domingo, 7 de junho de 2009

Descaradamente violado o dever de isenção

O serão de sexta-feira, ao nível das televisões, foi um autêntico tormento, um verdadeiro massacre, um pesadelo, para todos os cidadãos que não comungam da ideologia rosa.
Todos os canais deram relevo especial ao comício de encerramento do PS, destacando o discurso do Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do Partido.
No entanto, a RTP 2, a SIC Notícias e a RTP N, violaram descarada e vergonhosamente o dever de isenção e proporcionaram ao Primeiro-Ministro um tempo de antena desproporcional aos outros Partidos, quase lhe permitindo que o seu discurso fosse integralmente transmitido.
Da mesma forma, não se cansaram de repetir até à exaustão que o PS na última semana consolidou a vitória sobre o PSD, prevendo-se uma vantagem de 4 a 5 pontos precentuais e pelo menos mais um deputado europeu eleito.
As sondagens e a imprensa falada e escrita, renderam-se por completo ao Partido do Governo e fizeram uma campanha enganosa e tendenciosa, dando-lhe uma ajuda preciosa num momento de grande dificuldade, devido à gestão ruinosa que tem vindo a fazer do País. Esta actuação das empresas responsáveis pelas sondagens e da Imprensa, é absolutamente condenável em democracia.
Pelos vistos, os desalinhados, aqueles que não adoptam uma postura de favorecimento e subserviência, não colhem os benefícios do regime e são até perseguidos e penalisados.
Atente-se nas declarações violentas e acusatórias do Primeiro-Ministro contra a TVI pelo facto de uma das suas jornalistas, neste caso Manuela Moura Guedes, não usar dessa postura de favorecimento e subserviência e cortar a direito, tratando a notícia sem tabus no Jornal Nacional que apresenta às sextas-feiras.
Aquilo que para muitos cidadãos é considerado um acto de coragem e cidadania, para o Primeiro-Ministro é pura caça ao homem.
Nestas eleições, depois de todas as peripécias e ilegalidades a que assisti, gostava que o tiro saísse pela culatra para que aqueles que se empenharam na realização de trabalhos menos dignos sejam obrigados a reflectir e a corar de vergonha.

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