Até aqui, esta notícia nada tem de extraordinário e nem sequer devia merecer menção pois todos os dias são transaccionadas centenas de casas.
Porém, quando se diz que a casa foi comprada a uma offshore de nome Stolberg Investiments Limited, por menos seis mil contos do valor que lhe havia custado cerca de três anos e meio antes, uma verba equivalente ao seu valor patrimonial, já as coisas não parecem tão normais e suscitam algumas dúvidas a quem, como eu, trabalhou na DGCI durante quase 20 anos e constatou que muitas escrituras de compra e venda eram realizadas por preços muito inferiores àqueles por que eram efectivamente vendidas as habitações, entrando o dinheiro resultante da diferença entre o valor real e o constante na escritura, directamente das mãos do comprador para as mãos do vendedor, com o objectivo de poupar dinheiro no pagamento do IMT (Imposto Municipal s/Transmissões), cuja taxa é maior ou menor consoante o montante registado na escritura de compra e venda.
Não estou a ver uma Empresa, qualquer que ela seja, a comprar uma casa por 56.000 contos e passados três anos e meio vendê-la por 50.000, ainda para mais, tratando-se de um apartamento de luxo, situado numa zona nobre da cidade de Lisboa, a não ser que essa Empresa, pretenda com esse gesto, pagar algum favor ou contrapartida.
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