O progresso é sempre benvindo. Se não houver progresso não haverá forma de melhorar as condições de vida dos cidadãos em geral, em qualquer País do mundo. O progresso é essencial para o desenvolvimento das Nações pois gera a riqueza que é essencial para dar conforto e bem estar às suas populações.
Todos estamos de acordo com o progresso, embora sabendo que o mesmo beneficia uns e prejudica outros. Sim, com o progresso muitos ganham fortunas enquanto outros que contribuem com a sua força de trabalho, são muitas vezes explorados e muito mal pagos.
Mas para além de tudo isso, debrucemo-nos sobre os incómodos e prejuízos que muitos sofrem com a realização de grandes obras, ao longo de vários anos. Essas pessoas que sofrem os incómodos dessas grandes obras são completamente ignoradas e não têm direito, nem sequer a um pedido de desculpas. No entanto, as pessoas que vivem paredes meias com as obras, sofrem com o barulho das máquinas e a passagem constante de camiões pesados, Vêem as suas ruas sujas e deterioradas e as casas invadidas por camadas de pó que se entranham em todos os compartimentos, são, muitas vezes, impedidas de efectuar os percursos habituais, com traçados cortados ao trânsito e, muitas vezes, vêem os seus locais que eram sossegados transformados em desassossego e usurpando a visibilidade de que antes usufruíam.
Um exemplo desse desconforto, transtorno e desassossego, é a construção da nova unidade da cadeia espanhola de lojas Mercadona na Alta de Lisboa, mais propriamente, entre a Rua das Calvanas e a Rua Hermínio da Palma Inácio.
Podem imaginar o que têm sofrido os moradores do Bairro das Calvanas com a construção desta nova unidade Mercadona, cuja inauguração estava prevista para o próximo mês de Novembro mas que nos parece um pouco difícil, dado o estado actual das obras.
Podem de facto imaginar o que é ao longo de mais de um ano, desde os desaterros até à construção de toda a estrutura, dezenas de camiões todos os dias a circular nas ruas do Bairro, o barulho, o pó, a sugidade e o excesso de viaturas que impedem os moradores de estacionar os seus carros.
Com a realização desta grande obra, muitas empresas fizeram óptimos contratos e ganharam bom dinheiro. No entanto, os moradores que sofreram todos os inconvenientes negativos relativos à sua construção, não têm direito a qualquer ressarssimento, ficando a constar neste processo como intervenientes altruistas a título gratuito.
E, no final, ainda vamos constatar, provavelmente, que as nossas ruas e passeios que sofreram danos, não vão ser reparados.
É assim o progresso...
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