Evangelho e na vida de Jesus Cristo. Frei Hermano escolheu ser Monge e dedicar a sua vida a Deus, espalhando a religião e a fé através das canções que canta inspiradas por Ele.

Fui ao espectáculo e não fiquei desiludido, antes pelo contrário. Com a lotação do Coliseu completamente esgotado, Frei Hermano agradeceu a presença e o carinho das pessoas que afirmou, nunca faltaram aos seus espectáculos. Gostei de tudo quanto disse ao longo do espectáculo, com intervenções muito acertadas sobre os grandes problemas que afligem a humanidade, inclusive quando dedicou uma das canções ao Papa Francisco e agradeceu a Deus por ter escolhido um homem tão humilde e tão bom que se tem empenhado na reabilitação da Igreja e tem demonstrado uma grande sensibilidade e preocupação com os mais necessitados.

Depois, Frei Hermano da Câmara, cantou imensas canções do seu reportório, ao seu jeito, como só ele sabe, muitas delas a pedido do público que esteve sempre muito entusiasmado e activo, cantando quando era solicitado, por sinal muito afinado.

Foi um espectáculo inolvidável interpretado por uma pessoa muito especial, alguém que tem uma relação privilegiada com Deus e que a partilha com as pessoas que o rodeiam, fazendo-as sentir-se felizes.

Se de facto Frei Hermano da Câmara canta por vontade de Deus, oxalá que a sua voz continue vigorosa durante muitos mais anos e nos continue a deliciar com as suas belas canções em jeito de oração.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

De facto, tenho visto, ao longo da minha vida, poucos Cantores/Autores, Nacionais e Estrangeiros, com esta Categoria!

Dentro do seu, característico,
estilo, é um Cantor que, pelo menos, em Portugal, não há igual.

Espero que continue, por muitos Anos, a deliciar, com as suas, de cariz Religioso, Cancões, os Portugueses e não só!!!

Infelizmente, nunca tive a oportunidade de o ver e ouvir, ao vivo.

Tenho, evedentemente, muitíssima pena.
Laranjeiro, 16-12-2013