sábado, 28 de fevereiro de 2009

O PRIMEIRO-MINISTRO KALIMERO

O País não pode ser bem governado por um Primeiro-Ministro que passa o tempo a fazer desmentidos de um conjunto de acusações, não formalizadas oficialmente e, por isso mesmo, não merecedoras de tanta importância e empenho por parte do Primeiro-Ministro.
Há um ditado muito antigo que diz: quem não deve não teme e se o Senhor Primeiro-Ministro já disse inúmeras vezes que não teme nem deve, então não tem necessidade de andar todos os dias a repetir que está de consciência tranquila e que tudo não passa de uma campanha negra, uma tentativa de assassinato político, uma cabala, etc.
Sobre o Primeiro-Ministro, confesso que já estou farto de ouvir histórias de má conduta, nunca confirmadas mas também nunca totalmente explicadas. Seria interessante e conveniente, para cabal esclarecimento dos portugueses que o Primeiro-Ministro deixasse de condicionar a Justiça através das inúmeras intervenções oficiais que faz sobre as acusações que supostamente lhe são atribuídas porque se o Primeiro-Ministro já conhece a verdade, os portugueses também têm o direito de conhecê-la.
Porém, uma boa parte dos portugueses há muito que já perceberam que o Primeiro-Ministro adoptou a táctica do Kalimero, da vitimização, do choradinho e constantemente, de forma inesperada e despropositada, repete uma série de frases feitas, irritantes e fastidiosas que esgotam a paciência dos portugueses.
Quem utiliza a táctica do Kalimero, da vitimização e do choradinho para com ela obter dividendos junto dos portugueses, deve saber que essa é uma tática rosqueira, fraudulenta e altamente perigosa, na medida em que parte do pressuposto que o povo é estúpido, não sabe analisar a sua actuação e por isso lhe dá razão.
Ó Senhor Primeiro-Ministro, olhe que os Portugueses podem não ligar à política, ser pobres e viver em dificuldades com a crise que lhes arranjou mas estúpidos eles não são. Os Casos Freeport, licenciatura, assinatura de projectos da autoria de outros técnicos e mais uma série de trapalhadas mal explicadas, são motivos mais que suficientes para estarem muito atentos aos próximos episódios e para rejeitarem qualquer manifesto político que lhes venha a apresentar, caso as suas dúvidas não venham a ser totalmente esclarecidas.
Mas o que é mais dramático para o País, neste momento de grave crise, é o mau exemplo transmitido aos portugueses por um Primeiro-Ministro Kalimero que usa a táctica da vitimização para justificar todos os insucessos governativos e negar todas as culpas que lhe possam ser imputadas, a nível pessoal, por condutas recrimináveis.
O País necessita de um verdadeiro Primeiro-Ministro, corajoso, íntegro, responsável e trabalhador que seja capaz de mobilizar e unir os portugueses na tarefa de vencer a crise e não de um Primeiro-Ministro constantemente agarrado à táctica da vitimização, para através dela resolver problemas que de outra forma não tem capacidade para solucionar.

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